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Aspartame é considerado possivelmente cancerígeno pela OMS

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:37

Aspartame é considerado possivelmente cancerígeno pela OMS

(Reprodução/SAPO)

O aspartame, principal adoçante de refrigerantes dietéticos, foi adicionado à lista de substâncias "possivelmente cancerígenas" da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde). O anúncio foi publicado na noite desta quinta-feira (13).

A publicação também conta com o parecer da JECFA (Comitê Misto da FAO e OMS de Peritos em Aditivos Alimentares), que concluiu que "não há evidências convincentes de dados experimentais em animais ou humanos de que o aspartame tenha efeitos adversos após a ingestão".

O comitê da JECFA também afirmou que não há razão para alterar a recomendação máxima diária, de 40 mg/kg. A FDA (agência americana reguladora de alimentos e medicamentos), indica que a ingestão máxima pode ser de 50mg/kg.

Segundo o órgão do governo dos Estados Unidos, uma pessoa que pese em média 60 kg teria que consumir mais de 75 pacotes de 8 g de aspartame para estar exposta a algum risco.

A diretriz foi publicada após um grupo de trabalho da Iarc, composto por 25 especialistas independentes de 12 países, se reunirem para avaliar estudos relacionados ao desenvolvimento de câncer em humanos, assim como testes clínicos em animais, e às evidências sobre as principais características dos carcinogênicos.

O comitê misto da FAO e OMS contou com 13 membros e 13 especialistas de 15 países.

A classificação ocorre dois meses após o órgão desaconselhar o uso de todos os tipos de adoçantes não nutritivos como substitutos do açúcar em dietas para controle do peso. O alerta chamava atenção para efeitos colaterais destes compostos a longo prazo, como maior risco para diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, trombose e certos tipos de câncer em adultos.

Segundo o documento, o aspartame foi classificado como possivelmente cancerígeno devido a "limitadas evidências de câncer em humanos" e em experimentos com animais.

Com gosto mais doce do que o açúcar, mas sem suas calorias, o aspartame está presente na maioria dos produtos classificados como zero açúcar ou dietéticos (diet). Entre eles estão refrigerantes; sucos prontos liquídos e em pó; chás industrializados; preparos prontos para café e cappuccino; iogurtes; gelatinas; pães; barras de cereal e chicletes.

Paulo Augusto Miranda, presidente da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), afirma que as publicações e recomendações de órgãos de saúde têm como base a avaliação de dados científicos. Neste caso, as decisões são baseadas em evidências de estudos de acompanhamento de longo prazo, assim como estudos controlados, com uso de placebo.

A agência observa a quantidade e qualidade de trabalhos científicos sobre a substância. A intenção é calcular o nível de exposição dos indivíduos e a associação dos compostos ao desenvolvimento de doenças. "É o montante de evidências que faz com que se tenha possibilidade de recomendar", diz ele.

Não há consenso científico sobre os malefícios dos adoçantes não nutritivos à saúde, como câncer. No Brasil, é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quem vai avaliar a recomendação da OMS para orientar ações sobre o acesso aos produtos por meio de regulamentação.

"A diretriz vai servir de base também para os profissionais de saúde orientarem seus pacientes, baseados na análise individualizada", afirma Miranda.

A classificação dos compostos avaliados pela OMS é dividida em quatro grupos, sendo eles:

  • Cancerígenos para humanos
  • Provavelmente cancerígenos
  • Possivelmente cancerígenos
  • Não classificável
  • A adição do aspartame à lista ocorre devido às evidências científicas que indicam o produto como de risco.

    Um estudo que relacionou o uso de adoçantes com chances de desenvolver câncer afirma que os produtos artificiais (especialmente aspartame e acessulfame-K), usados em muitas marcas de alimentos e bebidas em todo o mundo, foram associados a aumentadas chances de desenvolver a doença.

    O trabalho foi publicado na PLoS em 2022 e considerou resultados de 102.865 adultos acompanhados por 7,8 anos.

    Em outra pesquisa, feita em 2016, pesquisadores indianos questionaram se adoçantes artificiais usados como substitutos do açúcar eram mesmo saudáveis, além de avaliar se poderiam ser considerados seguros para diabéticos.

    Publicado na Indian Journal Pharmacology, o estudo considerou diversos agentes, entre eles o aspartame.

