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Motorista do transporte coletivo é filmado agredindo passageiros em Goiânia

Confusão teria começado após passageira pedir parada

Modificado em 19/09/2024, 00:40

Caso aconteceu na avenida Central no Jardim Nova Esperança, em Goiânia.

Caso aconteceu na avenida Central no Jardim Nova Esperança, em Goiânia. (Reprodução)

Um motorista que dirigia um ônibus do transporte coletivo foi filmado agredindo um casal em um posto de gasolina de Goiânia (veja acima). Pelas imagens gravadas por passageiros é possível ver que o condutor corre atrás de uma jovem e a agride com um tapa. O namorado da adolescente aparece logo em seguida e vai contra o motorista.

O caso aconteceu na tarde da última terça-feira (8), na Avenida Central, no Jardim Nova Esperança, na região noroeste de Goiânia. Nas imagens, ainda é possível ver que o namorado da jovem agredida consegue imobilizar o motorista ônibus com um 'mata-leão'.

Os passageiros logo intervieram a fim de separar a confusão. O condutor do ônibus consegue se soltar da imobilização e volta a dar tapas na adolescente inicialmente agredida. Em seguida, a confusão recomeça. Depois de certo tempo, os passageiros conseguem apartar a briga e o motorista retorna ao veículo e segue viagem.

Em nota, a Viação Reunidas informou que apura os fatos, que é prematura qualquer conclusão a respeito, que condena atos de violência e que todas as medidas serão tomadas ( nota na íntegra ao fim do texto ).

Informações dadas pelo casal à Polícia Civil mostram que a confusão começou ainda dentro do ônibus após o casal ter apertado o botão para pedir para descer, nisso, o motorista teria avisado que alguém já havia apertado. Na sequência, a jovem teria dito que não dava para ver que uma parada já havia sido pedida porque a luz de indicação não estava funcionando.

O relato do casal segue afirmando que o motorista teria começado a ofender o casal e o namorado da adolescente,que, irritado, teria arremessado um chinelo contra o condutor. Então, o motorista o teria parado o veículo e perseguido o casal.

Nota da Viação Reunidas

A Viação Reunidas, atenta à necessidade de esclarecer as informações acerca do ato de violência ocorrido no dia de ontem (08/08/2023 Terça-feira), esclarece que:

1 - Desde o momento em que foi acionada a respeito do ocorrido, a empresa vem buscando elucidar os fatos.

2 - As apurações sobre as possíveis motivações do ocorrido ainda estão em andamento pela empresa, sendo nesse momento, prematura qualquer conclusão a respeito, mas antecipa que as medidas cabíveis serão tomadas.

3 - Por fim, informa que condena veentemente qualquer tipo de ato de violência, seja por iniciativa de passageiros ou de motoristas, lembra ainda que constantemente atua junto ao seu quadro de profissionais orientando acerca do correto e adequado tratamento que deve ser adotado no desenvolver das suas atividades.

Geral

Idosa é espancada por cuidadora com cabo de vassoura, diz polícia

Segundo a Polícia Civil, depois das agressões, a cuidadora teria ameaçado a idosa, dizendo que era para ela falar que havia caído no banheiro

Idosa relatou ter sido agredida mais uma vez por sua cuidadora

Idosa relatou ter sido agredida mais uma vez por sua cuidadora (Divulgação/Polícia Civil)

Uma idosa de 67 anos foi espancada por uma cuidadora de 42 com um cabo de vassoura, segundo a Polícia Civil. As agressões aconteceram em dezembro, mas a idosa, acompanhada de sua nora, procurou a delegacia neste mês para realizar a denúncia.

A suspeita foi presa nesta segunda-feira (20), em Trindade, na região metropolitana da capital. Como o nome dela não foi divulgado, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa dela até a última atualização desta reportagem.

De acordo com a PC, ao ser ouvida, a idosa relatou que morava há dois anos com a cuidadora, e em determinado dia, a mulher a levou para tomar banho. A cuidadora pegou um cabo de vassoura e agrediu a idosa várias vezes na região da cabeça, ombro e costelas. Depois das agressões, a mulher teria ameaçado a idosa, dizendo que era para ela dizer que havia caído no banheiro.

Em depoimento, a idosa falou que não foi uma agressão isolada, elas eram rotineiras, como puxões de cabelo e o cabo de vassoura. A vítima falou ainda que no dia dos fatos, ela deslizou no banheiro e a cuidadora teria ficado nervosa e começou as agressões com o cabo de vassoura", afirmou o delegado Thiago Escandolheiro.

