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Prefeitura de Goiânia quer contratar fumacê após queda de casos da dengue

Saúde autoriza aluguel de 21 motocicletas adaptadas para aspersão do produto, pelo prazo de 180 dias, ao custo de R$ 2,8 milhões. Modelo é de contratação direta, sem licitação, já homologada. Incidência da doença caiu quase quatro vezes em relação ao auge

Modificado em 17/09/2024, 16:25

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair (Smith Collection/Gado/Getty Images)

A Prefeitura de Goiânia já homologou a contratação direta para a locação de 21 motofogs, motocicletas adaptadas que são utilizadas para a aspersão do fumacê no combate a proliferação do Aedes aegypti. O aluguel dos veículos vai custar R$ 2,8 milhões aos cofres públicos por 180 dias. A autorização ocorre em um momento em que os casos de dengue estão em queda sustentada na capital. Especialista aponta que a estratégia não é a mais adequada considerando o cenário epidemiológico atual.

Conforme o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), a homologação aconteceu na última segunda-feira (17). No site, não existem detalhamentos sobre a participação das empresas e ainda não consta o contrato, mas a Mata Pragas Dedetizadora, empresa goianiense, aparece como fornecedora. A empresa possui um contrato em vigência com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O contrato foi firmado em junho de 2023, no valor de R$ 187,1 mil, para a limpeza de fossas sépticas.

Goiânia registra casos de dengue o ano inteiro, mas a densidade do vetor (mosquito) é maior no período chuvoso, entre novembro e maio. Assim, a incidência da doença aumenta neste período. A proliferação do Aedes é favorecida por ambientes úmidos e quentes, mas os ovos conseguem resistir a períodos mais secos e voltam a eclodir quando entram em contato com a água.

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair. Mais recentemente, na 23ª semana epidemiológica deste ano, que compreende o período entre 2 e 8 de junho, foram 841 casos notificados, de acordo com o Painel da Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

O número ainda é 32,8% maior do que os 633 casos registrados em igual período de 2022, um dos anos mais críticos da doença até então. Mas é preciso considerar que 2024 já foi considerado pelo governo estadual como o ano com o pior cenário da dengue desde a década de 1990, o que faz com que o volume de notificações aumente.

Mesmo sendo uma doença endêmica, a dengue deve ser combatida o ano todo. Com o avanço da estiagem e o inverno prestes a começar, o infectologista Marcelo Daher avalia que a estratégia mais acertada para combatê-la no momento é intensificar ações de manejo, como a limpeza de lotes e desassoreamento de cursos d'água, além de dar continuidade nas inspeções dos agentes de endemias em residências.

O fumacê é usado para combater o Aedes aegypti adulto. Entretanto, ele tem pouca eficácia comprovada no combate ao mosquito, principalmente por conta da dinâmica das residências brasileiras, que costumam possuir muros e árvores na frente, dificultando que o veneno alcance o vetor da doença.

Em fevereiro deste ano, o jornal mostrou que a Prefeitura de Goiânia estava usando bombas costais motorizadas para fazer o bloqueio de casos de dengue na capital. Na época, o diretor de Vigilância em Zoonoses de Goiânia, Murilo Reis, comentou sobre a eficácia de ações direcionadas. "Essa pulverização intradomiciliar é eficaz no bloqueio. Em contrapartida, o fumacê tem um impacto ambiental grande e baixa eficiência, já que costumam existir muitas barreiras físicas", disse.

No contexto das motofogs, o infectologista Edvaldo Romeiro dos Santos chama a atenção para o risco dos condutores das motocicletas sofrerem intoxicação com os inseticidas aspergidos, com potenciais danos ao fígado e ao sistema nervoso. "Pode dar muitos problemas", destaca. Segundo o infectologista, a bula do inseticida precisa ser apresentada para o médico do Trabalho que cuida de toda a cadeia de servidores envolvida na manipulação do produto químico.

Contratação

A autorização da contratação foi publicada no Diário Oficial de Município (DOM) na última sexta-feira (14). Ela é fruto de um aviso de contratação direta publicado no dia 20 março deste ano, que aconteceu no contexto do decreto de situação de emergência em saúde pública por conta da dengue. O documento foi publicado pela Prefeitura de Goiânia no DOM em 13 de maio. A decisão foi motivada pelo aumento de casos e confirmação de uma morte pela doença na capital naquele momento. O decreto facilita a aquisição de insumos e materiais, além da contratação de serviços. Cerca de 40 dias antes, o governo estadual já havia decretado situação de emergência em Goiás.

Questionada sobre o prazo de quase três meses entre o aviso e a autorização da contratação direta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou que para que "ocorra dentro da legalidade e sem vícios", o processo precisa de pareceres de outras áreas, como a Procuradoria Geral do Município (PGM), e que cada área tem o próprio tempo de trâmite.

Em janeiro deste ano, o jornal mostrou outra contratação polêmica por parte da Prefeitura de Goiânia no combate à dengue. Na ocasião, a SMS comprou por R$ 12,2 milhões um pacote com 8 mil armadilhas contra o mosquito transmissor da dengue e 90 mil sachês com refil, o mesmo produto cuja aquisição pela Prefeitura de São Paulo foi alvo de uma investigação por suspeita de ato de improbidade administrativa, já que há no mercado nacional uma opção similar desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por R$ 10 que já vem com um refil.

A compra foi por meio de um pregão eletrônico no sistema de registro de preços. Na época, a SMS argumentou que a escolha pelas armadilhas foi feita levando em consideração a tecnologia do item e qual o estágio de desenvolvimento do mosquito que ele combate.

A SMS admitiu que o período crítico da dengue passou, mas afirmou que "a proliferação do mosquito continua", um fato que "pode ser constatado pelas equipes de campo e também pelos dados dos sistemas que apontam onde estão concentrados os casos possíveis e onde são registrados dos dados da doença na capital e que são divulgados por meio do Boletim Epidemiológico Arboviroses".

A pasta comunicou que atualmente, em aproximadamente 90% das armadilhas onde ocorre a troca de filtro são encontradas larvas do Aedes, "o que significa que o mosquito está circulando". A SMS informou ainda que "os principais criadouros ainda são encontrados nas residências, principalmente em caixas d'água sem tampa, vasilhas, pratos de plantas e em recipientes nos quintais".

A secretaria destacou que durante o ano todo são realizadas ações de combate à dengue, "como os bloqueios, controle químico e inspeção dos agentes de endemias em residências" e que "a adoção de novas tecnologias, novas formas de combate são investimentos que resultam positivamente na redução de Aedes circulando quando o período o chuvoso chega".

De acordo com a SMS, esse cenário justifica "a ampliação das medidas de controle do mosquito Aedes aegypti", sendo que o motofog será "estrategicamente usado em locais onde há maior transmissão da dengue, nas áreas mais críticas" e "com eficácia comprovada no combate a vetores, o motofog é considerado pela secretaria como mais uma ferramenta importante na luta contra a dengue na capital".

Geral

Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".