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Procissão do Fogaréu ilumina as ruas da cidade de Goiás nesta quarta-feira; veja programação

Espetáculo, que parte da programação da Semana Santa na antiga capital, este ano presta ao fundador da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), Elder Camargo de Passoshomenagem

Modificado em 19/09/2024, 00:20

Na Procissão do Fogaréu, 40 farricocos munidos de tochas saem pelas ruas e becos de Goiás, representando os soldados romanos que perseguiram Jesus

Na Procissão do Fogaréu, 40 farricocos munidos de tochas saem pelas ruas e becos de Goiás, representando os soldados romanos que perseguiram Jesus (Fábio Lima)

Após a edição de retomada no ano passado, farricocos, músicos e público se preparam para sair novamente às ruas da cidade de Goiás na Procissão do Fogaréu, tradição religiosa que acontece há 278 anos na antiga Vila Boa. A encenação na madrugada de quarta (5) para quinta-feira (6), com saída do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, é o ponto alto da programação da Semana Santa na cidade. A novidade deste ano é que o fundador da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), Elder Camargo de Passos, receberá uma homenagem especial durante a encenação.

A Ovat realiza a celebração em conjunto com a Prefeitura de Goiás. "É sempre uma responsabilidade muito grande organizar a Procissão do Fogaréu, e um trabalho de um ano inteiro. Quando termina uma edição, já estamos planejando a próxima", diz o presidente da organização, Rodrigo dos Santos e Silva, conhecido como Passarinho.

A celebração religiosa começa sempre às 23h59 da Quarta-feira Santa, encenando a perseguição a Jesus Cristo pelos soldados romanos, representados por 40 farricocos. Com sua vestimentas longas e chapéus pontudos, os farricocos saem descalços pelas ruas da cidade segurando tochas. A caminhada começa em frente à Igreja da Boa Morte, passando pelas ruas e becos da cidade até chegar à Igreja do Rosário, que representa o local da última ceia.

De lá, personagens e público seguem para a Igreja de São Francisco de Paula, que representa o Monte das Oliveiras. A Procissão do Fogaréu termina após a encenação da prisão de Cristo, quando um farricoco vestido de branco caminha em meio aos outros segurando um estandarte com a imagem de Jesus. A estimativa é de que mais de 20 mil pessoas acompanharam a procissão no ano passado, número que deve ser superado na edição deste ano. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico, cerca de 40 mil pessoas devem passar pela cidade.

A programação religiosa antecede o evento principal, que teve início em 22 de fevereiro, com a Quaresma. Missas, procissões, caminhadas, vigília, canto do perdão e espetáculo da Via Sacra estão entre as atrações que ocorrem em igrejas e em outros pontos da cidade.
Concerto de Páscoa

A antiga Vila Boa também conta com programação cultural ao longo da Semana Santa. "No sábado, às 18 horas, haverá o Concerto de Páscoa com os músicos Ivan Vilela e Andrea Teixeira, apoiado pelo Instituto Biapó. Além disso, o instituto estará aberto normalmente com a exposição em cartaz Fim-Inicio", diz PX Silveira, produtor cultural e responsável pela curadoria do instituto.

O instrumentista e compositor Ivan Vilela é livre-docente de Etnomusicologia e transitando entre a música e cultura popular brasileira. Já Andréa Teixeira, apesar de ser ganhadora de 18 prêmios internacionais de piano, mostrará, durante o Concerto de Páscoa, sua habilidade com outro instrumente: a flauta. A apresentação contará com músicas de Ivan Vilela e de outros artistas.
Vestimenta polêmica

Vira e mexe, a tradicional vestimenta dos farricocos é motivo de alguma polêmica na internet. O motivo é que o chapéu em formato de cone é confundido com a vestimenta dos integrantes da Ku Klux Klan (KKK), grupo terrorista e supremacista branco que surgiu nos Estados Unidos no final do século 19. A polêmica mais recente envolveu a bateria da associação atlética de medicina da PUC Goiás, que traz um farricoco em sua logo.

