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Menina de 8 anos escreve livro para inspirar outras crianças

Criança de Anápolis busca ajuda para publicar história ainda neste ano

Modificado em 19/09/2024, 00:25

Julie venceu o medo de desenhar e transformou superação em livro

Julie venceu o medo de desenhar e transformou superação em livro (Arquivo pessoal/Rebeca Romero)

Jordana Rafaela

Quando sorri, a pequena Julie Romero Jorge, de apenas 8 anos, não consegue esconder as "janelinhas". As bonecas e demais brincadeiras comuns da idade ainda fazem parte do dia a dia. Mas a menina dá um exemplo de maturidade. "A gente não nasce sabendo, a gente cresce aprendendo" é uma lição que hoje ela faz questão de repetir. E foi com isso em mente que a criança, moradora de Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, superou um dos primeiros desafios que teve de enfrentar em sua tenra idade.

Mãe de Julie, a jornalista Rebeca Romero conta que a filha tinha muita dificuldade para desenhar. "Nem casinha, nem boneco, nada. Ela tinha medo, porque, para ela, poderia 'sair ruim'", lembra. Mas graças ao apoio da professora na escola e da família, ela conseguiu superar o medo. "Ela ganhou da tia moldes de estilista, o que ajudou bastante", lembra Rebeca.

Julie decidiu transformar a experiência em livro ilustrativo, cuja história já está pronta. A menina conta que seu objetivo é que outras crianças se inspirem e se sintam encorajadas a vencer suas limitações, sejam elas quais forem. "Independentemente das dificuldades que elas têm, é preciso colocar uma ideia em prática para então aprender. Às vezes não vai sair perfeito de primeira, mas depois com o tempo e a prática todos aprendem a melhorar", diz.

A menina agora enfrenta mais um desafio: o de conseguir arrecadar dinheiro para a sonhada publicação do livro. "Ainda falta diagramar, ilustrar e preparar para publicar", afirma. Rebeca conta que o próprio pai de Julie, que é escritor, está fazendo a revisão. Porém, para todo o livro ficar pronto, ainda há as outras etapas, que têm custos. E não são baixos. "Somente a ilustração hoje é por volta de R$ 4 mil", afirma.

Julie já conseguiu apoiadores

Para encontrar apoiadores, a mãe ajudou a filha a publicar um vídeo nas redes sociais. Rebeca lembra que, após a postagem, algumas pessoas se disponibilizaram a ajudar. "Um amigo baixou o preço para fazer a ilustração, já que é uma história infantil", afirma. Contribuições financeiras também já foram feitas, mas, o mais importante, segundo a mãe, é o encorajamento que essas pessoas dão à filha. "Chegaram mensagens de incentivo, de admiração, por ela ser tão menina e ter esse sonho tão bonito."

Quem também quiser ajudar, pode enviar qualquer valor por meio do PIX, que tem a chave o celular 62993246631, banco C6. "Não coloque limites nos seus sonhos, coloque fé", diz a criança, que pretende realizar o sonho de ver o livro publicado ainda neste ano.

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Dona de creche vira ré por morte de criança em carro

Flaviane Lima Souza não teve intenção de matar Salomão Faustino, de 2 anos, conforme as investigações. Indiciada poderá responder também por exercício ilegal de profissão ou atividade econômica

Flaviane Lima durante audiência de custódia conta que encontrou Salomão no carro (Reprodução/TV Anhanguera)

Flaviane Lima durante audiência de custódia conta que encontrou Salomão no carro (Reprodução/TV Anhanguera)

A dona de creche Flaviane Lima Souza, de 36 anos, foi indiciada, nesta quinta-feira (27), por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) após esquecer Salomão Rodrigues Faustino, de 2, dentro do carro , em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. O laudo médico apontou que a criança morreu por intermação, de acordo com a Polícia Civil (PC).

Para a reportagem, a defesa da indiciada, o advogado Gildo Martins, informou que ainda não foram notificados a respeito da conclusão do inquérito e só se manifestará quando tiver acesso.

O delegado responsável pelo caso, Alex Fernandes, disse que a polícia concluiu que Flaviane não teve a intenção de matar a criança e que houve uma série de fatores que levaram ao esquecimento da criança.

Ela tinha consciência que devia zelar pela criança, mas ela não tinha o conhecimento que a criança estava no interior do veículo, passando uma dificuldade e que iria falecer em decorrência disso. Ela não tinha conhecimento dessa causalidade. Então, a gente fez um estudo profundo sobre essa situação e concluímos em permanecer a tipificação no homicídio culposo", afirmou o investigador.

