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Suspensão de produção de radiofármacos afeta pacientes de câncer

Após ataque cibernético, produção e fornecimento de radiofármacos foram interrompidos temporariamente. Ao menos 800 pessoas em Goiás foram prejudicadas

Gama-câmara, para cintilografia, fica sem uso por falta de insumos

Gama-câmara, para cintilografia, fica sem uso por falta de insumos (Ana Beatriz Teixeira)

A suspensão na produção de radiofármacos acarretada por uma tentativa de ataque cibernético ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), autarquia gerida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), tem impactado ao menos 800 pacientes em tratamento de câncer ou em espera para realização de exames diagnósticos ou de acompanhamento em Goiás. Com a fabricação interrompida no fim de março e a previsão de retomada somente para o fim da próxima semana, o sofrimento tem sido frequente para parte dos afetados.

As tentativas de ataque à rede do instituto ocorreram na sexta-feira (28) e foram divulgadas pela Cnen dois dias depois, quando foi informada a suspensão temporária na produção e no fornecimento dos radiofármacos. Na ocasião, foi informado que "a segurança física, radiológica e nuclear não foram afetadas", mas, para preservar o sistema, "foi necessário desconectar a rede do instituto do ambiente externo". Dentre os radiofármacos que tiveram a fabricação e distribuição afetadas estão aqueles chamados de meia-vida superior a duas horas, tais como o iodo-131, lutécio-177, tálio-201, Guan-IPEN-131, gerador de tecnécio-99m e citrato de gálio-67.

Esses radiofármacos, que têm a produção e distribuição sob monopólio do governo federal, são utilizados para tratamento do câncer de tireoide (iodo-131), de tumores neuroendócrinos no pâncreas e trato gastrointestinal (lutécio-177), em exames chamados de cintilografias miocárdicas para avaliar fluxo sanguíneo do coração (tálio-201), na localização de tumores neuroendócrinos (guan-IPEN-131), em exames de imagem para condições diversas (gerador de tecnécio-99m), e em cintilografias para detectar inflamações, infecções e determinados tipos de câncer, tais com os linfomas (citrato de gálio-67).

Vice-presidente da Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (Anaemn), Ana Beatriz Teixeira cita a estimativa de 800 pacientes impactados em Goiás, além de 38 mil em todo o Brasil. "E são pacientes, na sua maioria, que tem diagnóstico ou suspeita de doenças cardiovasculares ou de câncer. Alguns pacientes, como os que seriam submetidos a radioiodoterapia, têm de fazer um preparo que dura várias semanas. Imagine como é difícil, de última hora, termos de cancelar esses atendimentos. E não há nada a fazer, não existe substituto possível para esses insumos. Cada exame cancelado, cada agenda suspensa, representa angústia para quem espera por um diagnóstico ou um tratamento", comenta.

No caso da cintilografia, a exemplo, um exame que está suspenso pela falta dos radiofármacos, a indicação é para pacientes que aguardam diagnóstico ou em que estão em tratamento para uma série de enfermidades, tais como doença arterial coronariana (infarto e angina), câncer disseminado para os ossos, embolia pulmonar, problemas renais e tireoidianos (nódulos, câncer, hiper e hipotireoidismo e tireoidite, além de problemas gastroesofágicos, infecção nos órgãos e doenças metabólicas que afetam o esqueleto. "Além dos exames, também fazemos tratamento com materiais radioativos, incluindo vários tipos de câncer, como o de tireoide, próstata e neuroendócrinos e outras condições, como o hipertireoidismo. Boa parte dos procedimentos está impossibilitada nesse momento", pondera Ana Beatriz.

Impacto

Em tratamento para um câncer de tireoide diagnosticado há cerca de quatro meses, Maria Santana de Souza, de 74 anos, é uma das pacientes afetadas em Goiás. Moradora de Porangatu, veio à capital goiana para iniciar a iodoterapia, mas foi surpreendida na quarta-feira (2) com a notícia de que o procedimento estava suspenso pela falta de insumo. Ela conta que a restrição alimentar imposta, além da retirada do medicamento Puran T4, utilizado para suprir deficiência do hormônio no organismo, tem causado fraqueza e acentuado o refluxo gastroesofágico. Por conta disso, também não tem conseguido seguir com uma boa alimentação, ocasionando ainda hipoglicemia.

"Estou aqui, não sei se morro ou se consigo continuar a vida. Só sei que a parada está me causando muito mal. Não tenho mais condição de ficar sem (o medicamento), mas também não posso usar porque tenho que fazer a iodoterapia. Está me deixando mal, enfraquecida, não estou conseguindo. Não consigo sequer sair do quarto para ir à cozinha sozinha, estou totalmente dependente. Só espero que resolvam, não só para mim, mas para todos os que precisam. Sempre trabalhei com muito esforço e não gostaria de passar por isso bem no fim da vida", lamenta a idosa.

