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Imóveis usados valorizaram 11% em Goiânia

Mudanças nos últimos anos nos Planos Diretores municipais, que desestimularam investimentos e reduziram a oferta em algumas regiões, projetos cada vez mais sofisticados e terrenos e custo de construção mais caros estão entre as causas da alta

Empreendimentos no Jardim América: setor atrai foco das incorporadoras e tende a maior valorização

Empreendimentos no Jardim América: setor atrai foco das incorporadoras e tende a maior valorização (Diomício Gomes/ O Popular)

O mercado imobiliário de Goiânia continua figurando entre os de maior valorização médias no País. O preço de venda de imóveis residenciais usados na capital goiana aumentaram, em média, 11,5% ao longo do ano passado, a terceira maior alta entre as capitais brasileiras pesquisadas pelo índice FipeZap. Mudanças nos últimos anos nos Planos Diretores municipais, que desestimularam investimentos e reduziram a oferta em algumas regiões, projetos cada vez mais sofisticados e terrenos e custo de construção mais caros estão entre as causas da alta.

Os resultados do índice acompanham os preços de apartamentos prontos em até 56 cidades, incluindo 22 capitais, em levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, lembra que, apesar do índice medir a evolução dos preços de empreendimentos prontos e entregues, ele reflete o que acontece no segmento dos novos. "Se o que está sendo entregue está subindo, o usado também valoriza, o mesmo que acontece com veículos", avalia.

Entre os motivos, segundo ele, está a pressão do aumento do custo de matérias-primas e da mão de obra, o que deve continuar acontecendo até pelo processo inflacionário no País. "Nossa perspectiva é de que esta alta do dólar ainda não bateu em alguns insumos e que deve haver mais pressão sobre os custos da construção", prevê.

Outro ponto é o Plano Diretor, que restringiu algumas manchas de adensamento na capital, como nos setores Bueno, Marista e Oeste. "Mas alguns projetos que já haviam sido aprovados serão construídos nestes bairros com as regras do plano anterior, pois o alvará emitido após a aprovação dá dois anos para iniciar a construção", explica. Além disso, houve uma alteração legislativa que permitiu a prorrogação por mais dois anos para desafogar um pouco a cidade do grande número de construções.

Para o presidente da Ademi-GO, os projetos que serão lançados puxarão os preços ainda mais para o alto porque são bairros onde há maior demanda pelas comodidades. Por isso, a estimativa é que a valorização se mantenha em 2025 e 2026, que está acima da inflação.

"Quem está comprando, por mais que o preço esteja subindo, fez um bom investimento", afirma. Ele lembra que a maior valorização ocorre em bairros com uma gama de comércio e serviços ofertados, um grande número de pessoas residindo e até a existência de parques.

Grande potencial

Melazzo lembra que a CMO lançou um empreendimento no Alto da Glória que foi todo vendido em um dia por conta da baixa oferta. Apesar de não ter havido mudança no adensamento por lá, o bairro não tinha lançamentos há muito tempo pela falta de áreas. "As incorporadoras se voltam, agora, para bairros como o Jardim América e Pedro Ludovico, com preços mais atrativos e grande potencial de valorização", indica. Os projetos também estão cada vez mais modernos e com oferta e vários serviços, como minimercados e lavanderias.

Para Bruno Alcantara, diretor Comercial e de Marketing da Sousa Andrade Construtora, Goiânia vem passando por uma transformação grande no mercado imobiliário e sempre tem figurado entre as primeiras capitais, não só no ranking de valorização, mas também em volume geral de vendas e de unidades. "A cidade tem grandes players de incorporação, que trazem produtos muito inovadores em projetos, o que ajuda na valorização, como uso da piscina dentro dos apartamentos, uma inovação", avalia.

Para ele, a mudança do Plano Diretor de Goiânia também impactou muito o valor do metro quadrado, já que é preciso um terreno maior para ter o mesmo tamanho de prédio, o que eleva o custo do projeto. Mas, ao mesmo tempo, houve a liberação de novas áreas. Alcântara dá o exemplo do Bauhaus, empreendimento da incorporadora na esquina das avenidas T-10 e T-3, cujo metro quadrado chegou aos R$ 19,5 mil, pela localização ímpar do terreno e projeto único em arquitetura, o que agrega muito valor ao projeto, em frente ao lago e ao lado de um shopping. "O cliente já entende a diferenciação de projetos e o motivo de ser mais caro", destaca.