Segundo o delegado, a idosa afirmou ainda que outros idosos que já moraram com a cuidadora também já foram agredidos, mas até o momento, a polícia não tem essa confirmação.

A PC informou que, conforme o relatório médico, vários hematomas foram detectados no corpo da idosa. Além disso, houve sinais de redução no volume da massa encefálica da idosa. O laudo pericial da Polícia Científica indicou indícios de meio cruel nas agressões praticadas pela cuidadora.

A suspeita, que ficou em silêncio durante o depoimento, responderá pelo crime de tortura majorado, cuja a pena pode chegar a 10 anos de prisão.

Geral

Influencer é preso suspeito de agredir e impedir a companheira de deixar hotel em Caldas Novas

Segundo a Polícia Civil, agressões aconteceram após uma discussão entre o casal

Modificado em 06/01/2025, 14:54

Suspeito preso (à esq.) e vítima com sinais de agressão (à dir).

Suspeito preso (à esq.) e vítima com sinais de agressão (à dir). (Divulgação/Polícia Militar)

Um influencer mineiro de 23 anos foi preso suspeito de agredir a companheira no hotel em que os dois estavam hospedados, em Caldas Novas, no sul do estado, segundo a Polícia Militar (PM). O suspeito teria ainda segurado a companheira para impedi-la de sair do apartamento sozinha. A Polícia Civil (PC) informou que as agressões aconteceram após uma discussão entre o casal.

A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), responsável pela defesa do suspeito, que informou que não comentará o caso. A DPE-GO afirmou que como o órgão não está instalado de forma permanente em Caldas Novas [local dos fatos], a mesma foi desabilitada do processo. "Assim, será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa ou para que haja nomeação pelo juízo", diz um trecho do comunicado (leia íntegra ao final da reportagem) .

O caso aconteceu no sábado (4) e o suspeito foi preso no domingo (5). Guilherme Prudente, delegado da Central de Flagrantes de Caldas Novas, afirmou que a discussão que antecedeu as agressões aconteceu por conta de uma mensagem que o influencer recebeu em seu celular. À polícia, a companheira dele alegou que ele tinha bebido e que ela havia pedido para ver a mensagem. Como ele se recusou a mostrar a mensagem, os dois brigaram e ele a agrediu com tapas e socos.

De acordo com a PM, ao chegarem ao hotel, localizado no bairro do Turista, os policiais relataram ter encontrado o suspeito bastante alterado, a companheira dele com lesões no rosto e a porta do quarto arrombado.

A mulher foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para exames. Após, os dois foram levados para a delegacia, onde o suspeito foi preso em flagrante pelo crime de lesão corporal praticado contra a mulher, cuja pena máxima é de 5 anos de prisão. Segundo o delegado, as investigações seguem na Delegacia da Mulher para apuração das circunstâncias do fato e conclusão do inquérito policial.

A PM detalhou que o influencer já havia sido preso em novembro de 2023, durante uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele foi acusado de operar um esquema de pirâmide financeira, estelionato, porte ilegal de arma de fogo e coação no curso do processo.

Audiência de custódia

O suspeito passou por audiência de custódia no domingo (5). O juiz Thomas Nicolau Oliveira Heck acatou o pedido da defesa e concedeu que o homem fosse solto. Entretanto, segundo o juiz, o influencer deverá manter o endereço atualizado no processo e não cometer novo fato criminoso, sob pena de que o benefício da liberdade provisória seja revogado.

Nota da Defensoria Pública de Goiás

"A Defensoria Pública do Estado de Goiás informa que representou o investigado durante a audiência de custódia, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular, e não comentará sobre o caso.

A partir disso, por se tratar de comarca onde a DPE-GO não está instalada de forma permanente, ocorre sua desabilitação no processo.

Assim, será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa ou para que haja nomeação pelo juízo."

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Advogado do Atlético-GO espera punição severa a Felipe Melo por agredir assessor do clube

Jogador do Fluminense pode pegar pena mínima de 10 partidas de suspensão. A máxima prevista nos artigos que são base para denúncia pode chegar a 22 jogos

Modificado em 17/09/2024, 16:26

Felipe Melo empurra assessor de imprensa do Atlético-GO, Álvaro de Castro, no gramado do Maracanã

Felipe Melo empurra assessor de imprensa do Atlético-GO, Álvaro de Castro, no gramado do Maracanã
 (Reprodução de TV)

Na próxima quarta-feira (3), a 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgará o jogador Felipe Melo (do Fluminense), o assesor de imprensa Álvaro de Castro (Atlético-GO) e os dois clubes, Fluminense e Atlético-GO, por causa da confusão ocorrida no final do jogo em que o Dragão venceu o tricolor por 2 a 1, no Maracanã, no dia 15 de junho. No episódio, Felipe Melo agrediu por trás o funcionário atleticano assim que a equipe marcou o gol da vitória, nos acréscimos da etapa final.

