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Elenco do núcleo Maranhão fala sobre as gravações de Travessia

Próxima novela das 21 horas da Globo, trama escrita por Glória Perez vai substituir Pantanal

Modificado em 20/09/2024, 03:08

Drica Moraes: “Núbia é uma personagem passional, uma mãe possessiva. E é uma sobrevivente”

Drica Moraes: “Núbia é uma personagem passional, uma mãe possessiva. E é uma sobrevivente” (Fábio Rocha/Globo)

No caso de Travessia, próxima trama da faixa das 21 horas da Globo, um equívoco fruto de uma nova ferramenta de manipulação de imagem impacta profundamente não só a vida de Brisa (Lucy Alves), mas a de todos a sua volta, incluindo o noivo, Ari (Chay Suede), o filho de Tonho (Vicente Alvite), e os integrantes da vizinhança em que esta família se formou.

Todos eles, em maior ou menor proporção, precisam revisitar seus valores, crenças e trajetórias, e já não podem ignorar que para além de suas vidas no interior do Maranhão existem novos caminhos e possibilidades.

A autora Gloria Perez revelou as escolhas que estão por trás desta narrativa. "Como em todos os meus trabalhos, gosto muito de olhar a sociedade. Hoje, com o avanço das tecnologias, cada ferramenta permite uma nova realidade. Com as redes é possível que todos se comuniquem, e isso torna o mundo menor. Em Travessia, nós vamos contar uma história muito humana com um pano de fundo que nos faz perceber que estamos no momento de uma grande mudança", detalhou.

"E eu gosto de falar sobre diversidade. Todas as minhas novelas trazem um novo olhar sobre as diferentes formas de viver e sobre como as pessoas lidam com o diferente. O Maranhão, por exemplo, tem uma cultura com expressões interessantíssimas, sem falar das paisagens", acrescentou.

Para Lucy Alves, intérprete da protagonista, os desafios estão além da responsabilidade de dar vida a uma personagem principal de novela das nove: se encontram na própria descoberta de quem é a Brisa.

"As protagonistas de Gloria Perez costumam ser mulheres muito fortes, resilientes, nunca bobas. Estou descobrindo a Brisa ao longo dos capítulos. Mesmo sendo nordestina, eu ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer a fundo a cultura maranhense, o misticismo, a culinária. É um lugar cheio de história. Ter esse contato foi muito importante para minha personagem. Cada Estado é muito único, e o Nordeste não é uma coisa só; por isso a viagem foi essencial para a minha construção. Estou aprendendo muito e estou curiosa para saber o que vai acontecer com ela", disse.

Ari, personagem de Chay Suede, é um ferrenho defensor da cultura e do patrimônio histórico de São Luís. Mas, quando vai ao Rio de Janeiro investigar a construtora que pretende derrubar um dos casarões históricos de seu Estado, se depara com um mundo repleto de possibilidades, até então desconhecidas para o jovem interiorano. Para o ator, essa virada revela a complexidade de seu personagem.

"O Ari vai se despindo na frente do público enquanto vai se enxergando. É um personagem que tem muitas certezas e elas vão desafiando-o ao longo dessa história", explicou Chay, que também comentou a cumplicidade que já tem com Lucy: "No Maranhão, Lucy e eu construímos memórias em comum, memórias que se tornaram de Ari e Brisa".

De volta às novelas após sete anos, nos quais atuou em séries, Drica Moraes contou como tem sido a experiência de dar vida a Núbia, a mãe superprotetora de Ari: "Estou amando voltar às novelas! Elas têm uma agilidade que me seduz. Reencontrar amigos, como Mauro e Gloria, tem sido muito feliz. Quanto à Núbia, ela é uma personagem passional, uma mãe possessiva. E é uma sobrevivente, criou um filho sozinha. Então, para tudo que se opõe à visão de mundo dela e do que ela quer para o filho, ela se coloca como antagonista. Mas tem muito humor. Estar nesse núcleo do Maranhão, para mim, é um prêmio", celebrou Drica.

