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Preço das carnes fecha 2023 com maior queda da série histórica do IPCA-15

É a maior deflação (baixa) para um ano fechado desde o início da série histórica do IPCA-15, em 2000

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 01:16

Dados divulgados pelo IPCA apontam queda no valor da carne

Dados divulgados pelo IPCA apontam queda no valor da carne (Benedito Braga)

Os preços das carnes no Brasil registraram queda de 9,26% no acumulado até dezembro de 2023 no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15). É a maior deflação (baixa) para um ano fechado desde o início da série histórica do IPCA-15, em 2000.

O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O alívio dos preços das carnes em 2023 devolve uma parte da disparada registrada nos últimos anos nos açougues e supermercados.

Conforme o IPCA-15, o item havia acumulado altas de 25,69% em 2019, de 22,9% em 2020, de 9,98% em 2021 e de 2,45% em 2022.

Ao longo de 2023, analistas associaram a redução dos preços principalmente ao aumento da oferta de carnes no Brasil. Com mais produtos no mercado, em razão do chamado ciclo da pecuária, os valores cobrados tendem a apresentar trégua.

A baixa de parte dos custos produtivos, após o aumento com a pandemia e a Guerra da Ucrânia, também teria contribuído para a situação. No IPCA-15, a variação dos preços das carnes é calculada a partir de 18 cortes -a maioria de gado. No acumulado de 2023, 17 apresentaram queda.

A maior redução foi a do fígado (-18,29%). Peito (-13,75%), pá (-13,37%), costela (-12,41%) e filé-mignon (-12,13%) vieram na sequência. A única alta foi a da carne de carneiro (0,78%).

Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usaram a redução dos preços de alimentos como as carnes como forma de propaganda do governo em 2023.

Com as eleições do ano passado, esse tipo de consumo virou tema de disputa política no país. Candidato à época, Lula chegou a dizer que o brasileiro deveria voltar a fazer churrasco e comer picanha. O corte costuma ser um dos mais caros nos supermercados. Em 2023, a picanha acumulou baixa de 9,49% no IPCA-15.

No recorte mensal, as carnes registraram alta de 0,65% em dezembro, conforme o índice do IBGE. Trata-se do segundo avanço consecutivo nessa base de comparação, após elevação de 1,42% em novembro.

CERVEJA SOBE EM 2023
Tradicional bebida nos churrascos dos brasileiros, a cerveja ficou mais cara em 2023. A bebida para consumo em casa acumulou alta de 6,49% no IPCA-15 até dezembro. O aumento, contudo, foi menos intenso do que em 2022 (9,17%).

Outra pesquisa, divulgada pelo Procon-SP em convênio com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), apontou que o quilo da carne de primeira custou R$ 37,37, em média, para o consumidor paulistano em novembro de 2023.

O valor ficou 15,6% abaixo de igual mês de 2022 (R$ 44,28). Porém, ainda estava distante do patamar de novembro de 2018 (R$ 24,09), período anterior à disparada no Brasil.

Já o quilo da carne de segunda custou R$ 28,72, também em média, para o consumidor paulistano em novembro de 2023, de acordo com a pesquisa do Procon-SP. O preço ficou 10,1% abaixo de igual mês de 2022 (R$ 31,95). O valor médio era de R$ 18,34 em novembro de 2018.

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Remédios devem ficar até 5,06% mais caros a partir de segunda-feira (31)

Percentual, que serve como teto para as farmacêuticas, corresponde à inflação medida pelo IPCA

Estimativa baseada na fórmula de cálculo elaborada pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) indica reajuste de até 5,06%

Estimativa baseada na fórmula de cálculo elaborada pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) indica reajuste de até 5,06% (Divulgação )

A partir da próxima segunda-feira (31), os preços dos medicamentos em todo o Brasil ficarão mais caros. Estimativa baseada na fórmula de cálculo elaborada pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) indica reajuste de até 5,06%. O percentual, que serve como teto para as farmacêuticas, corresponde à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro.

O reajuste médio, porém, deverá ser menor, ficando em 3,48%, o menor patamar desde 2018. Os números de 2025 serão divulgados até segunda pela Cmed, que é o órgão responsável pela regulamentação de preços. A autorização do reajuste aguarda a publicação no Diário Oficial da União.

O percentual de reajuste anual é calculado com base na inflação, da qual é descontada a produtividade da indústria farmacêutica e à qual são somados os custos de produção não captados pelo IPCA, como variação cambial, tarifas de energia elétrica e variação de preços de insumos.