O jogador estava no banco de reservas e atingiu Álvaro de Castro, que filmava a comemoração do gol da vitória.

A agressão de Felipe Melo é que mais chama a atenção no processo, pois ele pode pegar até 22 jogos de suspensão. A expectativa do departamento jurídido do Atlético-GO é de que o atleta seja punido pelo STJD. "Já habilitei e juntamos as provas de vídeos e fotos do Álvaro (Castro) com as lesões no corpo", citou o advogado do Atlético-GO, Filipe Oliveira. Segundo ele, a atuação se baseia no fato de que "iremos em busca da absolvição do clube e do funcionário", além de "buscar a condenação do atleta Felipe Melo".

Filipe Oliveira espera punição severa. "Acreditamos que o STJD deva punir, de forma séria, uma vez que as imagens comprovam e a ser considerado o histórico do atleta Felipe Melo, (tem) várias denúncias e punições no tribunal", previu o advogado do Atlético-GO e do assessor de imprensa do clube, Álvaro de Castro.

O funcionário também está denunciado, mas espera a absolvição. Ele participará da sessão do STJD, virtualmente, pois está com a delegação do Atlético-GO em Atibaia-SP. Na noite de quarta (3), o Dragão enfrenta o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista-SP.

Álvaro de Castro nega que tenha invadido o campo de jogo e afirma que foi "vítima" no episódio. "Em nenhum momento, invadi o campo, como foi colocado na súmula do jogo. Fui a vítima do caso e estou tomando todas as providências cabíveis, nas esferas cível e criminal, contra o agressor Felipe Melo."

O Fluminense não se manifestou sobre o julgamento do clube e do jogador. Nesta segunda-feira (1º), o clube se dedicou ao anúncio da contratação do técnico Mano Menezes para o lugar de Fernando Diniz. Felipe Melo sentiu uma lesão na panturrilha e foi riscado do jogo da próxima quinta-feira (4), contra o Inter-RS.

Os artigos e as punições

No processo, Felipe Melo está denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 254-A (praticar agressão física durante a partida, com pena de 4 a 12 partidas) e no 257 (participar de rixa, conflito ou tumulto, com punição de 2 a 12 partidas).

Fluminense e Atlético-GO estão incursos no artigo 257, parágrafo 3º. Ele diz que "quando não seja possível identificar todos os contendores, as entidades de prática desportiva cujo atletas, treinadores, membros de comissão técnica, dirigentes ou empregados tenham participado da rixa, conflito ou tumulto, cuja pena será multa de até R$ 20 mil.

A denúncia contra Álvaro Castro se baseia no artigo258-B do CBJD, por "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demas regras". No caso dele, pode pegar suspenão de 15 a 180 dias.

Felipe Melo empurra assessor de imprensa do Atlético-GO, Álvaro de Castro, no gramado do Maracanã

Felipe Melo empurra assessor de imprensa do Atlético-GO, Álvaro de Castro, no gramado do Maracanã
 (Reprodução de TV)

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Inquérito mostra clima de terror vivido por Marcela Luise

Investigação policial juntou relatos e provas de que mulher de fisiculturista estava em uma relação marcada por agressões físicas e verbais desde o início, em 2014

Modificado em 17/09/2024, 16:04

Igor Porto e Marcela Luise: relação abusiva e violenta desde o início

Igor Porto e Marcela Luise: relação abusiva e violenta desde o início
 (Reprodução / Redes Sociais)

As investigações da Polícia Civil de Goiás a respeito da morte da dona de casa Marcela Luise de Souza Ferreira, de 31 anos, mostram que desde o início a relação de nove anos com o marido, o fisiculturista e nutricionista Igor Porto Galvão, de 31, foi marcada por ofensas, agressões e ações intimidatórias e de isolamento familiar. Inquérito que o jornal teve acesso com exclusividade aponta uma série de fatos e testemunhos de situações de medo e humilhações que a mulher vivia antes de dar entrada no Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, com ferimentos no corpo que, segundo perícia, eram da mesma gravidade de como se ela tivesse sofrido um acidente de carro. Para a polícia, ela foi espancada pelo marido.