A valorização permite agregar novos itens ao projeto, dentro dessa conjuntura que ajuda a aquecer o mercado. "Goiânia cresceu 10% nos últimos oito anos, inclusive com a atração de profissionais de outras cidades que buscaram imóveis melhores. A valorização deve continuar", prevê o executivo.

A mão de obra da construção também é cada vez mais escassa e não está se renovando porque os jovens estão seguindo outros caminhos. "Não acredito que a cidade viva uma bolha, pois o mercado local é muito maduro e equilibrado", diz.

Para o diretor comercial da CMO, Marcelo Moreira, a qualidade de vida e as boas condições econômicas para crescer e desenvolver têm atraído investimentos e ajudado Goiânia a se manter no pódio da valorização. "A cidade cresce acima da média nacional e o mercado imobiliário cresce junto. Ela é mais segura e com bom IDH, o que resulta em boas condições para moradia. Até pouco tempo, era a capital com o metro quadrado mais barato do País, o que criou um espaço para valorização. Mesmo com as altas, ainda tem preço bem mais barato que outras capitais", explica.

Ele concorda que o custo da construção é outro fator de impacto sobre os preços de venda, principalmente no que se refere à mão de obra, que é o principal item na composição de custos, com peso de 50%.

Geral

Com alta nas vendas, cresce desistência da compra de imóveis na planta em Goiás

Média de rescisões de contrato passou de 10% em 2021 para 15% nos primeiro quatro meses de 2022 no estado. Índice tem relação com o incremento nas vendas registrado no ano passado, quando o setor comemorou mais de R$ 200 bilhões em vendas

Modificado em 20/09/2024, 00:52

Construção civil sente impactos do aumento de custos e da redução do poder de compra da população 

Construção civil sente impactos do aumento de custos e da redução do poder de compra da população 
 (Ricardo Rafael)

Depois de registrar crescimento expressivo nas vendas, o mercado imobiliário goiano tem sentido aumento na desistência da compra de imóveis na planta. Em Goiás, segundo dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), a média das rescisões de contrato passou de 10% em 2021 para 15% nos primeiros quatro meses deste ano no estado.

Superintendente da Ademi-GO, Felipe Melazzo defende que o índice tem relação, entre outros motivos, com o incremento nas vendas registrado no ano passado, quando o setor comemorou mais de R$ 200 bilhões em vendas e 126 lançamentos somente em Goiânia. "De 2016 para cá, quando o cenário era pior, isso representa o dobro", compara sobre os novos empreendimentos.

Este ano, segundo ele, os primeiros quatro meses somaram R$ 53 milhões em imóveis negociados. Por isso, não acredita que o cenário seja negativo mesmo com o crescimento das desistências. "Quando há aumento das vendas, naturalmente, não na mesma proporção, há distratos."

Economia

Apesar da alta nas vendas, o setor imobiliário sofre impactos da redução do poder de compra da população com crescimento da inflação e, como consequência, o incremento da taxa básica de juros (Selic). Esses fatores, juntamente com impactos da pandemia de Covid-19, onde muitas pessoas perderam familiares, podem ajudar a explicar a maior desistência dos consumidores.

"Os distratos sempre acontecem e o mercado trabalha com essa expectativa de variação de acordo com cada cenário. Mas o brasileiro ainda vê o imóvel, especialmente o da planta, como uma facilidade para adquirir, com financiamento e juros mais atrativos do que a Selic", argumenta Felipe Melazzo, da Ademi-GO.

Ele acrescenta que, ao mesmo tempo em que há crescimento da dificuldade de manter os contratos, 85% dos consumidores que adquiriram um imóvel honram o compromisso. "O inadimplemento caiu."

Classe
Imóveis de médio e alto padrão, de acordo com a associação, têm tido impacto menor da crise econômica. Enquanto isso, imóveis do programa Casa Verde Amarela, que substituiu o Minha Casa Minha Vida, sentiram maior impacto. "Não teve lançamentos este ano, porque a inflação atingiu o custo da construção, o aço dobrou, o cimento subiu e o preço de venda não acompanhou."

Sobre os distratos, Felipe Melazzo explica que o crédito imobiliário é proveniente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o que proporciona crédito barato, mesmo em momentos de Selic alta, que passou de 2% para 13,25% ao ano. Por isso, acredita que ainda não é ponto decisivo, pois os juros de financiamentos imobiliários de apartamentos passaram em média de 7% para 9% ao ano.

