Geral

Turquia encerra operações de resgate de terremoto em 8 das 10 províncias atingidas

Esforços se voltam, desse modo, para a busca de corpos, para que suas famílias possam realizar funerais e assim se despedir de forma digna

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:16

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 26 milhões necessitem de ajuda humanitária em toda a região afetada

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 26 milhões necessitem de ajuda humanitária em toda a região afetada (Burak Kara/Getty Images)

O governo da Turquia decidiu neste domingo (19) encerrar as operações de resgate de vítimas do terremoto que matou mais de 40 mil pessoas só no país, quase duas semanas depois do desastre.

A informação é da Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres (Afad), que acrescentou que as operações continuam somente nas duas províncias mais atingidas pelos tremores: Kahramanmaras e Hatay, entre as quais o epicentro do sismo foi localizado.

O terremoto de magnitude 7,8 que também atingiu parte da vizinha Síria soma ao menos 46 mil mortes, sendo 40.642 no território turco, e 5.800 no sírio. A expectativa das autoridades é que a cifra continue a crescer nos próximos dias, uma vez em que ainda há muitos desaparecidos --nem Ancara nem Damasco sabem dizer exatamente quantos, e o número de óbitos sírio tem se mantido o mesmo há dias.

Apesar do cenário de devastação, notícias de resgates de pessoas com vida mesmo tanto tempo após o desastre suscitavam esperança entre a população. No sábado, por exemplo, 296 horas após os tremores iniciais, um casal e seu filho foram achados com vida debaixo de ruínas em Antakya, no sul do país. A mãe e o pai sobreviveram, mas a criança acabou morrendo por desidratação. Eles já tinham perdido seus dois filhos mais velhos para o terremoto.

Na maioria das áreas atingidas, porém, a conclusão é de que não há mais sobreviventes. "Ninguém está vivo", afirmou Mudjat Erdogan, membro da Afad, também em Antakya. Com o rosto e o uniforme cobertos de poeira, ele contou à agência de notícias Reuters, que na meia-noite do domingo, oito horas após uma tentativa de salvar duas pessoas, sua equipe desistiu da operação.

Os esforços se voltam, desse modo, para a busca de corpos, para que suas famílias possam realizar funerais e assim se despedir de forma digna. A tradição islâmica, seguida por 99% da população turca, dita que os mortos devem ser enterrados o mais rápido possível.

"As famílias aguardam esperançosas. Eles querem realizar cerimônias fúnebres. Eles querem um túmulo", disse à Reuters Akin Bozkurt, operador de escavadeiras, enquanto sua máquina içava os restos de um edifício em Kahramanmaras.

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 26 milhões necessitem de ajuda humanitária em toda a região afetada, e cerca de um milhão de pessoas estão desabrigadas.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, aterrissou na Turquia neste domingo para discutir como seu país pode reforçar seu apoio ao governo turco frente ao desastre. O chefe da diplomacia americana veio de Munique, na Alemanha, onde participava de uma conferência internacional de segurança, e pousou na base aérea de Incirlik, no sudeste do país.

É de lá que parte grande parte da ajuda humanitária, inclusive americana, é distribuída pelas áreas afetadas. Desde o terremoto, Washington já enviou a Ancara equipes de busca e resgate, suprimentos médicos, equipamentos capazes de destruir concreto e US$ 85 milhões (cerca de R$ 439 milhões) em auxílios humanitários --parte deste valor é destinado a organizações que atuam na Síria.

A mero título de comparação, especialistas afirmam que reconstruir a Turquia vai exigir do governo de Recep Tayyip Erdogan quase mil vezes isso --US$ 84,5 bilhões, ou cerca de R$ 437 bilhões. A catástrofe acontece às véspéras das eleições gerais, marcadas para 14 de maio, e a resposta do líder à catástrofe, considerada por muitos insuficiente, deve influenciar seu desempenho nas urnas.

