A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) pretende implantar mais dez ciclovias em Goiânia a partir deste semestre. Para isso, será contratada a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) por R$ 28 milhões sem licitação. Ao todo serão acrescidos 50 quilômetros à malha cicloviária da capital, em pontos mais distantes da região central, mas visando a conexão com os trechos já existentes.O diretor de transporte da SMM, Jean Damas, explica que a definição das rotas destas novas ciclovias veio após um amplo estudo sobre o uso de bicicletas em Goiânia, com levantamento sobre as principais concentrações de cidadãos que usam o equipamento como instrumento de transporte, as vias mais utilizadas por ciclistas, os trechos com mais acidentes e também foram realizadas visitas a estes pontos da capital por técnicos da pasta.As duas primeiras ciclovias a serem feitas serão uma ligando o Câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), ao lado da Vila Itatiaia, até a Praça Universitária, no Setor Leste Universitário, e outra passando pela Avenida 2ª Radial, entre o Terminal Isidória e a BR-153, no Setor Pedro Ludovico. A primeira vai ter 8,5 quilômetros de extensão, passando pelo Goiânia 2 e pelo Setor Nova Vila. Já a segunda terá 1,7 quilômetro e vai contar com uma ponte exclusiva para ciclistas no trecho que passa pela Marginal Botafogo.O foco da SMM é atender a demanda de cidadãos que usam a bicicleta como meio de transporte, seja para o trabalho ou para estudar. Jean diz que ela existe e é forte, principalmente entre moradores de bairros mais periféricos. Ele cita como exemplo uma situação encontrada na Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, onde no canteiro central foi formada uma espécie de trilha pelo volume de ciclistas que passam no local.A ciclovia que liga o Jardim Guanabara até a Praça Universitária é a mais longa entre as que a Comurg está sendo contratada para fazer. Serão 9,4 km e a ideia é que ao chegar no Leste Universitário o cidadão esteja conectado a outras ciclovias, como a que existe desde 2012 na própria praça, passando pela Avenida 10 até a Praça Cívica.“A rede cicloviária deve ser expandida para que o cidadão tenha de fato uma opção de se deslocar pela cidade por meio de uma bicicleta como transporte, assim como os demais meios, e até como uma opção de lazer”, afirmou Jean, acrescentando que esta é uma primeira etapa do projeto. “Não vamos conseguir atender toda a cidade em um primeiro momento.”O diretor da SMM diz que o projeto de expansão das ciclovias ficou parado “por um bom tempo” nas últimas administrações e que Goiânia está bastante atrasada em relação a outras capitais. Também comentou que nesta primeira etapa quase a totalidade dos trechos novos será em canteiros centrais, até para evitar polêmicas com motoristas em um contexto no qual se quer conscientizar a população sobre a bicicleta como um meio de transporte e estimular o uso.“Neste primeiro momento queremos gerar o mínimo impacto e Goiânia está tão defasada que temos muitos canteiros centrais disponíveis para fazer a implantação”, comentou.Jean diz que a lógica de implantação das novas ciclovias é diferente da que priorizou ciclofaixas no entorno dos parques ou conectando estes espaços de lazer. O uso das ciclovias para passeio é uma possibilidade, diz ele, mas o foco é o cidadão que tem a bicicleta como meio de locomoção e consolidar o uso dela como opção de transporte em Goiânia. “Vamos fazer em um ano, um ano e meio mais ciclovias do que foi feito até agora.”De acordo com ele, a implantação de ciclovias em trechos usados por estudantes e trabalhadores é importante para que a cultura do uso das vias por bicicletas seja permanente na cidade. Neste sentido, as ciclofaixas temporárias que só funcionavam aos domingos e feriados muitas vezes confundia o motorista. “As pessoas, infelizmente, no passado não entendiam como era isso, um dia funciona, outro não, e isso gerou uma deseducação no motorista.”Jean também ressaltou que antes de começar com a expansão das ciclovias, a atual gestão municipal já vinha trabalhando com as ciclofaixas no Jardim América, aproveitando que algumas vias estavam sendo alteradas para melhorar o fluxo de trânsito. A intenção neste caso era unir as ciclovias da T-63 com a Avenida dos Alpes. “Não queremos mais ciclovias ligando nada a lugar nenhum, e por isso fizemos este anel cicloviário ali. E em pouco tempo notamos que o uso tem aumentado constantemente.”Ele também cita a ciclovia feita na região da Rua 44, também quando a SMM fez um trabalho de melhoria no fluxo do tráfego de veículos. “É uma ciclovia curta, mas importante para o projeto que está sendo implantado”, explicou Jean, destacando a conectividade da malha que está sendo planejada.Outro destaque dado por Jean ao projeto é a presença de pontes pequenas, como as de jardim, que serão instaladas por cima de raízes de árvores que danificam o solo e impossibilitariam a ciclovia. A intenção é preservar as árvores, integralizando o projeto ao ambiente.-Imagem (1.2610312)