As cenas que retratam o Maranhão em Travessia foram gravadas no Estado, onde elenco e direção vivenciaram durante mais de um mês a cultura local. Para o diretor artístico da novela, Mauro Mendonça Filho, as filmagens fora do eixo Rio-São Paulo deixaram a trama ainda mais rica e colorida: "Por uma extrema felicidade, o Maranhão foi escolhido por Gloria Perez, assim como Lisboa e o Rio de Janeiro. A proposta da novela é ser solar, leve. Foi muito feliz estarmos em São Luís e em diferentes regiões dos Lençóis Maranhenses. A gente quer que as pessoas se reconheçam nessa novela, e para isso precisamos ser autênticos e mostrar as diferenças do Brasil; trazer a magia com um pouco de novidade. Queremos trazer todas as cores que o Maranhão tem. Estar lá aqueceu as turbinas do trabalho, foi divertido e prazeroso".

Em conversa com os jornalistas, o diretor ainda anunciou, com exclusividade, que essa mesma atmosfera estará presente na abertura da novela, que trará uma versão da música Tempos Modernos, de Lulu Santos, cantada por Seu Jorge.

Marcos Caruso contou, ainda, que beber da fonte maranhense deu a real dimensão da importância da defesa do patrimônio histórico local, pauta que é grande motivação do professor Dante, seu personagem na trama.

"Estar em São Luís foi o destampar de uma garrafa de champanhe. Por mais que eu conhecesse a história da cidade, eu sou um ator que cria vendo e fazendo. Andei muito pelas ruas sozinho, no meio das pessoas. Tem uma faculdade de História em frente a nossa base de produção e fui lá ver os professores, mergulhar nesse ambiente. Me surpreendeu concluir que o Dante, assim como nós brasileiros, está sempre tentando preservar e recuperar algo de algum mal".

Geral

Travessia de veículos e pedestres por balsa começa após 64 dias da queda da ponte entre Tocantins e Maranhão

O desastre deixou 14 mortos e três desaparecidos. A balsa que atua na região foi contratada pela Prefeitura de Estreito. A empresa contratada pelo DNIT ainda não começou a operar no local

Modificado em 25/02/2025, 18:51

Balsa contratada pela Prefeitura de Estreito começa a operar no Rio Tocantins (Reprodução/TV Anhnaguera/SFR Imagens Aereas)

Balsa contratada pela Prefeitura de Estreito começa a operar no Rio Tocantins (Reprodução/TV Anhnaguera/SFR Imagens Aereas)

Carros, motos, caminhões e pedestres começaram nesta semana a travessia por balsa no Rio Tocantins 64 dias após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O serviço será realizado pela empresa Pipes, de forma gratuita e em horário comercial, das 8h às 18h.

O contrato da balsa, feito por meio de uma requisição administrativa, foi realizado pela Prefeitura de Estreito. O trabalho também contou com apoio da Marinha do Brasil. Nas redes sociais, o município maranhense informou que a embarcação cabe até 122 passageiros, carros, motos e caminhões de até 10 toneladas.

A travessia pelo rio iniciou na manhã desta segunda-feira (24). Imagens registradas pelo vereador Elias Júnior mostram o momento em que uma fila de carros se prepara para embarcar na balsa do lado do Tocantins, com direção ao Maranhão (veja o vídeo acima) .

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) já havia contratado uma empresa para operar balsas na região, mas o serviço ainda não foi iniciado. O órgão informou que a concessionária pediu uma prorrogação do prazo para começar as operações, que encerra nesta sexta-feira (28). A embarcação deve passar por testes e receber a autorização da Marinha do Brasil e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (veja nota completa abaixo).

A empresa contratada pelo Departamento é a Amazonia Navegações LTDA e irá operar na região pelo valor de R$ 39.959.771,81. Os serviços devem ser prestados 24 horas por dia, durante um ano.

No dia 23 de janeiro, o DNIT revogou a dispensa de licitação com a PIPES, por descumprimento das obrigações contratuais por parte da empresa. Ela havia sido contratada por R$ 6,4 milhões, para transportar passageiros e veículos.

Desabamento

A ponte caiu no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50 . Ao todo 18 pessoas sofreram o acidente, sendo que um homem de 36 anos foi resgatado com vida, 14 morreram e três ainda estão desaparecidas.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o órgão. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.

No desabamento caíram no Rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outros 22 mil litros de defensivos agrícolas.

As partes restantes da ponte foram implodidas no dia 2 de fevereiro. Imagens aéreas feitas por drone registraram o momento exato que os explosivos foram acionados e levaram a estrutura ao chão.