A Bateria Caótica precisou divulgar uma nota na semana passada na qual nega e repudia qualquer vínculo com a organização terrorista e explica que se trata do tradicional personagem da Procissão do Fogaréu. O posicionamento foi motivado após uma "onda de ataques e acusações injustas" ao símbolo, após a Liga Nacional de Baterias Universitárias (LNBU) fazer uma postagem com as logos das baterias associadas nas redes sociais.

No ano passado, com a retomada da festa, algumas imagens dos farricocos empunhando tochas viralizaram no Twitter pelo mesmo motivo: a confusão com a vestimenta usada pela KKK, que logo foi esclarecida por outros usuários que conhecem a tradição.

Apesar da recorrente polêmica nas redes sociais, o traje, composto por longa túnica e chapéu em formato de cone em diferentes cores, remete aos tempos medievais e são bem semelhantes aos que ainda hoje são comuns nas celebrações da Semana Santa na Espanha. As vestes eram costumeiramente utilizadas por penitentes, que tinham os rostos cobertos para preservar suas identidades.
Programação Semana Santa na Cidade de Goiás
De 4 a 9 de abril de 2022
Terça-feira (4)
19h: Missa na Catedral de Sant'Ana
19h: Missa com Celebração Penitencial no Santuário Nossa Senhora do Rosário
19h: Missa da Saúde na Capela Nossa Senhora Aparecida, no Setor Aeroporto
Quarta-feira (5)
17h: Fogareuzinho. Saída: Museu das Bandeiras
19h: Missa no Santuário Nossa Senhora do Rosário
20h30: Espetáculo Via Sacra, na Catedral de Sant'Ana
23h59: Procissão do Fogaréu. Saída: em frente ao Museu de Arte Sacra da Boa Morte
Quinta-feira (6)
19h: Missa do lava-pés e da Santa Ceia do Senhor, seguida da adoração ao Santíssimo Sacramento. Locais: Catedral de Sant' Ana, Santuário Nossa Senhora do Rosário e Igreja Santa Rita de Cássia
23h: Procissão dos Penitentes. Local: Igreja São Francisco de Paula
Sexta-feira (7)
5h: Via Sacra. Local: Saída da Capela Nossa Senhora Aparecida até a Igreja Santa Rita de Cássia
6h30: Via Sacra (caminhada) até o Morro do Cruzeiro
10h: Canto do Perdão (masculino). Local: Igreja de Nossa Senhora D'Abadia
14h: Canto do Perdão. Local: Santuário Nossa Senhora do Rosário
15h: Adoração da Santa Cruz. Local: Santuário Nossa Senhora do Rosário, Catedral de Sant´Ana e Igreja de Santa Rita
18h: Canto do Perdão (feminino). Local: Igreja São Francisco de Paula
20h: Cerimônia da dramatização do Descendimento da Cruz, Sermão das Sete Palavras e Procissão do Senhor Morto. Local: Largo do Chafariz
Sábado (8)
7h: Caminhada à Serra Dourada. Saída: sede Prefeitura de Goiás
8h às 15h: Visita ao Cristo no Sepulcro no Santuário de Nossa Senhora do Rosário
18h: Concerto de Páscoa com Ivan Vilela & Andrea Teixeira. Local: Santuário de Nossa Senhora do Rosário
19h: Vigília Pascal. Local: Santuário de Nossa Senhora do Rosário e Igreja de Santa Rita
20h: Vigília Pascal seguida de Procissão da Ressurreição. Local: Catedral de Sant' Ana
Domingo (9)
8h: Missa da Ressurreição. Locais: Capela Nossa Senhora Aparecida e Santuário Nossa Senhora do Rosário
10h: Missa Missa da Ressurreição com saída da Folia do Divino. Local: Catedral de Sant' Ana
19h: Missa da Ressurreição. Locais: Catedral de Sant' Ana e Igreja Santa Rita de Cássia

Exposição Fim-Nicio
Local: Instituto Biapó
Visitação: terça a sábado, das 9h às 16h45; domingo, das 9h às 13h

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Cine Teatro São Joaquim sedia conferência sobre saúde e doenças

Encontro terá programação gratuita e participação de palestrantes de vários Estados brasileiros

Cine Teatro São Joaquim sedia conferência sobre saúde e doenças

(Leo Iran)

Cine Teatro São Joaquim, unidade da Secretaria de Estado da Cultura, na cidade de Goiás, recebe, entre terça e sexta-feira (6a 8), a abertura e encerramento do VI Colóquio de História da Saúde e das Doenças, conferência realizada pelo Instituto Federal de Goiás (IFG).

