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Facção pode ter financiado fuga de presos em Trindade

Investigação aponta que Comando Vermelho teria pago R$ 10 mil por cada um de lista de oito presos dos 14 que escaparam de cela de presídio em 15 de outubro

Modificado em 19/09/2024, 01:18

Detentos fugiram do presídio de Trindade por buraco aberto no telhado

Detentos fugiram do presídio de Trindade por buraco aberto no telhado
 (Reprodução/TV Anhanguera)

A Polícia Civil apura a possibilidade de a fuga de 14 presos de presídio de Trindade, na madrugada do dia 15 de outubro, ter sido financiada pelo Comando Vermelho. Informações levantadas durante a investigação apontam que um policial penal teria negociado com dois faccionados que estão entre os foragidos para que oito deles escapassem do presídio. Os outros seis teriam aproveitado a oportunidade. O policial penal Redton Kennedy de Lima e o vigilante temporário Matheus Marques da Silva estão presos por suspeita de facilitação da fuga.

Para conseguirem escapar, os presos contaram com o fechamento incorreto da porta que dá acesso à cela, o que aparentemente teria sido proposital. É investigado se o portão principal do presídio para a área externa estava ou não entreaberto no momento da fuga, visto que foi encontrado assim quando a equipe do plantão de domingo chegou às 8 horas da manhã e que não havia sinais de que os presos pularam o muro ou a cerca para fugirem.

Os depoimentos não deixam claro que foi pago R$ 10 mil para cada um dos oito nomes que estaria na suposta lista do Comando Vermelho ou se seria por todos que fugiram. Dois detentos que estão ainda foragidos foram apontados como os responsáveis pela negociação com um dos servidores presos. Estes dois -- um deles respondendo por tráfico e o outro por roubo - tentariam escapar para o Rio de Janeiro. Um dos depoentes contou que o pagamento seria feito via Pix.

Um dos fugitivos foi recapturado menos de cinco horas após a fuga, ao passar próximo a um batalhão da PM e demonstrar nervosismo na frente dos policiais militares. Ele estava sem camisa e com a bermuda usada pelos detentos, tentou negar ser um reeducando, mas acabou confessando e apresentou uma versão apontando os agentes como suspeitos de facilitar a fuga. Esse foragido conta que não estava na lista do Comando Vermelho e que aproveitou a chance para escapar.

Este preso foi detido por volta das 7h15, mas a PM só conseguiu alertar a equipe da cadeia depois das 8 horas, pois ninguém atendia o telefone. Quando o alerta foi dado, uma nova equipe já estava no plantão. Em depoimento, todos os agentes que estavam de madrugada contam que não desconfiaram de nada durante a madrugada e que só souberam do fato pelo grupo de whatsapp do presídio já após a notificação da PM.

Nesta quarta-feira (25), o delegado Rafael Borges de Macedo, da 1ª Delegacia de Trindade, entrou com um pedido de mais 60 dias para concluir as investigações, alegando necessidade de quebra de sigilos telefônicos, fiscais e bancários dos dois agentes de segurança presos. Com isso, a tendência é que o policial e o vigilante consigam o relaxamento da prisão preventiva ou a imposição de medidas cautelares como uso de tornozeleira.

Até o momento, foram ouvidos detentos que foram recapturados, outros que estavam em celas próximas e presenciaram a fuga, agentes que estavam no plantão no dia, os dois suspeitos e policiais militares envolvidos na primeira recaptura, ainda antes de a fuga ter sido descoberta pelo sistema prisional. Os depoimentos são conflitantes sobre o papel dos servidores detidos, mas coincidem em citar como suspeitos apenas os dois e não outros funcionários.

As falas dos presos que aparecem no resumo apresentado pela Polícia Civil à Justiça para pedir a dilação de prazo são conflitantes sobre o papel de Redton e de Matheus. Pelos depoimentos, não fica claro quem trancou a porta da cela de forma equivocada nem quem estava na guarita e deveria ter visto os presos subindo pelo telhado e depois pulando o muro. Em suas oitivas, Redton e Matheus trocam acusações e negam envolvimento.