Ponte sobre o Rio Tocantins, entre Tocantins e o Maranhão, desabou em dezembro de 2024 (Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

Ponte sobre o Rio Tocantins, entre Tocantins e o Maranhão, desabou em dezembro de 2024 (Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

Íntegra da nota do DNIT

O DNIT esclarece que a empresa contratada emergencialmente pela autarquia solicitou dilação de prazo para iniciar a operação da primeira balsa para veículos leves e pedestres. O novo prazo encerra na sexta-feira (28), quando a embarcação, que já está montada e passará por testes, deve começar a prestação do serviço com autorização da Marinha do Brasil e da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

Importante destacar que o serviço de transporte hidroviário no Rio Tocantins será gratuito para todos os usuários, garantindo o deslocamento da população de forma acessível e eficiente entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

O contrato, que prevê a operação das embarcações, oferecerá a travessia de forma ininterrupta todos os dias da semana por 24 horas. Desta forma, o DNIT restabelecerá temporariamente a trafegabilidade da BR-226/TO/MA até que a nova ponte, que substituirá a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, seja concluída.

Com relação a construção da nova ponte, após a implosão da estrutura remanescente da ponte existente sobre o Rio Tocantins, em 2 de fevereiro, está sendo feita a retirada dos detritos do local. Parte desse material está sendo reutilizada nos caminhos de serviços. Esta etapa deve ser concluída até o dia 10 de março. Em paralelo, o projeto da Obra de Arte Especial está em andamento, com prazo de até 60 dias para o início das aprovações, que serão parciais para agilizar o início dos trabalhos de construção.

A previsão de entrega da obra é dezembro de 2025 e a ponte seguirá os padrões atuais de construção de Obras de Arte Especiais (OAEs), sendo mais larga e extensa, que a travessia anterior e contemplada com passeio e barreiras New Jersey.

Geral

Força-tarefa encontra corpo da 14ª vítima da queda de ponte entre o Tocantins e o Maranhão

Cadáver estava nas proximidades dos destroços da ponte na manhã deste sábado (4). Vítima está no Instituto Médico Legal de Imperatriz (MA) para identificação. Três pessoas continuam desaparecidas

Modificado em 04/01/2025, 15:52

Força-tarefa faz buscas por vítimas desaparecidas após queda de ponte

Força-tarefa faz buscas por vítimas desaparecidas após queda de ponte (Marinha do Brasil/Divulgação)

Mais uma vítima do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Tocantins e o Maranhão, é achada e resgatada pela força-tarefa de buscas às vítimas na manhã deste sábado (4). Essa é a 14ª morte confirmada da tragédia que aconteceu no final do ano passado.

De acordo com informações da Marinha do Brasil, o corpo estava nas proximidades dos destroços da ponte e o econtraram por volta das 10h25 deste sábado. O cadáver está no Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz (MA) para identificação.

Inicialmente foram contabilizados 17 vítimas da queda da ponte, entre elas estão confirmadas 14 mortes (veja identificação das vítimas abaixo).Três pessoas continuam desaparecidas.

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou no último dia 22 de dezembro, quando caíram quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos.

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Vítimas localizadas

  • Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos , foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
  • Por volta das 9h, também foi achado o corpo de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos . Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
  • Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
  • No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas morava em Aguiarnópolis (TO).
  • Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
  • Na quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos .
  • Na manhã de quinta-feira (26), mergulhadores localizaram dois corpos dentro de um veículo no fundo do rio. Um dos corpos é de Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos , e foi resgatado na sexta-feira (27), após se desprender e aparecer na superfície no rio. O segundo corpo é de Ailson Gomes Carneiro, de 57 anos , e foi resgatado por mergulhadores na manhã de domingo (29).
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos , teve o corpo foi localizado no final da tarde de quinta-feira (26) fora da área de mergulho, a aproximadamente 16 km do local do desabamento.
  • Dois corpos foram encontrados dentro de um veículo voyage branco no fundo do rio no domingo (29). As vítimas foram retiradas na noite desta terça-feira (31) e ainda serão oficialmente identificadas, mas as autoridades e familiares acreditam se tratarem de Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos , e a filha Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos . Elas são esposa e filha do homem que foi resgatado com vida.
  • Durante as buscas de domingo (29), Beroaldo dos Santos, de 56 anos , foi localizado em uma cabine de um caminhão. A vítima foi retirada da água no fim da manhã de quarta-feira (1º).
  • Na manhã de sexta-feira (3), um corpo foi encontrado no Rio Tocantins, mas ainda não foi identificado.
  • Na manhã deste sábado (4), a força-tarefa achou um corpo nas proximidades dos destroços da ponte. Vítima está no IML de Imperatriz (MA) para identificação.
  • O desabamento

    Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

    A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

    O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao JTo , ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.

    Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

    Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.

    Geral

    Buscas por vítimas da queda de ponte são feitas a 40 metros de profundidade e com luz de lanternas, relatam bombeiros

    Ponte JK desabou entre o Tocantins e Maranhão e deixou 12 mortos e cinco desaparecidos até a última atualização. Buscas devem ser retomadas após um dia de paralisação

    Modificado em 03/01/2025, 12:02

    undefined / Reprodução

    A profundidade e a escuridão são alguns dos desafios enfrentados diariamente pelos mergulhadores durante as buscas pelas vítimas do desabamento da ponte entre Tocantins e Maranhão. A tragédia tem 12 óbitos confirmados e cinco pessoas continuam desaparecidas, segundo última atualização da Marinha do Brasil.

    Os trabalhos devem ser retomados nesta sexta-feira (3) depois de um dia inteiro de paralisação após a abertura das comportas da usina Hidrelétrica de Estreito. A medida foi devido ao grande volume de água e ao aumento da vazão no rio Tocantins.

    A força-tarefa que atua nas buscas conta com homens da Marinha, dos Bombeiros do Tocantins, Maranhão, Distrito Federal e, mais recentemente, de São Paulo.

    A tecnologia tem sido grande aliada no trabalho, com drones, robôs e uma câmara hiperbárica. Mas os equipamentos não substituem a mão humana. A cada mergulho é preciso uma grande dose de coragem e determinação para tentar entregar o que as famílias das vítimas mais esperam: um desfecho e uma despedida digna.

    Um dos corpos resgatados pelos mergulhadores do Tocantins foi do caminhoneiro Beroaldo dos Santos, 51 anos, que foi oficialmente identificado pelo Instituto Médico Legal de Araguaína e liberado nesta quinta-feira (2). Para resgatá-lo, foram necessários três mergulhos.

    A primeira descida, que foi a 40 metros, nós descemos para um reconhecimento e estratégia: ver o posicionamento do corpo, como estava a cabine, a posição de melhor retirada e a estratégia que utilizaríamos. A segunda descida foi a tentativa em si onde adentramos à cabine e realizamos uma amarração para retirar o corpo, mas não foi possível. Na terceira tentativa que nós logramos êxito", contou o cabo Alexandre Velasco Gomes.

    Na segunda tentativa resgatar o corpo do caminhoneiro, Velasco acabou ficando preso dentro da cabine e o cabo Adriano Rocha, seu parceiro no mergulho, precisou agir rápido.

    "Nessa situação nós deveríamos acessar a cabine. Era um local muito estreito e eu consegui entrar, mas não consegui sair. Sendo necessária a retirada do equipamento [de mergulho] a 40 metros de profundidade", contou Velasco.

    Mergulhadores contam detalhes da busca por motorista de caminho na queda da ponte JK (Reprodução/TV Anhanguera)

    Mergulhadores contam detalhes da busca por motorista de caminho na queda da ponte JK (Reprodução/TV Anhanguera)

    Falta de visibilidade e pouco tempo

    Durante as buscas pelas vítimas estão sendo empregados mergulhos autônomos e dependentes. No primeiro, os mergulhadores usam cilindros de oxigênio. No segundo tipo, se desce com um capacete especial, recebendo oxigênio por uma mangueira.

    Os bombeiros do Tocantins fazem o mergulho autônomo. O tempo de autonomia para ficar dentro da água é curto e o trabalho precisa ser rápido.

    "Esse cilindro amarelo, o S80, nos dá autonomia a 40 metros de profundidade, de oito a dez minutos. Então, foi mais ou menos esse o tempo que nós trabalhamos para a retirada do senhor Beroaldo", explicou.

    A profundidade é um dos maiores desafios. "Você gasta de três a quatro minutos só para chegar no local e vai ter uma atuação de cinco a seis minutos de trabalho no fundo. Então, tem que descer focado, executar e subir", explicou o cabo Adriano Rocha.

    As águas do rio Tocantins nesta profundidade são escuras, quase não chega luz solar. Por isso, os mergulhadores trabalham apenas com a luz das lanternas.

    "Lá não consegue infiltrar os raios solares e a gente enxerga basicamente o feixe de luz da lanterna. Então, você está envolvido em uma escuridão total. Por isso a gente leva duas lanternas, o colega tem mais duas para não ficar desprevenido", explicou.