Ela também poderá responder por exercício ilegal de uma profissão ou atividade econômica, uma vez que ela realizava o transporte da criança até a creche sem ter permissão legal do Código de Trânsito Brasileiro, segundo o delegado. A creche também não tinha toda a documentação necessária, conforme a exigência do Conselho Estadual da Educação.

A dona da creche teve a prisão convertida em domiciliar pela Justiça. A decisão preliminar assinada pela juíza Sandra Regina Teixeira Campos saiu na quarta-feira (26), por volta das 18h30. De acordo com o advogado dela, Gildo Franks Martins Junior, Flaviane Lima Souza, de 36, deixou o presídio por volta das 23h dessa quarta.

À esquerda, foto Giselle e o filho Salomão juntos. À direita, momento em que ela desmaia na Delegacia de Nerópolis. (Reprodução/Redes Sociais e TV Anhanguera)

À esquerda, foto Giselle e o filho Salomão juntos. À direita, momento em que ela desmaia na Delegacia de Nerópolis. (Reprodução/Redes Sociais e TV Anhanguera)

Gritos de desespero

As investigações analisaram os vídeos gravados pelas câmeras de segurança da creche. Segundo o delegado, embora as gravações não mostrassem as imagens do momento do socorro, foi possível captar o áudio, que mostrou o transtorno de Flaviana quando descobriu a criança dentro do carro.

A gente consegue perceber claramente a voz dela, onde apresenta desespero, medo, surpresa, falta de ação, ou seja, ela ficou totalmente transtornada. Foi um lapso de memória violentíssimo, ela se surpreendeu", descreveu.

Foram 10 dias de investigações, tempo em que foram colhidos 24 depoimentos, entre funcionários do bercário, os bombeiros e policiais militares que atenderam a ocorrência, além dos pais da criança. Agora o inquérito será entregue e apreciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

Exaustão

A creche foi aberta em novembro de 2024. O delegado apontou que, desde a inauguração, Flaviane trabalhou exaustivamente, também cumprido atividades em um colégio público na cidade, onde é professora e coordenadora pedagógica: "A investigação levantou também que ela só descansou no Natal, no Ano Novo e aos domingos".

A troca de horário de uma funcionária, que era responsável pela turma de Salomão, também colaborou pelo esquecimento do menino, de acordo com a polícia. Conforme a apuração, há dois dias, o horário de almoço da funcionária foi estendido. Dessa forma, ela não recebeu os alunos que chegaram naquela ocasião. Outra colaboradora ficou com o cargo de cuidar das crianças, mas, no dia, quem ficou foi a própria dona da creche, segundo a polícia.

No dia 18, que era o segundo dia dessa mudança, ela para o veículo, desce e vai tomar conta da mesma turma do Salomão, e não se recorda que o Salomão está no interior do carro", descreveu Fernandes.

De acordo com a PC, a indiciada poderá receber pena de aproximadamente 3 anos e três meses, que poderão ser cumpridos fora da prisão.

Causa da morte

O laudo médico do hospital para onde Salomão foi levado apontou que a criança morreu por intermação.

No laudo médico, na certidão de óbito do Salomão, consta que a causa da morte foi intermação, ou seja, um descontrole do organismo sobre a capacidade de conseguir manter em uma temperatura adequada. E a partir do momento que perde esse equilíbrio, os órgãos começam a falecer e ter uma série de características que podem levar realmente a óbito", explicou o delegado André Fernandes.

Salomão Rodrigues Faustino morreu na terça-feira (18) (Reprodução/Redes sociais)

Salomão Rodrigues Faustino morreu na terça-feira (18) (Reprodução/Redes sociais)

Entenda o caso

O caso aconteceu no dia 18 de fevereiro deste ano. De acordo com a polícia, Flaviane, que também era encarregada de buscar e levar o menino para o berçário, entrou no estabelecimento e esqueceu Salomão dentro do veículo. Em depoimento, Flaviane disse que só percebeu que tinha esquecido a criança no carro ao ir embora para casa.

Fiz minha rotina, em torno de 4h, eu falei para uma das tias que eu iria embora, pois eu estava com muita dor de cabeça. Quando eu abri o carro, o Salomão dobrou o corpinho. Ele estava na cadeirinha e com o balanço do carro, quando eu abri, ele pendeu o corpinho para a frente, foi quando eu vi, desamarrei rápido da cadeirinha e levei para dentro [da creche] e a gente ligou para os bombeiros", afirmou a investigada.

