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Pastor é denunciado pelo MP por desviar mais de R$ 200 mil de igreja

Parte do dinheiro, segundo a denúncia, foi usado para pagar plano de Saúde, INSS e aquisição de um imóvel em benefício próprio

Modificado em 19/09/2024, 00:23

Noel Garcia dos Reis, de 64 anos

Noel Garcia dos Reis, de 64 anos (Reprodução/Redes Sociais)

Um pastor de uma igreja evangélica de Planaltina, Região Entorno do Distrito Federal foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) por desviar verbas da instituição. Segundo as investigações que duraram mais de dois anos, os valores, até então, chegam a quase R$ 232 mil.

Para a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) e MP-GO, quem encabeça o esquema é o pastor presidente Noel Garcia dos Reis, 64 anos. No inquérito aberto pela polícia, os investigadores apontam três formas em que o pastor se aproveitou da situação enquanto gestor da igreja, sendo eles o pagamento de plano de saúde às custas da instituição religiosa, o pagamento de contribuições previdenciárias e a aquisição de imóvel em benefício próprio, dando desfalque ao caixa da igreja, em uma ocasião.

O esquema, considerado criminoso pelos promotores, ocorria dentro de uma das maiores instituições religiosas da cidade, a Assembleia de Deus Ministério Sheknah. O Daqui tentou contato com a igreja para solicitar um posicionamento, mas não obteve êxito até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações futuras, assim como para o advogado da defesa de Noel, pois a reportagem não localizou o contato.

Conforme a inquérito, somente com INSS, Noel Garcia gastou aproximadamente R$ 31 mil, no entanto, a igreja veta esse tipo de pagamento aos funcionários da instituição.

"Sendo assim, não caberia à instituição religiosa efetuar, com os seus recursos, o recolhimento dos valores relativos à contribuição previdenciária de seus membros de ordem religiosa, mas sim estes, por conta própria, assim deveriam proceder", explicou o promotor Asdear Salinas Macias.

O promotor Asdear Salinas Macias ainda explicou que existe um imóvel, anteriormente de propriedade da igreja, que foi repassado para o nome do sacerdote. Ele teria recebido o imóvel como dívida do ministério.

"A suposta dívida que a instituição religiosa tinha para com o denunciado traduz-se, na prática, em um verdadeiro cheque em branco ao denunciado para justificar os desvios de valores pertencentes à entidade religiosa, travestidos de compensações financeiras de débitos e créditos e/ou pagamento de benefícios das mais diversas naturezas", pontua o promotor.

No oferecimento da denúncia, o MP-GO também pediu à Justiça de Goiás a autorização da quebra de sigilo bancário e fiscal de Noel Garcia dos Reis e da igreja para apurar se existem mais desvios cometidos pelo pastor em datas anteriores a das investigações. O MP alegou na denúncia que o pastor se apropriou, de maneira indevida, dos valores pertencentes à igreja.

O período solicitado pelos promotores é de maio de 2015 a março de 2023."O objetivo do presente pedido é permitir a realização de todas as diligências necessárias junto às instituições financeiras, com o consequente afastamento do sigilo bancário, e com as demais providências correlatas que se fizerem úteis, a fim de identificar os valores ilegalmente auferidos/desviados pelo investigado/denunciado em desfavor da entidade religiosa", apontou o promotor.

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Operação da PF investiga desvio de dinheiro durante a pandemia de Covid-19 em Goiânia

Investigado é um ex-secretário de Saúde de Senador Canedo por desvio de dinheiro público durante a pandemia de Covid-19

Modificado em 19/09/2024, 00:33

Operação da PF investiga desvio de dinheiro durante a pandemia de Covid-19 em Goiânia

(Diomício Gomes / O Popular)

Uma operação da Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira (6), mandados na Grande Goiânia. O investigado é um ex-secretário Municipal de Saúde de Senador Canedo, Região Metropolitana da capital, por desvio de dinheiro público durante a pandemia de Covid-19.

Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Aparecida de Goiânia, Goiânia, e Senador Canedo. O ex secretário é suspeito de desviar recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de contratações irregulares. Em acordo com uma empresa específica, ele, de acordo com a PF, teria superfaturado valores de produtos por ela fornecidos, aproveitando-se da situação de emergência da pandemia.

A empresa não atuava no ramo de fornecimento de produtos médicos e era vinculada à uma pessoa próxima ao então Secretário de Saúde. Ela foi contratada por meio de dois procedimentos de dispensa de licitação direcionados, em um valor de aproximadamente R$ 1 milhão de reais. Segundo a PF, a investigação também revelou a participação de outros servidores públicos municipais.

Como os investigados não tiveram a identidade divulgada, a reportagem não conseguiu localizar sua defesa para posicionamento.

Em nota, a Prefeitura informou que os fatos investigados são referentes à gestão anterior, encerrada em 2020. O comunicado informa ainda que a Prefeitura de Senador ainda não foi notificada sobre a ação.

Operação Teste Rápido

As investigações tiveram início com a comunicação da Procuradoria Geral do Município de Senador Canedo à Polícia Civil, envolvendo procedimentos de dispensa de licitação com indícios de fraudes, que tinham o objetivo de realizar contratações emergenciais para a aquisição de materiais e serviços destinados ao enfrentamento da pandemia.

O nome da operação faz alusão a um dos produtos superfaturados, objeto do desvio de recursos públicos, o teste rápido para o Covid-19.

O secretário e os servidores estão sendo investigados pelos crimes de Corrupção Ativa, Corrupção Passiva, Peculato e Concussão. Além disso, houve a dispensa da licitação fora das hipóteses previstas em lei, crime previsto no artigo 89 da Lei nº 8.666.

Os investigados também podem responder por organização e associação criminosa, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza.

Nota da Prefeitura de Senador Canedo

A Prefeitura de Senador Canedo informa que os fatos narrados pela Operação Teste Rápido se referem à gestão anterior, encerrada em 2020..

Informa ainda que não foi notificada sobre a Operação, mas se mantém aberta às investigações, já contribuindo com procedimentos abertos em 2021 pela Polícia Civil e pela Controladoria Geral da União.

A Prefeitura Municipal de Senador Canedo mantém seu compromisso com a transparência e o bom uso do dinheiro público, especialmente em setores essenciais, como é o caso da saúde.

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Advogado é suspeito de gastar até R$ 500 mil da mãe com viagens e até festa de casamento

Segundo a defesa da idosa, as transações foram descobertas após o homem, que era procurador da mãe, se casar e não convidar os familiares para a cerimônia

Modificado em 19/09/2024, 00:27

Delegacia do Idoso de Anápolis

Delegacia do Idoso de Anápolis (Divulgação)

Um advogado de 39 anos é investigado por fazer transações bancárias em nome da mãe, uma idosa de 70 anos, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil (PC), o prejuízo inicial é de cerca de R$ 20 mil, mas que, segundo a família pode chegar a R$ 500 mil.

Segundo o advogado da idosa, Eugênio Lourenço Dias, as transações foram descobertas após o homem, que era procurador da mãe, se casar e não convidar os familiares para a cerimônia. Dias depois, a idosa teria ido ao cartório e passado os controles dos bens para a filha mais nova, que só aceitou a função se fosse feito um levantamento dos gastos da mãe, nos últimos quatro anos.

"No início de maio a mãe descobriu que este filho teria se casado e havia comunicado a ela deste casamento. Não só ela, mas ninguém da família", contou Eugênio.

Após alguns dias, a mulher teria descoberto gastos exorbitantes no cartão da mãe. Ao cruzar os dados, ela concluiu que o irmão teria pagado os custos do casamento e lua de mel com o dinheiro da idosa. Ao procurar o banco, ela também descobriu que o homem teria feito dois empréstimos, em nome da idosa.