Responsável pelo tratamento de cerca de 75 mil pacientes por ano, a maior parte oriunda do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Câncer Araújo Jorge disse, em nota, que a suspensão na produção e distribuição de radiofármacos "poderá impactar alguns atendimentos realizados na unidade, especialmente no que diz respeito a exames específicos voltados ao diagnóstico de tumores e ao tratamento de câncer de tireoide". Contudo, acrescenta, ainda não foi estimado "com precisão o alcance desse impacto" e a situação segue sendo monitorada.

Também em nota, a Cnen diz que a estimativa é de retomada na produção dos insumos na próxima semana, sendo que o impacto alcança de 5 a 7 mil pacientes por dia, em todo o País. No final da tarde desta sexta-feira (4), o órgão público federal divulgou uma nota dizendo que "até o momento, a maior parte das ações previstas no plano de religamento foi concluída com sucesso". "O término das etapas seguintes está previsto para o dia 7 de abril, na próxima segunda-feira. A partir dessa data, a estimativa é que a produção de radiofármacos e radioisótopos seja retomada na quinta-feira (10)", complementa.

Ainda não foi informado o motivo da tentativa de ataque cibernético. "Entendemos que os diagnósticos já realizados e em curso pela Cnen, somados às investigações que deverão ser realizadas pelos órgãos competentes, permitirão apurar essa questão com a devida responsabilidade. No entanto, diante do diagnóstico já elaborado, que segue sob restrição, pode-se inferir que o ataque foi altamente sofisticado, organizado e utilizou diversas técnicas avançadas para ultrapassar as defesas de segurança estabelecidas. O evento não se trata de um incidente trivial e, por isso, está recebendo grau máximo de prioridade em sua tratativa", disse o órgão, em nota feita na terça-feira (1º).

O presidente da Cnen, Francisco Rondinelli Júnior, explicou, em entrevista ao UOL, que o prejuízo estimado é de R$ 3 milhões, já que os insumos base da produção desses radiofármacos são importados. Ele menciona que a produção dos medicamentos é semanal, haja vista que possuem baixa durabilidade devido ao "decaimento radioativo".

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Famosos

Branco Mello, dos Titãs, vai passar por cirurgia para tratar novo tumor nas amígdalas

Modificado em 17/09/2024, 16:29

Branco Mello, dos Titãs, vai passar por cirurgia para tratar novo tumor nas amígdalas

(Divulgação)

Mello, a voz da banda Titãs, de 62 anos, vai passar passar por uma nova cirurgia para a retirada de um pequeno tumor nas amígdalas. De acordo com a comunicação da banda, o tumor está em estágio inicial e foi detectado em um exame de rotina. Mello ficará um período afastado dos shows e retornará quando completar sua recuperação, enquanto o resto da banda vai continuar com a agenda de shows programada. Caio Góes vai assumir o baixo até a sua volta.

Branco Mello foi submetido a uma cirurgia para remoção de um tumor na borda da língua, também pequeno e inicial, em outubro de 2023. Ele havia recebido um diagnóstico de câncer na laringe e passado por tratamento cinco anos antes. Depois, em 2021, a doença foi novamente identificada e novos procedimentos foram realizados.

No ano passado, os Titãs iniciaram sua turnê de reencontro por São Paulo com a formação clássica, junta pela primeira vez em 30 anos, desde a saída de Arnaldo Antunes. A reunião contou com sete dos oito integrantes da fase áurea dos Titãs, com exceção de Marcelo Fromer, morto em 2001. Nos shows após sua última cirurgia, Mello apareceu com uma voz mudada, mais rouca.

Ao lançar um novo disco de regravações em junho, o cantor comentou sobre sua nova voz. "Minha voz é forte. Ela é real. É a minha vida. Traz tudo que vivi desde que nasci, a minha história. Não sei até quando eu vou ter uma voz, mas me apego a essa que sobrou, porque gosto dela."

Em julho deste ano, Branco Mello gravou uma versão da música "É Preciso Saber Viver", dos Titãs, com o Coral Sua Voz, composto por pacientes que perderam a voz em função de câncer de laringe ou boca. O vídeo foi publicado no canal do YouTube do hospital A.C. Camargo Cancer Center.

