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Donas pedem ajuda para encontrar cadelinha perdida de idosa adoentada em Goiânia

Pititica, de cerca de 5 meses, foi um presente dos familiares para a senhora que passou por uma cirurgia há pouco tempo

Modificado em 25/09/2024, 00:21

Donas pedem ajuda para encontrar cadelinha perdida de idosa adoentada em Goiânia

Os donos da cadelinha Pititica, uma vira-lata de aproximadamente cinco meses, pedem ajuda para encontrar o animalzinho de estimação que desapareceu no Centro de Goiânia. Pititca foi um presente para a dona Luzia após ela passar por uma cirurgia.

A senhora, que ainda está adoentada, tinha como companhia a cadelinha e agora, segundo as informações dos familiares, está sofrendo bastante. A cachorrinha ajudava Luzia, inclusive, em sessões de fisioterapia.

Pititica foi vista pela última vez na calçada da casa de Luzia, no Centro de Goiânia. Os familiares pedem para aqueles que tiverem notícias sobre a cadelinha para ligar para o número: 9.8479-4247 e falar com Leandra.

Geral

A 10ª chance para o Centro de Goiânia.

Região Central receberá nova proposta, da atual gestão municipal, ainda neste ano, sendo a décima desde 2001, sem ter finalizado nenhuma das anteriores

Modificado em 03/03/2025, 09:20

Centro de Goiânia (na foto, cruzamento da Goiás com a Anhanguera) ainda sem previsão para ver possível projeto da prefeitura em prática

Centro de Goiânia (na foto, cruzamento da Goiás com a Anhanguera) ainda sem previsão para ver possível projeto da prefeitura em prática (Diomício Gomes / O Popular)

Desde o começo dos anos 2000, uma nova gestão no Paço Municipal se inicia com uma proposta para reformulação e revitalização da região Central de Goiânia e nenhuma delas conseguiu reurbanizar a localidade e nem sequer finalizar o projeto definido. Neste tempo, foram seis gestões diferentes a frente da Prefeitura e a décima proposta deve ser feita neste ano, pela administração de Sandro Mabel (UB), que já retirou de tramitação o projeto Centraliza, que foi a proposta do antecessor, Rogério Cruz (SD), da Câmara Municipal, e prometeu reformular as ideias lá contidas. A gestão promete dar mais ênfase às novas propostas a partir deste mês de março, com estudos sobre como implantar as ideias do prefeito.

Ainda na campanha eleitoral, Mabel informou sobre o interesse em modificar o Centraliza, o que fez até mesmo que a tramitação da proposta na Câmara Municipal ficasse parada. O projeto de lei foi restituído pelo Paço em fevereiro para ser reformulado. Na última semana, o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, afirmou em entrevista ao Programa Jackson Abrão, do POPULAR, que a principal obra que a nova gestão pretende fazer é "a remodelação de todo o Centro da cidade". Oliveira informou ao POPULAR que a ideia é implantar uma parceria público-privada (PPP) para a "remodelação e renovação do centro".

"O centro está um tanto quanto abandonado, sem atividade econômica, o que é preponderante, e nós queremos reviver o centro da cidade"

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A principal questão é como ter posse do edifício, que possui débitos fiscais com o município, a partir de uma negociação ou por penhora judicial. Na última semana, Mabel disse à TV Anhanguera que já determinou a adjudicação do imóvel, ou seja, a transferência do mesmo para o credor, no caso a Prefeitura. Porém, a proposta do atual prefeito para a ocupação é diferente do que se tem no Centraliza. No projeto da gestão passada, o imóvel seria ocupado pela secretaria municipal de esportes e por um projeto de parceria privada de gastronomia e comércios. Já Mabel pretende instalar um espaço para jogos on-line no local, além de lugares de cultura e lazer, também a partir de uma PPP.

A atual gestão tem o interesse de iniciar o processo da região Central pelo Jóquei e seguir pela Rua 3 e Avenida Goiás, em que se pretende revitalizar e incentivar a reforma das fachadas e do paisagismo da via. Em seguida, há a proposta de uma reforma no uso da Rua 8 (Rua do Lazer), com o incentivo para a instalação de restaurantes no local. Neste caso, a inspiração de Mabel é de vias da Europa, com a ideia de ter na via de pedestres do Centro uma série de cantinas italianas, com músicos tocando nas calçadas e um espaço aberto para exposições ao ar livre no período de seca. Há também um interesse de reformular a região da Rua 44 e Praça do Trabalhador, com a ideia de ocupar esta parte da região central de Goiânia também durante o período noturno.