    Os autores concluíram que mulheres grávidas e lactantes, crianças, diabéticos, pacientes com enxaqueca e epilepsia representam "uma população suscetível aos efeitos adversos dos produtos contendo adoçantes não nutritivos e devem usar esses produtos com o máximo cuidado." Para pessoas sem essas condições, o uso permanecia inconclusivo.

    É PRECISO PARAR DE USAR ADOÇANTES?

    Miranda afirma que a orientação da OMS não é determinante, pois depende da associação entre causa e efeito, o que ainda não existe. "Aparentemente não temos dados suficientes para estabelecer essa relação de forma intensa", indica.

    Ainda assim, ele afirma que as diretrizes precisam ser observadas e inseridas em políticas públicas e ações de saúde.

    "É importante entender a argumentação, o impacto individual e o risco populacional para a análise da melhor recomendação, baseada no contexto global de saúde pública", diz o endocrinologista.

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    Jornalista Jardel Sebba Filho morre aos 48 anos, em São Paulo

    Jornalista lutava contra o câncer há cinco anos

    Modificado em 19/09/2024, 01:23

    Jardel Sebba Filho trabalhou como repórter e editor das Revistas VIP, Sexy e Playboy

    Jardel Sebba Filho trabalhou como repórter e editor das Revistas VIP, Sexy e Playboy (Reprodução Redes Sociais)

    O jornalista Jardel Sebba Filho morreu aos 48 anos vítima de câncer, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (20). Sebba trabalhou como editor de revistas da editora Abril.

    Segundo as informações de amigos, o jornalista lutava contra o câncer há cinco anos e fazia o tratamento na capital paulista. Jardel Sebba era casado e não tinha filhos.

    Ele era o filho mais velho de Jardel Sebba, ex-deputado estadual por quatro mandatos e ex-prefeito de Catalão. Além disso, o jornalista era irmão do deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB).

    A reportagem tentou contato com familiares, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria. Segundo informações de amigos, a família ainda está decidindo sobre velório e o enterro de Jardel Sebba Filho.

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    OMS desaconselha uso de adoçantes para perda de peso

    Modificado em 19/09/2024, 00:26

    OMS alerta para possíveis efeitos indesejados do uso prolongado de adoçantes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer em adultos

    OMS alerta para possíveis efeitos indesejados do uso prolongado de adoçantes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer em adultos (Reprodução / TV Globo)

    Segundo as novas diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgadas nesta segunda-feira (15), adoçantes artificiais não devem ser utilizados para substituir o açúcar em dietas para emagrecimento. O documento alerta para a falta de consenso científico sobre a eficácia desses produtos no controle de peso no longo prazo e para a ocorrência de outros efeitos colaterais.

    A recomendação foi feita com base em uma revisão dos estudos e evidências científicas disponíveis sobre o uso de adoçantes em dietas para controle de peso. De acordo com o relatório, não há evidências de que o consumo desses compostos traga benefícios a longo prazo nas medidas de gordura corporal em crianças e adultos.

    Além disso, a OMS alerta para possíveis efeitos indesejados do uso prolongado de adoçantes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer em adultos.

    O relatório não aponta que adoçantes artificiais devam ser substituídos por açúcares. A indicação é de que o consumo de alimentos adoçados como um todo seja reduzido, podendo-se recorrer a formas naturais de açúcar, como frutas.

    A contraindicação do uso de adoçantes para perda de peso vale para adultos e crianças, com restrição apenas aos que já têm diagnóstico de diabetes pré-existente. Além disso, não se aplica ao uso de produtos de higiene e medicamentos que contenham pequenas quantidades de adoçantes artificiais.

    As diretrizes se referem a qualquer composto (natural ou sintético) não-nutritivo, utilizado como adoçante e que não seja classificado como açúcar. Alguns exemplos são: aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose e stevia. Em geral, esses são compostos utilizados para perda ou controle de peso, por terem baixo valor calórico.

    A OMS ressalta que estudos avaliando os impactos do uso de adoçantes na saúde de indivíduos diabéticos foram desconsiderados da análise, e que o objetivo do relatório é oferecer orientação para o uso de adoçantes apenas para dietas de controle ou perda de peso.

