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Pela 1ª vez, EUA celebram feriado nacional que marca fim da escravidão no país

Neste ano, haverá eventos em muitas cidades do país, como manifestações, shows e feiras de comida

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 00:59

Pela 1ª vez, EUA celebram feriado nacional que marca fim da escravidão no país

(Jeenah Moon/Reuters)

Os Estados Unidos celebram neste sábado (19), pela primeira vez como feriado nacional, o Juneteenth, data que celebra o fim da escravidão no país.

Em 19 de junho de 1865, foram libertados os últimos escravos do país, em Galveston, Texas. Nesse dia, um general da União chegou naquela cidade e informou aos escravos que eles estavam livres.

Em 1863, o presidente Abraham Lincoln decretou o fim da escravidão, mas o país estava em Guerra Civil entre estados do Norte (a favor da abolição) e do Sul (contra). Assim, os estados do Sul não seguiram a ordem. O conflito, vencido pelo Norte, acabou em abril de 1865, mas demorou dois meses para que a notícia chegasse a todas as partes do país.

O Juneteenth (uma junção das palavras "junho" e "19º" em inglês), era celebrado em alguns estados, mas ganhou força no ano passado, como símbolo da luta antirracismo. No ano passado, após o assassinato de George Floyd, a celebração da data ganhou força: vários protestos foram realizados no país em 19 de junho de 2020. Floyd foi morto por um policial branco em maio de 2020, e o caso gerou uma onda global antirracismo.

Neste ano, haverá eventos em muitas cidades do país, como manifestações, shows e feiras de comida. Com o avanço da vacinação contra a Covid e o relaxamento das restrições, eventos presenciais de massa foram autorizados.

Em Nova York, foi inaugurada uma estátua de George Floyd, no bairro do Brooklin, como parte das celebrações. A cidade também teve um festival sobre a data no Queens, com duração de uma semana, com debates virtuais e uma feira com venda de churrasco, frango assado e waffles.

Em Chicago, haverá uma marcha no distrito financeiro da cidade. "Nós celebramos o Dia da Independência, então seríamos negligentes se não celebrássemos o dia em que pessoas que valiam três quintos de uma pessoa [branca] finalmente se tornaram livres e iniciaram esta jornada em direção à igualdade", disse Ashley Munson, organizador do evento.

Munson se referiu a uma regra americana do tempo da escravidão: na contagem de população, cada pessoa negra era considerada como "três quintos" de pessoa, e não como ser humano pleno. Assim, dez negros eram contabilizados como seis habitantes, e não dez, por exemplo.

Na cidade de Atlanta, que já celebrava a data há anos, uma manifestação sairá da igreja batista Ebenezer, onde o pastor Martin Luther King Jr (1929-1968), líder na luta pelos direitos civis, realizava cultos.

No estado do Colorado, haverá um evento de homenagem a Bessie Coleman, pioneira da aviação que foi a primeira mulher negra a obter autorização para pilotar, em 1921. Deneen Smith, 17, estudante negro do ensino médio, quer ser piloto e se inspira na história de Coleman. "É isso que o Juneteenth significa para mim: independência e liberdade para os afro-americanos, por causa da luta de nossos ancestrais", disse, à agência Reuters.

"'Juneteenth' simboliza tanto a longa e difícil noite da escravidão quanto a promessa de um dia melhor", disse Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, na quinta-feira, ao proclamar o novo feriado junto a sua vice-presidente, Kamala Harris, que é negra.

A cerimônia foi marcada pela emoção, fruto de uma sucessão de decisões tomadas com uma rapidez e um consenso muito raros no ambiente político de Washington, que costuma ser marcado pela morosidade e por divisões.

O processo começou na terça-feira (22), quando o senador republicano Ronald Johnson, que se opôs à criação deste feriado durante um ano por razões econômicas, suspendeu suas objeções. Pouco depois, o texto foi aprovado por unanimidade no Senado.

No dia seguinte, o projeto foi aprovado por grande maioria na Câmara dos Representantes. Logo a Casa Branca anunciou que Biden promulgaria a lei na quinta-feira.

Mas havia um problema: 19 de junho deste ano cairia em um sábado, então, segundo as regras do país, o novo feriado teria que ser transferido para a sexta-feira. Houve dúvidas se seria possível, literalmente, decretar um feriado de um dia para outro, e alguma confusão inicial.

