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Ingoh suspende atendimento ao Imas por falta de pagamento

Segundo informado pelo instituto, há 11 meses não são feitos repasses financeiros por parte do Imas

Modificado em 17/09/2024, 16:08

Sede do Ingoh

Sede do Ingoh (Fábio Lima)

O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) suspendeu os atendimentos a pacientes do Imas, plano de saúde dos servidores municipais de Goiânia. Segundo informado pelo instituto, há 11 meses não são feitos repasses financeiros por parte do Imas.

"Temos compromisso com a população e com as 131 vidas que estão sob os nossos cuidados, além de suas famílias, mas chegamos no limite e não temos possibilidade de comprar os medicamentos para continuidade dos tratamentos no mês de abril por falta de pagamento", informou a diretora financeira do Ingoh, Fabiane Fries.

De acordo com a diretora, desde o último dia 8, a unidade já não atende novos pacientes do convênio, pois o instituto estava tendo que "tirar do próprio caixa para manter a compra de medicamentos, que possuem tecnologia avançada e são de alto custo". "Nossos recursos se esgotaram", frisou Fabiane.

O Ingoh também informou que buscou "insistentemente" negociações com o Imas, mas a atual gestão, que assumiu há cinco meses, não sinalizou nenhum movimento para a resolução, "respondendo com "promessas e ameaças".

Desde que assumiu em outubro, a atual gestão efetuou apenas um pagamento, em dezembro, referente aos serviços prestados em abril/2023. O impacto social da suspensão do atendimento é incalculável. São pessoas que já têm muitas dores: físicas, emocionais, familiares, espirituais... a última coisa que deveriam era sentir a dor de ter quebrada a esperança que depositam em seus médicos, enfermeiras e em todos os profissionais da saúde envolvidos no cuidado, e também na nossa instituição" declarou Maysa Gomes, gerente de assistência do Ingoh.

Outro ponto citado pela gestora é o fato de que os hospitais suspenderam as internações pelo Imas, "e hoje há apenas um hospital capacitado para receber pacientes oncológicos graves para internação".

"A retaguarda hospitalar para os pacientes com câncer está restrita. Há de se ter zelo e respeito pelo ser humano, especialmente numa situação vulnerável, que é a do paciente com câncer", concluiu a gestora.

O outro lado
Em nota, o Imas informou que foi notificado sobre um possível descredenciamento do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh).

Temos ciência da importância dos serviços realizados pela instituição para atender os servidores municipais. Ressaltamos que os repasses em atraso estão sendo sanados de acordo com cronograma de reestruturação do IMAS estabelecido pela nova gestão do instituto, incluindo, o Ingoh."

O comunicado diz ainda que a atual gestão "vem trabalhando desde outubro do ano passado com transparência e seriedade para encontrar soluções viáveis, cumprindo com todos os compromissos firmados pelo instituto".

Por fim, informou que o Laboratório Hemolabor e o Centro de Oncologia IHG estão credenciados pelo instituto para realizar os exames e procedimentos necessários para atender aos pacientes.

Leia a nota na íntegra

O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS), informa que foi notificado sobre um possível descredenciamento do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh).

Temos ciência da importância dos serviços realizados pela instituição para atender os servidores municipais. Ressaltamos que os repasses em atraso estão sendo sanados de acordo com cronograma de reestruturação do IMAS estabelecido pela nova gestão do instituto, incluindo, o Ingoh.

Informamos que o Laboratório Hemolabor e o Centro de Oncologia IHG estão credenciados pelo instituto para realizar os exames e procedimentos necessários para atender os pacientes.

A atual gestão do IMAS vem trabalhando desde outubro do ano passado com transparência e seriedade para encontrar soluções viáveis, cumprindo com todos os compromissos firmados pelo instituto.

INSTITUTO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DOS SERVIDORES DE GOIÂNIA (IMAS)

Geral

Ipasgo descredencia Ingoh e Oncovida após irregularidades

Prestadores na área de oncologia perdem contrato com instituto após processo administrativo. Pacientes têm seis meses para buscar novo local de atendimento

Modificado em 20/09/2024, 06:20

Ipasgo descredencia Ingoh e Oncovida após irregularidades

Os 1.280 pacientes oncológicos do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) que realizam tratamento no Oncovida ou no Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) terão seis meses para encontrar novos locais para continuarem se cuidando. Isso porque as duas clínicas de saúde foram descredenciadas do Ipasgo desde a noite desta quarta-feira (16) em documento publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), como resultado de um processo administrativo que apurou irregularidades financeiras dos agora ex-prestadores de serviço.