O projeto da nova gestão passa por uma integração do Setor Central com o turismo da cidade, de modo a juntar o bairro com a região da 44 e até mesmo da Avenida Bernardo Sayão, em que poderia ser elaborado um city tour de compras nos locais em conjunto com os congressos realizados na cidade, fazendo com que os turistas de negócios conhecessem o Centro de Goiânia. Já o Centraliza, por exemplo, não incluía a região da Rua 44 nos seus projetos, mas sim a Estação Ferroviária, o Grande Hotel e o Bosque dos Buritis. No caso, foi feito um projeto de reformulação do Bosque pelo escritório de paisagismo carioca, Burle Marx.

A gestão de Rogério Cruz tinha o interesse de fazer do Bosque dos Buritis o grande ponto de encontro para o Setor Central da capital, com a inspiração no Central Park, de Nova Iorque (EUA). Havia uma proposta de fazer um espetáculo com água no lago principal da unidade de conservação, que seria um show para os visitantes e moradores locais. A gestão atual afirma que vai revisar todos os projetos contidos no Centraliza, mas não se fala mais sobre uma revitalização do Bosque dos Buritis. Também não é citado pela nova gestão a proposta de pedestrianização de parte da Avenida Anhanguera, que retiraria veículos particulares do trecho entre as avenidas Tocantins e Araguaia, ficando apenas para pedestres e transporte coletivo.

Incentivos

Outra mudança que deve ocorrer é com relação aos incentivos fiscais propostos no projeto que estava na Câmara. Há uma expectativa de que se tenha um incentivo para imóveis voltados a estudantes universitários, com a ideia de que eles possam povoar o Setor Central, pela facilidade de locomoção a partir do bairro e proximidade com a Praça Universitária, mas é algo ainda não definido. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (ACIC), Antônio Ferreira, o projeto Centraliza era uma boa proposta para o setor, de modo que se fossem colocados em prática os incentivos lá contidos, já seria bom para a classe empresarial do local. "Mas novos e mais incentivos sempre serão bem-vindos", confirma o presidente.

O empresário ressalta acreditar que pelo prefeito ser empresário de profissão, além do cargo público, ele espera que se tenha maior entendimento sobre a situação dos lojistas no Setor Central. "Inúmeros restaurantes fecharam a porta aqui no Centro, o que mostra a situação do comércio na região. Se fecha restaurante é porque não tem público para vir mesmo", conta Ferreira, que lembra que o trecho central da Anhanguera foi o que mais teve lojas fechadas em Goiânia em 2021, ao citar pesquisa feita pelo sindicato dos lojistas. "Aqui não tem lixeiras, não tem bancos, mas tem ambulantes e pessoas em situação de rua, que não tem lugar para fazer suas necessidades e fazem nas portas das lojas."

"Falta olhar para o Centro como bairro"

A arquiteta e urbanista e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Maria Ester de Souza, explica que historicamente e sociologicamente, os centros das cidades são usados por governantes para deixar marcas, o que justifica a quantidade de projetos e propostas para reurbanização da região central de Goiânia nos últimos anos. "É um lugar do carimbo do prefeito e, ao mesmo tempo, o projeto do outro não me serve, mesmo que ele tenha sido feito por técnicos. Então, vai sempre remodelar, sempre querer colocar o seu jeito ou a sua cara", diz. Porém, para ela, a justificativa para que nenhum projeto anterior se finalizasse é a falta de perceber que o Setor Central é um bairro, que deve ter sua característica preservada.

"Todas as propostas que fizeram e fazem é uma maquiagem, uma coisa surpreendente, mas não olha para as pessoas. É sempre um 'cara limpa', 'fachada limpa', 'retrofit', 'revitalização', mas nunca é sobre os moradores do Centro"

O resultado são propostas que não caminham e um problema que se intensifica na região, cuja justificativa para uma nova proposta é sempre se tratar de um local que perde habitantes, comércios e se degrada ao longo do tempo. "Mas não se faz uma base em um indicador preciso, uma pesquisa de fato sobre quem mora lá. A gestão passada tentou com o fechamento das ruas para lazer, mas não tinha crianças lá para usar, não tinha público."