Não há indicação até o momento de envolvimento de outros servidores, apesar de os presos -- inclusive os dois servidores - sugerirem que isso possa ter ocorrido. A Diretoria Geral da Administração Prisional (DGAP) afirma que foi aberto um procedimento administrativo disciplinar (PAD) para "apurar a conduta dos demais servidores que estavam de plantão na unidade no dia da fuga". A DGAP também informa que Redton foi afastado de suas funções e Matheus teve o seu contrato findado no dia de sua prisão.

No momento da fuga, o presídio contava com nove agentes prisionais e 277 detentos. Na cela em que houve o fato, tinha 30 custodiados, sendo que primeiro fugiu um grupo de 10 e depois outro de quatro, provavelmente entre duas e três da manhã. Outros 16 presos decidiram permanecer na cela, mesmo com a porta aberta.

Até o momento, quatro detentos foram recapturados e um foi morto durante abordagem policial. Segundo a PM, Michel Oliveira da Costa, que respondia por homicídio, reagiu atirando contra a equipe que o abordou. Entre os que voltaram para a cadeia, nenhum estaria na lista citada como dos que o Comando Vermelho queria soltar.

Nos depoimentos, os agentes contam que não ouviram nenhum barulho, mas os presos ouvidos pela polícia contestam a informação e dizem que, para evitar que os colegas fugitivos fossem flagrados, eles passavam garrafas de plástico nas grades para que o som encobrisse o das telhas quebrando ou dos foragidos subindo pelo telhado.

Os presos dizem que a negociação teria sido feita com Redton, mas que Matheus teria colaborado no dia da fuga. Um destes detentos conta que as conversas para acertar o pagamento e os detalhes se davam quando o agente tinha de fazer a escolta de um dos dois custodiados apontados como mentores da fuga. Há divergências sobre como se daria este pagamento, se antes ou depois da fuga, e por qual parente de um destes dois foragidos.

A reportagem não conseguiu localizar o delegado para falar sobre as investigações. A DGAP afirma que depois da fuga, além do PAD aberto, foi feita a transferência dos presos envolvidos nas "situações de sublevação da ordem e da disciplina na unidade" e a ampliação do rigor nos procedimentos operacionais e apoio de policiais penais do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope).

A Justiça encaminhou o pedido do delegado para análise do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), pois caso o prazo seja prorrogado a prisão deve ser relaxada. Como a investigação teve início após a prisão dos agentes de segurança, a Polícia Civil tinha 10 dias para apresentar um relatório inicial indicando se procede ou não as suspeitas contra os dois.

O advogado Marcelino Galindo, que defende Matheus, diz que há um pedido de soltura para ser analisado em segunda instância e que seu cliente já abriu seu sigilo bancário apresentando todos os extratos ao delegado, além de ter autorizado a abertura do telefônico. A defesa afirma que o vigilante mantém sua versão sobre o caso, negando envolvimento com a fuga e as acusações feitas pelos presos e por Redton. "O delegado não encontrou nada que ligue o Matheus à fuga dos detentos, por isso acredito que em breve o mesmo vai ter a sua liberdade restituída."

Ao explicar a dificuldade nas investigações, o delegado informa que o presídio não tem câmeras de segurança, então não há nenhum registro da movimentação dos presos e dos agentes nas horas que antecederam a fuga. A DGAP argumenta que trabalha para concluir processo licitatório para aquisição de câmeras para todas as unidades prisionais até o final de 2024. "A instituição, inclusive, está celebrando um termo de cooperação com o Tribunal de Justiça, que custeará parte da aquisição dos materiais."

Fugas

Não é a primeira fuga que ocorre na cadeia de Trindade nos últimos anos. No dia 29 de janeiro, dois presos conseguiram escapar do presídio e foram mortos em uma ação policial dias depois, na região de Posse, no nordeste goiano. Eles se preparavam para serem resgatados e levados para a Bahia. Em 12 de julho de 2018, 19 presos escaparam após a explosão de um muro.

