Geral

Goiânia é a 4ª capital do País com mais bicicletas

Municípicio está, porém, entre as quatro piores na quantidade de trechos mais seguros para ciclistas

Modificado em 19/09/2024, 00:18

Tráfego de bicicletas no cruzamento das avenidas Vera Cruz e São Francisco, no Jardim Guanabara. Agentes da SMM chegaram a registrar média de três ciclistas por minuto no início da manhã

Tráfego de bicicletas no cruzamento das avenidas Vera Cruz e São Francisco, no Jardim Guanabara. Agentes da SMM chegaram a registrar média de três ciclistas por minuto no início da manhã (Wildes Barbosa / O Popular)

Embora invisibilizadas pelas políticas públicas de mobilidade urbana, as bicicletas em Goiânia são numerosas e a estimativa apontada em pesquisa do Instituto de Pesquisa Multiplicidade é que a capital goiana seja a quarta do País na relação deste veículo por habitante. O índice calculado com base na última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a existência de 0,19 bicicleta por habitante, ou seja, cerca de 280 mil. No entanto, a maior parte é utilizada em vias com o compartilhamento do espaço com veículos automotores e pedestres, já que Goiânia está entre as quatro piores capitais brasileiras em quantidade de ruas seguras e propensas para o uso das bikes.

Atualmente, a cidade possui 39,30 quilômetros (km) de ciclovias, que são os espaços totalmente segregados fisicamente das ruas, e 20,35 km de ciclofaixas, em que há apenas uma delimitação de sinalização ou física mínima entre o local dos carros e das bicicletas. A soma de ambos concede um índice de 3,83 km a cada 100 mil habitantes, o que coloca Goiânia na quarta colocação entre as piores capitais, de acordo com o levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) junto às demais prefeituras das capitais brasileiras.

Locais como a Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, e Avenida Vereador José Monteiro, no Setor Negrão de Lima, são dois trechos em que a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) tem verificado a existência de volume de ciclistas, o que deve redundar em projetos para a construção de espaços mais seguros. Para se ter uma ideia, na última sexta-feira (24), os agentes da pasta contaram a passagem de 108 ciclistas entre 6h44 e 7h44 na via do Negrão de Lima no cruzamento com a Rua 257, quase em frente ao Parque Agropecuário de Goiânia, o que corresponde a uma média de 1,8 bicicletas a cada minuto.

Uma semana antes, na Avenida Vera Cruz com a Avenida São Francisco, no Jardim Guanabara, entre 6h40 e 7h40, foram contabilizadas as passagens de 181 ciclistas, ou seja, mais de três por minuto. O diretor de transportes da SMM, Jean Damas, afirma que essas contagens realizadas em pontos específicos da capital demonstram a presença das bicicletas no espaço urbano e a necessidade de realizar políticas públicas de mobilidade urbana visando a segurança do ciclista, sobretudo com a construção de mais vias cicláveis. A promessa da gestão atual do município é chegar a um total de 100 km de ruas com prioridade para as bicicletas e proibidas para veículos automotores até o final do mandato.

Damas conta que a SMM ainda não possui o número oficial de ciclistas na cidade e nem mesmo teve acesso à estimativa feita pelo Instituto Multiplicidade. "A gente tenta fazer levantamentos pelos grupos de ciclistas que temos, ver quem anda mais para ir ao trabalho ou para lazer, é essas contagens que temos feito. Tem também o PlanMob (Plano de Mobilidade) que está sendo construído junto com a UFG (Universidade Federal de Goiás) que tem algumas informações sobre isso, mas nós não temos hoje um dado oficial de quantas pessoas usam as bicicletas diariamente", afirma o diretor.

Ele completa que, até por isso, a atual gestão da SMM criou a diretoria de transportes para avançar no projeto para a ampliação dos trechos cicloviários na cidade, que, segundo ele, estava parado há 10 anos. Ele se remete à iniciativa de construção das vias cicláveis a partir da gestão de Paulo Garcia (PT), entre 2010 e 2016, que iniciou projeto de construção de ciclovias ao longo dos corredores preferenciais de ônibus, como das avenidas Universitária e T-63. "Existia essa cobrança e fizemos um grupo de trabalho, começamos a buscar soluções e formas de ampliar a rede valorizando as pessoas que já utilizam as bicicletas e não fazendo pedaços de ciclovias", relata.