Geral

Número de mortos em terremoto de Mianmar passa de 2 mil, diz governo

Mais de 3.900 pessoas ficaram feridas, e outras 270 estão desaparecidas, informou um porta-voz da junta.

Modificado em 31/03/2025, 13:02

Operações de resgate em decorrência do terremoto em Mianmar

Operações de resgate em decorrência do terremoto em Mianmar (Divulgação/Redes Sociais)

O número de mortos no terremoto em Mianmar aumentou para 2.056, informou nesta segunda-feira (31) a junta militar que governa o país. Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu o país e a vizinha Tailândia na última sexta-feira.

Mais de 3.900 pessoas ficaram feridas. Além disso, outras 270 estão desaparecidas, informou um porta-voz da junta.

O terremoto foi o mais violento em décadas. O país enfrenta o desastre imerso em um conflito civil que destruiu seu sistema de saúde.

Mianmar intensifica esforço de resgate após terremoto com mais de 1.6 mil mortes Terremoto de 3,1 graus é registrado em Goiás

Operações humanitárias estão prejudicadas por danos nas estradas e na infraestrutura local. A análise é da agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Ocha.

Os danos à via expressa Yangon-Nay Pyi Taw-Mandalay levaram a interrupções no serviço, com rachaduras e distorções na superfície, forçando os ônibus rodoviários a interromper as operações", disse a agência da ONU em um comunicado.

Geral

Mianmar intensifica esforço de resgate após terremoto com mais de 1.6 mil mortes

Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que o número de vítimas em Mianmar pode passar de 10 mil

Modificado em 29/03/2025, 17:13

Imagem mostra prédio destruído após terremoto em Mianmar

Imagem mostra prédio destruído após terremoto em Mianmar (Reprodução/Redes Sociais)

Para ajudar nas buscas por sobreviventes do terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar na sexta-feira (28), a junta militar que governa o país no Sudeste Asiático permitiu a entrada de socorristas estrangeiros neste sábado (29). O tremor foi um dos maiores a atingir a nação no último século, deixando 1.644 mortos, segundo o último balanço das autoridades.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que o número de vítimas em Mianmar pode passar de 10 mil. O órgão também afirma que o custo financeiro desta catástrofe pode ser de dezenas de bilhões de dólares.

Sem equipamentos e maquinários adequados para resgate, os sobreviventes do desastre em Mandalay, a segunda maior cidade do país e a mais atingida por estar próxima ao epicentro do abalo, cavam com as próprias mãos para tentar salvar pessoas que ainda estão presas sob os escombros.

Mianmarenses ouvidos pela agência de notícias Reuters afirmam que a resposta na cidade não tem sido suficiente diante da destruição provocada pelo terremoto. Os relatos são de que há ainda muitas pessoas presas, mas não há ajuda a caminho simplesmente porque não há mão de obra, equipamentos ou veículos.

Em Mandalay, Htet Min Oo, 25, foi resgatado por moradores debaixo de uma parede que prendia metade de seu corpo. Ele tentou salvar a avó e dois tios dos destroços de um prédio, mas não conseguiu mover os blocos de concreto. "Não sei se eles ainda estão vivos. Depois de tanto tempo, não acho que haja esperança. Há muitos escombros, e nenhuma equipe de resgate veio nos ajudar."

Quando o tremor atingiu Mianmar, ele estava em uma mesquita e fazia as purificações que antecedem as orações feitas pelos muçulmanos, que desde o início de março celebram o mês sagrado do Ramadã. Partes da mesquita e da casa dele, que ficava ao lado, desabaram durante o abalo. A parede que atingiu Htet também prendeu suas duas tias, e apenas uma sobreviveu.

Mais de 50 mesquitas sofreram danos, segundo o Governo de Unidade Nacional da oposição de Mianmar, e centenas de muçulmanos estão entre os mortos. O terremoto aconteceu no momento em que estes fiéis se reuniam para as orações de sexta-feira.