Houve também tentativas. Em setembro de 2021, os agentes prisionais conseguiram impedir a fuga de 20 presos que escavaram um buraco embaixo de uma cama em uma das celas. No dia 12 de outubro agora, três dias antes da fuga mais recente, custodiados tentaram abrir um buraco na parede de uma cela e foram frustrados.

Neste último caso de tentativa, a DGAP informa que os presos envolvidos foram transferidos para demais unidades prisionais da região metropolitana e foram abertos procedimentos administrativos internos.

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Fé e emoção marcam a 33ª Caminhada da Fé

Milhares de fiéis se reuniram ao longo dos painéis da Via Sacra na Rodovia dos Romeiros (GO-060) para acompanhar a encenação da Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo

Encenação da vida, paixão e morte de Jesus na Via-Sacra de Trindade reúne mais de 500 atores

Encenação da vida, paixão e morte de Jesus na Via-Sacra de Trindade reúne mais de 500 atores (Fábio Lima / O Popular)

A 33ª Grande Caminhada da Fé ocorrida em Trindade, na região metropolitana de Goiânia, nesta Sexta-Feira Santa (18), foi marcada por sangue, suor e lágrimas. Milhares de fiéis se reuniram ao longo dos painéis da Via Sacra na Rodovia dos Romeiros (GO-060) para acompanhar a encenação da Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo.

A caminhada é considerada pelos católicos uma das maiores encenações da Paixão de Cristo ao ar livre realizadas na América Latina. A via crucis (série de painéis que representam os principais momentos de Cristo antes da sua morte) é percorrida pelo Grupo Desencanto de Teatro, que envolve atores, bailarinos, músicos e técnicos na realização do espetáculo.

Com duração de cerca de 6 horas, a caminhada teve início por volta de 7 horas, no primeiro painel, que fica no perímetro de Goiânia. Sob forte calor, os espectadores procuraram sombras. Conforme a história avança, de painel em painel, aumenta o número de fiéis reunidos para assistir a encenação.
Alguns até subiram em árvores na tentativa de ter uma visão privilegiada do espetáculo. Uma imagem que lembra a passagem bíblica que fala de Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos que, durante a caminhada de Jesus para Jerusalém, teve a ideia de subir em uma árvore para conseguir ver o Messias, como é relatado no Evangelho de Lucas.

O reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, padre Marco Aurélio Martins, assistiu o espetáculo e fez uma oração quando a caminhada estava no quarto painel. "Muito mais do que uma apresentação de teatro, celebramos aqui um mistério da fé", disse. O prefeito de Trindade, Marden Júnior (MDB), também acompanhou a caminhada.

Os rostos encantados com a novidade se misturaram aqueles que já conhecem os ritos da caminhada. O autônomo Agnaldo José do Nascimento, de 65 anos, não perde nenhum espetáculo desde 2009. "Já tinha decidido que não viria neste ano. Porém, acordei, liguei a televisão na TV Anhanguera e estava passando (o início da caminhada). Desliguei e corri para o terminal (de ônibus) para vir. Não podia perder", relata ele, que é morador de Inhumas. Segundo Agnaldo, o que motiva a ida dele para a capital da fé de Goiás é a tradição familiar, começada pela avó e continuada pela mãe. "Venho para cá desde que tenho 10 anos."

A chegada de Jesus nos painéis seis e sete, usando uma coroa de espinhos, com sangue escorrendo pelo rosto e carregando uma cruz nas costas levaram os fiéis às lágrimas. "É muita emoção. Dá uma tristeza. Tantos sentimentos misturados", conta a aposentada Valrinete Correia, de 65 anos.

O sacrifício de enfrentar o sol quente, a multidão e horas a fio em pé não é só de quem assiste. Os participantes do espetáculo - composto por atores amadores e outros membros da comunidade - também precisam se desdobrar para fazer a encenação acontecer. Ao todo, são cerca de 500 pessoas envolvidas no processo, sendo que os ensaios da apresentação foram iniciados em janeiro deste ano.