    O trabalho precisa ser feito em duplas para evitar acidentes com os escombros da ponte.

    Buscas interrompidas

    As buscas submersas foram temporariamente interrompidas nesta quinta-feira (2) devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo a Marinha. Estão restringidas as operações de mergulho no rio Tocantins, além do uso de drones aquáticos usados pelas equipes de resgate.

    O Consórcio Estreito Energia (Ceste) informou à Marinha que há a necessidade de regularizar o volume de água represado na barragem devido à maior incidência de chuvas na região. A operação de buscas continua por meio de embarcações e drones aéreos.

    Carro retirado do Rio Tocantins pela Marinha e Bombeiros (Marinha do Brasil/Divulgação)

    Carro retirado do Rio Tocantins pela Marinha e Bombeiros (Marinha do Brasil/Divulgação)

    Vítimas localizadas

  • Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos , foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
  • Por volta das 9h, também foi achado o corpo de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos . Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
  • Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
  • No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas morava em Aguiarnópolis (TO).
  • Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
  • Na quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos .
  • Na manhã de quinta-feira (26), mergulhadores localizaram dois corpos dentro de um veículo no fundo do rio. Um dos corpos é de Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos , e foi resgatado na sexta-feira (27), após se desprender e aparecer na superfície no rio. O segundo corpo é de Ailson Gomes Carneiro, de 57 anos , e foi resgatado por mergulhadores na manhã de domingo (29).
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos , teve o corpo foi localizado no final da tarde de quinta-feira (26) fora da área de mergulho, a aproximadamente 16 km do local do desabamento.
  • Dois corpos foram encontrados dentro de um veículo voyage branco no fundo do rio no domingo (29). As vítimas foram retiradas na noite desta terça-feira (31) e ainda serão oficialmente identificadas, mas as autoridades e familiares acreditam se tratarem de Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos , e a filha Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos . Elas são esposa e filha do homem que foi resgatado com vida.
  • Durante as buscas de domingo (29), Beroaldo dos Santos, de 56 anos , foi localizado em uma cabine de um caminhão. A vítima foi retirada da água no fim da manhã de quarta-feira (1º).
  • O desabamento

    Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

    A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

    O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao JTo , ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.

    Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

    Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.

    Geral

    Comércio para e preocupa trabalhadores e empresários após queda de ponte entre TO e MA: 'Afetou nossa gente'

    Ponte JK desabou no dia 22 de dezembro de 2024. Trecho está interditado e balsa anunciada pelo governo do Tocantins para travessia de veículos não tem data para começar a funcionar

    Posto de Combustível vazio após queda da ponte entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) (Reprodução/TV Anhanguera)

    Posto de Combustível vazio após queda da ponte entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) (Reprodução/TV Anhanguera)

    Trabalhadores e comerciantes da cidade de Aguiarnópolis enfrentam as consequências econômicas do desabamento da ponte entre o Tocantins e o Maranhão. Desde que o tráfego no trecho da BR-226 foi interrompido, o movimento na cidade diminuiu e as vendas caíram.

    A ponte JK, que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou no dia 22 de dezembro de 2024. Segundo a Marinha, até o dia 1º de janeiro, 12 óbitos foram confirmados, cinco pessoas continuam desaparecidas, e um homem foi resgatado com vida (veja quem são as vítimas abaixo).

    O trecho em Aguiarnópolis integra o corredor rodoviário Belém-Brasília, por onde passavam diariamente carretas com produção de grãos e animais de corte. Atividades ligadas ao transporte foram as mais afetadas, incluindo postos de combustíveis. Desde o desabamento da ponte, as vendas reduziram de 70 mil litros de combustível para menos de 10 mil por dia.

    Hoje basicamente a gente atende prefeitura, os moradores da cidade e alguns moradores da região, então é uma situação bem complicada, né. Consequentemente o quadro também foi reduzido e tem uma turma de aviso [prévio] também, que foi a primeira medida tomada depois dessa situação, dando um total de 25% do quadro", diz o gerente do posto, Thiago Silva Barros.

    A consequência da economia paralisada se repete por toda cidade. O empresário Paulo Roberto Dias Campos é proprietário de uma transportadora com 15 caminhões. Desde o acidente, todos os veículos estão parados.