O cálculo considera ainda três faixas de ajuste, de acordo com os níveis de concentração de mercado -do mais competitivo à menor concorrência.

Embora o novo reajuste passe a valer a partir de 31 de março, não significa que todos os medicamentos terão aumento imediato. O Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) afirma que a grande concorrência entre as empresas do setor farmacêutico regula e segura os preços dos medicamentos.

Segundo o sindicato, os fabricantes e farmácias podem optar por repassar os aumentos de forma gradual ou absorver parte dos custos. Além disso, medicamentos com o mesmo princípio ativo e para o mesmo tipo de tratamento são vendidos por diferentes empresas e em milhares de pontos de venda, o que favorece a concorrência e pode segurar os preços.

Para quem depende de medicamentos de uso contínuo, a recomendação é pesquisar preços e aproveitar promoções para minimizar o impacto do reajuste. Além disso, programas de desconto oferecidos por laboratórios e farmácias podem ajudar a minimizar o impacto no bolso.

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, afirma que, dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais, aumentos podem demorar meses ou até nem acontecer.

No ano passado, o reajuste máximo autorizado foi de 4,5%, menor patamar desde 2020.

O setor farmacêutico é o único segmento de bens de consumo da economia brasileira submetido ao controle de preços. As indústrias farmacêuticas estão autorizadas a reajustar os preços de seus produtos somente uma vez por ano.

Em nota, o Sindusfarma diz que, no marco do atual modelo de controle de preços de medicamentos, "as empresas do setor têm notórias dificuldades para equilibrar suas contas. Na série histórica, o reajuste acumulado de preços de medicamentos está abaixo da inflação geral (IPCA)".

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Preços de alimentos do dia a dia sobem até 172% em Goiânia

Itens como cenoura e tomate mais do que dobraram de valor em um ano na capital goiana e ‘prato feito’ está mais salgado

Modificado em 20/09/2024, 00:14

Preço de alimentos básicos como tomate e alface tiveram alta expressiva em um ano

Preço de alimentos básicos como tomate e alface tiveram alta expressiva em um ano (Shutterstock)

Os preços dos alimentos comuns no dia a dia dos brasileiros tiveram um salto que representa os efeitos da inflação na mesa. Em Goiás, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, há itens que mais do que dobraram de valor em um ano na capital goiana.

Entre o que mais teve aumento de abril deste ano para o mesmo mês de 2021, aparece a disparada da cenoura (172,91%) e do tomate (115,25%). Se para montar o comum "prato feito" era preciso gastar R$77, o valor passou a R$100 em Goiânia, conforme média de aumento captada pelo IBGE.

Neste prato que muitas famílias têm costume de preparar, o único item que teve redução foi o arroz (-11,53%). Além do tomate, os outros componentes tiveram aumento: feijão (7,32%), carne bovina -- alcatra -- (9,98%), alface (6,22%), ovo (13,38%) e batata (66,07%).

Oferta
O que tem pressionado os valores praticados no mercado, como explica o coordenador Institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, é a redução da oferta. "Produtos mais perecíveis como tomate e cenoura são prejudicados pelo frio, a batata também, o que prejudica a oferta no mercado", pontua sobre alta que pode continuar.

Sobre movimentos que ocorrem ao longo do ano, o especialista pontua que o feijão, por exemplo, tem tido uma queda constante de área plantada, sofre com geadas em estados como Minas Gerais e São Paulo e isso prejudica também a quantidade disponível no mercado, o que termina por fazer subir o preço.

A seca também influenciou desde 2021 os valores dos alimentos. Um dos exemplos é o café, que teve alta de 71,02%, e foi prejudicado pelo clima. "O Brasil é o maior produtor, mas, como quebrou a safra passada, ainda há reflexo."

Por outro lado, commodities como a carne têm impacto de flutuações cambiais. Já o arroz, que foi alimento que já esteve em alta, a produção aumentou. "Por isso, respondeu com redução de preço e chegamos ao cenário de hoje. Naquela época, o aumento estimulou o crescimento da produção."

Cenário futuro
Com alimentos básicos em alta, há preocupação com o cenário futuro. No campo, custos elevados em mais de 100% em insumos, especialmente dos fertilizantes, mantém o alerta. "Isso tem pressionado o setor produtivo rural, além da questão cambial há a guerra na Ucrânia e isso preocupa produtores para a próxima safra."