Preparação tem início ainda pela madrugada

No dia da apresentação, os preparativos do grupo teatral começam ainda na madrugada, horas antes da encenação ter início. Nos painéis, os atores têm de lidar com um calor intenso sob os figurinos, muitos deles feitos de tecidos pesados. O deslocamento dos artistas entre uma cena e outra é feito de ônibus. Muitos fiéis conseguem acompanhar a via crucis completa de carro, parando de painel em painel. Entretanto, nos dois últimos murais, quando o ator que representa Jesus passa a carregar a cruz, o trajeto é feito a pé por todos.

O que para muitos é visto como um grande desafio, é sinônimo de prazer para o aposentado Arnor Cardoso, de 86 anos. Há 25 anos ele representa o discípulo Simão na encenação. "Participei a primeira vez e nunca mais parei. Enquanto estiver bem, vou continuar. É uma coisa boa. Um descarrego muito grande das preocupações de saber que Jesus está cuidando da gente", narra o devoto do Divino Pai Eterno.

Neste ano, cenas inéditas foram incorporadas ao roteiro do espetáculo: o apedrejamento da mulher adúltera, baseado no Evangelho de João, e o Sermão da Montanha, uma das mais conhecidas pregações sobre os valores cristãos. Trata-se de um discurso de Jesus Cristo que ensina os princípios da vida cristã, falando sobre amor e perdão, assim como a parte conhecida como as bem-aventuranças.

Fundador do Grupo Desencanto de Teatro - que existe há 38 anos - e diretor do espetáculo, Amarildo Jacinto destaca que a encenação de 2025 tem um significado especial, já que neste ano a Caminhada da Fé completa 33 anos, a mesma idade que Jesus tinha quando foi crucificado.

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Crianças que morreram em acidente de ônibus eram irmãs e viajavam com mãe e irmão, diz família

Elas eram moradoras de Trindade e iam visitar os avós em São Paulo. Tragédia matou outras nove pessoas e deixou 36 feridos, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Minas Gerais

Modificado em 09/04/2025, 15:14

Laura Costa de Negreiros, de 6 anos, e Lorena Costa de Negreiros, 2, estão entre os 11 mortos no acidente (Divulgação/PMR-MG e redes sociais)

Laura Costa de Negreiros, de 6 anos, e Lorena Costa de Negreiros, 2, estão entre os 11 mortos no acidente (Divulgação/PMR-MG e redes sociais)

As crianças que morreram em um acidente de ônibus , que saiu de Goiás e tombou em uma rodovia de Minas Gerais, eram irmãs e viajavam com a mãe e o irmão, disse o avô delas. Laura e Lorena Costa de Negreiros, de 6 e 2 anos, estão entre os 11 mortos na tragédia que aconteceu na madrugada de terça-feira (8). Elas moravam em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia.

A mãe delas, a professora Luana Costa, segue internada com o bebê de 6 meses, no Hospital Universitário Sagrada Família (Husf), em Araguari (MG).

Ônibus que saiu de Goiás tomba em rodovia e deixa mortos e feridos
Motorista diz ter visto vulto

A redação entrou em contato com o Husf nesta quarta-feira (9) para obter informações sobre o estado de saúde de Luana e do seu bebê, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em entrevista para a TV Anhanguera, nesta quarta-feira (9), o avô das crianças contou que a mulher iria visitar os pais que moram em São Paulo.

Luana era professora de uma escola particular de Trindade, que divulgou uma nota de pesar e informou que Laura foi aluna da unidade.

Que o sorriso delas seja lembrado como um raio de sol que aqueceu os corações de quem teve o privilégio de conviver com elas", escreveu a direção (veja íntegra da nota ao final desta reportagem) .

