IcEsporte

Esporte

Relator diz que STJD não aceitará casos de manipulação de resultados no futebol

Romário, ex-Vila Nova, foi banido do esporte, enquanto Gabriel Domingos foi suspenso por 720 dias. Defesas vão apresentar recursos

Modificado em 19/09/2024, 00:31

Volante Romário jogava pelo Vila Nova quando aceitou participar do esquema de manipulação de resultados

Volante Romário jogava pelo Vila Nova quando aceitou participar do esquema de manipulação de resultados (Wesley Costa)

O volante Romário, ex-Vila Nova, foi banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por envolvimento no esquema de manipulação de resultados, que foi deflagrado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Na esfera desportiva, essa punição é rara e há poucos casos na história do futebol brasileiro. Ele também terá de pagar multa de R$ 25 mil. O objetivo do STJD é passar a mensagem que a manipulação de resultados não será aceita.

Além de Romário, outro ex-jogador do Vila Nova, o volante Gabriel Domingos foi suspenso por 720 dias e terá de pagar multa de R$ 15 mil.

O julgamento dos atletas ocorreu nesta segunda-feira (29). Gabriel Domingos foi ao STJD, no Rio de Janeiro, enquanto Romário participou por videoconferência. A decisão, nos dois casos, cabe recurso ao pleno.

"O julgamento foi feito com base nos documentos e provas que recebemos do Ministério Público de Goiás. Não se admite isso no futebol, essa é a mensagem que o STJD passa ao definir as punições do senhor Marcus Vinícius (Romário) e do senhor Gabriel Domingos. A gente sabe que existem pessoas de diversos caracteres no futebol, mas casos assim no Tribunal vão ter julgamentos e não admitiremos que passem impunes", afirmou o relator da 1ª Comissão Disciplinar, Miguel ngelo Cançado.

Mesma linha de punições

O especialista em direito desportivo e membro da Comissão de Direito Desportivo, Diego Stefani acredita que a tendência é que a mesma linha de punições seja tomada nos próximos julgamentos de atletas com algum tipo de envolvimento no esquema de manipulação de resultados.

"O STJD deixou uma mensagem muito clara ao futebol brasileiro: não será tolerado qualquer ato que busque violar a idoneidade do futebol e seus resultados. O primeiro julgamento, frise-se, com penas aplicadas de forma unânime pelos auditores, já deram um sinal da objetiva intolerância do Tribunal quanto às graves comprovações feitas a título de manipulação das partidas. A tendência é que os próximos julgamentos sigam a mesma linha", opinou Diego Stefani, que participou do julgamento de Romário e Gabriel Domingos como ouvinte.

Miguel Ângelo Cançado contou que percebeu os jogadores arrependidos durante o julgamento. "Principalmente no Gabriel Domingos que esteve presente no Tribunal. Percebi que ambos sabem que fizeram algo errado, mas tinham conhecimento de que tinham de pagar por suas escolhas", salientou o relator, que iniciou a sequência de votos.

Ele votou pelo banimento de Romário e multa de R$ 50 mil, além de suspensão de 720 dias e multa de R$ 40 mil para Gabriel Domingos. O auditor Sérgio Henrique Coelho Furtado foi o único que acompanhou o voto na íntegra.

Os outros, Ramon Rocha Santos e José Maria Philomeno, além do presidente da 1ª Comissão Disciplinar, Alcino Guedes, votaram por reduzir os valores das multas: R$ 25 mil para Romário e R$ 15 mil para Gabriel Domingos.

A reportagem entrou em contato com a defesa do volante Romário, que é feita pelo advogado Odair de Meneses. Ele informou que vai apresentar recurso ao pleno do STJD. "Ele (Romário) entende que essa pena foi exacerbada diante de sua primariedade e bons antecedentes. Entendemos que vamos conseguir uma reapreciação do com a reforma dessa decisão", informou Odair de Meneses.

A defesa do volante Gabriel Domingos, feita pelas advogadas Aline Moura e Luci Meirelles informou por nota, que está inconformada com a decisão e que "já foi interposto recurso requerendo a redução tanto da suspensão quanto da multa".

No futebol brasileiro, o banimento imediato é raro. Os advogados consultados pela reportagem não se recordam de casos idênticos. Em 2008, o volante Rafinha, ex-Toledo-PR, foi banido do futebol por participar de manipulação de um resultado em jogo válido pela Série C.

O caso de Rafinha serviu como base para mudança do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), pelo entendimento à época que a punição foi exagerada. Em 2009, após alterações no CBJD, um novo julgamento foi feito e o atleta foi absolvido, mas não voltou a jogar mais.