    Não há consenso científico sobre os benefícios do adoçante para a saúde. Em 2022, um estudo isreaelense indicou que o uso de alguns tipos estaria associado a alterações na flora intestinal e teria efeitos semelhantes aos do açúcar no metabolismo. Outra pesquisa, publicada em 2023, associa o uso do eritritrol com o desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

    Por outro lado, alguns especialistas avaliam que há ainda poucas evidências sobre os efeitos colaterais do uso de adoçantes e que certas ligações, como com o desenvolvimento de câncer, são advindas de estudos antigos e com poucas confirmações em humanos.

    No próprio relatório, a OMS classifica a recomendação como condicional e destaca a necessidade de maiores evidências e estudos mais robustos sobre as consequências do uso de adoçantes em dietas para perda de peso.

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    Novas vítimas denunciam que doaram dinheiro para jovem que fingiu ter câncer, diz delegado

    De acordo com a Polícia Civil, cada uma das três novas pessoas que denunciaram teve prejuízo de cerca de R$ 500. Camilla Barbosa gravou vídeos raspando o próprio cabelo para fazer campanhas.

    Modificado em 19/09/2024, 00:07

    Jovem Camilla Maria Barbosa dos Santos é suspeita de fingir ter câncer e aplicar golpes em Morrinhos, Goiás

    Jovem Camilla Maria Barbosa dos Santos é suspeita de fingir ter câncer e aplicar golpes em Morrinhos, Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

    Novas três vítimas denunciaram terem doado dinheiro para a jovem Camila Maria Barbosa, de 27 anos, que foi indiciada pela Polícia Civil por fingir ter câncer para aplicar golpes, em Morrinhos, região sul de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, cada uma das vítimas teve prejuízo de cerca de R$ 500.

    O delegado responsável pela investigação do caso, Fernando Gontijo, ainda explicou que uma delas chegou a fazer uma campanha que arrecadou aproximadamente R$ 2,9 mil. Contando com as três novas denúncias, nove pessoas prestaram depoimento à polícia até esta quarta-feira (11). Ao todo, foi identificado um prejuízo de pouco mais de R$ 20 mil.

    Segundo a defesa, a jovem não recebeu dinheiro e tem diagnóstico de uma forma mais leve de câncer. "Ela tem essa doença e faz tratamento. Em análise preliminar das provas, a defesa comprovou que não têm indícios de materialidade delitiva", argumentou o advogado Warley Divino Pires.

    O Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, que é referência no tratamento contra câncer em Goiás, foi usado por Camilla para fazer fotos e vídeos, geralmente deitada nas macas da sessão de quimioterapia. A unidade disse, por meio de nota, que ela nunca foi paciente e que chegou a ser retirada do hospital, em algumas ocasiões, ao ser flagrada sem autorização para estar na ala de tratamento dos pacientes com câncer.

    Camilla Barbosa gravou vídeos raspando o próprio cabelo e tirou fotos em macas de hospitais simulando tratamento para engajar moradores da cidade nas campanhas. O delegado ainda disse que os maiores doadores foram ex-namorados e ex-sogras da jovem.

    Falso câncer

    Em depoimento, a jovem disse à polícia que teve câncer há alguns anos e que foi curada. Mas depois descobriu que a doença voltou após fazer exames de dengue, e que já estava com metástase no intestino e pulmão.

    Ao delegado, Camilla afirmou que começou tratamento no Hospital Araújo Jorge, onde disse ter feito sete sessões de quimioterapia, mas que meses depois, a unidade médica perdeu o prontuário dela e o tratamento foi interrompido.

    A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Camilla, onde encontrou diversos documentos e exames, que foram apreendidos. O delegado afirmou que em nenhum dos documentos foi possível constatar que a jovem tem câncer.

    Hospital nega que ela foi paciente

    O Hospital Araújo Jorge informou à Polícia Civil, em um documento, que Camilla nunca foi paciente da unidade. O hospital disse ainda que funcionários já viram a mulher várias vezes no local, onde foi flagrada tirando fotos em uma maca no Setor de Quimioterapia e usando cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros.

    Após essas situações se repetirem, os funcionários teriam começado a retirar a jovem do interior do hospital.

    Em nota ao g1, o Hospital Araújo Jorge afirmou que nunca teve uma paciente com o mesmo nome dela. Durante consulta no sistema da unidade, o hospital disse que "nada foi encontrado, nem prontuário, tão pouco registros de procedimento". Além disso, o Araújo Jorge informou também que não foi encontrada regulação da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS), convênios ou como entrada como paciente particular.