A Prefeitura de Trindade também publicou e enviou para a reportagem um comunicado de pesar. "Entre as vítimas fatais, infelizmente, estão duas crianças trindadenses, de apenas 2 e 6 anos de idade. Uma perda irreparável que atinge de forma dolorosa toda a nossa cidade" (veja íntegra da nota ao final deste texto).

Imagens do ônibus tombado na rodovia (Divulgação/Polícia Militar Rodoviária)

Imagens do ônibus tombado na rodovia (Divulgação/Polícia Militar Rodoviária)

Entenda o grave acidente

O grave acidente que matou 11 pessoas e deixou outras 36 feridas, que viajavam em um ônibus da empresa Real Expresso, aconteceu por volta das 3h30 de terça-feira (7), a cerca de 25 quilômetros de Araguari na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais.

Segundo a polícia, o veículo havia partido de Anápolis (GO) às 20h30 de segunda-feira (6), com destino a São Paulo. Antes fez paradas em Goiânia e Caldas Novas. Uma outra parada estava programada para Araguari, cidade mineira, às 2h20.

A Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais (PMR-MG) relatou que o motorista afirmou ter passado por um radar na MG-413 dentro da velocidade permitida, cerca de 150 metros antes do trevo onde ocorreu o tombamento. Em seguida, ele disse ter visto um vulto no retrovisor e, ao tentar evitar um possível choque, freou bruscamente, fazendo o ônibus colidir com o canteiro e capotar.

O local, segundo o tenente do pelotão da PMRv, Marcelo Sousa, responsável pela área onde o veículo tomou a PMRv, o local não possui histórico de acidentes por estar equipado com radares. O motorista foi ouvido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) e liberado.

A PC-MG informou nesta quarta que as investigações seguem em andamento "para esclarecer as causas do grave acidente envolvendo um ônibus de viagem, registrado na madrugada desta terça-feira (8/4), na rodovia AGR-0747, trecho da MG-223, em Araguari, no Triângulo Mineiro".

Vítimas

A polícia de Minas Gerais confirmou que o acidente resultou na morte de 11 pessoas. Segundo testemunhas, várias pessoas foram arremessadas para fora do veículo. Os feridos foram encaminhados a diversos hospitais da região, mas os nomes e estados de saúde não foram divulgados pelas autoridades.

Segundo o g1 Triangulo Mineiro, entre os feridos, nove pessoas foram levadas ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), das quais oito permaneciam internadas, incluindo uma gestante que precisou passar por um parto de emergência.

Dez passageiros receberam atendimento na Unidade Pronto Atendimento (UPA) de Araguari, e dois ainda estavam internados. Outras cinco vítimas foram levadas ao Hospital Universitário Sagrada Família, incluindo a mãe das duas crianças falecidas. O filho mais novo dela, um bebê de apenas 6 meses, também está hospitalizado. Uma vítima foi internada na Santa Casa de Misericórdia da cidade.

Sobrevivente

Thiago Rocha, de 41 anos, foi um dos sobreviventes do acidente com o ônibus da viação Real Expresso que tombou na MG-223, em Minas Gerais, deixando 11 mortos e 36 feridos, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Thiago relatou que o ônibus entrou no trevo em alta velocidade e que, em poucos segundos, ele foi lançado da poltrona onde estava, mesmo usando cinto de segurança. Após recuperar os sentidos, ouviu gritos de socorro e, junto com outros passageiros, ajudou a quebrar os vidros de janelas para resgatar feridos.

Eu travei. Comecei a chorar porque eu vi realmente como estava as pessoas. Pessoas em cima de pessoas, pedaço de braço, pedaço de perna. Então foi muito difícil. Foi uma cena bem forte, impactante. Eu já perdi a conta de quantas vezes caí em lágrimas daquela hora até agora", relatou à redação.

