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Goiás pode ter chuvas isoladas e temperaturas mais baixas no feriado; veja previsão

Frente fria que subiu do sul do país contribui para manter as condições climáticas nos últimos dias

Modificado em 19/09/2024, 01:08

Imagem de satélite mostra que frente fria está cobrindo praticamente todo o estado

Imagem de satélite mostra que frente fria está cobrindo praticamente todo o estado (Reprodução/Cimehgo)

As previsões apontam que Goiás deve ter temperaturas mais baixas e chuvas isoladas nos próximos dias. O ciclone que agiu no sul do país e causou grande estrago e mortes, não causa consequências por aqui além da frente fria. A previsão é de chuvas irregulares até quinta-feira (7), depois a tendência é o tempo ficar mais estável.

André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), explicou que o ciclone se dissipa e "morre", mas a frente fria segue e sobe pelo país. Isso abaixa um pouco a temperatura.

"O ciclone agiu no sul do país literalmente. Chuva muito concentrada. Para nós sobrou a frente fria, por isso que o tempo amanheceu diferente hoje (5). Então a frente fria subiu do sul. O ciclone morre, mas a frente fria segue, ele não influência aqui com nada não", disse André Amorim.

André lembra que o período de estiagem continua e o período de chuva ainda não começou, somente essas chuvas intermediárias que são favorecidas pela ação do chamado El Niño. "As frentes frias estão chegando com certa facilidade na região sudeste e acaba influenciando em Goiás por isso estamos com essas chuvas aqui", explicou.

Um exemplo das chuvas isoladas que estamos tendo foi o que aconteceu em Goiânia entre essa segunda e terça-feira. Na região noroeste da capital não choveu, enquanto foi registrado 8,8 milímetros de água na região leste.

Na tarde desta terça-feira (5) os termômetros do Cimehgo registraram temperatura de 38° em São Miguel do Araguaia, 35,7° na cidade de Goiás e 31° em Goiânia.

Elizabete Alves Ferreira, do Instituto de Meteorologia (Inmet) de Goiânia, disse que as condições de chuvas pontuais vão continuar principalmente na região centro-sul do estado. Na região sudoeste essas áreas de instabilidade continuam até o feriado do dia 7. Já em Goiânia a tendência é que permaneça assim nesta quarta-feira (6).

Dentro do que está sendo observando, existe alertas chuvas e rajadas de vento para região sudoeste. Em Goiânia também pode ter alguma chuva com volume maior, explicou Elizabete.

Sobre a ação do ciclone, ela reforçou que ele apenas favoreceu para dar continuidade na umidade que já estava aqui.

As ventanias registradas em algumas cidades são ocasionadas pelo calor associado a umidade.

Veja como fica a previsão no estado nesta quarta-feira (6), de acordo com o Cimehgo:
Nas regiões oeste, norte e leste de Goiás o tempo deve permanecer quente e sem previsão de chuvas. As temperaturas vão girar em torno de 36° e 38°, com predomínio do sol e umidade relativa do ar entre 85% podendo chegar à 25%.

Já para o sudeste, centro e sul do estado existe possibilidade de chuva de até 5 milímetros. O tempo fica nublado e com a umidade do ar entre 85% e 30%. Apesar disso a temperatura continua alta girando na casa dos 35° e 36°. Vai existir variação de nebulosidade, sol e pancadas de chuva em pontos isolados.

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Tocantins tem alerta para chuvas intensas em todas as regiões; veja previsão

Sul do estado deve receber chuvas intensas e ventos de até 100 km/h. Outras regiões podem registrar pancadas de chuvas diariamente até o próximo domingo (8)

Chuva forte registrada em Palmas (Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera)

Chuva forte registrada em Palmas (Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera)

Dois alertas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estão encobrindo toda a área do Tocantins. O sul do estado deve registrar chuvas intensas com alto grau de severidade. Outras regiões devem estar atentas para o alerta de perigo potencial com pancadas de chuvas e ventos intensos.

