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Justiça concede prisão domiciliar a pastora detida por cárcere e tortura de dependentes químicos

Suelen Amaral Klaus alegou se recuperar de uma cirurgia bariátrica e ser responsável por três filhos com menos de 12 anos para conseguir o benefício jurídico

Modificado em 19/09/2024, 01:08

Suelen e Ângelo Klaus tinham pelo menos duas clínicas clandestinas em Anápolis

Suelen e Ângelo Klaus tinham pelo menos duas clínicas clandestinas em Anápolis (Divulgação)

A Justiça concedeu prisão domiciliar para a pastora Suelen Amaral Klaus, que responde junto com o marido e mais quatro pessoas por sequestro, cárcere privado e tortura de mais de 70 pessoas em duas clínicas clandestinas para dependentes químicos em Anápolis. Ela estava detida desde 30 de agosto, quando foi flagrada em um dos estabelecimentos durante uma operação policial. Na audiência de custódia, no mesmo dia, ela teve a prisão temporária convertida em preventiva.

O marido, o também pastor Ângelo Mário Klaus Júnior, está preso desde 2 de setembro, quando se apresentou em uma delegacia. Ele havia fugido do flagrante e deixado para trás a mulher e os três funcionários. Ao se entregar, Ângelo contou que a esposa não teria relação com a clínica, mas a Polícia Civil a indiciou afirmando ter provas do envolvimento dela.

Suelen alega ter feito uma cirurgia bariátrica no dia 9 de agosto e seguia em recuperação, sofrendo com as condições do sistema prisional para quem se encontra neste estágio do tratamento. Ela estava detida na ala feminina da Casa de Prisão Provisória (CPP) do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Em sua decisão, o desembargador Donizete Martins de Oliveira, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), diz que há indícios que a manutenção da prisão preventiva trazia "significativo prejuízo para sua constrição e dificuldades para o tratamento médico".

Também pesou a favor dela o fato de ela ser mãe de quatro filhos, sendo três deles menores de 12 anos e o outro ainda adolescente. Segundo o desembargador, essa é uma entre as situações autorizadoras para a concessão do benefício solicitado. Ela terá de cumprir a decisão com tornozeleira eletrônica e só poderá sair de casa com autorização prévia da Justiça.

A pastora já havia pedido a prisão domiciliar no momento da audiência de custódia, mas como o marido estava foragido, a Justiça a manteve detida no sistema prisional. Suelen "somente não recebeu o benefício da prisão domiciliar por ocasião da audiência de custódia, porque seu marido foragiu no momento do flagrante e havia o receio, naquele momento, que o casal se evadisse em prejuízo da persecução penal", afirmou a juíza Lígia Nunes de Paula, da 2ª Vara Criminal de Anápolis em um comunicado ao TJ-GO.

Nos últimos dias, outros dois presos viram o pedido de liberdade negado. Jhonathan Alexandre Silva Santos e Francisco Carlos Lira Júnior alegam serem internos e não funcionários e por isso não deveriam responder pelos crimes apontados pela Polícia Civil. Entretanto, a Justiça considerou haver provas suficientes para afirmar que mesmo sendo internos tinham a confiança do casal de pastores para cuidarem das clínicas clandestinas.

"Pelo apurado preliminarmente pela Polícia Civil, a clínica não conta com nenhum registro formal e não era operada por funcionários registrados. Os serviços eram prestados por alguns dos internos, sendo que todos os presos foram identificados pelos demais libertos como aqueles que infligiam maus tratos nos demais, a mando do proprietário, que também foi preso na oportunidade", escreveu a Lígia, ao informar ao TJ-GO sobre a liminar negada para Jhonathan.

Entenda o caso

O casal de pastores foi indiciado junto com mais quatro pessoas por sequestro e cárcere privado e crime de tortura contra 73 pessoas, entre dependentes químicos a portadores de deficiências diversas, internadas contra a vontade em dois estabelecimentos que funcionavam irregularmente como clínicas de reabilitação na zona rural de Anápolis. Ângelo e Suelen, segundo a Polícia Civil, são os donos destes locais.