Romário e Gabriel Domingos foram denunciados em quatros artigos: 191, III parágrafo; 242; 243 §§1º e 2º; e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

A punição mais grave seria justamente o banimento do futebol, como prevê o artigo 242. Segundo justificativas dos auditores, Romário foi enquadrado no artigo por ter procurado outros ex-jogadores do Vila Nova, como Willian Formiga, Jean Martim e Riquelme, e oferecer valores para que algum deles participasse do esquema. Nenhum aceitou.

O julgamento desta segunda-feira ocorreu apenas na esfera desportiva. A Operação Penalidade Máxima foi deflagrada pelo MP-GO, em fevereiro, e originou dois processos criminais. Em um deles, Gabriel Domingos e Romário são réus.

IcEsporte

Esporte

FGF confirma datas e horários das finais do Goianão, entre Vila Nova e Anápolis

Primeira partida será disputada no Jonas Duarte, e a segunda está marcada para o Serra Dourada

Na 1ª fase do Goianão, Anápolis e Vila Nova empataram em 0 a 0 no Jonas Duarte

Na 1ª fase do Goianão, Anápolis e Vila Nova empataram em 0 a 0 no Jonas Duarte (Roberto Corrêa / Vila Nova)

Na manhã desta segunda-feira (17), a Federação Goiana de Futebol (FGF) divulgou as datas e horários das finais do Goianão, entre Vila Nova e Anápolis. O jogo de ida será disputado no próximo domingo (23), às 17 horas, no Jonas Duarte. A volta está marcada para o outro domingo, no dia 30 de março, às 17 horas, no Serra Dourada.

O Anápolis chegou à final do Campeonato Goiano depois de eliminar o Atlético-GO , que havia vencido as três últimas edições do torneio. O Galo da Comarca não levanta a taça do Estadual desde 1965. Já o Vila Nova deixou para trás o Goiás na semifinal e busca voltar a ser campeão - a última vez foi em 2005.

Vila Nova e Anápolis fizeram as duas melhores campanhas do Goianão 2025, na soma de todas as fases. No total, o Tigre fez 30 pontos e ganhou o direito de decidir a final em casa, enquanto o Galo da Comarca somou 29 pontos no geral.

Geral

Acusado de esfaquear e decepar a cabeça de homem é condenado a 22 anos de prisão

Crime aconteceu em Chapada da Natividade, em 2022. Condenado e vítima tiveram uma briga que levou ao crime, segundo denúncia

Modificado em 15/03/2025, 18:54

Crime aconteceu em Chapada da Natividade, em agosto de 2022

Crime aconteceu em Chapada da Natividade, em agosto de 2022 (Divulgação/Prefeitura de Chapada da Natividade)

Hagaílton Araújo Costa, acusado pela morte de Marco Aurélio de Oliveira, foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado. O crime aconteceu no dia 31 de agosto de 2022 e a vítima foi esfaqueada e teve a cabeça decepada após discussão.

O réu foi julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Natividade. De acordo com o Ministério Público, a denúncia apontou que no dia do crime, Hagaílton e Marco Aurélio estavam com amigos e após o consumo de bebidas alcoólicas acabaram se desentendendo.

O Daqui pediu posicionamento da Defensoria sobre o julgamento e aguarda resposta.

No momento da confusão, o réu, inclusive, teria pego a moto da vítima sem autorização e a ameaçado de morte. Depois Hagaílton desferiu mais de dez golpes de faca contra Marco Aurélio. Os golpes atingiram o crânio, rosto, pescoço, tórax e braços da vítima, que também foi decapitada.

Hagaílton foi condenado pelo crime de homicídio qualificado com qualificadora de motivo fútil, por causa do desentendimento pela motocicleta, e meio cruel, pela brutalidade do crime e sofrimento causado à vítima.

Conforme a sentença assinada pelo juiz Willian Trigilio da Silva, o réu não tem o direito de recorrer em liberdade.

IcEsporte

Esporte

Vila Nova vence o Goiás e abre vantagem na semifinal do Goianão

Partida foi disputada na Serrinha e teve pênalti desperdiçado pelo goleiro Tadeu

Jogadores do Vila Nova comemoram gol marcado contra o Goiás

Jogadores do Vila Nova comemoram gol marcado contra o Goiás (Diomício Gomes / O Popular)

Neste domingo (9), pelo jogo de ida da semifinal do Goianão, o Vila Nova contou com gol de Júnior Todinho para vencer o Goiás por 1 a 0 na Serrinha. A equipe esmeraldina teve oportunidade de empatar em cobrança de pênalti, mas Tadeu mandou na trave.