"Foi um susto, algo aterrorizante para a mãe e para a irmã quando perceberam que a quase um ano ele estaria desviando dinheiro da mãe (.....) Gastos com hotéis de luxo, viagens, e para a surpresa da mãe, até as despesas do casamento dele como: taxa de cartório, fotógrafo e etc foram pagos com o dinheiro da mãe", relatou Eugênio.

Eugênio também contou que, os extratos bancários constataram que o advogado, que é professor em universidades de Goiânia e Anápolis, "ostentava uma vida, na qual, não poderia bancar com os salários que recebia". Além disso, a idosa relatou que em abril deste ano, teria solicitado ao filho um dinheiro da venda de um imóvel deixado para era de herança pelo pai, mas o advogado "sempre dava desculpas para não entregar o valor pedido".

"A mãe recebeu uma casa de herança do pai dela e esse filho ficou encarregado de negociar este imóvel.... Porém, o dinheiro nunca entrou na conta da idosa", contou Eugênio.

O advogado ainda relata que a idosa tentou por diversas vezes contato com o filho para saber onde o dinheiro dela foi empregado, mas o mesmo "não deu nenhum tipo de resposta", por isso, ela procurou Eugênio para mover uma ação contra o homem.

De acordo com o delegado Manoel Vanderic, o caso foi registrado na Delegacia o Idoso em Anápolis no último dia 18. Agora, o investigador deve ouvir testemunhas "cruzando dados e analisando extratos".

O advogado foi denunciado pelo artigo 102 do Estatuto do Idoso, que se refere a "apropriar-se ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhe destinos diferentes aos de sua finalidade".

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Colégio Militar de Goiânia tem gastos de chope e até esmaltes em prestação de contas, dizem pais

Segundo as denúncias, a Associação de Pais, Mestres e Funcionários que gerencia a verba do Colégio, tem feito gastos não justificados e que não condizem com o cotidiano escolar

Modificado em 19/09/2024, 00:20

Nos documentos, há a descrição de gastos com chope, almoço de comandantes, serviços de social mídia, esmalteria, barbearia e até mesmo com serviço de policiamento

Nos documentos, há a descrição de gastos com chope, almoço de comandantes, serviços de social mídia, esmalteria, barbearia e até mesmo com serviço de policiamento (Reprodução/TV Anhanguer)

Pais de alunos do Colégio Estadual da Polícia Militar - Unidade Vasco dos Reis, em Goiânia, denunciam que a Associação de Pais, Mestres e Funcionários -- APMF, que gerencia a verba do Colégio, tem feito gastos não justificados e que não condizem com o cotidiano escolar. Entre os itens, há gastos com chope, barbearia e almoço de comandantes.

O Daqui solicitou um posicionamento da Associação de Pais, Mestres e Funcionários -- APMF, do Colégio Estadual da Polícia Militar -- Unidade Vasco dos Reis e na tarde desta sexta-feira (14) e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em nota, o Comando de Ensino da Polícia Militar, responsável pelos Colégios Militares, esclareceu que a Associação de Pais, Mestres e Funcionários -- APMF, do Colégio Estadual da Polícia Militar -- Unidade Vasco dos Reis, é "uma entidade de direito privado, gerido por uma equipe composta por integrantes da Comunidade Escolar, tendo total autonomia sobre as receitas e despesas, e não sofrendo nenhuma interferência por parte da Polícia Militar, tão pouco pelo Comando de Ensino".

Em outro trecho, o Comando de Ensino da Polícia Militar salientou que as reclamações serão encaminhadas à diretoria da APMF, para apuração e esclarecimentos dos fatos.

Despesas

Nos documentos, que não são disponibilizados para os pais dos alunos, há a descrição de gastos com chope, almoço de comandantes, serviços de social mídia, esmalteria, barbearia e até mesmo com serviço de policiamento. Há também o registro de bonificações e doações sem o detalhamento das respectivas justificativas.