Sem listar mesquitas no relatório de danos, a junta militar afirma que 670 mosteiros e 290 templos budistas, religião predominante no país, foram atingidos. Nos últimos anos, governos, grupos ultranacionalistas e monges extremistas têm incitado a violência e reprimido a minoria islâmica.

Mianmar está em crise política desde 2021, quando o Exército deu um golpe de Estado e depôs o governo civil eleito afirmando que havia fraude nas eleições. Agências humanitárias avaliam que o tremor ocorreu em um momento de alta vulnerabilidade para o país, que vive em contexto de violência generalizada e está com o sistema de saúde sobrecarregado por surtos de cólera e outras doenças.

"O estresse adicional de atender às necessidades daqueles que foram feridos no terremoto vai causar uma tensão sem precedentes em recursos já escassos", disse Mohammed Riyas, diretor do Comitê Internacional de Resgate em Mianmar.

Em janeiro, a ONU diagnosticou em Mianmar uma crise múltipla, marcada por colapso econômico, conflito intensificado, riscos climáticos e pobreza crescente. Mais da metade do país não tem acesso à eletricidade, e hospitais em zonas de conflito não estão operando.

Na sexta-feira, o chefe da junta que governa Mianmar, Min Aung Hlaing, pediu que "qualquer país, qualquer organização" ajudassem nos esforços de socorro. Trata-se de um pedido raro, já que a administração militar é isolada e, em ocasiões anteriores, recusou suporte estrangeiro mesmo após grandes desastres naturais.

Em Rangoon, capital comercial do país, uma equipe de resgate chinesa desembarcou no aeroporto e viajará de ônibus até o interior, segundo a mídia estatal. Suprimentos enviados pela Índia também chegaram em uma aeronave militar, e espera-se aviões com ajuda da Rússia, da Malásia e de Singapura.

A Coreia do Sul disse que fornecerá uma ajuda humanitária inicial de US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões) por meio de organizações internacionais. O dirigente da China, Xi Jinping, afirmou que Pequim encaminhará o equivalente a US$ 13,77 milhões (R$ 79,4 milhões), incluindo tendas, cobertores e kits médicos de emergência. Os EUA, que têm uma relação tensa com a junta mianmarense, afirmaram que oferecerão alguma assistência.

Aeroportos (incluindo os internacionais de Naypyitaw e Mandalay), pontes e rodovias estão paralisados. Uma avaliação inicial do Governo de Unidade Nacional da oposição de Mianmar, que reúne remanescentes do governo civil deposto por militares no golpe de 2021, estima que pelo menos 2.900 edifícios, 30 estradas e sete pontes foram danificados pelo terremoto.

Em Bancoc, na Tailândia, onde nove pessoas morreram, uma operação de resgate usa escavadeiras, drones e cães de busca para encontrar 47 desaparecidos no local em que uma torre de 33 andares que estava em construção desabou. Até 5.000 estruturas, incluindo prédios residenciais, podem ter sido danificadas na capital, segundo Anek Siripanichgorn, membro do conselho do Conselho de Engenheiros da Tailândia.

Khin Aung, operário mianmarense que trabalhava na obra tailandesa, conta que saiu do local minutos antes do desabamento. Mas o irmão dele, assim como muitos amigos, ainda está sob os escombros do arranha-céu, que seria destinado a escritórios do governo. Os dois trabalhavam em Bancoc há seis meses.

"Tudo aconteceu num piscar de olhos. Fiz uma videochamada para meu irmão e amigos, mas apenas um respondeu. Não consegui ver seu rosto e ouvia que ele estava correndo. Naquele momento, todo o edifício tremia, mas eu ainda estava na ligação com ele. A chamada caiu e o edifício desabou", conta. Aguardando notícias, familiares dos trabalhadores se reuniram ao redor dos destroços neste sábado.