Por fim, foi anunciado que funcionários do governo federal considerados não essenciais teriam direito a folga na sexta (18). Em todo o país, os tribunais federais fecharam, exceto para certos serviços de emergência. Algumas embaixadas norte-americanas também pausaram suas atividades, prometendo remarcar os agendamentos consulares cancelados abruptamente.

"Queridas famílias. Amanhã estaremos fechados em cumprimento ao feriado federal, o Juneteenth!", informou por e-mail uma creche em Maryland na quinta-feira, poucos minutos antes da meia-noite. "Tenham um ótimo fim de semana!"

No mercado financeiro, não houve tempo para organizar a mudança, e Wall Street funcionou normalmente. Mas espera-se que haja uma pausa nas atividades nesta data a partir do ano que vem.

O Juneteenth se tornou o 12º feriado federal dos EUA, e o primeiro a ser criado desde que o presidente Ronald Reagan decretou o Dia de Martin Luther King Jr. em 1983, para comemorar o aniversário do líder de direitos civis que foi assassinado.

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Governo de Goiás decreta ponto facultativo após feriado do Dia do Trabalhador

Órgãos e entidades que desempenham atividades consideradas essenciais à população continuarão atendendo normalmente no dia 2 de maio

Modificado em 23/04/2025, 19:17

O Dia do Trabalhador, comemorado em vários países, lembra a luta por direitos como a jornada de oito horas e melhores condições no ambiente de trabalho

O Dia do Trabalhador, comemorado em vários países, lembra a luta por direitos como a jornada de oito horas e melhores condições no ambiente de trabalho (Divulgação / Governo de Goiás)

O Governo de Goiás decretou ponto facultativo nas repartições públicas estaduais na sexta-feira, 2 de maio de 2025. A folga extra vem logo após o feriado nacional do Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, e deve emendar a semana para muitos servidores públicos.

Segundo o decreto divulgado no Diário Oficial, a medida foi adotada em razão da proximidade entre o feriado e o final de semana. O texto, assinado em 22 de abril, destaca que a medida vale apenas para órgãos da administração estadual, com exceção daqueles que prestam serviços considerados essenciais.

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Ou seja, setores como Saúde, Segurança pública, Corpo de Bombeiros, arrecadação e fiscalização seguem funcionando normalmente, conforme o planejamento de cada unidade.

O Dia do Trabalhador, comemorado em vários países, lembra a luta por direitos como a jornada de oito horas e melhores condições no ambiente de trabalho. No Brasil, a data é feriado oficial desde 1925.

E quem gosta de planejar os descansos do ano pode se animar: depois do 1º de maio, ainda há alguns feriados no calendário que podem render novas folgas. Confira a lista feita pela redação com os próximos feriados e em quais dias da semana eles caem.

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Semana Santa: veja o que abre e fecha durante o feriado prolongado no Tocantins

Atendimento em comércios, alguns serviços e órgão públicos vão sofrer alteração. Retorno das atividades será somente na terça-feira (22)

Modificado em 16/04/2025, 13:08

Comércio de Palmas

Comércio de Palmas (Djavan Barbosa)

A partir desta quinta-feira (17) começa o feriado prolongado da Semana Santa, que vai incluir a celebração da Paixão de Cristo e ainda o Dia de Tiradentes. Muitos trabalhadores, principalmente do serviço público, terão cinco dias de folga. O retorno das atividades será somente na terça-feira (22).

Veja como fica o funcionamento do comércio em geral e nas repartições públicas durante o período de descanso:

Governo

O Governo do Tocantins decretou ponto facultativo na quinta-feira (17), dando aos servidores da administração cinco dias de folga. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (11). A determinação não se aplica aos serviços essenciais, como saúde, segurança pública, fiscalização tributária e outros que não podem ser interrompidos.

Municípios

As maiores cidade do estado - Palmas, Araguaína e Gurupi - também decretaram ponto facultativo às vésperas da Sexta-Feira da Paixão.

Assim como nas repartições estaduais, o decreto não é válido para serviços essenciais, como saúde, limpeza pública e segurança.

Em Araguaína, a prefeitura informou que o transporte público coletivo operará em esquema especial, seguindo o itinerário dos sábados. Na quinta-feira e no sábado, 11 veículos vão fazer oito lingas oela manhã e sete veículos à tarde. O intervalo entre cada ônibus será de aproximadamente 30 minutos.

