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Goiânia cria ambulatório para pessoas trans e travestis

Espaço ainda não foi inaugurado oficialmente, mas já acompanha 34 pessoas que aguardavam vaga na rede estadual. Outros dois municípios já contam com serviço

Modificado em 17/09/2024, 16:27

Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver, já funciona no Cais Novo Mundo: discussão iniciada há um ano

Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver, já funciona no Cais Novo Mundo: discussão iniciada há um ano
 (Wildes Barbosa)

++GABRIELLA BRAGA++

Neste mês do Orgulho LGBTQIAPN+, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia deu início aos atendimentos para pessoas trans e travestis no Ambulatório Municipal de Processo Transexualizador, chamado de TransViver. A novidade na capital se soma a mais três unidades no Estado que atendem o público com serviços que variam de consultas médicas e acompanhamento psicossocial, à hormonioterapia e cirurgias de adequação sexual. Hoje, unidades de saúde de Itumbiara e Senador Canedo, além do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), prestam o serviço especializado, sendo que apenas este último realiza procedimentos cirúrgicos.

O Processo Transexualizador foi instituído no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2008, sendo ampliado a partir de 2013. A habilitação junto ao Ministério da Saúde (MS) pode ocorrer na modalidade ambulatorial e hospitalar, que garante a realização das cirurgias de adequação sexual (veja no quadro ao lado). No caso da capital, serão ofertados serviços de âmbito ambulatorial. A pasta adianta que ainda não há data prevista para o lançamento oficial, mas 34 moradores de Goiânia que estavam na regulação estadual aguardando o ingresso no programa já estão sendo atendidos.

É o caso de uma jornalista de 24 anos, que preferiu não se identificar. Ela conta que foi chamada no início deste mês pela pasta. "Eu já conhecia o programa há muito tempo, mas o passo de buscar efetivamente foi no final do ano passado. Quando recebi a ligação fiquei primeiro em choque e depois muito feliz, e anotei a consulta em vários lugares, colocar despertador, calendário para não perder a data, porque há um tempo venho sentindo necessidade de acompanhamento, não só para hormonização e cirurgia, mas psicológico, porque é muita violência. O processo de transição que começa mas nunca termina é um processo que dói", relata.

Superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS, Cynara Mathias Costa explica que a discussão para criação do Ambulatório TX na capital foi iniciada há pouco mais de um ano, junto com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA). "Identificamos que o tempo médio de espera para munícipes adentrarem ao único ambulatório transexualizador que a gente tinha contratualizado, que é o do HGG, era de um ano. Então fomos construindo para atender essa população extremamente vulnerável, com uma taxa de mortalidade grande e que já passou e ainda passa por muita discriminação", diz.

Ela explica ainda que o ambulatório ainda está em fase de implantação, como a contratação de médicos --- ginecologista, urologista, e psiquiatra. Outros profissionais, como psicólogo, assistente social e endocrinologista, também integram o quadro da equipe multidisciplinar do serviço na capital. A superintendente pondera ainda que é preciso realizar uma mudança na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune) para incluir todos os hormônios possíveis para a terapia hormonal.

"A secretaria municipal entende que essa população foi por muitos anos negligenciada, então é difícil o acesso não somente ao serviço de saúde. Todas as equipes de saúde da família já foram orientadas sobre como preencher para que o paciente caia na regulação para o ambulatório transexualizador. É um local de portas abertas para o acolhimento desta população", pontua. Mas, complementa, para ter acesso ao serviço é preciso procurar uma unidade da atenção primária ou básica para obter encaminhamento.

"A hormonização, também conhecida por terapia hormonal ou hormonioterapia, é uma intervenção de saúde utilizada por muitas pessoas transexuais e travestis como uma estratégia para se expressarem e serem reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam ou com o qual preferem ser identificadas", explica Cynara.

Referência

O Serviço Transexualizador -- Ambulatório TX do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) foi criado em 2017. Com abrangência estadual, o programa já fez até este ano 13.083 atendimentos ambulatoriais, além de 47 cirurgias de redesignação sexual e outros 130 procedimentos cirúrgicos diversos, como mastectomia e mastoplastia, e hesterectomia. Hoje, 717 estão em acompanhamento no programa e outras 387 aguardam na fila da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) para o primeiro atendimento.

Durante a semana do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado no dia 28 de junho, o hospital realizou uma força-tarefa para concluir 12 cirurgias plásticas que contemplam pacientes do programa que aguardam pelos procedimentos. Foram oito mastectomias, que é a retirada das mamas, e quatro mamoplastias, que consiste na colocação de prótese mamária. A fila ainda conta, atualmente, com 35 aguardando por mastectomia, e 37 por mamoplastia.

Uma das pessoas contempladas foi a diarista Cintia de Jesus Silva, de 37 anos. Ela conta que buscou o Serviço Transexualizador do HGG em 2020 e, no ano seguinte, foi chamada para adentrar ao programa. Cintia relata que sempre quis fazer a cirurgia de mastectomia mas, como norma do MS, precisou aguardar ao menos dois anos para entrar na fila de espera para o procedimento. Três anos depois, chegou o momento. "Foi maravilhoso, estou feliz demais. Não gostava do volume, e toda essa ansiedade. Agora posso usar as camisas como eu gosto Só quem tem esse sonho sabe como é importante", comenta.

Diretor técnico do HGG, Guilherme Carvalho de Sousa explica que nem todas as pessoas que fazem parte do programa chegam a fazer um procedimento invasivo. "Existe um entendimento comum de que todas pessoas que entram no programa é para fazer a mudança de sexo. Mas nem todas querem, e nem todas que entram com essa vontade acabam fazendo, pois acabam mudando de ideia. O tempo maior é para ter certeza, porque é irreversível."

Mais duas cidades também contam com serviço

Itumbiara, na região Sul de Goiás, foi o primeiro município a criar o Ambulatório Transexualizador (TX), ainda em 2018. O serviço é prestado no Núcleo de Atenção Básica de Saúde (NABS) local, com atendimento para pessoas trans e travestis de toda a região do Estado. Na unidade, há oferta de atendimento médico especializado com endocrinologista e psiquiatra, além de psicólogo e assistente social. Hoje, o espaço faz o acompanhamento de 63 pessoas que integram o programa.

Já em 2022, Senador Canedo, localizado na Região Metropolitana de Goiânia, lançou o ambulatório no município. A unidade faz atendimento de 25 municípios da região Centro-Sul em Saúde de Goiás, com uma equipe formada por endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e enfermeiro. Ao todo, 98 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são contemplados na unidade.

"Pelo menos hoje já temos 12 aptos para serem encaminhados para outros procedimentos no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG)", pontua a coordenadora e responsável técnica pelo Ambulatório Regionalizado do Processo de Afirmação de Gênero de Senador Canedo (ARPAGESC), Rafaela Damasceno.

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".

Geral

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)