Assessor de Investimento da Blue 3, Bruno Malheiros pontua que já há expectativa de aumento da inflação dos alimentos. "A XP revisou para 9,2% a expectativa de inflação em 2022 (a previsão anterior apontava para 7,4%). Para o ano que vem, a estimativa é de que na parte de alimentos da inflação cresça 3,5%", ressalta.

Ele avalia que a inflação alta a nível global é um ponto de preocupação, além disso lembra que a quebra de cadeias durante a pandemia ainda não perdeu o efeito sobre o preço de diversos itens. "Além disso, há o agravante da guerra e a alta dos combustíveis, que faz parte da composição do preço dos alimentos." Os custos de serviços também é outro ponto que destaca como explicação para alta da inflação.

Como o salário muitas vezes não acompanha essas altas, ele ressalta a importância de avaliar se há reajustes ou rendimentos acima da inflação. "É isso que conta no fim do dia. E a inflação não é igual para todos, temos que lembrar que é uma média. É preciso pesquisar, substituir alimentos para montar uma cesta nutritiva gastando menos possível."

Evolução dos alimentos em Goiânia

Veja variação de preço de abril de 2021 para a abril de 2022

Prato feito
Arroz: -9,41%
Feijão carioca: 7,32%
Batata inglesa: 66,07%
Tomate: 115,25%
Alface: 6,22%
Alcatra: 9,98%
Ovo de galinha:13,38%

Os preços que mais caíram e os que mais subiram

O que mais subiu
Cenoura: 172,91%
Tomate: 115,25%
Repolho: 98,33%
Café moído: 71,02%
Batata inglesa: 66,07

O que ficou mais barato
Arroz: -9,41%
Alho: -764%
Banana maçã: -7,05
Batata doce: -4,47
Laranja pêra: -2,41

Fonte: IPCA-IBG

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Prévia da inflação de Goiânia tem alta recorde para 12 meses

Em junho, IPCA-15 teve a quarta taxa positiva seguida, novamente puxada pela alta dos combustíveis

Modificado em 21/09/2024, 00:44

Prévia da inflação de Goiânia tem alta recorde para 12 meses

(Esequias Araújo)

A prévia da inflação de Goiânia em junho, medida pelo Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou uma alta de 0,61%, a quarta taxa positiva seguida do ano. A maior pressão continua vindo dos combustíveis, que subiram 3% este mês e já acumulam 26% de alta no ano e 54% nos últimos 12 meses.

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice atingiu 9,2%, o maior da série histórica da pesquisa.

A inflação acumulada no ano para a quinzena, calculada pelo IBGE, já chega a 4,02%, o maior valor desde 2015. O maior destaque é o etanol, subitem da pesquisa que mais aumentou em 2021: 5,63% no mês e um total de 36,47% no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses, o preço deste combustível já subiu 65% e a gasolina ficou 52,77% mais cara.

Dos nove grupos pesquisados, sete apresentaram alta na prévia da inflação de junho em Goiânia. As maiores variações positivas em junho na capital ocorreram nos preços do sorvete, que subiu 9,61%, do açúcar cristal, que ficou 6,07% mais caro, do etanol, que teve alta de 5,63%, e da alface, que aumentou 5,39%.

As maiores altas acumuladas no ano são: do etanol (36,47%), cebola (31,65%) óleo diesel (25,14%) e gasolina (24,07%).

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Goiânia tem a maior variação no preço da energia elétrica do País

Aumento do preço na Capital foi de 3,14%, de acordo com o IPCA. No Brasil, a alta foi de 0,16%

Modificado em 24/09/2024, 01:33

Goiânia tem a maior variação no preço da energia elétrica do País

(Pixabay)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (7), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostrou que Goiânia apresentou a maior variação na energia elétrica do País, em comparação entre as Capitais.

De acordo com o apontado, houve aumento de 3,41% na energia elétrica residencial. Além de ser a maior do país, a Capital teve também a maior alta para o mês de janeiro de 2015, com 9,37%.

Para comparação, enquanto Goiânia teve variação na energia elétrica residencial de 3,41%, a segunda colocada, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, teve aumento de 2,14%. No Brasil a varação foi de 0,16%.

O IPCA é divulgado com base na nova cesta de produtos e serviços, que foi atualizada para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. É a primeira vez também que o indicador será divulgado com preços coletados por robôs virtuais em páginas na internet.

Os componentes da inflação têm como base os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, que atualizou os hábitos de consumo, despesas e renda das famílias. A nova cesta foi divulgada pelo IBGE em outubro do ano passado com as estruturas prévias de ponderação, que foram atualizadas em janeiro de 2020.