Na sexta-feira, será no esquema de domingo, com com sete ônibus operando em cinco linhas e um intervalo médio de 40 minutos.

O transporte público coletivo operará em um esquema especial nos dias 17, 18 e 21. Na quinta-feira, o itinerário dos ônibus seguirá a programação habitual dos sábados, com 11 veículos circulando em oito linhas durante a manhã e sete veículos à tarde, a partir das 13h30. O intervalo entre cada ônibus será de aproximadamente 30 minutos.

O Restaurante Popular de Araguaína não vai abrir na sexta-feira e na segunda-feira.

Comércio

Para o comércio em geral, a Convenção Coletiva da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio) proíbe a abertura na Sexta-feira da Paixão e no feriado de Tiradentes, comemorado na segunda-feira (21).

Bancos

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que as agências não terão expediente na sexta-feira e na segunda-feira, devido aos feriados nacionais. Por isso, as compensações bancárias não serão efetivadas nessas datas. O Pix poderá ser utilizado normalmente, funcionando 24 horas.

Quem tiver contas de consumo, como água, energia e telefone, que tenham vencimento nas datas de feriado, podem ser pagos no dia útil seguinte, que é na terça-feira (22). Mas em caso de tributos, o pagamento precisa ser antecipado para evitar multa e juros, orientou a Febraban.

Supermercados

  • Rede Big - Funcionamento normal, das 6 às 22h em todas as lojas
  • Quartetto Supermercados - Quinta-feira e sábado com funcionamento normal, das 6h30 às 22h. Sexta-feira, domingo e segunda-feira, das 7h às 19h.
  • Assaí - Segunda a Sábado, das 7h às 22h. Domingos das 8h às 18h e feriados das 7h às 22h
  • Correios

    A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou que não haverá atendimento nas agências nos feriados da Paixão de Cristo e Tiradentes. Mas na quinta-feira e no sábado, os atendimento serão feitos normalmente, inclusive com o serviço de entrega de encomendas.

    Caso a população precise de informações, pode acessar o site da instituição e conversar com a atendente Virtual dos Correios, a Carol, ou ligar nos telefones 0800 725 7282, 0800 725 0100 e 3003 0100.

    Shopping

    Confira como será o funcionamento do Shopping Capim Dourado, em Palmas.:

    Sexta-feira (18)

  • Alimentação / Lojas / Quiosques: 11h às 20h
  • Cinema: conforme programação de filmes
  • Sábado (19) - Funcionamento normal de final de semana

  • Alimentação / Lojas / Quiosques: 10h às 22h
  • Cinema: conforme programação de filmes
  • Domingo de Páscoa (20)

  • Alimentação / Lojas / Quiosques: 11h às 20h
  • Cinema: conforme programação de filmes
  • Segunda-feira (21) - Horário de funcionamento de feriado

  • Alimentação / Lojas / Quiosques: 11h às 20h
  • Cinema: conforme programação de filmes
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    Ucrânia aceita cessar-fogo; EUA dizem que bola está com Putin

    É a primeira vez, em pouco mais de três anos de conflito, que um dos lados aceita uma trégua para discutir a paz

    Modificado em 11/03/2025, 17:33

    Imagem ilustrativa da bandeira da Ucrânia

    Imagem ilustrativa da bandeira da Ucrânia (Reprodução/Pixabay)

    Após nove horas de reunião na Arábia Saudita nesta terça (11), negociadores da Ucrânia e dos Estados Unidos divulgaram um comunicado segundo o qual Kiev se compromete a aceitar um cessar-fogo na guerra com a Rússia em troca do início de negociações de paz.

    É a primeira vez, em pouco mais de três anos de conflito, que um dos lados aceita uma trégua para discutir a paz. Negociações entre Moscou e Kiev ocorreram antes, mas foram abortadas logo no começo do conflito, e houve uma frágil pausa em combates no Natal ortodoxo de 2023.

    Falando a repórteres, o pai da oferta, Donald Trump, disse estar otimista. "Acho que teremos um cessar-fogo nos próximos dias", afirmou, dizendo que deverá ligar para o presidente russo, Vladimir Putin. "São precisos dois para dançar um tango", resumiu.