Geral

Pacientes de Goiânia buscam cidades vizinhas

Cenário estaria ligado à sobrecarga, por elevação dos casos de dengue e síndromes respiratórias, além da proximidade das unidades da capital. Municípios adotam estratégias, como a ampliação de médicos

Modificado em 17/09/2024, 16:03

A UPA Geraldo Magela, no Setor Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia, recebe pacientes da capital

A UPA Geraldo Magela, no Setor Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia, recebe pacientes da capital (Wildes Barbosa)

++GABRIELLA BRAGA++

As unidades de saúde de urgência e emergência nos municípios de Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade, localizados na Região Metropolitana de Goiânia, têm sentido aumento na demanda por moradores da capital. O cenário estaria ligado à alta incidência de casos de dengue e síndromes respiratórias, além da proximidade das unidades, situadas nas divisas entre as cidades, aos pacientes.

Goiás vive desde o início deste ano uma epidemia de dengue. Já foram mais de 300 mil casos notificados da doença, em um acréscimo de 313% em relação ao ano passado. Ao menos 184 óbitos foram confirmados neste ano, e outros 162 seguem em suspeita. Ao mesmo tempo, como observado em todos os anos nesta época, há aumento de casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG).

A situação tem gerado uma sobrecarga nas urgência e emergência das redes municipais da capital e cidades limítrofes. Para atender todos os pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) e prontos-socorros destas localidades, as gestões municipais têm adotado estratégias, como a ampliação do quadro de profissionais médicos atuando em cada plantão.

Em uma das cinco unidades de urgência e emergência de Aparecida de Goiânia, na UPA Geraldo Magela, localizada no Parque Flamboyant, moradores da capital buscam atendimento pela rapidez e facilidade. Residentes no Parque Atheneu, o casal Jaquelene Teixeira, de 30 anos, e Rubens Souza, de 46, contam ter buscado a UPA da Chácara do Governador na última semana para a filha de oito meses, com sintomas gripais. Mas diante da demora, preferiram buscar a cidade vizinha.

É o que faz também a dona de casa Patrícia de Oliveira, de 37 anos. Moradora do setor São Judas Tadeu, esteve na UPA de Aparecida na tarde desta terça-feira (15) buscando atendimento para a mãe, Delvita de Oliveira, de 61, com dores na coluna, e para a filha de oito anos, diagnosticada com uma virose. Mas mesmo residindo mais longe do município da Região Metropolitana, opta pela unidade pelo "atendimento bom e rápido."

Superintendente de Atenção à Saúde de Aparecida, Gustavo Assunção pontua que houve acréscimo na busca pelas unidades diante da alta dos casos de doenças. "Temos observado esse aumento em algumas unidades em regiões limítrofes, de fácil acesso. E urgência e emergência não tem barreira. Então, tem unidades que, pontualmente, quando a gente vai para fazer aferição de dados, chegam a 40% ou 50% de atendimento para moradores não apenas de Goiânia, mas de toda a Região Metropolitana", diz.

Por conta deste cenário, Assunção aponta que o município tem adotado estratégias como reforço de médicos e profissionais da saúde nas unidades, em prestações de serviços laboratoriais, e na priorização dos casos graves. "O que acontece é que o paciente faz o fluxo dele. Ele busca onde tem atendimento, onde tem facilidade, e também fazem muito boca a boca", aponta, exemplificando o caso do Cais Nova Era, situado nas proximidades do Terminal Cruzeiro, o que viabiliza a ida de muitos.

O "boca a boca" relatado pelo superintendente de Aparecida é observado em outras localidades. A exemplo, o técnico de instalação Manoel Matheus Soares, de 26 anos, levou a costureira Gerciany Viana, 21, ao Pronto-Socorro (PS) Vila São João, em Senador Canedo, por já conhecer o local. Mas, morando na região Noroeste de Goiânia, só tomou conhecimento da unidade após a indicação de uma amiga que mora nas proximidades. Pouco mais de três semanas depois de ter sido atendido ali, voltou para a companheira receber atendimento médico.

Entretanto, essa busca por atendimento por moradores da capital gerou um alerta para a gestão de Senador Canedo. Secretária de Saúde local, Verônica Savatin aponta que cerca de 42% dos pacientes atendidos nas unidades localizadas próximas à divisa entre as cidades --- o PS da Vila São João e do Parque Alvorada --- são da capital. "Já tinha um aumento neste período por conta da dengue, então tivemos que aumentar ainda mais por conta desse número de paciente de Goiânia que a gente não estava contando para atender", explica, ao citar a necessidade da compra de mais insumos e contratação de mais médicos e profissionais da saúde.