É em razão desse descredenciamento que os pacientes que tratam nos dois locais deverão procurar outros prestadores para continuar o atendimento via plano de saúde. O Ipasgo montou um comitê para auxiliar os beneficiários nesse processo de transição, inclusive com conversas pessoais com cada beneficiário para ajudar a encontrar novos prestadores. O instituto garante ainda que "todas as cautelas foram tomadas nesse sentido, e isso foi objeto de deliberação muito cuidadosa por parte da alta gestão antes de tomar uma decisão".

Segundo apurou o processo administrativo, as perdas financeiras para do Ipasgo, por casos que ocorreram entre 2014 e 2016, chegam a um total de R$ 31 milhões, sendo R$ 27 milhões com relação ao Ingoh e os outros R$ 4 milhões de responsabilidade da Oncovida. A apuração no âmbito do instituto dos servidores foi iniciada com base em uma recomendação da Controladoria-Geral do Estado de Goiás (CGE-GO), a Solicitação de Ação Corretiva (SAC) 75/2019, tendo em vista os achados do Boletim de Inspeção 107/2019.

Em ambos os casos, já se esgotaram as possibilidades de questionamentos na via administrativa, sendo possível apenas a tentativa de reverter a decisão por via judicial. Os documentos mostram que a decisão recente do descredenciamento foi tomada pelo Conselho Deliberativo do Ipasgo, órgão colegiado que apreciou os recursos interpostos contra a decisão no mesmo sentido tomada pela presidência do instituto há cerca de um ano antes, já na gestão de Hélio Lopes. Agora houve o trânsito em julgado no âmbito administrativo do Ipasgo.

No caso do Ingoh, válido lembrar que em 2019 a relação com o Ipasgo se tornou alvo da Operação Metástase, da Polícia Civil, que apurou o uso de medicamentos vencidos e/ou de baixa qualidade, método de auditoria com o plano e até mesmo a morte de pacientes. O prestador de serviço nega as irregularidades e sempre reforçou que o caso se tratou de denúncias caluniosas de concorrentes. No começo de 2020, o Ipasgo chegou a suspender os atendimentos no Ingoh em decorrência da investigação, mas houve decisão judicial que manteve o trabalho até a conclusão do processo.

No caso administrativo, o Ipasgo verificou situações correlatas com o que foi investigado na operação policial, mas as irregularidades financeiras têm relação com uma sobretaxa de 32,18% na Tabela Ipasgo, pagamentos de valores 17% acima da tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), cobrança de taxa de sala em situações não previstas em contrato e a retirada do desconto de 15% dos materiais e medicamentos usados, o que estava no acordo. A apuração verificou que o desconto era dado no começo do contrato e deixou de ser exercido sem os trâmites legais. Outro ponto é que os auditores do Ipasgo que verificavam os serviços do Ingoh eram médicos da clínica.

Licitação

Com relação a Oncovida, o problema verificado no processo administrativo também se deu com relação ao desconto de 15% em materiais e medicamentos que constavam no acordo, o que fez com que os prestadores vencessem a licitação, mas o mesmo foi retirado. A clínica também teria sobretaxado o uso das salas de quimioterapia e ainda teria realizado o faturamento de medicação com preços distintos do contratado pelo plano dos servidores.

A reportagem tentou contato com a Oncovida na noite desta quarta-feira, mas o telefone não atendeu.

A reportagem também fez contato com a assessoria de imprensa do Ingoh por WhatsApp, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Geral

Hospital Infantil de Campinas volta a atender pacientes do Imas, em Goiânia

A volta da unidade faz parte do processo de restruturação do instituto, que também registrou o recredenciamento de outras unidades da capital, como o Instituto Goiano de Pedriatria (Igope)

Modificado em 20/09/2024, 05:15

Nos comentários da publicação, os usuários demonstraram insatisfação.