    Pouco antes, seu secretário de Estado, Marco Rubio, havia adotado a mesma linha "A bola está com a Rússia. O melhor gesto de boa vontade que os russos podem ter é aceitar o acordo", afirmou ele, que liderou a delegação americana.

    "A Ucrânia expressa prontidão em aceitar a proposta americana para decretar um cessar-fogo provisório de 30 dias, que pode ser estendido por acordo mútuo entre as partes, e que está à disposição para aceitação e implementação pela Rússia", diz o comunicado conjunto do encontro.

    Segundo o texto, "os EUA irão comunicar a Rússia, e a reciprocidade russa é a chave para chegar à paz". Em um vitória para Kiev após semanas sendo bombardeada politicamente por Trump, "os EUA irão levantar imediatamente a pausa no compartilhamento de inteligência e retomar a assistência de segurança à Ucrânia".

    "A Ucrânia aceita essa proposta, nós a consideramos positiva e estamos prontos para dar esse passo. A Ucrânia está pronta para a paz", disse o presidente Volodimir Zelenski em um comunicado à parte. Até a semana passada, ele era chamado por Trump e por Rubio de alguém que não queria encerrar o conflito.

    Zelenski estava em Jeddah, onde encontrou-se com o príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, mas sua delegação foi encabeçada pelo chefe de gabinete, Andrii Iermak. Ao fim do encontro, o poderoso auxiliar publicou que as conversas "haviam sido muito produtivas".

    Os reais termos de acordo ainda não são conhecidos. Antes do encontro, Rubio havia deixado claro que Kiev não poderia contar com suas fronteiras anteriores a 2014, quando Vladimir Putin anexou a Crimeia. Hoje, o russo domina 20% do país.

    Questionado por repórteres acerca do tema das garantias de segurança de longo prazo para manter a paz, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, disse que o tema foi discutido, sem dar detalhes. Trump quer empurrar isso para a Europa, aliás ausente em Jeddah, mas na prática ninguém sabe o que fazer: uma força de paz ocidental é rejeitada hoje pelo Kremlin.

    Também nada se sabe ainda sobre o acordo de exploração de minerais estratégicos ucranianos, que havia sido negociado e depois suspenso quando Zelenski e Trump bateram boca na Casa Branca, na sexta retrasada (28). A expectativa é de que o acerto seja retomado: após o anúncio na Arábia Saudita, o americano disse que irá convidar o ucraniano a voltar a Washington.

    MOSCOU VAI SER INFORMADA DE TERMOS

    A única manifestação em Moscou foi da chancelaria, que disse de forma lacônica "que não descartamos contatos com os americanos nos próximos dias", um tom abaixo do "seremos informados pelos EUA" de mais cedo.

    Antes também, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, havia alertado a políticos do país empolgados com o alinhamento da Casa Branca à Rússia no conflito que "não colocassem óculos com lentes róseas". "É sempre bom esperar pelo pior", disse.

    Se foi presciente acerca do encontro em Jeddah, duas semanas após uma delegação de Moscou se encontrar com o mesmo Rubio e outros negociadores em Riad, a capital saudita, ainda não se sabe, mas o tom geral nesta terça parecia na superfície favorável a Zelenski.

    O próprio Rubio buscou tirar a impressão de vaivém do chefe, que vem sendo criticado mesmo nos EUA por sua proximidade com a visão de Putin do conflito. "Isso é coisa séria. Não é 'Meninas Malvadas', não é algum episódio de alguma série de TV. isso é bem sério", afirmou, citando uma comédia adolescente de costumes.

    Particularmente ruim para Moscou é a volta da assistência, embora seus termos também não tenham sido divulgados, logo depois de Kiev tentar mostrar força com o maior ataque de Kiev na guerra.

    KIEV FEZ MAIOR ATAQUE HORAS ANTES DA REUNIÃO

    Ele ocorreu poucas horas antes do encontro, com o envio de 343 drones contra diversas regiões russas. O foco em Moscou deixou três mortos perto da capital, a segunda ocorrência do tipo até aqui.

    O duro ataque visava passar uma mensagem de força em um momento de pressão militar e política extrema sobre a Ucrânia, com Kiev talvez acreditando que Trump só entenda a linguagem da força.