Pesquisadora e fundadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana, Gláucia Pereira, explica que não necessariamente exista uma relação direta entre a quantidade de bicicletas em uma cidade e a de vias exclusivas para os ciclistas. "A bicicleta é um veículo reconhecido pelo Código de Trânsito Brasileiro e pode trafegar em todas as vias das cidades. Ruas com velocidades mais baixas são mais cicláveis, mesmo sem ciclovia ou ciclofaixa. É óbvio que uma política pública voltada para o modo de transporte ativo, em especial a bicicleta, e que crie infraestrutura para incentivar o uso, contribui. Mas o uso da bicicleta pode estar relacionado com questões culturais da cidade, de práticas que foram incentivadas em outros tempos", diz.

Gláucia complementa que o uso das bicicletas também pode ter relação com a economia, por exemplo, já que a alta do combustível pode forçar as pessoas a buscarem alternativas de deslocamento. "Inclusive, na última década, cidades grandes e médias brasileiras investiram em infraestrutura cicloviária em regiões mais centrais e mais ricas, mas o uso da bicicleta em periferias sempre foi presente. Um transporte público deficitário, que é comum no Brasil, pode incentivar as pessoas a outras formas de transporte. Questões topográficas também podem incentivar o uso, cidades mais planas podem ser mais convidativas ao uso de bicicletas", considera.

Pesquisadora garante que dados revelam potencial da cidade

De acordo com a pesquisadora e fundadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana, Gláucia Pereira, a estimativa do número de bicicletas em Goiânia, colocando a cidade como a quarta capital do País na relação da quantidade do veículo por habitante, "representa que há um potencial enorme a ser incentivado pelo poder público". "Está na Política Nacional de Mobilidade Urbana que o transporte ativo deve ser uma prioridade para as administrações públicas. As gestões que não atentarem para isso estão atrasadas. Hoje há um apelo cada vez maior para o uso da bicicleta e outros modos ativos como andar a pé, justamente por serem modos de transporte não poluentes. Estamos cada vez mais enfrentando eventos climáticos severos e os modos ativos podem minimizar os impactos", afirma Gláucia.

A pesquisadora completa que com o conhecimento da atual gestão acerca deste potencial atual e da possibilidade de novos ciclistas em Goiânia, "é preciso mapear onde estão essas pessoas, quais são as rotas mais usadas e criar infraestrutura para isso". Segundo ela, a integração da bicicleta por meio da construção de bicicletários em terminais de ônibus é importantíssima. "Uma política de isenção de impostos para empresas que incentivam pessoas que trabalham ali a irem de bicicleta também pode ser uma política interessante", diz.

Para o diretor de transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), Jean Damas, o potencial para uso da bicicleta na capital não é tão visualizado pelos demais ocupantes das vias, o que gera críticas à gestão quando se investe em espaços para os ciclistas, porque há grande utilização em horários alternativos, como o início da manhã e dispersão ao longo do dia. "A ciclovia fica vazia no meio da tarde porque tem muito sol ou chuva, mas entre 6h30 e 8h, mesmo no meio de semana, tem muita gente usando."

Outro ponto é fazer com que o ciclista utilize as vias destinadas às bicicletas como busca de dar segurança a essas pessoas. Damas conta que a criação da ciclofaixa permanente na Rua C-149 do Setor Jardim América, no ano passado, se deu justamente após dados internos da secretaria de que a região era líder em número de acidentes envolvendo ciclistas na cidade. "Muitas vezes não é nem envolvimento com os carros, mas ao passar em algum buraco, ou andar pela calçada e desviar de um pedestre. Fizemos para dar segurança a esse ciclista." No entanto, por ser um veículo de mobilidade ativa, em que o usuário busca sempre o caminho mais curto e de menor esforço, o que não significa o mais seguro, é preciso reforçar a necessidade das estruturas preferenciais, com a criação da infraestrutura adequada.

"É um processo de educação e esclarecimento da sociedade, fazemos reunião com pessoas que pedalam na cidade. Buscamos essa conscientização do uso correto da bicicleta. Às vezes a pessoa já está acostumada com uma rota e nunca passou por nenhum acidente naquele caminho, acha que é tranquilo e prefere continuar por ali, mesmo tendo uma ciclovia ao lado. O que nós precisamos é mostrar que é mais seguro. A ciclovia da Avenida T-63 é um exemplo disso, uma via segregada, no canteiro central, com toda a segurança", considera. O diretor aponta ainda que a bicicleta é um modal importante para a mobilidade urbana em Goiânia.