Com esse resultado, o Vila Nova fica a um empate da decisão do Campeonato Goiano. Qualquer vitória alviverde por um gol de diferença, no jogo da volta, levará para as penalidades. A partida decisiva está marcada para o próximo domingo (16), às 17 horas, no Serra Dourada ou no OBA.

O jogo

Os ânimos começaram exaltados no clássico, em uma partida bem disputada. Perto dos dez minutos, Lucas Lovat atingiu o braço no rosto de Júnior Todinho, que o empurrou para fora do campo e atingiu o tornozelo do lateral. Messias e Esli Garcia chegaram para cobrar, Elias se juntou aos três e uma pequena confusão se instaurou antes de ser apartada.

Apesar de jogar fora de casa, o Vila Nova ostentava uma atuação melhor. Na metade do 1º tempo, a equipe colorada estava com 60% de posse de bola e controlava as ações na Serrinha. O Goiás tinha dificuldades em ficar com a bola e não assustou o goleiro Halls em nenhum momento.

É verdade que o Vila Nova também não traduzia esse domínio em chances agudas de gol, mas, quando conseguiu sua primeira finalização na meta, balançou as redes. Aos 24 minutos, Diego Torres ajeitou e fez o cruzamento na área. Júnior Todinho, de costas, levou a melhor sobre a marcação e desviou de cabeça para abrir o placar.

Depois do gol, a dinâmica da partida seguiu a mesma. O Vila Nova, embora não jogasse de forma brilhante, girava a bola com calma, enquanto o Goiás não conseguia incomodar os adversários.

Em uma das únicas chegadas esmeraldinas, aos 39, Esli Garcia serviu Vitinho, que tentou a batida e foi bloqueado por Willian Formiga no momento decisivo. O Tigre respondeu aos 42, quando Gabriel Poveda bateu de fora da área e exigiu boa defesa de Tadeu.

2º tempo

No 2º tempo, logo aos dois minutos, Esli Garcia deu um passe de calcanhar para Pedrinho, dentro da área. Júnior Todinho tentou tirar a bola e acertou o pé do adversário, que caiu. O árbitro mandou seguir, mas foi chamado pelo VAR e analisou o lance novamente. Pênalti para o Goiás. Cinco minutos depois, Tadeu deslocou Halls, mas mandou na trave.

Esse foi o primeiro pênalti perdido por Tadeu pelo Goiás. Antes, ele havia convertido as oito cobranças que efetuou durante o tempo regulamentar das partidas. Além disso, acertou contra o Crac, na disputa de pênaltis pelas quartas de final do Goianão deste ano.

Apesar do pênalti desperdiçado, o Goiás continuou pressionando o Vila Nova e melhorou o volume de jogo após uma etapa inicial abaixo das expectativas.

Nas arquibancadas, a torcida esmeraldina vaiou em certos momentos da partida, com críticas a Jair Ventura, e alguns objetos foram arremessados no gramado - Halls foi atingido por uma pedra de gelo.

O 2º tempo continuou com a mesma tônica. O Goiás empurrava o Vila Nova para o campo de defesa, e o time colorado se segurava.

Aos 35, Willean Lepo cruzou para Juninho, que estava totalmente livre de frente para Halls. O meio-campista cabeceou para o chão, sem direção, e a bola saiu pela linha de fundo. Chance incrível desperdiçada pelo alviverde.

Nos acréscimos, ainda houve espaço para polêmica. Lucas Ribeiro foi pressionado por Gabriel Poveda e tocou para trás para Tadeu, que espalmou. Os jogadores do Vila Nova pediram recuo de bola, mas o árbitro não marcou. Pouco depois, veio o apito final.

FICHA TÉCNICA Ida da semifinal do Goianão
Jogo: Goiás 0x1 Vila Nova
Data: 09/03/25
Horário: 17 horas
Local: Estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia (GO)

Árbitro: Breno Souza
Assistentes: Leone Carvalho e Tiego dos Santos
VAR: Artur Morais

Goiás: Tadeu; Willean Lepo, Messias, Luiz Felipe (Lucas Ribeiro) e Lucas Lovat; Gonzalo Freitas (Rafael Gava), Juninho, Rodrigo Andrade (Pedrinho) e Vitinho (Welliton Matheus); Esli Garcia e Arthur Caike (Edu). Técnico: Jair Ventura.

Vila Nova: Halls; Elias (Igor Inocêncio), Bernardo Schappo, Tiago Pagnussat e Willian Formiga; João Vieira, Arilson (Ralf) e Diego Torres (Facundo Labandeira); Júnior Todinho (Gabriel Silva), Gabriel Poveda e Vinicius Paiva (Jean Mota). Técnico: Rafael Lacerda.