O acidente aconteceu por volta das 3h15 desta terça-feira (8) na rodovia MG-223, no Km 134, em Minas Gerais. Thiago Rocha minutos antes de entrar no ônibus, em Goiânia (Divulgação/PMRv e Arquivo pessoal/Thiago Rocha)

O acidente aconteceu por volta das 3h15 desta terça-feira (8) na rodovia MG-223, no Km 134, em Minas Gerais. Thiago Rocha minutos antes de entrar no ônibus, em Goiânia (Divulgação/PMRv e Arquivo pessoal/Thiago Rocha)

Atrasos e excesso de velocidade

O sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-GO), Amador Júnior disse à redação que sobreviventes relataram que o motorista dirigia o ônibus em alta velocidade .

Nesta quarta-feira (9), a empresa foi procurada pela redação para comentar sobre as denúncias de excesso de velocidade, mas não respondeu até a última atualização da reportagem.

Por nota divulgada na terça-feira, a Real Expresso afirmou que o atraso na partida ocorreu dentro da normalidade, devido a paradas programadas. A empresa acrescentou que o ônibus havia passado por manutenção preventiva e corretiva, e o motorista estava descansado. A troca de condutor estava prevista apenas em Uberaba, a cerca de 170 km do local do acidente. A viação declarou não operar com motoristas em dupla, mas sim com substituições ao longo do percurso, para garantir a segurança dos profissionais.

A empresa também informou que os discos do tacógrafo e as imagens das câmeras internas do veículo foram entregues às autoridades. Conforme a Real Expresso, o sistema de telemetria não identificou condutas fora dos padrões de segurança. Ainda assim, afirmou que tomará medidas cabíveis caso alguma irregularidade seja constatada. Desde o acidente, equipes especializadas foram mobilizadas para apoiar vítimas e familiares, com um canal de atendimento 24 horas disponível pelo número 0800 728 1992.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também por nota, lamentou o ocorrido e confirmou que o ônibus estava com toda a documentação e registros em dia para o transporte interestadual de passageiros. O veículo possuía seguro de Responsabilidade Civil (RC), Certificado de Segurança Veicular (CSV) válidos e cronotacógrafo aferido. A ANTT informou ainda que acompanha o caso junto a outros órgãos e instaurou um processo administrativo para monitoramento e apoio às investigações.

Íntegra da nota da escola

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento das pequenas Laura e Lorena, filhas da nossa querida professora Luana, vítimas do trágico acidente com ônibus com destino a São Paulo, ocorrido na madrugada de hoje.

Laura foi nossa aluna, o que torna essa perda ainda mais profunda e dolorosa para nós.

"Que o sorriso delas seja lembrado como um raio de sol que aqueceu os corações de quem teve o privilégio de conviver com elas."

Estejam orando pela família da nossa professora Luana, ela segue internada e vai passar por uma cirurgia, seu bebê Dante está bem!

Íntegra da nota da Prefeitura de Trindade

A Prefeitura de Trindade manifesta, com profundo pesar, sua solidariedade às vítimas do grave acidente ocorrido na madrugada desta terça-feira (08/04), na rodovia MG-223, entre Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. A tragédia, que envolveu um ônibus da viação Real Expresso, deixou 11 mortos e dezenas de feridos, causando grande comoção em todo o país.

Entre as vítimas fatais, infelizmente, estão duas crianças trindadenses, de apenas 2 e 6 anos de idade. Uma perda irreparável que atinge de forma dolorosa toda a nossa cidade.

O prefeito de Trindade Marden se solidariza com os familiares neste momento de imensa dor e tristeza, e reforça o compromisso da gestão municipal em prestar todo o apoio necessário às famílias enlutadas. Que Deus conforte os corações de todos os que sofrem com esta tragédia.