O aviso de cor laranja prevê até 100 milímetros de chuva no dia, além de ventos intensos, que podem chegar até 100 km/h. Também há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

No alerta amarelo, as chuvas previstas podem ter ventos de até 60 km/h, mas ainda podem causar contratempos ou mesmo prejuízos no cotidiano da população. Os dois alertas são válidos até as 10h desta quinta-feira (5), mas a previsão de chuva segue até o próximo domingo (8) em todo o estado.

Tocantins tem alerta de chuvas intensas em todas as regiões (Reprodução/Inmet)

Tocantins tem alerta de chuvas intensas em todas as regiões (Reprodução/Inmet)

Previsão do tempo

Nesta quarta-feira, a temperatura em Palmas pode chegar a 31°C e baixar até 23°C. Mas deve ter muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas todos os dias até o próximo domingo (8).

No norte, em Araguaína, também deve ter temporais, com temperatura variando de 31°C a 22°C. A umidade relativa do ar vai chegar a 100%.

Em Gurupi, sul do estado, o tempo deve ficar parecido com Araguaína, mas mínima deve chegar até 24ºC. A chuva pode se intensificar à noite para os gurupienses, com a previsão de muitas nuvens, trovoadas isoladas, e umidade relativa do ar chegando a 90%

Orientações do Inmet

  • Em caso de rajadas de vento não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda
  • Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
  • Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
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    Cimehgo emite alerta de alto volume de chuvas e ventos de até 70 km/h para Goiás

    Pancadas de chuva são resultado da influência de um corredor de umidade que sai da região norte, passa sobre o estado de Goiás e chega até a região sudeste do Brasil

    Modificado em 17/09/2024, 16:20

    Corredor de umidade traz chuvas fortes, rajadas de vento e raios para Goiás

    Corredor de umidade traz chuvas fortes, rajadas de vento e raios para Goiás (Divulgação)

    O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta para o risco de chuvas intensas em grande parte do estado neste sábado (27). Segundo o informe, o volume de chuvas poderá chegar a 80 mm por dia, com raios e rajadas de vento acima dos 70 km/h.

    Conforme explicou o Cimehgo, as pancadas de chuva são resultado da influência de um corredor de umidade que sai da região norte, passa sobre o estado de Goiás e chega até a região sudeste do Brasil, a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Essa condição favorece o aumento de nebulosidade resultando em pancadas de chuvas volumosas em diversas regiões do estado.

    "Durante essa semana, nós tivemos a segunda formação de uma zona de convergência, então a gente começou a semana com o avanço da frente fria, áreas de instabilidade, e esse corredor foi se formando e se fortalecendo, até ter uma configuração de ZCAS. Então, essa zona de convergência favorece chuvas mais intensas nas regiões onde ela está posicionada, inclusive, a parte centro-norte do estado, ali pegando Cavalcante, Flores de Goiás e alguns outros municípios", explicou o gerente do Cimehgo, André Amorim.

    Reiterando o alerta do Cimehgo, a região norte de Goiás será a mais afetada pelas fortes chuvas, podendo chegar aos 55 mm neste sábado. Em seguida, vêm as regiões leste e oeste, com 50 mm; região central, com 30 mm; sudoeste, com 20 mm; e sul, com 15 mm.

    Já as cidades que onde haverá um volume maior de chuva são: Cristalina (35 mm), Porangatu (30 mm), Rubiataba (23 mm) e Goianésia (20 mm).

    Segundo Amorim, de domingo para segunda, essa influência da Zona de Convergência já começa a perder a intensidade no estado, mas ressaltou que, ainda assim, as chuvas devem continuar no estado.

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    Goiânia registra pontos de alagamentos após temporal; vídeos

    Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás tinha feito alerta de fortes chuvas para os próximos dias

    Modificado em 19/09/2024, 00:07

    Vários pontos de alagamento foram registrados em Goiânia depois das fortes chuvas que atingiram a capital desde o início da noite desta quinta-feira (5) e madrugada de sexta-feira (6). O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), fez alerta de fortes para os próximos dias no Estado

    Um dos registros por moradores da capital mostra a Rua Antônio Conselheiro, no Residencial Serra Azul, onde a água estava na altura do joelho de uma mulher. A rua e a garagem da casa ficaram cobertas e os moradores praticamente ilhados.