Entre os registros, as despesas com almoços de comandantes somam R$ 8 mil , com barbearia R$ 1,3 mil, com chope R$ 3,2 mil, e com esmalteria R$ 214. Além disso, há doações e bonificações com valores de R$ 2 mil reais e que chegam até R$ 5 mil.

Medo

À TV Anhanguera, a mãe de um dos alunos que estudam no Colégio, afirmou que sente medo ao cobrar da APMF os documentos referentes à prestação de contas.

"Quando a gente vai cobrar uma prestação de contas limpa, transparente, no que a gente vai atrás para que haja mudanças, a gente é ameaçado, a gente é amedrontado, por se tratar de uma instituição policial", afirmou.

De acordo com ela, os pais têm medo de ir ao Comando de Ensino da Polícia Militar e denunciar as situações que têm acontecido.

Nota do Comando de Ensino da Polícia Militar na íntegra

NOTA RETORNO

O Comando de Ensino da Polícia Militar, esclarece que a Associação de Pais, Mestres e Funcionários -- APMF, do Colégio Estadual da Polícia Militar -- Unidade Vasco dos Reis, é uma entidade de direito privado, gerido por uma equipe composta por integrantes da Comunidade Escolar, tendo total autonomia sobre as receitas e despesas, não sofrendo nenhuma interferência por parte da Polícia Militar, tão pouco pelo Comando de Ensino.

De tal modo, salientamos que as reclamações vão ser encaminhadas a diretoria da APMF, para apuração e esclarecimentos dos fatos.

Assessoria de Comunicação Social do Comando de Ensino da Polícia Militar"

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Mãe de menino que morreu aguarda laudo, após hospital apontar que criança estava com Covid e dengue

Prontuário médico apontou que o menino estava com covid e dengue

Modificado em 19/09/2024, 00:13

Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu após passar mal em Planaltina de Goiás e exame que apontou que o menino tinha Covid

Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu após passar mal em Planaltina de Goiás e exame que apontou que o menino tinha Covid (Reprodução/TV Anhanguera)

A mãe do pequeno Carlos Abraão, de 6 anos, que morreu na terça-feira (7) aguarda o laudo do Instituto Médico Legal do Distrito Federal (DF) para saber a causa da morte da criança. O Hospital de Sobradinho, no DF, apontou que ele pode ter sido vítima de covid e dengue, porém na certidão de óbito da criança está que a causa será investigada. A família mora em Planaltina, cidade no Entorno do DF.

Em entrevista à TV Anhanguera , a mãe do Carlos disse que ele estava super bem no final de semana e chegou a ir para a feira com ela no domingo (5). À tarde, ele começou a se queixar de dor na perna, mas ela achou que era porque eles tinham andado bastante a pé. Então, depois de algumas horas, ele disse que estava com dor de cabeça, ela o medicou e ele começou a falar que estava com frio.

A mãe deu um banho frio na criança e decidiu levá-lo ao médico, pois ele começou a dizer que também estava com muita sede. Após a morte, a mulher recebeu do hospital a informação de que o filho tinha morrido por causa de covid e dengue, contudo, uma tia havia lhe dito que a criança contou que tinha achado um bolo no quintal de casa e que, por isso, o menino pode ter morrido por envenenamento.

"Quando fiquei sabendo dessa história, eu estava de cabeça quente, então eu achei que ele poderia ter morrido por isso. Não podemos desconsiderar nenhuma história", disse a mãe, que logo em seguida afirma acreditar que a hipótese mais correta para a morte seja devido a covid e dengue, mas que somente o laudo do IML poderá afirmar. A certidão de óbito informa que a causa da morte será "investigada".

O delegado que investiga o caso, Thiago César, trabalha com a possibilidade que a criança tenha sido envenenada pois outras crianças que viviam juntas também tiveram que ser internadas com os mesmos sintomas. A outra linha investiga se a criança sofria maus-tratos, pois a família vivia em vulnerabilidade social. Contudo, a mãe da criança diz que os meninos "sempre foram bem cuidados".