A programação é gratuita e inclui palestras na área de saúde, mesa-redonda com debates sobre relevantes temas e participação de diversos profissionais da área.

O Colóquio é um evento interdisciplinar, constituído por historiadores, médicos, arquitetos, antropólogos, cientistas sociais, museólogos entre outros profissionais que trazem suas percepções e olhares sobre os impactos da saúde e das doenças ao tecido social.

Cada vez mais, o evento tem atraído pesquisadores de outras regiões do país e estrangeiros, o que vem possibilitando a construção de uma rede de pesquisadores em torno da temática.

A 6ª edição do Colóquio também terá simpósios temáticos, de forma remota, que inclui oito palestras com professores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, entre outros.

Diversos temas serão abordados, entre eles o Césio-137 em Goiânia, medicina e política, nutrição e enfermagem. A transmissão será por meio deste link .

Confira a programação presencial: Quarta-Feira (06)
Manhã - Credenciamento

14h -- 17h - Mesa-redonda: Estética da Pele Enferma, com Dr. Ricardo dos Santos Batista (UNEB), Dra. Leicy Francisca da Silva (UEG), Dr. Doriam Erich de Castro (IFG)
Mediador: Dr. Robson Mendonça Pereira (UEG)
Local: Salão de Eventos IFG

19h -- 21h - Conferência de abertura - Debates sobre a alimentação infantil, com a Dra. Gisele Porto Sanglard (Fiocruz/RJ)
Mediadora: Doutoranda Lara Alexandra T. da Costa (PPGH/UFG)
Local: Cine Teatro São Joaquim
Quinta-Feira (07)
09h -- 12h - Simpósios Temáticos [On-line]

14h -- 17h - Mesa-redonda: Fome, carência e doenças, com Dra. Ana Karine Martins Garcia (BECE), Dra. Sônia Maria de Magalhães (PPGH/UFG), Dr. Rildo Bento de Souza (PPGH/UFG)
Mediador: Dr. Leandro Carvalho Damacena Neto (IFG)
Local: Auditório UEG

19h -- 21h - Homenagem à Maria de Fátima Cançado e Dr. Anuar Auad
Coquetel e Lançamento de livros
Local: Fundação Frei Simão Dorvi
Sexta-Feira (08)
09h -- 12h - Reunião GT História da Saúde e das Doenças Local: Sala de Reuniões IFG

14h -- 17h - Conferência de encerramento: Museu Histórico da FMUSP e seu acervo Dr. André Mota (FMUSP)
Mediadora: Dra. Sônia Maria de Magalhães (PPGH/UFG)
Local: Cine Teatro São Joaquim

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Cine Teatro São Joaquim recebe espetáculo de dança neste sábado (29)

A apresentação, que tem apoio da Secult Goiás, será realizada às 19h com entrada gratuita

Modificado em 17/09/2024, 16:26

Cine Teatro São Joaquim recebe espetáculo de dança neste sábado (29)

(Lu Barcelos – Chocolate Fotografias)

O Cine Teatro São Joaquim, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) na cidade de Goiás, recebe o espetáculo "PRESSA", do Grupo Bacae Dança neste sábado (29). A apresentação é gratuita e terá apenas uma sessão, às 19h. O projeto foi contemplado pelos editais do Fundo de Arte e Cultura (FAC) do Estado de Goiás, promovido pela Secult.

PRESSA é um espetáculo de Dança Contemporânea que busca refletir sobre a banalização da urgência e os consequentes impactos na sociedade. A proposta também tem o intuito de inspirar alternativas para saída do ciclo vicioso da pressa, apontando benefícios da desaceleração das rotinas, a partir das potenciais possibilidades de pequenas ações diárias e intimistas.