Prefeitura Municipal de Trindade

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Ex-marido suspeito de matar empresária a tiros dentro de casa em Senador Canedo é preso

Segundo Polícia Militar, homem foi localizado na zona rural de Trindade. Ele é investigado por feminicídio, tentativa de homicídio e tinha contra si medidas protetivas em vigor

Modificado em 03/04/2025, 11:59

De acordo com a Polícia Civil, vítima estava separada há três meses. Suspeito chegou a confessar o crime (Reprodução/Rede social e divulgação/PM-GO)

De acordo com a Polícia Civil, vítima estava separada há três meses. Suspeito chegou a confessar o crime (Reprodução/Rede social e divulgação/PM-GO)

O ex-marido suspeito de matar a empresária a tiros dentro da casa dela foi preso na zona rural de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Ele é investigado pela morte da empresária Bruna Raimunda dos Santos, de 31 anos, e por tentativa de assassinato de um homem de 29 anos, que era namorado da vítima. O crime aconteceu na noite de domingo (30), no Residencial Parque dos Buritis, em Senador Canedo, a cerca de 50 km do local em que ele foi localizado.

Como o nome do investigado não foi revelado pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO), a reportagem não conseguiu localizar a defesa dele até a última atualização deste texto.

A prisão do homem foi feita por equipes do Comando de Policiamento Especializado e do 49º Batalhão da Polícia Militar. A polícia não informou como chegou até o local onde ele estava, se teria sido por denúncia. À PM, o suspeito chegou a confessar que matou a mulher e indicou possível local que teria jogado a arma de fogo.

Durante entrevista, ele afirmou ter descartado a arma em uma área de mata em um loteamento. As equipes realizaram varredura no local indicado, mas não localizaram o armamento", relatou a polícia.

Relembre

O delegado responsável pelo caso, Adriano Jaime, informou que a vítima estava separada do suspeito há três meses e havia obtido medidas protetivas na Justiça contra ele. A empresária deixou uma filha de 10 anos, que teve com o ex-marido, com quem manteve um relacionamento de 16 anos.

No dia do crime, conforme o delegado, imagens de câmeras de segurança da rua registraram o momento em que Bruna chega em casa por volta das 22h30 e trinta minutos depois, o ex-marido aparece no local de moto.

De acordo com as investigações, o suspeito desligou o padrão de energia e invadiu a residência. Sem luz, Bruna teria se levantado da cama para verificar o que estava acontecendo do lado de fora, instante em que o suspeito disparou a arma de fogo.

O atual namorado [da vítima] também foi ver o que estava acontecendo e levou um tiro na perna e no pé. A arma entrou em pane e as vítimas foram se esconder dentro da residência. O autor não encontrou o homem, mas achou a ex-companheira dentro do banheiro, onde efetuou vários disparos contra ela", relatou o delegado.

A polícia informou que o homem segue internado e será ouvido pelo delegado assim que receber alta. Como seu nome não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu obter informações sobre seu estado de saúde.

À Polícia Militar de Goiás (PM-GO), ele chegou a relatar ter ouvido o suspeito dizer a Bruna, antes dos disparos: "Eu te avisei ".

Bruna Raimunda dos Santos, de 31 anos, foi morta à tiros (Reprodução/Redes sociais)

Bruna Raimunda dos Santos, de 31 anos, foi morta à tiros (Reprodução/Redes sociais)

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Detento foge de presídio e é recapturado ao passar por barreira da PRF

Presidiário cumpre sentença em regime fechado na Unidade Penal de Guaraí. Circunstâncias da fuga serão investigadas pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça

Posto da PRF em Guaraí

Posto da PRF em Guaraí (PRF/Divulgação)

Um presidiário fugiu da Unidade Penal de Guaraí na madrugada desta terça-feira (1º), mas foi recapturado em uma barreira da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-153. As circunstâncias da fuga serão investigadas.

Segundo a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), foi feita uma mobilização das forças de segurança para localizar o fugitivo. Ele foi capturado enquanto passava pela barreira da PRF nesta manhã.

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O homem será encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Guaraí para os procedimentos legais e depois será reencaminhado à Unidade Penal, onde ficará à disposição da Justiça.

De acordo com a Seciju, o custodiado cumpre sentença em regime fechado e a fuga será investigada pela equipe da unidade de Guaraí, além da abertura de Procedimento Administrativo para apurar as circunstâncias.