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Médico agredido por marido de paciente que morreu em UPA nega negligência médica

Reprodução/Arquivo Pessoal
Médico Pablo Henrique foi agredido em UPA

O médico Pablo Henrique, agredido pelo marido de uma paciente na última segunda-feira (11), em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Águas Lindas de Goiás, negou as acusações do suspeito de tê-lo agredido de que foi negligente no atendimento médico.

Em entrevista nesta quinta-feira (14), o médico explicou que no atendimento de uma situação com suspeita de dengue, como foi o caso da paciente, há um protocolo médico a ser seguido e que foi isso o que aconteceu. Ele detalha que a paciente foi atendida rapidamente ao dar entrada na unidade, na última segunda-feira (11).  

Pablo Henrique, que trabalha na UPA de Águas Lindas há mais de um ano,  também rebateu as acusações de que teria mandado a paciente calar a boca e de que ela estaria “exagerando de dor”.

“O que falei foi que ela não precisava chutar a parede porque iria se machucar, mas que eu acreditava na dor que ela estava sentindo. Também expliquei, já com a paciente mais calma, que não repeti a medicação porque a mesma não tinha finalizado ainda, mas, na mesma hora, indiquei que estava receitada uma medicação mais potente. Segui o protocolo”, afirmou.

Sobre a agressão, o médico detalhou que a mesma aconteceu quando ele estava no consultório, atendendo outro paciente. 

“Ele [Jhader], entrou na sala e no momento até pensei que era alguém que tinha entrado por engano no consultório. Sem falar nada, ele veio e me agrediu. O paciente que estava em atendimento foi quem entrou no meio para segurá-lo”, pontuou. 

Na sequência, segundo o médico, Jhader teria gritado, mais de uma vez, que “ela morreu!”.

Pablo Henrique ressaltou ainda que essa não é a primeira situação de violência que acontece na unidade. Sobre o caso e o assunto segurança, o Daqui questionou a Secretaria de Saúde de Águas Lindas de Goiás, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. 

O Daqui também procurou a defesa de Jhader de Melo Montalvão, que afirmou que mantém o posicionamento apresentado na quarta-feira (13). De acordo com a defesa, o médico agiu com negligência, o que resultou na morte da paciente. A defesa de Jhader reafirmou que ele havia acabado de saber da morte da esposa quando agrediu o médico. A notícia teria despertado nele a lembrança de quando o profissional atendeu a mulher e exigiu que ela “calasse a boca”.

Entenda o caso 

O médico Pablo Henrique, de 25 anos, foi agredido com socos pelo marido de uma paciente que morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde ele trabalha, em Águas Lindas de Goiás. Segundo a Polícia Militar, o suspeito acredita que o médico foi negligente ao atender a esposa dele, o que teria motivado as agressões.

Um exame de corpo delito constatou que o médico teve um ferimento de três centímetros em uma das pálpebras causada pelos socos. Pablo Henrique e Jhader de Melo Montalvão foram levados para a Delegacia de Águas Lindas de Goiás, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra Jhader pelo crime de lesão corporal. Segundo a delegada Lorenna Cardoso Peres, o documento já foi encaminhado à Justiça.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudiou a agressão contra Pablo e disse que vai investigar se houve negligência no atendimento da mulher do suspeito.

 

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