Criar novas vias não é único caminho

A criação de espaços exclusivos ou prioritários para as bicicletas em uma cidade não é o único modelo de política pública de mobilidade urbana para incentivar o uso de bicicletas e dar segurança aos ciclistas. Pesquisadora e fundadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana, Gláucia Pereira explica que um caminho mais rápido e mais barato é readequar as velocidades das vias para 30 quilômetros por hora (km/h). "Se não der, no máximo 40 km/h nas avenidas. O município pode e deve reduzir as áreas de alta velocidade. É preciso readequar as velocidades com áreas 30 e restringir o uso do automóvel", afirma.

Para ela, essa ação pode diminuir o número de colisões e lesões e trazer mais segurança para quem pedala. "A cidade e as ruas são para todas as pessoas e não devem ser uso exclusivo dos automóveis. Melhorar o transporte público também contribui com isso, pois as pessoas podem deixar os carros em detrimento de um bom sistema de transporte." O diretor de transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), Jean Damas, explica que a intenção é conceder segurança aos ciclistas e aproveitar a rede já existente de vias cicláveis.

No começo de fevereiro, a reportagem noticiou acordo da SMM com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para a construção de mais 10 trechos cicloviários na cidade, ao custo de R$ 28 milhões. O projeto vai ampliar a rede cicloviária em mais 50 quilômetros (km). "Queremos vincular as ciclovias existentes a locais atrativos aos trabalhadores. Um exemplo é o trecho do Câmpus II (da Universidade Federal de Goiás, no Conjunto Itatiaia) para a Praça Universitária, pois já existe essa demanda", confirma.

Deste novo projeto, os dois primeiros novos trechos a serem construídos serão essa do Câmpus II ao Setor Leste Universitário, de 8,5 km, e outra, do Terminal Isidória à BR-153, via Avenida Segunda Radial, no Setor Pedro Ludovico, de 1,7 km, contando com a instalação de uma ponte sobre a Marginal Botafogo. Damas garante que os projetos da atual gestão é a construção de vias exclusivas (ciclovias) ou prioritárias (ciclofaixas), mas em alguns trechos específicos será necessária a passagem dos ciclistas por espaços compartilhados com os veículos automotores.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".

Geral

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

Geral

Médico é demitido após paciente o flagrar pesquisando bicicletas na internet enquanto aguardava atendimento em UPA

Desligamento ocorreu após repercussão de vídeo nas redes sociais. Profissional de saúde também pesquisou por suplementos, segundo a prefeitura

Modificado em 18/04/2025, 10:07

Prints do histórico do computador do médico que mostra as pesquisa feitas pelo médico

Prints do histórico do computador do médico que mostra as pesquisa feitas pelo médico (Divulgação/Prefeitura de Inhumas)

Um médico foi demitido após um paciente o flagrar pesquisando por anúncios de bicicletas no computador durante o horário de atendimento, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. De acordo com a Prefeitura, o caso repercutiu após o vídeo ser divulgado nas redes sociais.

Por não ter o nome do médico divulgado, a reportagem não conseguiu contato com ele. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que desconhece sobre o fato.

O vídeo circula nas redes sociais desde a última terça-feira (15), segundo a prefeitura. As imagens mostram a porta do consultório semiaberta, onde é possível ver parte do monitor do médico com o anúncio do produto. Quando uma paciente entra, o profissional rapidamente muda de janela.

Após a repercussão do vídeo, a prefeitura enviou uma equipe de tecnologia da informação (TI) à unidade de saúde para apurar os fatos.

Nossa equipe de tecnologia de informação esteve na unidade, identificou o computador e puxou o histórico de pesquisas. Com o histórico e as senhas acessadas, nós identificamos o médico", explicou o secretário de administração Itamar Júnior ao g1.

No print da tela do histórico que foi divulgado pela gestão municipal prova que o médico pesquisava, além das bicicletas, por suplementos alimentares relacionados à prática esportiva, como hipercalóricos e whey.

Com a comprovação, a administração optou pelo "desligamento imediato do profissional do quadro de prestadores de serviço da saúde pública", conforme a nota.

"Reforçamos que o Governo da cidade de Inhumas mantém o compromisso com a ética, o respeito à população e a qualidade dos serviços públicos, não compactuando com condutas incompatíveis a isso", acrescentou.

(Colaborou Felipe Mateus, do g1)

Nota da Prefeitura de Inhumas

Nos dias 15 e 16 de abril, circulou nas redes sociais um vídeo envolvendo um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Nas imagens, o profissional realiza buscas de interesse pessoal na internet durante seu horário de atendimento.