Gol: Júnior Todinho, aos 24' do 1ºT (Vila Nova)

Cartões amarelos: Júnior Todinho (Vila Nova)

Público: 11.968 presentes, 11.669 pagantes
Renda: R$ 235.310,00

IcEsporte

Esporte

Goiás critica escolha de arbitragem para clássico contra o Vila Nova

Diretor Lucas Andrino questiona opção por Breno Souza

Modificado em 08/03/2025, 16:23

Árbitro Breno Souza vai apitar o clássico entre Goiás e Vila Nova

Árbitro Breno Souza vai apitar o clássico entre Goiás e Vila Nova (Wesley Costa / O Popular)

Dois dias antes da bola rolar, o clássico entre Goiás e Vila Nova começou quente. Após a Federação Goiana de Futebol (FGF) divulgar as equipes de arbitragem dos jogos de ida da fase semifinal do Goianão, o diretor de futebol esmeraldino, Lucas Andrino, criticou a escolha e pediu arbitragem da Fifa no duelo contra o rival colorado.

Nesta sexta-feira (7), Lucas Andrino fez um pronunciamento, em que questionou a escala de arbitragem. O diretor citou a atuação de Breno Souza no jogo recente contra o Crac, em que o Goiás empatou em 1 a 1 e se classificou à semifinal nos pênaltis, e afirmou que o árbitro não foi enérgico e não deu cartões em lances questionáveis.

"O Goiás Esporte Clube não tem nada contra a índole do árbitro Breno Souza, mas não concordamos (com a escolha). Ligamos para o André Pitta (CEO da FGF) mostrando a nossa indignação, e fomos contra que ele apitasse o nosso jogo. A falta de preparo do profissional, que não está pronto para apitar um jogo desta dimensão, foi o que destaquei", declarou.

Lucas Andrino ainda questionou por que a FGF não escalou um trio Fifa para comandar a partida: Wilton Pereira Sampaio, Bruno Pires e Fabrício Vilarinho. No entanto, Vilarinho se aposentou e atualmente faz parte do Comitê de Arbitragem da CBF.

O Goiás também se propôs a arcar com os custos de uma arbitragem da Fifa, de qualquer estado do Brasil, caso Wilton não estivesse disponível.

"Não é um jogo normal. Não podemos correr o risco, de novo, de um jogo desse tamanho ser decidido de forma parcial e despreparada como foi no jogo do Serra Dourada. Não podemos correr esse risco novamente", completou Lucas Andrino.

O jogo a que Lucas Andrino se refere foi o clássico entre Vila Nova e Goiás no dia 2 de fevereiro, pela 6ª rodada do Goianão. Naquela ocasião, o árbitro Anderson Gonçalves assinalou um pênalti a favor do Vila Nova, após lance dentro da área.

O VAR João Paulo Cunha solicitou revisão e, em áudio divulgado pela FGF, avaliou que não enxergou carga do zagueiro esmeraldino Lucas Ribeiro no meia colorado Diego Torres. O árbitro de campo, porém, manteve a decisão.

Na cobrança do pênalti, Gabriel Poveda converteu e marcou o gol da vitória colorada por 1 a 0. O Goiás publicou notas de repúdio e ficou na bronca após o desfecho da partida.

Além de Breno Souza e Anderson Gonçalves, o Goiás também expressou publicamente que não deseja que o árbitro Caio Max Vieira apite os jogos do clube, após polêmica no empate em 2 a 2 com o América-MG, na Série B do ano passado.

Caio Max, que fazia parte da Federação do Rio Grande do Norte, pediu transferência e trabalhou em jogos do Goianão 2025.

A resposta do Vila Nova

Em meio a toda polêmica, o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, rebateu as críticas de Lucas Andrino à escolha da arbitragem.

"Eu vejo o Breno como um árbitro promissor, mas se teria alguém para falar algo contra ele, seríamos nós. Ele marcou contra o Goiânia um pênalti inexistente. [...] Entendemos que ele é um árbitro de boa condução do jogo, educado, que consegue ter o respeito sem desrespeitar ninguém, apesar de ter errado contra nós", disse à BandNews.

O jogo mencionado pelo dirigente colorado é a derrota por 3 a 1 para o Goiânia, em 5 de fevereiro, pela 7ª rodada do Goianão.

Naquela partida, quando o Vila Nova ainda vencia por 1 a 0, no Serra Dourada, Breno Souza marcou pênalti após toque de mão de Walisson Maia dentro da área. A bola, porém, bateu primeiro na perna do zagueiro, o que não configura penalidade segundo a regra.