Igor foi indiciado na última sexta-feira (24) por feminicídio após a mulher ter ficado dez dias internada em estado grave com diversos ferimentos pelo corpo, principalmente lesões cerebrais. Ao hospital e a parentes e vizinhos, ele contou que Marcela se acidentou em casa, mas para a polícia não há dúvidas de que ela morreu após ter sido agredida violentamente pelo fisiculturista. As mesmas pessoas que ouviram de Igor sua versão para os ferimentos também não acreditaram nele e relataram na delegacia uma série de fatos que colocam Marcela como vítima de uma relação abusiva e extremamente agressiva tanto física como psicologicamente.

A delegada Bruna Coelho, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia, responsável pelas investigações, disse na sexta, ao tratar do indiciamento de Igor, que os ferimentos são compatíveis aos causados em um acidente automobilístico. Não era apenas uma opinião. A informação consta em relatório técnico dos peritos do Instituto Médico Legal (IML). O documento mostra que as lesões foram causadas por impactos de "alta energia", "comuns em acidentes automobilísticos com desaceleração ou que resultam em impacto direto" e que para terem sido causadas por uma queda da própria altura, a vítima teria de ser idosa ou sofrer de osteoporose.

"A presença de lesões contusas em diversos lugares do corpo da vítima, de aparência recente, incluindo as fraturas de costela e clavícula à esquerda, faz-nos sugerir que foram advindas de uma força externa aplicada diretamente contra as áreas lesadas, não podendo ser descartada a hipótese de agressão física, se houver grande desproporção de forças entre vítima e agressor, ou envolver queda de altura por empurrão, uso de instrumento de ação contundente ou quaisquer outros meios capazes de provocar traumas de alta energia", informa o laudo do IML.

São vários os ferimentos descritos, sendo os mais graves na cabeça, com lesões tanto no crânio como no cérebro, além de fraturas em oito costelas e na clavícula. Também foram listados arranhões no pescoço, cortes na boca, olho direito muito inchado e roxo, hematoma no olho esquerdo, hematoma na perna e no braço direito, várias escoriações nas costas e na axila direita, escoriações no pé esquerdo e tufos de cabelo caindo pela raiz. O laudo aponta situações que se assemelham a espancamentos e esganadura. Também diz que as convulsões que ela teve no hospital indicam que houve uma demora até ela ser levada para a unidade.

Medo

Há vários relatos que demonstram o medo que Marcela tinha do marido. Um dia ela ligou desesperada para um familiar pedindo dinheiro emprestado para comprar um aparelho de televisão que a filha teria quebrado acidentalmente. Ela queria comprar a TV antes que o marido chegasse do trabalho, para que ele não se irritasse. Esse parente contou na delegacia que ao questionar Marcela sobre qual o problema de Igor saber do acidente ou deixar para comprar depois o aparelho ela foi se desesperando na voz negando esta possibilidade. Precisava fazer a troca antes do marido chegar e descobrir do acidente.

A própria Marcela, em um depoimento dado na Polícia Civil do DF contra Igor em dezembro de 2020, afirmou que era agredida verbalmente e fisicamente desde o início do relacionamento, em 2014. O casal morava em Brasília, a família da dona de casa é de lá, mas se mudaram para Aparecida de Goiânia no dia 21 de janeiro de 2021. Um dia depois, a dona de casa retirou a queixa que fizera e na qual reconhecia a relação abusiva que era vítima.

Na ocasião, ele a tinha agredido com socos no rosto dentro do carro por não ter gostado da forma como ela se manifestou sobre algo e dias depois por culpá-la pela filha do casal, na época com dois anos, ter tocado em um anabolizante dele. Neste mesmo dia, o fisiculturista quebrou o celular da mulher ao vê-la ligando para a mãe para falar sobre as agressões.

Cópias de uma conversa de Marcela com uma pessoa por aplicativo de celular mostram ela dizendo que a avó e a mãe dela temiam, isso em agosto de 2020, que algo de muito grave pudesse acontecer com Marcela por causa da forma como Igor a tratava e em uma sequência de mensagens ela diz que: tinha medo de ele a matar, medo de ele tirar a filha dela, que gostava muito dele, mas tinha medo, e que sofria muito na mão dele. "Tô bem cansada dessa situação. Isso tá me matando tanto que você não tem ideia. Porque guardo tudo para mim. Muita pressão para cima de uma pessoa só."

Vista como uma pessoa muito reservada, muito educada e gentil, Marcela só era vista saindo de casa para deixar a filha brincar com outras crianças da vizinhança. Sempre que a conversa com algum vizinho entrava no relacionamento dela, ela se calava ou mudava de assunto. Era comum ela ficar dias sem ser vista por ninguém ou com marcas nos braços.