O caso veio à tona em uma operação da Polícia Civil no dia 30 de agosto, após um homem de 96 anos ser internado no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana) com diversos ferimentos, mau cheiro, sinais de agressão física e outros indícios de maus tratos. Ao ouvir parentes desta pessoa, uma equipe da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai) de Anápolis chegou ao primeiro estabelecimento e encontrou 43 internos.

O delegado Manoel Vanderic Correa Filho, titular da Deai, afirma que os indiciados mantinham os internos em um espaço pequeno e insalubre, submetendo-os a "intenso sofrimento" físico e psicológico, mediante violência e ameaças, "como forma de castigo e para evitar que fugissem" ou contassem a familiares, "mantendo o controle do local clandestino".

As clínicas clandestinas foram fechadas nos dias 30 e 31 de agosto. Na segunda, havia mais 30 vítimas. Suelen foi presa no primeiro dia de operação, junto com Jhonatan, Francisco, Jonas da Silva Geraldo e Ruimar Márcio Silva Qualhato. O pastor fugiu assim que viu a equipe da Deai e se entregou na manhã de 2 de setembro. Na segunda clínica, dois suspeitos fugiram, mas um deles já foi identificado pela Polícia Civil.

O casal prometia "tratamento completo, incluindo assistência médica" e que restringiam as visitas com a desculpa de que poderia atrapalhar o atendimento, além de cobrar de um salário mínimo a R$ 2,5 mil por mês de cada família. Porém, além da situação presenciada pela Polícia Civil, os internos afirmam que eram agredidos, amarrados e torturados, xingados, humilhados pelos quatro funcionários da clínica. Os relatos das vítimas, segundo Manoel, foram "detalhistas e contundentes".

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Homem usa criança como escudo durante perseguição policial, diz PM

Criança foi resgatada em segurança e suspeito preso em flagrante por tráfico de drogas

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Um homem foi preso suspeito de usar uma criança como escudo para se proteger após uma perseguição policial ocorrida nesta sexta-feira (18), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem ainda teria apontado uma arma falsa para a equipe. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

A polícia não divulgou o nome do suspeito e o grau de parentesco dele com a criança. A criança foi resgatada em segurança.

Conforme a Polícia Militar, o caso ocorreu no Bairro Adriana Parque, após a equipe tentar abordar o carro do suspeito, que não obedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade.

Durante a perseguição, o suspeito teria batido o carro e, neste instante, saiu do veículo usando uma criança de aproximadamente quatro anos como escudo, enquanto um outro homem que também estava no carro, tentou fugir a pé por uma região de mata.

Ainda segundo a PM, o homem usava a criança como escudo para se proteger ao mesmo tempo em que apontava uma arma de fogo para os policiais, arma esta que após verificação a equipe constatou se tratar de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Ele foi contido e a criança resgatada em segurança.

A polícia informou que com os suspeitos foram apreendidas porções de drogas, dinheiro em espécie e um aparelho celular. Na casa de um dos suspeitos, os policiais encontraram mais droga, balanças de precisão e materiais usados para o tráfico de drogas.

Ainda segundo a PM, o suspeito de usar a criança com escudo estava em descumprimento de medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Os dois foram presos por tráfico de drogas.

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

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Sobrinha de motociclista que morreu após ser arrastada por enxurrada em Anápolis desabafa: 'Família está muito abalada'

Segundo o Corpo de Bombeiros, devido à força da enxurrada, a mulher perdeu o controle da moto, e foi arrastada para debaixo de um carro

Modificado em 16/04/2025, 19:47

Fábia Francisca de Castilho, de 44 anos

Fábia Francisca de Castilho, de 44 anos (Reprodução/TV Anhanguera)

A sobrinha da motociclista Fábia Francisca de Castilho, de 44 anos, que morreu afogada após ser arrastada por uma forte enxurrada em Anápolis, no centro goiano, disse em entrevista à TV Anhanguera que a família está muito abalada. Thais Souza, contou que a tia estava sempre alegre, mesmo com todos os problemas enfrentados.

Ela era uma pessoa muito boa, sempre estava ajudando todos. Buscava entender o que cada um estava passando, sempre trazia alegria mesmo diante dos problemas. Não tem dois meses que a gente perdeu um avô também que é o pai dela, então nossa família está muito abalada porque foi uma morte muito trágica", disse a sobrinha.

