Kamilla Morgana Mendes Borges, presa no dia 30 de julho, em Aparecida de Goiânia, suspeita de estelionato por fingir que estava com câncer terminal e lúpus e pedir dinheiro para o tratamento, deu prejuízo de R$ 50 mil ao professor de artes Gustavo Henrique de Moura Pereira, de 27 anos, denunciou a vítima. Segundo o professor, a narrativa da doença e dificuldades financeiras iniciaram aos poucos no início da amizade dos dois, em 2022, quando ele começou a dar aulas particulares para ela e o filho, de 10 anos. Ao jornal, Gustavo Henrique contou que chegou a frequentar a casa de Kamilla durante dois meses para dar aulas de artes e que chegou a conhecer outros familiares e funcionários que ela tinha em casa. “A história e o contexto são longos, mas basicamente ao decorrer das aulas ela criou toda uma narrativa de que estava com câncer em estágio avançado, além de tratar um lúpus, e a partir disso eu fui criando uma empatia e solidariedade por ela e pela família”, afirmou.O professor registrou, na última quinta-feira (1º), um boletim de ocorrência de estelionato contra Kamilla Morgana na 2ª Delegacia Regional de Polícia de Aparecida de Goiânia (DRP), pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). O Daqui também entrou em contato com o advogado da suspeita, Gilliano Vinícius Freitas Souza, que informou que só irá se manifestar novamente em juízo e reiterou que a sua cliente sofre de transtornos psicológicos.Segundo Gustavo Henrique, o contato entre ele e Kamilla era tão próximo que ele chegou a tomar banho de piscina com o filho dela depois das aulas. “Criei um carinho muito grande e confiei em tudo que ela dizia”, informou o professor, que contou ainda que a amizade e afeto entre os dois foi se intensificando, até que em determinado momento Kamilla pediu uma ajuda financeira para pagar contas e tratamentos médicos.“Ela alegou que estava sem acesso as suas contas por conta de um furto que ela havia sofrido e eu acabei emprestando para ela uma quantia boa de dinheiro, pois eu tinha uma reserva, separada para tentar financiar um apartamento para mim. Dei um prazo para ela e nem juros pedi, pois só queria ajudar e fazer o bem na vida dela”, detalhou. Ainda de acordo com o professor de artes, como o prazo para o pagamento do empréstimo havia esgotado e o pagamento ainda não havia sido feito, ele resolveu pesquisar o nome dela e da sua suposta irmã na Justiça. “Eu achei vários processos dela e da falsa irmã. Descobri muitas outras pessoas lesadas por ela, seguindo a mesma narrativa do câncer, lúpos, tratamento e afins”, compartilhou Gustavo, que completou dizendo: “O total que eu perdi foi de R$ 53 mil, pois fiquei endividado por não ter mais reserva financeira e os juros foram altíssimos”. NarrativaO delegado Igomar de Souza Caetano, responsável pelo caso, informou anteriormente que Kamilla pedia auxílio para pessoas do convívio, como família, amigos e pessoas da escola onde o filho estudava. Além de transações de dinheiro via pix, ela também ganhou a prestação de "serviços diversos" gratuitamente. Com isso, arrecadou cerca de R$ 150 mil, segundo Igomar. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), o inquérito está em andamento e novas vítimas devem procurar a delegacia para prestar informações.