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Pequi em pó: pesquisa da UFG desenvolve variação com mesmo sabor e cor do fruto

Confira quais são os benefícios dos frutos em pó para a saúde e para o meio ambiente

Modificado em 22/03/2025, 09:44

Pequi em pó (Professor Flávio Alves)

Pequi em pó (Professor Flávio Alves)

Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu o pequi em pó, uma tecnologia criada a partir da microencapsulação em spray dryer. O engenheiro de alimentos Roberto Braz da Silva informou que, além do pequi, outros frutos do cerrado estão sendo transformados em pó, com o objetivo de preservar e valorizar seus nutrientes por muito mais tempo.

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A pesquisa foi realizada pelos professores Flávio Alves da Silva e Júlio César Briceno da UFG e pelo engenheiro de alimentos Roberto Braz da Silva.

De acordo com o professor e doutor Flávio Alves da Silva, o spray dryer ou "secador por atomização" é um equipamento muito utilizado nas indústrias de alimentos e farmacêutica para transformar líquidos em pó. Segundo ele, a técnica faz com que pequenas gotículas líquidas fiquem secas rapidamente, formando partículas sólidas em pó, que preservam a composição dos ativos em seu interior.

De acordo com a pesquisa, a forma desidratada dos frutos facilita o transporte e o uso em diferentes indústrias, evita o desperdício e faz com que os benefícios do fruto cheguem aos consumidores de forma prática e durável. Além disso, o fruto possui uma vida útil maior e a composição fica preservada por mais tempo.

Pequi

Pequi (Professor Flávio Alves)

Pequi (Professor Flávio Alves)

Já conhecido pelos goianos e muito utilizado na culinária local, o pequi, de acordo com o professor, é um "superalimento" do Cerrado.
Em pó, ele mantém compostos bioativos importantes como vitamina A (importante para a gestão da imunidade) e antioxidantes (que combatem o envelhecimento das células). Outra vantagem é a praticidade: uma colher do pó no suco ou no iogurte já garante esses benefícios, sem precisar descascar o fruto fresco, uma vez que ele é extremamente solúvel", informa.

Segundo o professor, o pequi em pó conserva os principais compostos ativos que estão presentes na polpa e no óleo do fruto e traz diversos benefícios. São eles:

  • Atividade antioxidante: combate radicais livres, prevenindo o envelhecimento celular
  • Saúde cardiovascular: presença de ácidos graxos insaturados, como o oleico
  • Efeito anti-inflamatório e neuroprotetor
  • Rico em carotenoides (como o β-caroteno), que ajudam na saúde da visão e da pele
  • Contribui para a imunidade e recuperação pós-exercício físico
  • Muito além da alimentação

    A pesquisa comprovou que, além de ser um alimento rico em nutrientes, o pequi também pode ser usado de outras formas, fazendo com que o pequi seja totalmente aproveitado, sem que nenhuma parte do fruto seja desperdiçada.

    Segundo o professor Flávio, o pequi em pó pode ser usado como suplemento alimentar, sobretudo em cápsulas com propriedades antioxidantes; aplicações farmacêuticas, como no tratamento de inflamações e distúrbios metabólicos; cosméticos com formulações hidratantes, protetores solares e cremes anti-idade e em produtos naturais e fitoterápicos.

    Benefícios

    Técnica de microencapsulação e pequi (Divulgação/ Professor Flávio Alves)

    Técnica de microencapsulação e pequi (Divulgação/ Professor Flávio Alves)

    De acordo com o professor, a técnica de microencapsulação de alimentos traz benefícios para o Cerrado e para a sociedade.
    A técnica ajuda a valorizar espécies ameaçadas, como o pequi, gerando economia sustentável para quem vive da coleta tradicional. Para a sociedade, reduzimos o desperdício de alimentos e criamos produtos mais duráveis, que chegam até a mercados internacionais. É uma forma de unir ciência, tradição e cuidado com o meio ambiente", conclui.

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    Suspeita de desviar R$ 530 mil de empresa ganhava salário mínimo, mas ostentava carros de luxo e viagens, diz delegado

    Segundo a Polícia Civil, a investigada cometia as fraudes por meio do pagamento de boletos para empresa que criou no nome dela. Patroa descobriu esquema e fez denúncia

    Polícia Civil efetuou a prisão da suspeita

    Polícia Civil efetuou a prisão da suspeita (DICOM SSP-TO/Divulgação)

    A assistente financeira de 25 anos, presa em flagrante por suspeita de furtar a empresa em que trabalhava, em Palmas, ostentava uma vida de luxo mesmo sendo uma pessoa que recebia salário de R$ 1,5 mil. É o que explicou o delegado Evaldo Gomes, responsável pela prisão da mulher suspeita de fazer desvios que podem passar de R$ 530 mil.