Em março de 2024, Marcela ficou alguns dias trancada em casa e ao aparecer em público foi vista com o olho esquerdo roxo. Para os vizinhos, contou que o marido foi tirar uma mala do armário e, sem querer, a acertou com o cotovelo. Entretanto, situações assim eram comuns, tanto os "sumiços" como os machucados e vizinhos contam que Marcela nunca convidava ninguém para a casa, nem as outras crianças para brincar com a filha do casal.

Em depoimento na delegacia, testemunhas também contaram que Marcela sempre foi ativa nas redes sociais, mas desde que fez uma cirurgia para implante de prótese nos seios encerrou a conta que tinha no Instagram. Também contam que era comum Igor presentear a esposa com objetos caros, mas que não a permitia ter nem sequer dinheiro próprio. No feriado de 1º de maio, ao levar a filha para um evento que teria de pagar com PIX, a dona de casa comentou não ter conta bancária.

Amantes

Testemunhas contaram que Igor tinha diversas relações extraconjugais e chegou a ter uma amante fixa e que ele falava disso abertamente com terceiros na frente da esposa, constrangendo ela e quem ouvia. A polícia chegou a ouvir uma amante do nutricionista, que disse ter sido apresentada à Marcela como namorada e que se afastou dele por também ser agressivo com ela. A relação durou até o começo do ano. Essa mulher afirmou que foi agredida e perseguida por ele, principalmente após o rompimento, e que ele surtava quando ela não respondia imediatamente a ele, tendo mandado 60 mensagens pelo celular numa das vezes.

Sobre a relação dele com Marcela, a amante contou que ele era arrogante e a tratava de forma fria e ofensiva, tratando-a como "se fosse uma empregada doméstica, sempre ofendendo com palavras fortes". Ofensas contra a esposa também foram relatadas por outras testemunhas, como parentes, vizinhos, clientes de Igor e funcionários do condomínio.

No dia em que Marcela foi para o hospital, Igor levou a filha para a escola e chegou em casa às 13h54, segundo câmeras de segurança do condomínio. Por volta de 14h30, um casal que fazia atendimento nutricional com Igor esteve na casa dele e teriam visto ele chamando a mulher de burra, chamando a atenção o fato de ter feito isso sem alterar o tom de voz. Às 16h14, o nutricionista é visto saindo do condomínio já com a mulher deitada no banco de trás do veículo. Segundo a polícia, às 17h17 ele esteve na escola para pegar a filha, às 18h06 avisou a mãe de Marcela sobre a internação, às 19h30 chegou em casa com a criança e às 20h foi visto pelo mesmo casal de clientes na porta da casa.

Provas

Igor preferiu ficar em silêncio ao ser ouvido na delegacia, mas no hospital e para familiares e vizinhos deu versões um pouco diferentes sobre o que teria ocorrido. Em todas, ela teria se machucado ao cair no chão. Para alguns, contou que almoçava quando ela caiu limpando o xixi do cachorro e que a encontrou já tendo convulsões. Para outros disse que estava atendendo uma cliente e que ela estava passando um pano no chão e escorregou. No hospital, afirmou que deu um banho nela antes de levá-la à unidade de saúde. Ele também relatou que a viu convulsionando após a queda e que inicialmente deu um banho e a colocou para deitar com um pijama, mas depois como ela começou a sangrar pelo ouvido decidiu ir ao hospital.

O casal que esteve na casa momentos antes de Marcela ser levada ao hospital contou na delegacia que o nutricionista estava com um semblante mais sério do que o normal e que ao comentarem com ele ouviram de resposta que ele estaria dormindo. Em seguida, contam que viram quando Igor chamou a esposa de burra ao errar algo que estava sendo digitado no computador e que a relação dele com a mulher sempre foi fria.

Os peritos da Polícia Técnico-Científica (PTC) afirmaram em laudo que ao chegarem na casa para examinar o local encontraram o ambiente limpo e familiares do suspeito atrapalhando o trabalho. O mesmo relato foi dado quando agentes da Deam estiveram na casa dias antes e viram resistência de Igor em colaborar. Um morador do condomínio relatou na delegacia que o fisiculturista fez ameaças a quem deixou a polícia entrar no condomínio no dia 15.

Após a prisão de Igor, no dia 17, a polícia voltou à casa para tentar achar o celular de Marcela, porém encontrou familiares de Igor encaixotando móveis e objetos e já tendo retirado os aparelhos eletrônicos que havia na residência, como notebooks. O argumento dado é que estavam entregando a casa para o proprietário.

Procurada pelo jornal, a defesa de Igor informou que só se manifestaria a respeito da versão do nutricionista para o caso dentro do processo judicial.