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Moradores ainda relatam problemas na coleta de lixo em Goiânia

Wildes Barbosa
Lixeira abarrotada de sacolas de resíduos na Avenida Guarujá, no Setor Jardim Atlântico: 10 dias sem coleta

Mais de 100 dias desde que foi iniciada a operação do Consórcio Limpa Gyn, que passou a ser 100% responsável pelos serviços de coleta de resíduos sólidos, de construção civil e varrição mecanizada em julho, moradores de alguns bairros de Goiânia, sobretudo da região Sudoeste, ainda passam por problemas com a irregularidade do serviço. O jornal verificou com líderes de associação de moradores que a coleta domiciliar deixou de ocorrer por até 15 dias em setores como Real Conquista, Madre Germana 2, Residencial Santa Fé, Grajaú, Jardim das Esmeraldas e Residencial Itaipu. No Jardim Atlântico, moradores contam até 10 dias de espera e no Orienteville falam em 8 dias entre as passagens dos caminhões coletores.

A população goianiense passa por problemas de irregularidades na coleta pelo menos desde setembro do ano passado, quando a crise chegou a culminar em uma força-tarefa na Prefeitura e serviu como justificativa para o andamento da licitação de terceirização do serviço, em processo que vinha sendo questionado pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). O mesmo ocorreu no início da operação do Consórcio Limpa Gyn, formado pelas empresas Quebec Ambiental, Clean Master Ambiental e CGC Concessões, que passou a fazer parte do serviço, em divisão com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) no final de abril.

O DAQUI publicou em maio matérias sobre a reclamação de moradores pela irregularidade da coleta em diversos setores da cidade. A Prefeitura chegou a fazer uma força-tarefa para retirar o lixo das ruas, em uma operação com as duas empresas, mas mesmo assim os resíduos ainda continuavam. No final de maio, em outra publicação do jornal, outros setores também reclamaram que os problemas ainda não tinham sido resolvidos. Desta feita, dentre os moradores que falaram com a reportagem, apenas setores da região Sudoeste estariam com o serviço irregular. Outro problema é que os moradores afirmam não saber mais os dias que os caminhões passam. Segundo o consórcio, as rotas podem ser verificadas no site https://consorciolimpagyn.com.br/plano/, ao informar o CEP ou a rua do imóvel.

No entanto, outros bairros alegam problemas com a coleta de remoção de entulhos como no Setor Jaó e no Jardim América, como de galhos e folhas deixados nas ruas. Nestes bairros, os moradores alegam que o serviço de coleta orgânica domiciliar tem ocorrido de modo regular, com a situação anterior já resolvida, assim como no Água Branca, Criméia Oeste e Capuava. De acordo com moradores do Recanto do Bosque, o problema de remoção de entulhos teria sido resolvido na semana passada, após reclamação junto ao consórcio. No Setor Sul, a Associação Pró-Setor Sul (Aprosul) conta que foi feita a roçagem em algumas praças e áreas verdes do bairro, com poda de árvores, mas não recolheram os resíduos orgânicos da vegetação há mais de 30 dias.

Segundo o consórcio, os serviços de coleta domiciliar e remoção de entulhos estão funcionando 100% sob a responsabilidade do Limpa Gyn. “A empresa assumiu dezenas de rotas de ruas e avenidas de 711 bairros de Goiânia, para retirada do lixo e o serviço de remoção de entulhos de áreas viciadas, de endereços enviados pela população e de locais detectados por fiscais”. A empresa afirma ainda que a coleta domiciliar ocorre normalmente seguindo a programação estipulada pelo Consórcio. “Rotas foram traçadas para serem cumpridas pelas equipes da coleta. Ao todo são 120 caminhões que executam o serviço. Não há irregularidade na coleta de lixo”, informa.

O consórcio afirma que tem realizado o trabalho de coleta com 60 caminhões somente na coleta domiciliar, com 120 apresentações, e 40 na remoção de entulhos, com 100 apresentações diárias. “Ao todo temos, entre motoristas, coletores e operadores, cerca de 800 colaboradores e 45 máquinas.” A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), que é a responsável pelo contrato do serviço de coleta e realiza a fiscalização, informou que tem acompanhando todos os serviços executados pelo Consórcio Limpa Gyn. “Também tem trabalhado junto aos técnicos do consórcio nas revisões das rotas de coletas, bem como na adequação de pontos de coleta visando constantes melhorias.”

A Seinfra complementa ainda que já notificou o consórcio duas vezes por problemas no serviço prestado, desde o início de sua operação na capital. “Os mesmos foram solucionados rapidamente”, considera. A pasta ressalta que o consórcio opera 100% nos serviços de coleta domiciliar, remoção de entulho e varrição mecanizada desde o dia 1º de julho. Já o serviço de coleta seletiva ainda não está sendo realizado pelo consórcio, que teve um prazo adiado para a realização deste até outubro e ficou a cargo da Comurg. A situação é alvo de reclamação de catadores de recicláveis de cooperativas, como publicou O DAQUI neste mês, e de moradores. No Setor Sul, a Aprosul informa que o serviço de coleta orgânica também tem feito a retirada dos materiais recicláveis. Já no Jaó, a informação é que a coleta seletiva está irregular.

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