Procura aumentou

A situação já é observada desde janeiro, mas intensificado em abril. "Foi o pior mês, fora do comum. Tivemos superlotação de não ter nem cadeira de hidratação disponível para os pacientes. O tempo de espera que era de até duas horas foi para quatro horas", diz. "Os pacientes verbalizam que procuram as unidades de Goiânia e não estão encontrando profissional para o atendimento que precisam. E às vezes precisam se deslocar para outra unidade muito longe da residência, então acabam procurando aqui no município que é mais próximo da sua residência", acrescenta.

A medida de incluir mais médicos nas escalas de plantão na única UPA de Trindade, no Setor Soares, também foi tomada pelo secretário de Saúde do município, Gustavo Queiroz. Ele conta que, além disso, também está encaminhando os pacientes que residem na cidade e que constam como ficha azul e verde, ou seja, com quadros leves, para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). O intuito é desafogar a unidade de urgência e emergência para os casos de maior gravidade, visto que houve aumento significativo na demanda. "A média era de 350 atendimentos por dia. Hoje, estamos atendendo até 500 pacientes, e desses atendimentos, cerca de 43% é de fora, e a maioria de Goiânia". comenta.

Conforme Queiroz, o cenário está relacionado à proximidade de muitos setores da capital aos limites de Trindade, a exemplo dos setores Jardins do Cerrado, do 1 ao 7, e Vera Cruz. "E muitos falam 'ah, é porta aberta, então tem que atender todo mundo que procurar'. Sim, mas se cada município tivesse uma estrutura adequada não tinha esse problema, a pessoa já ia na própria cidade", acrescenta, ao relatar ainda que, hoje, o tempo de espera tem sido de até quatro horas para os casos mais leves diante da lotação da unidade.

Capital diz ter aumentado atendimentos

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia aponta que em abril o total de atendimentos nas unidades de urgência e emergência da capital aumentou em 35%, em comparação com o mês de março. Conforme a superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da pasta, Cynara Mathias, o número passou de cerca de 100 mil mensais para 135 mil. A gestora também aponta que a busca por atendimento nos municípios limítrofes não é uma realidade nova, diante da proximidade destes usuários às unidades nas cidades vizinhas, mas destaca que a situação inversa também ocorre, como a ida de residentes de outras cidades à capital. No entanto, destaca, a situação atual está relacionada à alta nos casos de dengue e doenças respiratórias.

"Hoje a gente não tem déficit em plantão em nenhuma unidade em Goiânia. O que tem acontecido? Assim como no Brasil inteiro, isso não é realidade específica de Goiânia, estamos tendo um aumento da demanda porque estamos num momento de sazonalidade do vírus Influenza (gripe), e principalmente na pediatria. E nós mais que triplicamos o número de atendimentos em pediatria na capital. Eram 5 mil antes e, só neste mês de abril, foram atendidas mais de 15 mil. Então esse é um aumento generalizado, isso não significa que a rede de Goiânia esteja aquém de qualquer outra", diz.

Cynara destaca ainda que para a rede municipal atender toda a demanda foram alocados mais profissionais de saúde nas unidades, além da abertura de demanda espontânea para casos leves --- ficha azul e verde --- nas unidades básicas de saúde (UBSs). Dessa forma, pacientes com sintomas leves podem procurar a atenção básica para serem atendidos, ao invés de buscar as unidades de pronto-socorro.

"Nunca tivemos tantos médicos nas nossas unidades de urgência e emergência como temos agora. Tinha tempo de espera de três horas, e hoje a gente está com tempo de espera de até duas horas porque colocamos mais médicos para diminuir esse tempo", acrescenta, ao ponderar ainda que a pasta monitora a demanda nas unidades para verificar horários e dias com maior procura e fazer as readequações necessárias. A superintendente considera ainda que é preciso avançar na cobertura vacinal da Influenza e da dengue na capital.

Geral

Em caso de dengue, pacientes oncológicos precisam de precauções específicas

O perigo torna-se mais evidente, sobretudo, quando a dengue assume sua forma mais severa, a hemorrágica

Modificado em 17/09/2024, 15:59

Em caso de dengue, pacientes oncológicos precisam de precauções específicas

(Freepik)

Goiás ocupa a quinta posição entre os estados brasileiros com maior incidência de casos de dengue. Informações divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) indicam que, nas primeiras cinco semanas de 2024, Goiás contabilizou 22.275 casos de dengue, resultando em duas mortes.

Esse dado revela um aumento significativo de 58% em comparação ao mesmo período de 2023. Diante desse cenário alarmante, o governo goiano declarou estado de emergência em saúde pública. A decisão foi tomada após o estado manter, por quatro semanas consecutivas, uma taxa de incidência de casos suspeitos de dengue superior ao limite estabelecido no Plano de Contingência Estadual para Arboviroses.