    A prisão aconteceu após a patroa da investigada descobrir o esquema e fazer denúncia contra a mulher à Polícia Civil. Ela foi levada para a Unidade Penal Feminina de Palmas, e está à disposição da Justiça. O nome da suspeita não foi divulgado e o JTo não teve acesso à defesa dela.

    Segundo o delegado Evaldo, a mulher era assalariada, mas já estava acumulando capitais, possivelmente produto dos desvios da empresa em que era contratada desde julho de 2024.

    "Ela vinha ostentando traços externos de riqueza, tendo um padrão de vida bem superior aos ganhos, tendo em vista que ela é assalariada com rendimento possível de R$ 1,5 mil por mês, e mesmo assim andava com carros importados novos, tinha mais de um imóvel, sempre viajava, gastava muito dinheiro com festas, tinha eletrodomésticos caros, eletroeletrônicos e estava acumulando capital", explicou o delegado.

    Na empresa, ela tinha a função de realizar o pagamento dos fornecedores. Mas para conseguir fazer os desvios, criou uma empresa no nome dela. Através da empresa, ela emitia boletos para a empresa que trabalhava com data anterior às que deveriam ser pagas aos fornecedores. Na data de vencimento certa do boleto o documento era pago pela segunda vez, mas para a empresa credora correta.

    Segundo explicou a vítima à Polícia Civil, "se a empresa estava devendo o boleto X com data de vencimento para dia 20/02/2025, a investigada adiantava para o dia 05/02/2025 no sistema da empresa e emitia um boleto no nome da empresa que ela criou. Na data de vencimento do boleto no dia 20/02/2025, a autora realizava novo pagamento, desta vez para a empresa credora".

    O esquema só foi descoberto porque a investigada faltou ao trabalho na segunda-feira (17) e a vítima precisou cumprir as obrigações da funcionária na empresa. Ela encontrou os documentos bagunçados e muitos pagamentos adiantados. Por isso identificou que eles foram feitos à empresa no nome da investigada e acionou a polícia.

    O delegado pediu a quebra de sigilo bancário e o bloqueio dos bens da mulher investigada, além da requisição das transações financeiras nas contas bancárias dela.

    Outro inquérito

    Além dessa empresa vítima do golpe que pode passar de R$ 530 mil, a mesma suspeita é investigada em outro inquérito policial, por um crime semelhante.

    Ela trabalhou em um posto de combustível de Palmas e teria dado um prejuízo inicialmente de R$ 400 mil, mas que pode passar de R$ 700 mil, segundo o delegado Evaldo.

    "Houve investigação que foi constatado todo o crime, a materialidade e a autoria, e foi posteriormente repassado para o Ministério Público e para o Poder Judiciário", disse o delegado, ressaltando que o primeiro caso foi investigado pela 2ª Delegacia de Polícia.

    O delegado explicou ainda que, a princípio, a investigação apontou que ela atuou sozinha para dar o golpe na empresa. "Mas é possível que tivesse apoio, inclusive na lavagem de capital", completou a autoridade policial.

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    Goiás passa por fase ruim que nem vaga na final acalma

    Clube esmeraldino completou, em 2025, sete anos sem conquistar o Estadual e precisa de pelo menos um título ainda neste ano para voltar à Copa do Brasil

    Parte da torcida do Goiás, na Serrinha, protestou contra elenco e diretoria do clube durante semi da Copa Verde

    Parte da torcida do Goiás, na Serrinha, protestou contra elenco e diretoria do clube durante semi da Copa Verde (Wesley Costa / O Popular)

    O Goiás vive seu pior momento esportivo na história e não dá indícios de que vai contornar rapidamente a fase ruim. Em 2025, o clube esmeraldino completou sete anos sem vencer o Campeonato Goiano - é o maior jejum de título estadual desde que conquistou seu primeiro, em 1966. O que já é ruim piora com o desempenho da equipe, que é abaixo da expectativa, ao ponto de a classificação à final da Copa Verde ser marcada por protestos da torcida. Tudo isso às vésperas do início da Série B.

    Problemas internos parecem impactar cada vez mais no futebol do Goiás desde que houve alteração no estatuto do clube. No dia 23 de dezembro de 2023, os sócios-conselheiros votaram para extinguir o cargo de presidente executivo (o último foi Paulo Rogério Pinheiro) e criar o Conselho de Administração, presidido por Aroldo Guidão.