As coreografias são uma interpretação da vida corrida da sociedade contemporânea. A correria, a pressão das redes sociais, prazos de entrega 'para ontem', o tempo nunca é suficiente para a conclusão das tarefas diárias. Com isso, há uma ilusão de que tudo é emergencial. Nas entrelinhas, fazemos o questionamento: realmente precisamos fazer [e ter] tudo tão rápido? Quanto custa viver atendendo às solicitações tão imediatas?

Serviço: Espetáculo "PRESSA"
Data: 29/06
Horário : 19h
Local: Cine Teatro São Joaquim -- cidade de Goiás

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Palácio Conde dos Arcos recebe exposição fotográfica sobre art déco nesta sexta-feira (21)

Mostra faz parte de uma exposição itinerante e reúne 22 imagens que registram os edifícios tombados como patrimônios

Modificado em 17/09/2024, 15:52

Palácio Conde dos Arcos recebe exposição fotográfica sobre art déco nesta sexta-feira (21)

(Divulgação)

O Palácio Conde dos Arcos, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) na cidade de Goiás, recebe a exposição Memórias em Foco, sob curadoria do fotógrafo Raphael Vieira, a partir desta sexta-feira (21). A mostra reúne obras de 22 artistas da Associação Goiana de Artes Visuais (AGAV) que representam monumentos e prédios art déco no Estado.

A exposição faz parte do concurso de fotografia Goiânia Art Déco Festival, onde diferentes fotógrafos goianos foram convidados a relembrar e celebrar essa parte da cultura, resgatando a relevância e a beleza atemporal desse patrimônio, e colocando em foco as memórias do passado.

"O diálogo entre a fotografia e o patrimônio histórico do art déco de Goiânia não é apenas conveniente, mas essencial e até simbólico. Trata-se de lançar nosso olhar para o passado, esse que fez de nós quem somos hoje. Trata-se de um resgate das raízes que construíram a cultura e o imaginário goiano através de um resgate da imagem fotográfica", diz Raphael.

A exposição fica disponível para visitação até o dia 04 de julho, de segunda a sábado das 08h às 17h, e no domingo das 08h às 13h. A entrada é gratuita. O Goiânia Art Déco Festival é uma realização da ONYGO Turismo e conta com apoio financeiro do Governo de Goiás, por meio do Fundo de Arte e Cultura (FAC), operacionalizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Serviço: Exposição fotográfica "Memórias em Foco" - Goiânia Art Déco Festival
Data: de 21/06 a 04/07
Local: Palácio Conde dos Arcos, cidade de Goiás
Entrada gratuita

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Goiás aprova marco legal para proteger o Rio Vermelho

Lei municipal criada na antiga capital prevê instalação de comitê para fiscalizar e atuar na proteção de nascentes e despoluição das águas, evitando garimpos e desmatamento ilegal

Modificado em 17/09/2024, 16:19

Inspiração para criação da lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho (foto) na cidade de Goiás veio de iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia

Inspiração para criação da lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho (foto) na cidade de Goiás veio de iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia (Fábio Lima)

"Tenho um rio que fala em murmúrios. Tenho um rio poluído. Tenho um rio debaixo das janelas Da Casa Velha da Ponte. Meu Rio Vermelho"

A poetisa Cora Coralina morreu em 1985 e pouco antes mencionou no poema Rio Vermelho o descaso com um dos principais símbolos da antiga capital que recebe esta semana a 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). A urgência para salvar o manancial levou a Câmara Municipal da cidade de Goiás a aprovar o projeto de lei, de autoria da vereadora Elenízia da Mata de Jesus (PT), que reconhece os direitos do Rio Vermelho. A sanção da lei, pelo prefeito Aderson Liberato Gouvea, será nesta quinta-feira (13), às 15h30, na Tenda Multiétnica, montada na Praça do Chafariz.

O marco legal foi inspirado na iniciativa pioneira do Rio Laje, em Rondônia, o primeiro do País a ter direitos reconhecidos por lei aprovada pela Câmara de Vereadores de Guajará-Mirim. "Com esse marco legal é criado um comitê que irá acompanhar, fiscalizar e atuar para que o Rio Vermelho seja de fato despoluído, que a nascente seja preservada e que haja uma agenda permanente de cuidados e não somente em ocasiões especiais, como durante o Fica. Sabe aquele conceito de mudar o mundo a partir da minha comunidade?", questiona Elenízia, que desde a infância, no Quilombo São Félix, em Matrinchã, tem uma relação afetiva com o Rio Vermelho.