    Outro ponto afetado pela chuva foi o terminal Praça da Bíblia. As goteiras, segundos os usuários do transporte coletivo, davam a impressão de que a chuva estava dentro do terminal e deixou o chão de uma das plataformas com uma grande poça de água, causando transtorno e dificultando o embarque de passageiros.

    Vídeos foram encaminhados por moradores

    Vídeos foram encaminhados por moradores (Reprodução/Arquivo pessoal/Maria Lúcia/Residencial Serra Azul)

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    Opinião

    Vidas em risco: a queda da formação médica no Brasil

    Salatiel Soares Correia é engenheiro, administrador de empresas, mestre em Ciência pela Unicamp

    Salatiel Soares Correia é engenheiro, administrador de empresas, mestre em Ciência pela Unicamp (Arquivo pessoal)

    Nos últimos anos, o Brasil enfrenta uma crise silenciosa e profundamente alarmante: a queda acelerada na qualidade de muitos cursos de Medicina. Paralelamente à expansão desenfreada das escolas médicas, vemos emergir um fenômeno trágico: o aumento avassalador do número de processos judiciais por erro médico. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2023, foram registrados 12.268 processos judiciais por erro médico no país. Em 2025, esse número saltou para 74.358 ações -- um crescimento de 506% em apenas dois anos. Embora parte desse aumento deva-se à maior conscientização dos pacientes sobre seus direitos, há uma causa ainda mais inquietante: as falhas gritantes na formação e capacitação de uma parcela significativa dos novos médicos.

    Nunca foi tão fácil abrir um curso de Medicina no Brasil -- e nunca foi tão arriscado formar-se em um deles. Espalham-se por todo o território nacional escolas de Medicina que mais se assemelham a empreendimentos comerciais do que a instituições acadêmicas. Sem infraestrutura mínima, sem hospitais-escola, sem laboratórios e, muitas vezes, com corpo docente improvisado, essas instituições oferecem uma formação superficial, perigosa e mercantilizada. Como posso confiar num médico que cursa a importante cadeira de Anatomia em cadáveres de plástico? Essa pergunta resume a perplexidade diante da banalização do ensino médico. A experiência concreta, o contato direto com a realidade clínica, a vivência hospitalar -- tudo isso foi substituído, em muitos desses cursos, por simulações precárias e conteúdos diluídos.

    A disparidade entre formações salta aos olhos. Um aluno da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, é submetido a exigências curriculares intensas, rigor científico, contato precoce com pacientes e práticas clínicas supervisionadas por professores altamente qualificados. A tradição e o mérito acadêmico moldam não apenas o saber técnico, mas a postura ética e a responsabilidade social do médico. Já o "médico" formado em escolas improvisadas -- muitas criadas, às pressas, para atender a interesses políticos ou empresariais -- não raro se vê lançado à prática sem a mínima maturidade ou preparo. Muitos desses profissionais acabam ocupando plantões e sendo mal remunerados, em que as condições de trabalho são precárias e o risco de erro é constante. Trata-se de uma inserção marginal, feita na urgência, sem o amparo da formação sólida.

    Hoje, mais do que nunca, é fundamental que o paciente questione: "Onde esse médico se formou?". E se a resposta indicar uma instituição de excelência, reconhecida por seu rigor e tradição, as chances de um atendimento seguro são consideravelmente maiores. Todavia, se o diploma veio de um "tamborete" de ensino, uma escola de reputação duvidosa, fuja! A probabilidade de um erro médico nesses casos cresce de forma assustadora.

    O Brasil precisa urgentemente repensar a expansão irresponsável dos cursos de Medicina. A abertura de novas vagas deve ser condicionada a critérios rigorosos de qualidade e infraestrutura. O Ministério da Educação, os conselhos profissionais e a sociedade civil precisam agir. Formar médicos não é o mesmo que formar consumidores. Está em jogo a vida humana. Se nada for feito, não será apenas o paciente que pagará com sofrimento. Será o próprio país que colherá os frutos amargos da negligência educacional disfarçada de progresso.