Para a urbanista, projetos de revitalização de prédios específicos também não são suficientes para mudar a realidade do Setor Central, como são as propostas para a sede do Jóquei Clube ou Bosque dos Buritis. Casos como as reformas da Vila Cultural Cora Coralina, na Rua 3, e da própria Praça Cívica, não fizeram com que as movimentações aumentassem na região, por exemplo. "Temos uma cidade com vocação de serviços, mas os projetos não olham para isso. Só olham para as avenidas Goiás, Anhanguera e para a Rua 8. O que o Centro precisa é de estrutura para os que já estão lá, mas não tem suporte de nada."

A falta de cumprimento dos projetos, além da vontade política das gestões, passa também pela falta de substância e engajamento da população local e dos comerciantes, em que muitas vezes as propostas surgem de fora da região e até mesmo da gestão. "Muitas vezes essas ideias de PPP, de Operação Consorciada, são de pessoas de fora, que pensam no investimento e o rendimento que vão ter, e aparecem dentro da gestão como uma solução, sem pensar na população mesmo", explica Maria Ester.

Ela lembra que as propostas para o Centro também costumam apresentar ideia sobre o que imaginam que o bairro deveria ser, sem pensar nas características locais.

"A gente escuta sobre levar pessoas para morar lá, que seria um segmento ou outro. Mas o que o Centro precisa, e deve ser, é um bairro, essa é a característica dele, de diversidade. Tem de ter idoso, criança, famílias, estudantes, tem de ter tudo lá, sempre foi assim"

Esse é o problema, por exemplo, de incentivos fiscais para que as construtoras invistam na região, já que procuram a demolição de casas para a implantação de torres de alto padrão, o que dificulta a diversidade, muda a característica do bairro. "E as construtoras surgem como se fossem a solução, mas não é bem assim."

Região possui interesses diversos a partir de cada localidade e uso

Um dos problemas citado pela arquiteta e urbanista Maria Ester de Sousa que dificultam a execução dos projetos para a região Central de Goiânia é a quantidade de interesses no bairro, que mesmo sem ser tão extenso, possui diversas "regiões" com características diferentes, como aqueles que ficam mais próximos do Setor Oeste e os outros mais perto da Praça Cívica e outros da Avenida Anhanguera ou mesmo da Avenida Independência. "Lá tem duas associações de moradores diferentes, em que uma tem como principal foco a retirada do Mercado da Avenida Paranaíba, pelos eventos que tem lá e barulho. Já a outra vê como principal problema a retirada dos moradores de rua. Então é sempre difícil o diálogo por lá também, definir quais as prioridades", explica.

Além dos moradores, há ainda uma forte presença do comércio, sobretudo nas principais avenidas, que também buscam interesses próprios, como a retirada dos vendedores ambulantes das vias, maior incentivo fiscal ou a melhoria da política de estacionamento no local. O presidente da associação dos empresários locais, Antônio Ferreira, conta ainda que a nova gestão municipal não se reuniu com a categoria para discutir possíveis mudanças no projeto Centraliza ou mesmo a formulação de um novo projeto. "Ficou marcado para março agora uma conversa com a gestão. O Centraliza é bom, mas tem podemos acrescentar e ouvir o que a gestão pretende."

Geral

Mais de 80 brechós se reúnem em encontro no domingo

Modificado em 17/09/2024, 17:32

Mais de 80 brechós se reúnem em encontro no domingo

(Divulgação)

Mais uma edição do Encontro de Brechós acontece neste domingo (15), na Rua 15, no Centro de Goiânia, entre as Ruas 19 e 20, das 10 às 18 horas. Mais de 80 brechós estarão presentes com roupas e acessórios em bom estado de conservação e a preços acessíveis, a partir de R$ 10.

É possível encontrar looks para todas as ocasiões, de todos os tamanhos, para todos os gostos. Comprar de brechós contribui com o meio ambiente, evitando que roupas acabem em aterros sanitários.

Além disso, ajuda microempreendedores que tem a moda circular como sustento já que o Encontro de Brechós é composto principalmente por mulheres, chefes de família. O encontro ainda terá roda de samba com Negra Si e praça de alimentação.