O caso aconteceu na Rua 12 no bairro Antônio Fernandes por volta das 18h24 desta segunda-feira (14) durante a chuva. Segundo o Corpo de Bombeiros, devido à força da enxurrada, a mulher perdeu o controle da moto, e foi arrastada para debaixo de um carro amarelo (veja no vídeo abaixo) .

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Conforme os bombeiros, eles chegaram ao local e retiraram a vítima debaixo do veículo, mas ela já estava sem vida.

Em nota, a Prefeitura de Anápolis disse que já apresentou mais de R$ 300 milhões em projetos de macrodrenagem e contenção de áreas de risco, considerando os problemas históricos da cidade que nunca foram devidamente solucionados.

Em entrevista à TV Anhanguera, o secretário de obras de Anápolis, Thiago de Sá, disse que já foram determinadas a instalação de placas e a sinalização no local.

Já temos projetos apresentados na ordem de R$ 300 milhões para obter recursos para que a gente remodele a drenagem urbana de Anápolis. Já determinamos a instalação de placas e a sinalização, e estamos buscando alguns desvios da água para garantir que parte dessa água não desça por essa rua onde foi a ocorrência de ontem", disse o secretário.

A Câmara Municipal de Anápolis disse em nota que se solidariza com os familiares e amigos, expressando suas mais sinceras condolências.

Segundo a prefeitura, a Defesa Civil do município fará uma avaliação da rua para adotar medidas que possam melhorar a segurança de quem passa pelo local.

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Homem é preso suspeito de estuprar adolescente e duas jovens

Segundo delegada, investigado cometeu o último crime enquanto era investigado por outros dois estupros semelhantes. Ele chegou a ser condenado e preso na Espanha

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Um homem de 38 anos foi preso, nesta segunda-feira (14), suspeito de estuprar uma adolescente e duas jovens, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. A delegada Aline Lopes, que investiga o caso, contou ao POPULAR que as vítimas identificaram como autor Pedro Paulo de Jesus Costa. Uma delas, inclusive, chegou a morder o dedo dele.

Uma das vítimas que o mordeu, o sangue dele ficou na roupa da vítima. Então, agora estamos aguardando o resultado dos exames periciais que vão confirmar e dar mais certeza, que ele é o autor desse crime", explicou a delegada.

O POPULAR não conseguiu localizar a defesa do investigado, até a última atualização desta reportagem.

Segundo Aline Lopes, o suspeito abordava as vítimas aleatoriamente passando em ruas próximas de locais de mata, que não possuía câmeras de segurança.

Ele conseguia em algum momento se aproximar dessas vítimas, cruzar com essas vítimas, no momento que a vítima passava por ele, ele abordava ela por trás, a imobilizava pelo pescoço e arrastava para o matagal", narrou a delegada.

De acordo com Aline Lopes, o perfil das vítimas escolhido pelo suspeito sempre era de mulheres jovens e "frágeis".

Todas com o mesmo perfil, estrutura física, franzina, baixinha, magrinha... frágeis, que não poderiam oferecer resistência frente ao porte físico dele. Ele é um lutador de artes marciais, de judô e jiu-jitsu", disse a delegada.

A delegada destacou que o homem foi identificado e preso no decorrer de investigação de dois crimes que ocorreram na mesma região, com descrições de um homem que teria as mesmas características de Pedro Paulo. "Em fevereiro, o crime foi contra uma menor, o estupro foi consumado", disse.

Ela lembra que o suspeito chegou a ser preso em 2023, pela Polícia Civil de Anápolis, "pelo crime de estupro tentado, agindo da mesma forma e de uma região muito próxima também".

Então, nós acreditávamos que poderia se tratar da mesma pessoa e poderia ser esse homem preso em 2023. Enquanto, nós estavamos investigando esses dois crimes ocorridos em janeiro e fevereiro, um envolvendo uma maior de idade e uma menor, ocorreu um outro crime de tentativa de estupro", salienta a investigadora.

Esse outro crime similar, segundo a delegada, foi registrado no último dia 6, quando a vítima mordeu o dedo do suspeito e conseguiu fugir. À polícia, a jovem descreveu o modo de agir do homem e suas vestimentas. "Então, nós tivemos certeza que se tratava da mesma pessoa", pontuou.