    No período de um ano e três meses, o Goiás teve três treinadores, dois diretores de futebol e dois CEOs, ou diretores executivos, cargo novo criado também na mudança do estatuto, sem contar as alterações em outros departamentos na direção esmeraldina.

    Em campo, o Goiás acumula mais decepções do que conquistas. O time é finalista da Copa Verde e pode voltar a ser campeão do torneio que venceu pela primeira vez em 2023 - foi o último título do clube esmeraldino.

    No Goianão, sofreu com alguns vice-campeonatos (2019, 2022 e 2023) e eliminações duras nos últimos anos, como ocorreu diante do Goiânia (nas quartas de final do ano passado) e para o principal rival, Vila Nova, na semifinal deste ano.

    O período mais estável do Goiás nos últimos tempos foi quando venceu sete jogos seguidos sem sofrer gol em nenhuma partida, na reta final da Série B do ano passado, e ficou a um ponto do acesso à Série A. O time era comandado por Vagner Mancini, que tinha intenção de ficar, inicialmente, mas não renovou contrato após divergências internas.

    Para comentaristas consultados pelo POPULAR, a instabilidade política é a principal explicação para o momento ruim do Goiás. "Quando qualquer empresa perde o comando, a tendência é fracassar. O Goiás perdeu o comando. Criou uma situação administrativa que não é colocada em prática. Se não houver uma reviravolta, um comandante que mostre a cara, vai continuar assim", opinou o comentarista Evandro Gomes, da rádio CBN Goiânia.

    O presidente Aroldo Guidão e o diretor executivo Leonardo Pacheco não costumam aparecer publicamente. Leonardo Pacheco, inclusive, sequer foi apresentado pelo Goiás, mas ele trabalha no clube desde o final do ano passado.

    Leonardo Pacheco ocupa o cargo que foi deixado por Luciano Paciello em dezembro do ano passado. Enquanto o antecessor era atuante no futebol, o atual CEO cuida mais de outros assuntos do clube, como quando o Goiás precisou administrar o episódio em que um torcedor foi impedido de entrar na Serrinha com fones sem fio.

    Nos últimos meses, desde dezembro de 2024, o ex-presidente Paulo Rogério Pinheiro voltou a estar mais ativo nas decisões do Goiás com conselhos. Nesta semana, na terça-feira (18), ele fez uma reunião com jogadores antes do treino da equipe antes da semifinal da Copa Verde contra o Brasiliense. Foi a primeira vez que ele fez uma aparição pública no clube.

    Paulo Rogério Pinheiro não tem cargo na diretoria do Goiás, mas pretende voltar a ocupar posição de destaque no meio deste ano, mas não na direção executiva. Ele deve ser candidato para assumir a presidência do Conselho Deliberativo.

    O ano do Goiás ainda está longe de acabar. O clube terá a final da Copa Verde, contra o Paysandu, em abril, e a disputa da Série B. A equipe esmeraldina busca o acesso à Série A. É a principal meta da temporada. A competição vai ocorrer entre abril e novembro.

    Fora da Copa do Brasil deste ano, o que compromete receitas, além do desempenho técnico da equipe, o Goiás precisa ser campeão de pelo menos uma das duas competições que ainda tem na temporada para voltar ao endinheirado torneio nacional mata-mata em 2026.

    "Talvez esse novo fracasso (no Campeonato Goiano) dê uma chance para o clube se acertar no futebol. O Campeonato Brasileiro é longo, o sobe e desce acontece com frequência. Às vezes, o sucesso no Estadual é um convite para um tombo no Brasileiro", acrescentou o comentarista José Roberto Silva, da Rádio CBN Goiânia.

    Neste ano, a Série B não terá clubes como Santos e Cruzeiro, que foram equipes de maior expressão que disputaram a competição nos últimos anos. Na teoria, a disputa deve ser mais aberta, sem grandes favoritos.

    "A Série B dá um tempo para se arrumar durante a competição. Claro que o Goiás vai precisar se apressar um pouco. Não chamaria essa edição de 'a mais difícil', até por essa ser uma edição sem os grandões da Série A para brigar por vaga. Não precisa ser campeão, mas não é tão simples estar entre os quatro. O Goiás precisa se ligar rápido", alertou o jornalista Sérgio Xavier, do Sportv.

    O planejamento do Goiás é aproveitar as semanas livres antes da Série B para reformular o elenco. Os próximos dias devem ser marcados por saídas e chegadas de jogadores.