Geral

Beco na Rua 8 ganha revitalização para receber projetos culturais

Espaço no Centro de Goiânia ganha cara nova para receber a 17ª edição do Encontro Goiano de Malabares e Circo. O projeto é independente e segue com programação cultural até o sábado (31), com espetáculos, feiras e shows gratuitos

Modificado em 17/09/2024, 17:31

Desde o início da semana, espaço ganha cara nova para receber evento

Desde o início da semana, espaço ganha cara nova para receber evento (Wildes Barbosa)

Mais que um lugar de passagem, o Centro de Goiânia é um espaço para encontros. Prova disso é a ocupação do beco da Rua 8, que desde o início da semana ganha cara nova para receber a 17ª edição do Encontro Goiano de Malabares e Circo. O projeto é independente e segue com programação cultural até o sábado (31), com espetáculos, feiras e shows musicais. Toda a agenda é gratuita.

A revitalização do beco é uma ação permanente que deseja promover ações artísticas, urbanísticas e de lazer. Também cria um novo point na Rua 8, um dos endereços que mais pulsam na noite da região histórica de Goiânia. Além da limpeza do espaço, que tinha entulhos e lixo, mais de 100 artistas passaram por lá na quarta-feira para colorir as paredes do local nas mais diversas linguagens e técnicas da arte urbana.

"Queremos dar uma nova cara ao beco em um projeto de revitalização totalmente independente, sem patrocínios. Cada artista deu a sua contribuição para que o local pudesse estar pronto para receber o Encontro Goiano de Malabares e Circo", explica o organizador do evento, o artista e produtor Johny Robson, mais conhecido como Bulacha. "Estamos construindo uma longa história. O projeto já tem 17 anos e é um dos maiores do País", completa.

Nesta sexta-feira (30), o agito começa a partir das 18 horas com o espetáculo O Semáforo , da Cia. Alehop, de Itumbiara, seguido de Os Palhaços Musicais , da Cia. Cabeluda, da Venezuela. Ainda seguem na agenda shows das bandas Véi Bandido e Forró Quentim. Já no sábado (31), as atividades dão o start às 15 horas com peças cênicas das companhias Laheto, Boca de Lixo, o duo Fifi e Paldi e dos artistas Camilo Verano, Anna e Aura e Márcio Henrique.

Continuidade

A ideia é que o beco se torne um ponto de cultura do Centro com atividades recorrentes e uma alternativa para aqueles que passeiam pela Rua 8. Localizado atrás da Casa Liberté, um dos bares que formam o agito da via, o lugar já tem até um próximo evento em sua agenda: o aniversário de dez anos da Felamacumbia, uma das festas em continuidade mais benquistas da cidade. O projeto acontece no dia 21 de setembro, com discotecagens em vinil e DJs de outros Estados, como o produtor musical Ubunto, da Bahia.

"O beco será um espaço de eventos e shows, já que na própria Rua 8 é mais complicada a realização por conta da dinâmica urbana e a estrutura sonora dos bares, como apresentações de bandas completas, com baixo, bateria, guitarra", explica o produtor Heitor Vilela, da Casa Liberté. "Para as ações futuras, como na festa Felamacumbia, vamos montar palco, estrutura de segurança e banheiros químicos para comportar um público maior", diz.

O agitador cultural explica que, além do beco, um galpão localizado no espaço também será aberto nos próximos meses com o intuito de se criar uma extensão da noite na via. Formada por bares como a Casa Liberté e o Zé Latinhas, além do Cine Ritz, o agito da Rua 8 acaba por volta da meia-noite. É aí que o galpão entra na história.

"O espaço nasce para comportar atrações locais e nacionais e festas temáticas que perduram no horário mais comercial e também vão madrugada adentro, em um ambiente controlado que comporta esse tipo de evento", explica Heitor. O beco e o galpão já começam a ser chamados de Beco da Liberté. "Se atualmente a Rua 8 já congrega essa quantidade de pessoas, o galpão será um local para perdurar o horário onde hoje o público precisa ir para outros bairros, como as boates do Marista e Setor Sul", reitera.

Pulso urbano

O movimento de ocupação urbana do pedaço da Rua 8 se mantém de pé há quase quatro anos, apesar da falta de incentivo público para a ocupação do Centro de Goiânia. Enquanto a Rua do Lazer dorme no esquecimento, o outro lado pulsa com uma agenda animada. Além do beco que ganhou vida cultural nesta semana, outros points criam alternativas para as noites da região esquecida, como o Zé Latinhas e o Muquifu Cultural, a Casa Liberté, o Cine Ritz e a Lanchonete Cinema e Cia. Muito além do funcionamento dos bares, os produtores dos locais criam agendas especiais que colaboram para a ocupação da rua, como shows e feiras.