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    Estudante da UFG é premiado na ONU por desenvolver adoçante sustentável a partir de cacau

    Projeto concorreu com outros 3 mil e foi o único a representar o continente americano no evento internacional

    Modificado em 20/09/2024, 06:15

    Equipe Elixir Foods é formado por Gustavo e Ana Caroline Santos, Namie Yoshioka, Radharani Claro e Jordane Gabriella

    Equipe Elixir Foods é formado por Gustavo e Ana Caroline Santos, Namie Yoshioka, Radharani Claro e Jordane Gabriella (Arquivo pessoal/Gustavo Henrique Rocha)

    O estudante Gustavo Henrique Rocha, de 24 anos, recebeu um reconhecimento na Organização das Nações Unidas (ONU) por desenvolver um adoçante sustentável a partir do cacau. Ao Daqui, o engenheiro químico e mestrando da área de alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG) destaca que ele e a sua equipe foram os únicos representantes do continente americano no evento.

    Ao lado das estudantes Ana Caroline Santos, Namie Yoshioka, Radharani Claro e Jordane Gabriella, Gustavo desenvolveu um novo adoçante a partir de um resíduo obtido no cultivo e extração do cacau. Segundo ele, o resíduo é descartado pelos agricultores, mas eles encontraram uma forma de reaproveitá-lo, pois é rico em antioxidantes, açúcares e de baixíssimo teor glicêmico.

    "Durante a pandemia, encontrei esse resíduo líquido na cadeia de produção do cacau. Esse produto tem uma característica peculiar, ele tem o sabor doce. Com isso, estudei formas de melhor aproveitá-lo. Então, vi que ele pode ser um ingrediente para adoçar, ser usado em confeitaria. Com esse produto, convidei as meninas para colaborar do projeto", conta.

    Os estudantes formaram a equipe Elixir Foods e representaram o Brasil no evento Generation Fest, promovido pelo programa Thought For Food, que busca soluções que possam auxiliar na alimentação de 10 bilhões de pessoas até 2050. Eles concorreram ao lado de outros 3 mil projetos, apresentaram no início deste mês e venceram a categoria "Economia Circular" no dia 14 de dezembro, em Nova York.

    Para Gustavo, a premiação é uma conquista devido às barreiras financeiras que eles enfrentaram durante o período de preparação. "A gente conseguiu vencer os obstáculos da diferença linguística e conseguimos fazer uma vaquinha para ir para os Estados Unidos, representar o nosso país. Então, foi uma grande jornada para conseguir receber esse destaque, mas isso é só o começo", afirma.

    Início

    O estudante conta que tudo começou com um projeto para ajudar a própria irmã mais nova. "Eu trabalho com chocolate há oito anos, desde o ensino médio no Instituto Federal (IF). Em 2014, fiz um projeto científico em que desenvolvi um chocolate nutritivo para minha irmã, que não comia verduras", narra. Desde então, Gustavo trabalha em projetos científicos com esse produto.

    Futuro

    Por fim, Gustavo os desafios não podem parar com o prêmio que recebeu, pois, segundo ele, ainda há barreiras sociais que precisam ser superadas. "A gente tem que continuar para esse projeto atingir as pessoas. Tanto na cadeia de produção do cacau, no trabalho dos agricultores e na alimentação das pessoas com um alimento natural, que é mais saudável", enfatiza.

    O projeto trabalha diretamente com a Cabruca, um sistema agroflorestal localizado na Bahia, responsável por cultivar o cacau sob as sombras da Mata Atlântica. Os estudantes fornecerão aos cultivadores de cacau as ferramentas e conhecimentos necessários para a estabilização do resíduo para que ele possa ser usado como um novo adoçante.

    Eles também fornecerão a distribuição do adoçante para indústrias ligadas à confeitaria e chocolateria. Com a visibilidade da premiação, a Elixir Foods chamou a atenção de multinacionais interessadas em contribuir e utilizar o produto inovador em seus produtos. Além disto, o projeto foi convidado a integrar o portfólio de cases de sucesso da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).

    Equipe Elixir Foods é formado por Gustavo e Ana Caroline Santos, Namie Yoshioka, Radharani Claro e Jordane Gabriella

    Equipe Elixir Foods é formado por Gustavo e Ana Caroline Santos, Namie Yoshioka, Radharani Claro e Jordane Gabriella (Arquivo pessoal/Gustavo Henrique Rocha)