Após apuração interna e confirmação da veracidade dos fatos, a administração municipal adotou as medidas disciplinares cabíveis, resultando no desligamento imediato do profissional do quadro de prestadores de serviço da saúde pública.

Reforçamos que o Governo da cidade de Inhumas mantém o compromisso com a ética, o respeito à população e a qualidade dos serviços públicos, não compactuando com condutas incompatíveis a isso.

Geral

Iluminação pública de Goiânia é destaque em Censo, apesar de deficiências do serviço

Pesquisa aponta que 99,6% dos goianienses residirem em vias com pontos de luz. No entanto, moradores se queixam que muitos deles estão sem funcionar, com lâmpadas queimadas

Modificado em 18/04/2025, 09:42

Falta de iluminação na Alameda Botafogo, no Setor Pedro Ludovico: problema afeta várias regiões da capital

Falta de iluminação na Alameda Botafogo, no Setor Pedro Ludovico: problema afeta várias regiões da capital (Wildes Barbosa/O Popular)

Goiânia sofre com iluminação pública deficitária, apesar de ser a capital com o maior índice de cobertura do serviço. Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem, mostram que 99,6% dos goianienses residem em vias com um ou mais pontos de iluminação. A pesquisa, contudo, leva em consideração apenas a existência do equipamento, e não o completo funcionamento. Enquanto isso, moradores reclamam de lâmpadas queimadas e ruas escuras pelo município.

Os indicadores publicados pelo instituto se referem ao resultado da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que verifica, dentre outros pontos, a cobertura da iluminação pública. Além de ter a capital no topo da lista, Goiás também se mantém na primeira colocação com maior presença do serviço público, com 99% da população assistida. E ambos seguem a tendência do Censo Demográfico 2010, quando alcançaram a melhor posição. Também melhoraram o resultado em pouco mais de uma década -- Goiânia tinha naquele ano 99,4%, e o Estado, 97,8%.

Na capital, são 1,4 milhão de moradores que contam com domicílios situados em vias públicas com equipamentos de iluminação, enquanto apenas 5,5 mil não possuem o serviço. Coordenador operacional do Censo Demográfico, Daniel Ribeiro explica que o levantamento não especifica se "tem ou não a iluminação efetiva, mas vê se tem o equipamento (poste, luminária e lâmpada)." Ainda conforme ele, ruas secundárias que contam com apenas poste de um lado da via são consideradas como tendo a totalidade da iluminação. Vias maiores, como avenidas, contam com pontos em ambos os lados.

500 pedidos

Situado na região Sul, o Jardim América é o setor mais populoso de Goiânia, com 49,1 mil habitantes. Mesmo assim, ainda enfrenta problemas de iluminação pública. Presidente da Associação de Moradores e Comerciantes do Jardim América e Nova Suíça, Eduardo Kleber conta que na última semana ingressaram com um novo pedido judicial para a troca de cerca de 500 lâmpadas queimadas. No ano passado, a entidade havia ingressado com ação cobrando a substituição de 903 luminárias defeituosas. Com isso, parte delas já havia sido alterada por novas de LED, mas outras permaneceram.

"Da Avenida T-9 para cima, até o Parque Amazônia, está praticamente 90% de LED, que conseguimos trocar com o processo. Mas para baixo, até ali na Vila Santa Efigênia, está muito apagado. É ali que estão as 500 lâmpadas que fiz o pedido semana passada, e que ainda não trocaram. Da Praça do Ginásio (do Jardim América) até o Parque Vaca Brava também têm muitas queimadas", comenta Eduardo. Ele pondera ainda que em setores como Parque Amazônia e Pedro Ludovico, a iluminação também tem sido precária.

'Brilha Goiânia'

Em nota, a Prefeitura afirma que entende as deficiências em infraestrutura identificadas pelo Censo de 2022, e que "deveriam ter sido priorizados pela gestão anterior". Porém, ressalta que nos primeiros 100 dias sob o comando de Sandro Mabel é realizada uma força-tarefa para solucionar os serviços básicos. "Na iluminação pública foi lançado o programa Brilha Goiânia, que vai substituir todo o parque luminotécnico da cidade por lâmpadas de LED. O programa já beneficiou o Centro da cidade e os trabalhos seguem na Região Noroeste, com capacidade para troca de mil lâmpadas por dia".