SERVIÇO

17º Encontro Goiano de Malabares e Circo

Evento segue com programação neste sábado e domingo (30 e 31)
Endereço: Beco da Rua 8, Centro. Atrás da Casa Liberté
Entrada gratuita
Informações: @egmcirco

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Sexta-feira (30)

18h -- Espetáculo: O Semáforo (Cia ALEHOP/Itumbiara)
19h -- Espetáculo: Os Palhaços Musicais (Cia Cabeluda/Venezuela)
Intervenção NIQ -- JULIO VAN
20h -- Shows: Banda Véi Bandido
21h -- Forró Quentim
22h -- Encerramento

Sábado (31)

15h -- Espetáculos de variedades: Cia. Laheto / Cia Boca do Lixo / Duo Fiti&Paldi / Camilo Verano / Anna e Aura / Márcio Henrique
16h30 -- Espetáculo: Altas Baixarias (TRUPE UMA E MEIA)
18h -- Mini Feira Lambes de Goiás
Espetáculos: O Destino de Croquete (Bulacha/GO) / Utilidade Pública (Izabela Nascente) / Tupi Or Not Tupi (João Darte) / O Mestre Tocador (Gustavo Vale)
19h30 -- Noite do Fogo
20h30 -- Forró Pra Balançar
22h -- Encerramento

Geral

Lojistas temem vazio com 'calçadão' da Avenida Anhanguera

Proibição do fluxo de veículos particulares é vista com receio por comerciantes, que já observam esvaziamento da via. Especialistas apontam benefícios

Modificado em 17/09/2024, 15:51

Pedestres terão mais espaço para circular na Avenida Anhanguera em trecho a ser fechado para veículos

Pedestres terão mais espaço para circular na Avenida Anhanguera em trecho a ser fechado para veículos
 (Wildes Barbosa )

++GABRIELLA BRAGA++

Comerciantes da Avenida Anhanguera temem que a via seja esvaziada com a pedestrianização do trecho de 700 metros localizado entre a Araguaia e Tocantins, no Centro de Goiânia. Prevista no projeto Centraliza, a proposta de restringir o trânsito de veículos particulares busca priorizar a circulação de pedestres, mas lojistas apontam que a região já não conta com grande fluxo de transeuntes, e que não há atrativos para eles. Por outro lado, especialistas apontam que a medida garante benefícios ao espaço, como a redução da poluição visual e sonora.

O projeto para requalificação do Centro prevê, entre outros pontos, a proibição do fluxo de carros, motocicletas, e outros veículos automotores particulares na Avenida Anhanguera. Para isso, a calçada seria ampliada, formando um 'calçadão', e o trânsito ficaria livre apenas para transporte coletivo, pedestres e ciclistas. Ao ser divulgado em outubro passado, o plano de pedestrianização englobava, ainda, partes das Ruas 6, 7, 8 e 9, e da 23, no entorno do Teatro Goiânia, e a Praça José Ximenes, no miolo da quadra entre a Rua 3, Avenida Araguaia e Avenida Anhanguera.

O jornal mostrou em abril que as iniciativas mais complexas do Centraliza --- como a pedestrianização -- teriam todo o trâmite burocrático e financeiro resolvido para que sejam iniciados em 2025, ou seja, na próxima gestão. Na ocasião, a reportagem informou que o projeto para priorizar o fluxo de pedestres na Avenida Anhanguera já estava pronto. Agora, a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), responsável pelo projeto de requalificação, diz que está fazendo modificações no projeto e não há previsão de quando será finalizado. Também não adianta quais serão as alterações.

Enquanto isso, comerciantes locais ouvidos pelo jornal relatam receio em perder mais clientes com a restrição do fluxo de veículos. A lojista Joana Darc da Costa, de 55 anos, que ocupa um ponto localizado entre outras lojas já fechadas, opina que a medida não funcionaria pela falta de transeuntes. "Pessoal não anda mais no Centro. Com a obra da Avenida Goiás (do BRT Norte-Sul) o movimento caiu demais. Agora que melhorou e o povo começou a circular. Mas se colocar esse projeto (pedestrianização), o Centro vai acabar."