A proposta da vereadora foi aprovada por unanimidade pelos nove integrantes da Câmara Municipal. "Fiz várias discussões e audiências públicas. Quando chegou à Câmara já tinha aprovação popular", explica Elenízia. Ela defende um engajamento de toda a sociedade para salvar o Rio Vermelho e difundir boas práticas. "É preciso ampliar essas vozes. O rio tem direitos, inclusive a fluir com vida plena". Bombas que captam água do manancial, desmatamento descontrolado e a presença de garimpos estão hoje entre os grandes problemas a serem combatidos na bacia do Rio Vermelho.

"Na adolescência, passei a morar na cidade de Goiás e vi de perto as águas bravias derrubarem a Cruz do Anhanguera em 2001. Participei de vários momentos de reflexões sobre a necessidade de nos atentarmos para os cuidados com o Rio Vermelho, que nasce na cidade de Goiás", afirma a vereadora, que pretende ir além. Sua ideia é montar uma espécie de consórcio com os outros municípios banhados pelo Rio Vermelho - Itapirapuã, Matrinchã e Aruanã - para que os cuidados sejam ampliados de forma integral à bacia. "Precisamos cuidar do nosso principal patrimônio que são os recursos naturais."

A lei que reconhece os direitos do Rio Vermelho no município de Goiás, o enquadrando como um ente especialmente protegido, também institui o Dia Municipal do Rio Vermelho, a ser comemorado no dia 4 de novembro, e a Semana Municipal do Rio Vermelho, a ser comemorada também no início de novembro. Pelo marco legal será criado o Comitê Guardião formado por um representante da prefeitura; um do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Saneamento Básico; um de uma instituição de ensino superior que atue no município; um da sociedade civil organizada e um da Câmara de Vereadores. Todos os anos esse comitê terá de apresentar relatório sobre as condições do rio e o planejamento de ações.

Direitos do Rio Vermelho

  • Manter seu fluxo natural e em quantidade suficiente para garantir a saúde do ecossistema;
  • Nutrir e ser nutrido pela mata ciliar, pelas florestas do entorno e pela biodiversidade endêmica;
  • Existir com suas condições físico-químicas adequadas ao seu equilíbrio ecológico;
  • Inter-relacionar com os seres humanos por meio da identificação biocultural, de suas práticas espirituais, de lazer, da pesca artesanal, de agroecologia e de cultura.
  • Desmatamento é a maior causa da enchente de 2001

    O Rio Vermelho, que nasce a cerca de 15 quilômetros do centro histórico da cidade de Goiás e deságua no Rio Araguaia, em Aruanã, há décadas sofre com os impactos ocasionados pela ocupação humana. A expansão das atividades agropecuárias e comerciais e a construção de moradias em sua planície de inundação provocaram a perda da vegetação ciliar, poluição, assoreamento e fuga da biodiversidade. Seguem avançando os mesmos problemas que originaram a grande enchente de 31 de dezembro de 2001 quando foi perdido grande parte do patrimônio histórico, apenas 17 dias depois de a cidade conquistar o título de Patrimônio da Humanidade concedido pela Unesco.

    Logo após o transbordamento do Rio Vermelho, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios Históricos (Icomos), da Unesco, apontou o assoreamento e a diminuição gradativa da vazão do rio como responsáveis pela enchente. Em 2002, um estudo da então Agência Ambiental de Goiás, mostrou que 80% das matas ciliares entre a nascente e a área urbana da cidade de Goiás já tinham sido dizimadas para dar lugar a pastagens. Garimpeiros atuando clandestinamente também contribuíram para os danos. Medidas para proteger o rio praticamente não saíram do papel ao longo dos anos. "Por isso, o marco legal. Vamos esperar a repetição do que aconteceu no passado ou algo como foi no Rio Grande do Sul?", pergunta Elenizia da Mata.