Nos comentários da publicação, os usuários demonstraram insatisfação. (Reprodução)

O Hospital Infantil de Campinas (HIC) retorna, a partir desta segunda-feira (10), com os atendimentos aos pacientes do Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Servidor (Imas), em Goiânia. A volta da unidade faz parte do processo de restruturação do instituto, que também registrou o recredenciamento de outras unidades da capital, como o Instituto Goiano de Pedriatria (Igope).

O HIC também expandiu os serviços oferecidos aos beneficiários do Imas. Além do atendimento ambulatorial e de emergência, agora estão disponíveis cirurgias e UTI Neonatal e pediátrica. O Instituto publicou nas redes sociais um anúncio do retorno do HIC ao quadro de hospitais credenciados.

Nos comentários da publicação, os usuários demonstraram insatisfação. "Que vergonha, o que vocês entendem por emergência? Atendimentos e médicos péssimos e exames prontos em mais de 24 horas?", escreveu Sueli Vitoria. "Ridículo! Uma cidade enorme como Goiânia e apenas 1 hospital para atendimento de emergência infantil?", desabafou também Rosa Thaissa.

IMAS

Além do Hospital Infantil de Campinas, o Imas também reestabeleceu o credenciamento do Instituto Goiano de Pediatria e tem conversado com mais hospitais para oferecer atendimentos aos beneficiários. O Instituto possui 530 prestadores que atendem cerca de 65 mil procedimentos por mês.

Atualmente, o Imas conta com atendimento ambulatorial em nove hospitais, sendo o Igope o único responsável por atender urgência e emergência. O atendimento ambulatorial está disponível no seguintes hospitais: Hospital Infantil de Campinas (HIC), Hospital e Maternidade Vila Nova, Centro Médico Excelsior, Hospital São Domingos, Centro Médico Núcleo, Centro Diagnóstico Clínico, Centro Médico Samaritano, Centro Diagnóstico Aparecida, IGPA e Oncovida.

O Instituto de Assistência à Saúde do Servidor conta com as especialidades de Endocrinologia, Ortopedia, Cardiologista, Gastro, Onco-hematologia, Oftalmo, Otorrino, Pneumo, Cirurgia Pediátrica, Infectologia e Neonatologia.

IcEspecial

Meu Bichinho

Cães levam alegria a pacientes com câncer em hospital de Goiânia

Ação realizada pelo Ingoh busca humanizar atendimento

Modificado em 20/09/2024, 00:12

Ação com animais alegra pacientes do Ingoh

Ação com animais alegra pacientes do Ingoh (Ingoh)

Pela primeira vez, pacientes com câncer do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) receberam a visita dos cachorros do Programa Terapia Assistida por Cães. Lord, Sirius, Hiena e Sansão, junto aos seus tutores passearam pelos corredores da unidade, no Setor Sul, em Goiânia e além dos pacientes da oncologia, visitaram laboratório e centro médico. Voluntários do Banco de Sangue também foram surpreendidos com a presença dos pets.

A visita integra o projeto de humanização do instituto e a presença dos animais tem como objetivo proporcionar mais leveza ao ambiente e diminuir a ansiedade e a angústia dos pacientes. Isabel de Melo é paciente da unidade e faz uso da touca inglesa - equipamento que auxilia na redução da queda dos cabelos, em pacientes com câncer de mama. "Impossível não se emocionar, eu adorei essa alegria que eles trouxeram para o quarto. Olha só, preencheu todo o espaço com essa animação! Amei!", comentou Isabel.

Coordenadora de Qualidade do Ingoh, Juliana Correa explica que estudos comprovam os benefícios psicossociais proporcionados pela interação entre animais e seres humanos. Outra paciente em atendimento, Délia Carvalho ficou surpresa com a ação e acabou pegando Sírius no colo. "Como assim?! Que delícia de visita! Eu não estou acreditando! Olha só, meu remédio já até acabou e eu nem percebi! Que maravilha ter vocês aqui!".

Visita precisa ser supervisionada

A visita foi realizada com a supervisão do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) da unidade. O Ingoh afirma que providenciou todas as medidas para garantir a segurança de pacientes e doadores, incluindo a higienização das mãos, após o contato, e também dos ambientes por onde os cães passaram.