Tentou fugir

A polícia informou que após a confirmação da morte de Salomão, Flaviane tentou fugir da cidade, mas foi localizada e presa em Itaberaí. À polícia, ela justificou que temia represálias e não sabia como reagir diante da tragédia. O POPULAR mostrou que Flaviane chegou a ligar para o marido e disse que tinha causado a morte do menino.

Minha esposa me ligou por volta de 17h40 e falou amor, eu matei uma criança. Acabou o mundo para mim. Fique muito abatido, perguntei que criança e ela disse que havia esquecido o Salomão dentro do carro. Ela perguntou o que fazer e eu disse para ela ligar para os bombeiros e ela disse, mas ele está morto", contou José Petrucio dos Santos em entrevista à TV Anhanguera.

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Avião com criança e mais 5 cai perto de shopping e explode; vídeo mostra incêndio

Avião com criança e mais 5 cai perto de shopping e explode; vídeo mostra incêndio

Modificado em 01/02/2025, 15:05

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Um avião de pequeno porte caiu próximo a um shopping em uma área residencial da cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, causando uma explosão e um incêndio, disse nesta sexta-feira (31) o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro. Relatos iniciais falam em diversos mortos no solo.

Segundo o secretário dos Transportes do governo Donald Trump, Sean Duffy, o avião fazia um traslado médico e transportava seis pessoas: dois tripulantes, dois médicos, o paciente e um familiar. Suas mortes não foram confirmadas até a última atualização desta reportagem.

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Segundo a emissora CBS, a aeronave caiu momentos após a decolagem: dados de voo mostram o jato deixando o aeroporto às 18h07, horário local, enquanto a primeira ligação aos bombeiros foi feita às 18h12. Já autoridades do governo federal falam em uma queda "por volta das 18h30". No momento do voo, o clima na Filadélfia era de chuva, vento e muito frio, com baixa visibilidade.

Socorristas que trabalham no local disseram à imprensa americana que partes do avião, um Learjet 55, atingiram carros e deixaram feridos no solo, com o fogo se espalhando rapidamente para uma série de casas.

Moradores próximos ao acidente disseram à CBS que sentiram o chão tremer quando o avião atingiu o chão. Segundo o governo federal, o jato deixava um aeroporto menor na região com direção à cidade de Springfield, no estado do Missouri. Ainda não se sabe o número de vítimas nem o estado de saúde delas.

Autoridades do governo americano, incluindo a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês), equivalente à Anac no Brasil, anunciaram que vão abrir uma investigação sobre o acidente.

Shapiro, o governador democrata da Pensilvânia, disse que todos os recursos do estado estão à disposição das autoridades locais.

A queda ocorreu dois dias depois do maior desastre aéreo dos EUA em décadas. Na quarta-feira (29), um avião de passageiros se chocou contra um helicóptero militar em Washington, matando 67 pessoas.

O avião da American Airlines vindo da cidade de Wichita, no estado do Kansas, explodiu ao colidir com o helicóptero Black Hawk, e as duas aeronaves caíram no rio Potomac. O voo carregava 60 passageiros e quatro tripulantes, enquanto o veículo militar tinha três soldados a bordo.

Explosão causada por avião que caiu próximo a um shopping em uma área residencial da cidade da Filadélfia (Reprodução/Redes sociais )

Explosão causada por avião que caiu próximo a um shopping em uma área residencial da cidade da Filadélfia (Reprodução/Redes sociais )

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Menino de 4 anos se perde dos pais em pesque-pague e é encontrado na manhã seguinte pelos bombeiros em pasto

Três equipes dos bombeiros, com cães e mergulhadores, trabalharam na busca da criança

Modificado em 20/01/2025, 08:58

Momento em que a equipe do Corpo de Bombeiros resgata a criança em pasto próximo a um rebanho de gado

Momento em que a equipe do Corpo de Bombeiros resgata a criança em pasto próximo a um rebanho de gado (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Um menino, de quatro anos, se perdeu em um pesque-pague na GO-050, na zona rural de Campestre de Goiás, no oeste goiano. Segundo o Corpo de Bombeiros, a criança foi encontrada em um pasto próximo a um rebanho de gado sem lesões.

O caso aconteceu neste sábado (18), mas o menino só foi encontrado pela equipe do Corpo de Bombeiros na manhã deste domingo (19). Três equipes dos bombeiros, com cães e mergulhadores, trabalharam na busca da criança.