    "Eles deveriam estar rodando, mas nós estamos aqui ainda fazendo estudo de rotas e entendendo como a gente vai poder funcionar. Nós ainda estamos nessa situação muito indefinida. Motoristas, parte equipe de manutenção, administrativo da empresa, toda ela ainda está nessa situação", comentou.

    Preocupação também para os pequenos negócios. Jesus Nazareno Rodrigues Rêgo é proprietário de uma borracharia. Ele confessou estar preocupado por não saber se vai conseguir manter os funcionários.

    Afetou a nossa gente né? A gente depende. Nós temos amigos e trabalhadores também, eles dependem da gente. Depende do salário. Como que vai ficar?", perguntou, emocionado.

    Borracharia em Aguiarnópolis perde clientes após queda da ponte entre Tocantins e Maranhão (Reprodução/TV Anhanguera)

    Borracharia em Aguiarnópolis perde clientes após queda da ponte entre Tocantins e Maranhão (Reprodução/TV Anhanguera)

    Balsa não tem data para começar

    Além do comércio local, quem costumava utilizar a rota que passa por Aguiarnópolis também enfrenta dificuldades com os desvios. O mais próximo fica em Tocantinópolis, a 30 km do local do acidente. O tempo de espera para atravessar na balsa, que liga o município a Porto Franco (MA), chega a cinco horas.

    "É muito transtorno, porque atrasa viagem mais de cinco horas, o desvio aí, chega aqui essa fila imensa aí na balsa. Vamos ver se o poder público vai dar uma atenção melhor porque prejudica muita gente, né?", reclama o caminhoneiro Erasmo Antônio Araújo Silva.

    Carros formam fila para entrar em balsa entre Tocantinópolis (TO) e Porto Franco (MA) (Reprodução/TV Anhanguera)

    Carros formam fila para entrar em balsa entre Tocantinópolis (TO) e Porto Franco (MA) (Reprodução/TV Anhanguera)

    O governo do Tocantins chegou a anunciar data para o início da operação de uma balsa entre Aguiarnópolis e Estreito duas vezes, mas houve atrasos na construção dos acessos ao rio e na liberação de documentos.

    A empresa de balsas Pipes Navegações também divulgou um cronograma de início do serviço, mas os trabalhos ainda não começaram. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) confirmou que vai custear a balsa e que os moradores não terão que pagar tarifa, mas não há prazo para o serviço começar a funcionar.

    Buscas interrompidas

    As buscas submersas foram temporariamente interrompidas nesta quinta-feira (2) devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo a Marinha. Estão restringidas as operações de mergulho no rio Tocantins, além do uso de drones aquáticos usados pelas equipes de resgate.

    O Consórcio Estreito Energia (Ceste) informou à Marinha que há a necessidade de regularizar o volume de água represado na barragem devido à maior incidência de chuvas na região. A operação de buscas continua por meio de embarcações e drones aéreos.

    Carro retirado do Rio Tocantins pela Marinha e Bombeiros (Marinha do Brasil/Divulgação)

    Carro retirado do Rio Tocantins pela Marinha e Bombeiros (Marinha do Brasil/Divulgação)

    Vítimas localizadas

  • Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos , foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
  • Por volta das 9h, também foi achado o corpo de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos . Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
  • Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
  • No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas morava em Aguiarnópolis (TO).
  • Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
  • Na quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos .
  • Na manhã de quinta-feira (26), mergulhadores localizaram dois corpos dentro de um veículo no fundo do rio. Um dos corpos é de Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos , e foi resgatado na sexta-feira (27), após se desprender e aparecer na superfície no rio. O segundo corpo é de Ailson Gomes Carneiro, de 57 anos , e foi resgatado por mergulhadores na manhã de domingo (29).
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos , teve o corpo foi localizado no final da tarde de quinta-feira (26) fora da área de mergulho, a aproximadamente 16 km do local do desabamento.
  • Dois corpos foram encontrados dentro de um veículo voyage branco no fundo do rio no domingo (29). As vítimas foram retiradas na noite desta terça-feira (31) e ainda serão oficialmente identificadas, mas as autoridades e familiares acreditam se tratarem de Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos , e a filha Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos . Elas são esposa e filha do homem que foi resgatado com vida.
  • Durante as buscas de domingo (29), Beroaldo dos Santos, de 56 anos , foi localizado em uma cabine de um caminhão. A vítima foi retirada da água no fim da manhã de quarta-feira (1º).
  • O desabamento

    Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

    A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

    O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao JTo , ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.

    Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

    Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.