Para participar de projetos como estes, os animais passam por avaliações comportamental e veterinária. O veterinário avalia estado de saúde, cartões de vacina e realiza exames de sangue, por exemplo. A entrada em unidades de saúde só é autorizada após emissão de um atestado sanitário pelo especialista. Documento esse que é repassado ao tutor e apresentado à coordenação do programa e, sempre que necessário, para as instituições.

Ação com animais alegra pacientes do Ingoh

Ação com animais alegra pacientes do Ingoh (Ingoh)

Cachorros promovem terapia assistida em unidade de saúde

Cachorros promovem terapia assistida em unidade de saúde (Ingoh)

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Economia

Com 11 milhões de cabeças de gado, Tocantins bate recorde na produção e tem 9 vezes mais bovinos que habitantes

Estado ocupa a 9ª posição no ranking de maior produção de carne bovina do país. Quanto à região Norte, é o terceiro maior produtor.

Estado ocupa a 9ª posição no ranking de maior produção de carne bovina do país (: Arquivo pessoal/ Seagro)

Estado ocupa a 9ª posição no ranking de maior produção de carne bovina do país (: Arquivo pessoal/ Seagro)

Com um rebanho de mais de 11 milhões, o Tocantins bateu novo recorde na produção de gado e registra nove vezes mais bovinos que o número de ambientes, segundo dados do governo do Tocantins e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, agora ocupa a 9ª posição no ranking de maior produção de carne bovina do país.

O médico veterinário da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), Thyago Chekerdemian Sanchik Túlio, explica que cinco municípios concentram de 20% a 30% do rebanho do Tocantins, além de terem os maiores frigoríficos do estado.

Municípios com maior quantitativo bovinos:

  1. Araguaçu - 281.253
  2. Formoso do Araguaia - 202.850
  3. Araguaína - 183.378
  4. Pium - 162.498
  5. Peixe -- 149.654

Ao todo, Tocantins conseguiu alcançar, em 2023, 11.313.309 cabeças . Em comparação com o número de habitantes (1.511.460), o estado possui mais de nove cabeças de gado por pessoa.

Aumento da exportação

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pelo governo do Tocantins, o aumento da produção foi acompanhado das exportações com recordes de carne bovina, totalizando cerca de 102 mil toneladas em 2024.

Segundo Thyago Chekerdemian, o crescimento de abates de 2024 foi de 7% comparado ao ano de 2023. Em que mais 1,3 milhão de animais foram abatidos no ano passado, devido à alta demanda do mercado interno e externo pela carne bovina.

O Tocantins agora está entre um dos principais estados de exportação de carne bovina. Um dos grandes mercados consumidores do nosso estado é o território chinês, demandando quase 50% da nossa produção, tanto na agricultura como na pecuária", explicou o médico veterinário da Seagro.

Principais mercados consumidores externos:

  • China -- 47%
  • Espanha -- 7,5%
  • Suíça -- 5,1%
  • Egito -- 4,8%
  • Turquia -- 4,1%
  • Ainda conforme Thyago Chekerdemian, as exportações do Tocantins em 2024 chegaram a gerar 444 milhões de dólares, aproximadamente R$ 2,1 bilhões, com um aumento de 10,1% em relação a 2023.

    Carência de carne bovina no mercado interno

    Apesar do novo recorde de produção de carne bovina, o Tocantins registra uma carência de demanda de boi gordo para o mercado interno. Isso acontece devido a quase 50% do abate animal ser destinado ao principal mercado exterior, que é a China.

    A oferta de bovinos no mercado interno no estado começou a ficar mais restrita e um dos motivos que explica isso são os ciclos da pecuária, segundo Thyago Chekerdemian.

    Thyago Chekerdemian, ainda explica que o ciclo da pecuária é um fenômeno que se repete periodicamente, com ciclos de alta e baixa. Ele é influenciado pela oferta e demanda de bezerros e boi gordo. As principais características são:

    Ciclos de alta

  • A oferta de bezerros é baixa
  • O preço da arroba do boi gordo e da reposição aumenta
  • Os pecuaristas retêm mais fêmeas, diminuindo a oferta no mercado
  • Aumento do preço da arroba e aumento do preço da carne no mercado.
  • Ciclos de baixa

  • A oferta de bezerros cresce
  • O preço da arroba do boi gordo despenca
  • Os pecuaristas aumentam o abate de fêmeas, ampliando a oferta de carne
  • Diminuição do preço da arroba e diminuição do preço da carne no mercado.
  • O ciclo da pecuária dura em torno de 5 a 6 anos. É importante acompanhar o mercado e saber que os momentos de baixa vão passar. O ciclo pecuário impacta o preço da arroba do boi gordo, bezerro e boi magro, além de influenciar a gestão da fazenda e a tomada de decisões.