A delegada ressaltou que Pedro Paulo foi encontrado na casa dele e apresentava um ferimento no dedo, conforme idicado pela jovem. Durante a prisão, a polícia informou que o investigado negou o crime. Mas, ele ainda será interrogado formalmente.

Aline Lopes contou que Pedro Paulo chegou a ser condenado na Espanha também por estupro. Por enquanto, ela aguarda confirmação por quantos anos ele ficou preso por lá.

Ele é brasileiro, morou um tempo na Espanha, lá ficou preso, segundo ele, por 10 anos", comentou a investigadora.

Com a divulgação da imagem do investigado, a delegada acredita que outras vítimas do homem devem procurar a delegada.

Segundo polícia, suspeito foi encontrado com ferimento provocado por vítima (Divulgado/PC-GO)

Segundo polícia, suspeito foi encontrado com ferimento provocado por vítima (Divulgado/PC-GO)

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Estudante de medicina grava exame Papanicolau de paciente e expõe nas redes sociais

O vídeo, obtido pela TV Anhanguera, mostra as duas no consultório de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis. Prefeitura considerou “inadmissível” a conduta

Modificado em 12/04/2025, 20:47

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Uma estudante de medicina gravou o momento em que fazia o exame Papanicolau em uma paciente e expôs em suas redes sociais, sem nem mesmo censurar as partes íntimas da mulher. O vídeo, obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, mostra as duas no consultório de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia (veja acima).

Na cena, a aluna faz a coleta do exame, enquanto a paciente permanece deitada com as pernas afastadas da outra e com um dos braços sob o rosto. Após a repercussão do caso, as redes sociais da estudante foram excluídas.

A reportagem entrou em contato com a estudante, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

À redação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Anápolis informou, em nota, que considera "inadmissível" a conduta da estudante e destaca que nenhum procedimento deveria ser realizado sem a presença de um preceptor (instrutor). Acrescentou que a universidade foi notificada (veja a nota completa no final da matéria) .

A Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica) disse à reportagem que, ao tomar ciência dos fatos, em janeiro de 2025, adotou todas as medidas cabíveis para apurar a situação e aplicou as "sanções disciplinares pertinentes". Segundo a instituição, na época, a aluna cumpriu suspensão de cinco dias, e depois foi reconduzida às atividades acadêmicas (veja a nota completa no final da matéria) .

Segundo apuração da SMS, a estudante foi transferida para uma instituição de ensino no Tocantins.

A reportagem questionou a Polícia Civil (PC) se houve alguma denúncia e se o caso está sendo investigado, mas não teve retorno.

O Ministério da Saúde recomenda o exame Papanicolaou (exame citopatológico) para rastrear o câncer do colo do útero em mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram atividade sexual. O exame é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

(Colaborou Diego Itacaramby, repórter da TV Anhanguera)

(Reprodução/TV Anhanguera)

(Reprodução/TV Anhanguera)

Nota da SMS de Anápolis

A Secretaria Municipal de Saúde informa que, ao tomar conhecimento do caso, notificou imediatamente a universidade e solicitou providências. A pasta considera inadmissível a conduta da estudante e destaca que nenhum procedimento deveria ser realizado sem a presença de um preceptor.

A secretaria também reforça que a Organização Social (OS) responsável pela gestão da UPA na época --- já destituída da função --- deveria ter comunicado o ocorrido à Semusa tão logo os fatos vieram à tona.

A Semusa reitera que o respeito à privacidade dos pacientes é princípio fundamental da formação em Saúde e que todos os profissionais, desde o início da graduação. A aluna, segundo apuração da pasta, foi transferida para uma instituição de ensino no Tocantins.

Nota da UniEvangélica

A Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA informa que, ao tomar ciência dos fatos, em janeiro de 2025, prontamente adotou todas as medidas cabíveis para apurar a situação com rigor e aplicou as sanções disciplinares pertinentes.

Após cumprir suspensão de 5 (cinco) dias, a estudante foi reconduzida às atividades acadêmicas.

Reafirmamos nosso compromisso inabalável com o bem-estar e a segurança de nossa comunidade.

Atenciosamente