Geral

Terremoto de 3,1 graus é registrado em Goiás

Tremor no Norte do Estado foi confirmado pelo Observatório Sismológico da UnB

Modificado em 19/09/2024, 00:37

Mapa divulgado pelo Observatório Sismológico da UnB mostra o local do tremor na tarde desta terça (15)

Mapa divulgado pelo Observatório Sismológico da UnB mostra o local do tremor na tarde desta terça (15) (UnB)

Um terremoto de 3,1 graus na Escala Richter foi registrado no início da tarde desta terça-feira (15) em Santa Tereza de Goiás, na região Norte de Goiás. Quem confirmou o ocorrido foi o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).

Uma câmera de segurança também gravou o tremor de terra em Porangatu, cidade a menos de 40 quilômetros de distância de Santa Tereza de Goiás. Os moradores da região relataram que ficaram com medo depois de sentir a terra tremer.

Geral

Terremoto na Turquia se torna o mais letal do país após mais de 35 mil mortes

Já na Síria, onde o terremoto agravou um contexto já devastado por quase 12 anos de guerra civil, foram registradas cerca de 5.800 mortes, fazendo com que, juntos, os dois países somem mais de 41 mil óbitos

Modificado em 19/09/2024, 00:18

Nurdagi

Nurdagi (Reprodução/CNN Portugal)

O terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia na semana passada se tornou o mais letal da história do país. Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o número de óbitos em decorrência do sismo no território atingiu a cifra de 35.418 nesta terça-feira (14), ultrapassando a marca de 33 mil mortos do desastre de 1939.

Enquanto isso, cresce na Turquia o temor de que a catástrofe seja usada pelo governo como desculpa para uma escalada autoritária --há 20 anos de poder, Erdogan é acusado de erodir a independência do Judiciário, corroer a liberdade da imprensa, e enfraquecer o respeito aos direitos humanos no país.

Criticado pela resposta lenta de seu governo ao episódio, o presidente tem tentado se desviar dos ataques afirmando que "notícias falsas e distorcidas" têm colocado as pessoas umas contra as outras e criado uma atmosfera de caos. Em outubro passado, o Parlamento da Turquia aprovou uma lei segundo a qual usuários de redes sociais podem ser presos por até três anos por espalhar "desinformação".

Organizações independentes alegam que essa face autoritária já pode ser vista no controle de Ancara das redes logo após os primeiros tremores. A NetBlocks, que monitora a internet livre pelo mundo, afirmou que o Twitter foi bloqueado no país por diversas provedoras por 12 horas no dia do terremoto, possivelmente por ação do governo, dificultando a comunicação em um momento em que ela podia salvar vidas.

Nesta quarta-feira (15), a polícia afirmou ter detido 78 pessoas acusadas de incitar medo e pânico por "compartilharem publicações provocadoras". O Diretor Geral de Segurança do país acrescentou que retirou do ar 46 sites que se apresentavam como organizações que recebiam doações para vítimas do terremoto --um golpe--, e derrubaram 15 perfis de redes sociais que alegavam ser oficiais, mas eram falsos.

Já na Síria, onde o terremoto agravou um contexto já devastado por quase 12 anos de guerra civil, foram registradas cerca de 5.800 mortes, fazendo com que, juntos, os dois países somem mais de 41 mil óbitos.

Com o passar dos dias, os resgates em ambos os países têm se tornado menos frequentes, embora histórias de vitímas que passaram dias soterradas pelos destroços antes de serem salvas tenham começado a emergir.

O foco das operações se torna, então, o apoio a sobreviventes e a reconstrução da infraestrutura sanitária das regiões atingidas, danificadas ou inoperáveis em razão dos tremores. Autoridades agora enfrentam a tarefa de tentar impedir doenças de se alastrarem e tirarem ainda mais vidas.

Milhões necessitam de ajuda humanitária --muitos deles perderam suas casas no meio do inverno. Também nesta quarta (15), a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou estar especialmente preocupada com a situação no noroeste da Síria, área dominada por rebeldes e com poucas vias para a chegada de ajuda humanitária.

No início da semana, o ditador sírio, Bashar al-Assad, permitiu a entrada de comboios da ONU por outros dois pontos de acesso na fronteira com a Turquia.

Leia também