Para ela, a redução no fluxo de transeuntes na via tem relação com a insegurança pública, principalmente ao anoitecer. Joana cita, a exemplo, o uso e venda de entorpecentes nas proximidades. Além disso, a falta de estacionamento próximo também afastaria os clientes. A opinião é compartilhada pelo ambulante Pedro Henrique Pereira, de 38. "Não faz sentido. Vão estacionar onde? Para subir a pé?", questiona. Ele concorda que medidas sejam tomadas para "atrair o povo ao Centro".

A lojista Maria Aparecida Alves, de 65 anos, trabalha há 24 na Avenida Anhanguera, e tem percebido nos últimos anos uma diminuição considerável no fluxo de pedestres. A queda na circulação de possíveis clientes, relata, está relacionada ao fechamento de outros comércios. O jornal contou ao menos 18 lojas fechadas no trecho previsto para ser pedestrianizado. "Vai perdendo o fluxo de clientes e de funcionários dessas lojas (que compravam nas outras). O Centro precisa, sim, de revitalização, mas não tirar o fluxo de carros. Tem motorista que passa, vê a loja e volta depois."

"O pessoal que está tentando se manter teria de fechar. Não tem nenhuma melhoria no Centro. O estacionamento é difícil, vem de carro e não tem como estacionar", acrescenta o lojista Altieres Fernandes, de 38 anos. Há oito, ele mantém uma sorveteria nas proximidades do cruzamento com a Avenida Tocantins e garante que o fluxo de transeuntes na região tem apresentado queda antes mesmo da pandemia, em 2020, mas que foi acentuada naquele ano. Por isso, opina, não há razão para priorizar o fluxo de pedestres.

Ao elaborar o projeto, o Paço identificou que há dificuldade para circulação de pessoas, ao mesmo tempo em que faltam estacionamentos. Por isso, além de propor que a Avenida Anhanguera seja pedestrianizada, com a priorização da circulação de pedestres, também quer criar incentivos fiscais aos estacionamentos privados, como isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), além de implementar novo conceito da Área Azul.

O jornal mostrou na última terça-feira (30) que o relatório sobre o projeto de lei que institui o Programa Centraliza foi finalizado com a inclusão de 14 emendas modificativas ao projeto. Dentre elas, sobre a pedestrianização, está a proibição de ambulantes com mesas e cadeiras sem a autorização do Comitê Gestor. Além disso, a atividade econômica nesse trecho seria feita em quiosques. O relatório foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal, mas ainda deve ser levado para votação no plenário e na Comissão de Finanças.

Favorável

Para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), a proposta de priorizar o fluxo de pedestres na Avenida Anhanguera é benéfica à mobilidade no Centro da capital, mas aponta que é preciso que seja implementada em conjunto com as demais que integram o Centraliza para atrair o público para a região. "A prática existe em várias cidades do mundo e é sempre bem aceita", pontua o presidente do Crea-GO, Lamartine Moreira, citando São Paulo e Curitiba, além de Nova York, Paris e Madri.

Para Moreira, deve-se pensar em formas de privilegiar do transporte ativo, como pedestres e ciclistas, em detrimento dos veículos particulares, o que justificaria o projeto. "Não é possível priorizar sempre os veículos oferecendo a eles a rota mais curta. O Centraliza deve ter bons resultados, principalmente considerando que o projeto de lei prevê a criação de estruturas adequadas para os ambulantes, com sua instalação em quiosques projetados e construídos pelo poder público", expõe.

O conselheiro do CAU-GO David Finotti também reforça que a pedestrianização da avenida tem de estar atrelada à ampliação e incentivo ao uso de bicicletas e transporte coletivo, mas adianta a impressão positiva sobre a proposta. "O pedestre vai ter um caminhar mais fácil, já que não vai ter de ficar competindo com o veículo, que geralmente passa em uma velocidade considerável. E fica mais fácil ir de um comércio a outro, de uma ponta da rua a outra."

Finotti aponta ainda que a priorização de pedestres e ciclistas reduz a poluição sonora e visual. "E, com a arborização própria, o espaço se torna mais agradável de se estar." Ele acrescenta que o trânsito para veículos particulares não teria tanto impacto. "Hoje não existe mais isso de 'vou no Centro e quero parar na porta do comércio'. A pessoa de qualquer jeito vai parar algumas quadras de distância. Mas, agora, poderia caminhar de maneira mais fácil para ir ao comércio."