    Fatores que influenciam o ciclo

    Além da oferta e demanda, outros fatores podem influenciar o ciclo pecuário, como guerras, pandemias, clima, políticas externas, formação de blocos comerciais, taxações e outros.

    Ainda conforme o médico veterinário da Seagro, após o Tocantins registrar dois anos de queda, os preços das carnes voltaram a subir em 2024 e 2025 devido a esses ciclos da pecuária, impulsionados pela alta no valor da proteína bovina.

    Vimos de dois anos de uma baixa produção, em que a carne estava mais barata, os produtores não estavam sendo incentivados, o que ocasionou a diminuição da produção de boi gordo. Agora, com a alta demanda de uma hora para outra, os produtores tiveram que intensificar e produzir mais, e consequentemente não tinham a oferta de mercado".

    Thyago Chekerdemianque, devido à falta de oferta suficiente para o mercado externo, houve um registro maior de abate de animais, em que as carnes bovinas são exportadas para os mercados consumidores, ocasionando carência no mercado interno.

    "Agora estamos em um ciclo de alta demanda, em que o mercado consumidor interno e externo estão exigindo uma maior produção. E agora o produtor está se adequando para ter essa produção que é cobrada da carne bovina".

    Segundo Thyago, a alta do preço da proteína bovina é afetada também devido à demanda dos principais frigoríficos do estado, que estão localizados nos municípios de Araguaína, Paraíso do Tocantins e Gurupi.

    Eles também têm uma demanda internacional, a qual é feita essa exportação. Então, cria-se um embate de atender o mercado interno e externo, que faz com que o preço da carne aumente nas tabelas dos mercados, que estão exigindo demanda por questões sociais", explica.

    Abate de animais em alta

    Aumento da produção foi acompanhado das exportações com recordes de carne bovina, com cerca de 102 mil toneladas em 2024. (Kleiber Arantes/ Governo do Tocantins)

    Aumento da produção foi acompanhado das exportações com recordes de carne bovina, com cerca de 102 mil toneladas em 2024. (Kleiber Arantes/ Governo do Tocantins)

    Além de registrar o novo recorde no tamanho do rebanho, o Tocantins ocupa a 11ª posição no ranking nacional de abate de bovinos. Quanto à região Norte, é o terceiro maior.

    O levantamento, realizado pela Pesquisa Trimestral do Abate, Leite e Ovos do Brasil do IBGE, mostra que o estado segue em expansão econômica.

    Passamos de mais de 1,3 milhão de animais abatidos no ano de 2024. O crescimento de abates de 2024 foi de 7% se comparado ao mesmo período de 2023. Isso se deve à alta demanda do mercado interno e externo pela carne bovina",

    Dificuldades da cadeia produtiva na proteína bovina

    Apesar dos resultados positivos, a produção de bovinos no Tocantins ainda enfrenta desafios na cadeia produtiva. A qualidade, logística e a gestão da propriedade podem afetar a criação de rebanhos.

    Conforme o Thyago, o estado demonstra maior dificuldade em relação à cadeia produtiva na infraestrutura e logística, principalmente por não ser localizado geograficamente em uma região de fácil acesso.

    "Para envio e recibo de matérias-primas para o nosso estado é muito difícil, e se torna mais problemático em questão de exportação devido às rodovias, estradas, rotas alternativas".

    Ainda conforme Thyago Chekerdemian, outra dificuldade que os produtores enfrentam é que os maiores mercados do país estão localizados na região sul e sudeste.

    "Então, para retirar a mercadoria do território do Tocantins, gera muitos impostos e o custo de produção, especialmente em mão de obra, que estamos com uma defasagem de uma qualificação de qualidade".

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    Mario Sergio Conti