A equipe náutica realizou buscas no lago próximo até as 3h da madrugada, mas descartaram um afogamento. Somente pela manhã as buscas terrestres começaram.

Após o trabalho de uma dupla de bombeiro e cão de resgate nas áreas, e também com a ajuda de drone, a criança foi encontrada. O menino estava orientado, em pé na área de pasto e sem ferimentos.

Após o atendimento dos bombeiros, a criança foi entregue aos familiares e depois levada para o Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), para avaliação médica.

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Especialista destaca a necessidade de atenção a atrasos de desenvolvimento na infância

Entre o total de brasileiros com mais de 2 anos, ao menos 4,1% é formado por crianças de 2 a 9 anos que possuem alguma deficiência física ou intelectual.

Modificado em 17/09/2024, 17:28

Especialista destaca a necessidade de atenção a atrasos de desenvolvimento na infância

(Freepik)

De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população com deficiência no Brasil é estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária. Entre o total de brasileiros com mais de 2 anos, ao menos 4,1% é formado por crianças de 2 a 9 anos que possuem alguma deficiência física ou intelectual.

No contexto do Dia da Pessoa com Deficiência Intelectual, celebrado nesta quinta-feira, 22 de agosto, é importante destacar que, ao contrário das deficiências físicas, que geralmente podem ser facilmente detectadas visualmente, a percepção e o diagnóstico das deficiências intelectuais dependem da observação de atrasos ou não no desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente durante os primeiros anos de vida.

De acordo com a médica pediatra Ana Márcia Guimarães, especialista no desenvolvimento e comportamento que atende no Órion Complex, em Goiânia, qualquer atraso no desenvolvimento da criança, em relação a seus pares da mesma idade, deve ser investigado com seriedade.

Segundo ela, detectar precocemente sinais de deficiência intelectual em crianças é essencial para garantir que elas recebam o suporte necessário para um desenvolvimento adequado. "A intervenção rápida pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e no futuro dessas crianças", explica.

Conforme a especialista, os sinais mais comuns de que pode haver alguma deficiência intelectual são atrasos motores, atraso no desenvolvimento da fala, grande dificuldade de socialização e, principalmente, dificuldades na aprendizagem e no desempenho escolar. "Essas situações podem ser os primeiros indícios de que algo está fora do esperado, e a detecção precoce é fundamental para um melhor prognóstico", argumenta a pediatra.

A médica lembra que a observação dos marcos de desenvolvimento infantil é crucial. "Os pais devem estar atentos a cinco pilares: desenvolvimento motor (andar, caminhar, correr), linguagem (fala), evolução socioemocional, intelectual e a capacidade de adaptação e resolução de problemas", descreve a especialista. Cada um desses aspectos deve seguir uma progressão esperada conforme a idade da criança, e qualquer desvio pode ser um sinal de alerta.

Avaliações e tratamento
Embora os pais desempenhem um papel fundamental na identificação inicial dos sinais, o diagnóstico preciso depende de uma avaliação especializada. "O neuropsicólogo é o profissional responsável por aplicar a bateria de testes que mede o QI e as capacidades adaptativas da criança. Após essa avaliação neuropsicológica, cabe ao pediatra interpretar os resultados e correlacioná-los com os sintomas apresentados pela criança", explica Ana Márcia.

A especialista também esclarece que diferenciar uma deficiência intelectual de outros problemas de desenvolvimento, como o autismo ou transtornos de aprendizado, requer uma avaliação clínica criteriosa. "No caso do Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI), os critérios incluem três pontos principais: déficits na psicometria (QI abaixo de 70), déficits nas capacidades adaptativas e o início das limitações antes dos 18 anos de vida", esclarece a pediatra.

As causas da deficiência intelectual podem ser variadas. "A principal causa é genética, como na síndrome do X frágil e na síndrome de Down. No entanto, fatores ambientais também desempenham um papel significativo, como a prematuridade e complicações durante a gravidez ou o nascimento", diz Ana Márcia Guimarães.

Uma vez diagnosticada a deficiência intelectual, é fundamental iniciar o tratamento o mais cedo possível. "A estimulação precoce, realizada por uma equipe interdisciplinar que pode incluir psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicopedagogo, entre outros, é a base do tratamento. Cada profissional desempenha um papel importante na promoção do desenvolvimento global da criança", destaca a especialista.