Greve começou nesta segunda-feira (9), com manutenção de apenas 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam nas três maternidades públicas de Goiânia - Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão - iniciaram, nesta segunda-feira (9), uma paralisação das atividades. Estão mantidos apenas 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência.
Conforme a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Roberta Rios, a paralisação reivindica o pagamento de salário do mês de novembro de 2024, além da primeira parcela do 13º salário e o adiantamento de férias. "É uma paralisação dos celetistas, que são a maioria dos trabalhadores", diz.
A paralisação das atividades tem funcionado no seguinte esquema: seis horas de interrupção durante o período matutino e mais seis horas de interrupção durante o período noturno. A paralisação seguirá esse arranjo até a próxima quarta-feira (11), ocasião em que o sindicato fará uma nova assembleia para discutir o assunto.
Esse novo encontro da categoria irá ocorrer em frente à Corregedoria da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), no Setor Sul. O intuito é discutir sobre o futuro da paralisação e prestar solidariedade à enfermeira e ao maqueiro que foram presos, na noite da última sexta-feira (6), enquanto trabalhavam no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC).
Em nota, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que gere as três maternidades municipais, informou que é direito dos trabalhadores celetistas e estatutários aderirem a movimentos grevistas, desde que respeitem a legislação vigente (pela Lei nº 7.783/1989, é obrigatório manter um percentual mínimo de 30% dos profissionais em atividade).
Dos 1,5 mil colaboradores da fundação, 733 (48%) são enfermeiros ou técnicos de enfermagem. Há, ainda, 76 profissionais que são servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). A fundação explicou que "a classe desempenha um papel fundamental e indispensável nas rotinas de assistência aos pacientes" e que "se solidariza com os profissionais e agradece seu trabalho e sua dedicação à saúde dos pacientes".
A Fundahc também comunicou que é uma fundação sem fins lucrativos e que todos os recursos para a manutenção das maternidades municipais são provenientes da Prefeitura de Goiânia, por meio da SMS. A fundação ainda destacou que a crise financeira enfrentada pelas maternidades é "uma realidade há muito conhecida" e que todos os esforços estão voltados para saná-la, sendo que a fundação aguarda o "repasse de recursos para pagamento da folha salarial, 13° salário, férias e vale-alimentação dos colaboradores até a presente data".
Em nota, a SMS informou que os pagamentos serão realizados em conformidade com o MP-GO.