    O momento é péssimo em campo para a Ucrânia, não só pelas perdas territoriais no leste para os russos, mas pelo avanço de Moscou na retomada da região de Kursk, invadida por Zelenski para servir de ficha de barganha em negociações. Nesta terça, a Rússia anunciou ter reconquistado 100 km2, deixando Kiev com menos de um quarto do que havia dominado em agosto passado.

    Quando foi à Casa Branca, na sexta retrasada, Zelenski falou grosso sobre o alinhamento de Trump com Putin acerca dos motivos da guerra e, em troca, recebeu uma descompostura pública inédita para um presidente.

    A crise já vinha cozinhando desde o dia 12 de fevereiro, quando o americano ligou para o russo e começou um processo de negociação bilateral sem Kiev ou a Europa. Houve vaivéns e Rubio chegou com palavras relativamente suaves à Arábia Saudita, que havia sido palco do primeiro encontro com os russos, há duas semanas.

    Mas ele repetiu o que Trump vinha dizendo, por sua vez repetindo Putin: era preciso saber se Zelenski quer a paz. O ucraniano mostra que está disposto a lutar, mesmo que só com o apoio dos europeus, para não receber um prato feito pelos russos e americanos.

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    Trump assina decreto preparando demissões em massa do governo dos EUA

    Elon Musk e sua equipe avaliarão a folha de pagamento e decidirão que cortes serão feitos

    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Reprodução/Instagram)

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta terça-feira (11) ordenando que as agências do governo federal americano preparem um plano de demissões em massa a ser liderado pelo bilionário Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês).

    O texto diz que todos os órgãos federais devem se colocar à disposição de Musk e sua equipe, que avaliarão a folha de pagamento e decidirão que cortes serão feitos. Além das demissões, o decreto prevê novas contratações para cargos-chave -parte da iniciativa de Trump, discutida ainda na campanha eleitoral, de garantir que apenas pessoas leais a ele ocupem as posições mais importantes da burocracia americana.

    O decreto, entretanto, estabelece que, para cada quatro servidores federais demitidos, as agências poderão contratar somente um novo trabalhador. A regra não vale para órgãos que lidem com segurança pública ou imigração, e as Forças Armadas não estão inclusas no plano de demissões.

    O texto assinado por Trump diz ainda que todas as novas contratações devem ser feitas "em consulta com o chefe da equipe do Doge", Elon Musk, que decidirá ainda quais vagas devem ser permanentemente fechadas.

    O Doge, que não é um departamento propriamente dito, foi criado por Trump para que Musk pudesse diminuir o tamanho do aparato estatal americano. Na prática, o bilionário vem usando seu poder para pressionar servidores federais a se demitir e fechar agências e programas que ele julga "de esquerda" ou desperdício de dinheiro -como a Usaid, de ajuda externa, hoje num limbo jurídico.

    Em entrevista coletiva no Salão Oval da Casa Branca ao lado de Trump, Musk disse que os EUA irão à falência sem os cortes de gastos no governo federal propostos por ele. Foi a primeira vez que o bilionário conversou diretamente com a imprensa desde que se mudou para Washington para assumir o Doge.

    O empresário disse que suas ações à frente da iniciativa buscam eliminar corrupção e fraude na burocracia, sem citar exemplos ou apresentar provas desses crimes. Segundo ele, seu objetivo principal é "restaurar a democracia". "Se a burocracia é quem manda, qual o sentido de falarmos em democracia?", perguntou.

    Questionado por jornalistas, Musk descartou a ideia de que ele opera em uma zona jurídica cinzenta sem fiscalização, uma vez que não ocupa um cargo formal em uma agência estabelecida do governo americano. Segundo uma porta-voz da Casa Branca, o bilionário é um "trabalhador especial do governo".

    Essa zona cinzenta é a lenha na fogueira dos processos judiciais em curso contra Musk e suas ações de cortes de gastos nos tribunais americanos. No sábado (8), um juiz proibiu que o bilionário e sua equipe do Doge tenham acesso ao sistema de pagamentos do Tesouro -uma decisão que Musk, Trump e o vice-presidente, J. D. Vance, criticaram fortemente nos últimos dias.

    "A burocracia, que não é eleita, é o quatro Poder, e tem na verdade mais poder do que qualquer representante eleito", disse Musk nesta terça na Casa Branca -ele próprio uma das pessoas não eleitas mais poderosas do governo americano. "Ela não corresponde à vontade do povo."