"O aumento do número de casos de dengue vem causando grande preocupação na comunidade médica", afirma o oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG, Gabriel Felipe Santiago. De acordo com ele, no caso de pacientes oncológicos diagnosticados com dengue, é crucial adotar precauções específicas.

"Durante o período de infecção por dengue, é desaconselhável submeter o paciente a tratamentos quimioterápicos, radioterapias ou terapias alvo, os quais diminuem a imunidade do paciente", alerta.

Quanto à vacinação contra a dengue, Gabriel Santiago indica que somente indivíduos que já contraíram a doença e não estão passando por tratamentos oncológicos imunossupressores, como quimioterapia, radioterapia e terapia alvo, são elegíveis para receber a vacina.

A preocupação com a incidência da dengue em pacientes diagnosticados com câncer é um tema que requer a atenção de todos, especialmente quando se trata de tumores hematológicos, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo, além do fígado.

Para o médico, é essencial adotar medidas gerais de prevenção. "A dengue pode desencadear complicações graves, incluindo lesão hepática e redução na contagem de plaquetas, o que, em pacientes submetidos à quimioterapia, pode resultar em quadros de sangramento significativos. Portanto, é vital monitorar de perto essas questões para garantir a segurança do paciente", assegura.

O perigo torna-se mais evidente, sobretudo, quando a dengue assume sua forma mais severa, a hemorrágica. Isso se deve ao fato de que essa forma da doença provoca uma redução significativa das plaquetas, comprometendo a capacidade de coagulação sanguínea, resultando em múltiplos sangramentos e elevando o risco de morte.

Por mais que seja óbvio, é sempre bom reforçar que a população precisa evitar água parada nos vasos de planta, pneus, no quintal e na piscina. E para os pacientes que vivem em zonas de risco, é indicado o uso de repelentes. Gabriel Santiago destaca que há repelentes comprovadamente eficazes contra o mosquito, contendo pelo menos 20% de icaridina.

É importante ressaltar que o Aedes aegypti geralmente está mais ativo no final da tarde, um período em que os pacientes oncológicos devem lembrar de aplicar o repelente. Recomenda-se o uso de repelentes à base de icaridina devido à sua eficácia e proteção comprovadas. No entanto, caso haja intolerância ao produto, também é possível aplicar na pele repelentes à base de DEET, IR3535 e óleo de citronela.

Geral

Pacientes podem consultar estoque de remédios em centrais de medicamentos de Goiás

Serviço on-line permite que o usuário verifique os medicamentos disponíveis sem precisar sair de casa

Modificado em 19/09/2024, 01:13

De acordo com a SES-GO, o acesso é intuitivo, ou seja, leva o usuário a encontrar facilmente as informações que procura.

De acordo com a SES-GO, o acesso é intuitivo, ou seja, leva o usuário a encontrar facilmente as informações que procura. (Wesley Costa)

Os pacientes que pegam medicamentos na Central Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB) podem consultar o estoque de remédios no Portal Expresso em Goiás. O serviço on-line permite que o usuário verifique os medicamentos disponíveis de forma totalizada ou por unidade, pelo nome, volume e gramatura sem precisar sair de casa.

"É para dar autonomia ao paciente e ele não ter que se deslocar. Ele só vai até a unidade para retirar ou fazer a aplicação do medicamento", explicou diretor geral do Cemac JB, Roney Pereira Pinto, em entrevista à TV Anhanguera.

As informações disponíveis no Portal Expresso incluem os estoques das farmácias da Cemac JB nos seguintes locais:

Goiânia;
Regional Pireneus, em Anápolis;
Policlínicas Estaduais de Posse, Formosa, Quirinópolis, Goianésia, São Luís de Montes Belos e cidade de Goiás.

Como acessar
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o acesso é intuitivo, ou seja, leva o usuário a encontrar facilmente as informações que procura. Confira o passo a passo abaixo:

Ao entrar no Portal Expresso, o primeiro passo é procurar o serviço 'Estoque de medicamentos';
Em seguida, selecionar 'Consultar estoque de medicamentos de alto custo';
Por fim, clicar no botão 'Acessar'.

Usuário não cadastrado
Caso o usuário não esteja cadastrado na Cemac JB ou em uma das unidades do interior que também fazem a distribuição do medicamento de alto custo, o Portal Expresso oferece o link 'Solicitar abertura de processo ou alteração e/ou inclusão de medicamentos de alto custo'. E, ainda, 'Solicitar renovação de processo para Medicamentos de Alto Custo'.

As informações também estão disponíveis na seção da Cemac JB no portal da SES-GO .