Depois de idas e vindas durante anos e conforme havia anunciado para este mês, a Prefeitura de Goiânia bateu o martelo para 31 de agosto como a data de início da operação no corredor BRT Norte-Sul. Nesta terça-feira (20), foram entregues 60 ônibus novos para compor a frota que fará a rota pelos principais eixos. Dez dos veículos são elétricos, do modelo Super Padron, e os demais são a diesel. Todos têm portas de ambos os lados, para facilitar o embarque e desembarque nas diversas estações do sistema.Segundo informações da Prefeitura, os ônibus novos já devem fazer o trajeto original do corredor, “de ponta a ponta” – ou seja, do Terminal Recanto do Bosque, na região noroeste da capital, até o Terminal Veiga Jardim, já no município de Aparecida de Goiânia. A preocupação, no caso, recairia sobre a adaptação dos veículos para fazerem o trajeto fora das alturas estabelecidas pelas plataformas, já que nem todos os terminais estão concluídos.A solução para esse desafio está nas portas de ambos os lados da carroceria: as duas portas do lado esquerdo (o do motorista) servirão para os embarques e desembarques nas plataformas, enquanto as três portas do lado direito atenderão as paradas convencionais.SemáforosEquipes de duas pastas da gestão municipal – a Secretaria de Mobilidade (SMM) e a Secretaria de Obras (Seinfra) – trabalhando para concluir as adequações no corredor BRT Norte-Sul, de modo que a entrega prevista ocorra sem transtornos. Ao longo do trajeto do Terminal Recanto do Bosque, já 100% concluído, até o Terminal Isidória, na região sul e entregue pela Prefeitura de Goiânia há dois anos, 120 semáforos foram instalados. A expectativa é de que o tempo do trajeto dos passageiros que usufruírem da linha entre os dois pontos seja bastante reduzido, já que os semáforos deverão priorizar o transporte coletivo.A SMM colocou em operação semáforos em oito cruzamentos no entorno da Praça Cívica, no Consórcio BRT Norte-Sul. Segundo a pasta, a medida servirá para aumentar a segurança e a mobilidade tanto para pedestres quanto para motoristas que circulam pela região. A configuração semafórica prioriza o transporte coletivo e os pedestres, garantindo que as travessias se deem de forma mais segura e protegendo os usuários mais vulneráveis do trânsito.Paralelamente à conclusão do BRT Norte-Sul, a Prefeitura tem implementado projetos de reordenamento viário, com foco na melhoria do trânsito para veículos particulares e transporte coletivo, promovendo uma organização eficiente das vias públicas e beneficiando todos os atores envolvidos na mobilidade urbana da capital.TerminaisOs novos ônibus, entregues nesta terça-feira, terão na rota o Terminal de Integração Rodoviária Paulo de Siqueira Garcia, nas imediações da Praça do Trabalhador. Esse terminal tem cobertura de mais de 5 mil metros quadrados e capacidade para atender 12 mil usuários por dia, devendo se consolidar como o mais importante ponto de integração para o sistema de transporte público na região metropolitana.Outro destaque para a mobilidade urbana é o Terminal de Integração Rodoviária Hailé Pinheiro, recentemente inaugurado, no Setor Urias Magalhães. Localizado no Complexo Viário Iris Rezende, Setor Urias Magalhães, no encontro da Goiás Norte com a Perimetral Norte, o terminal possui 5.539 metros quadrados e deve receber até 8 mil usuários por dia.Apresentação de ônibus novos destaca tecnologiaEm solenidade na manhã desta terça-feira (20), o governo estadual fez a entrega de 60 novas unidades para a frota metropolitana de transporte coletivo. Os novos ônibus devem atender ao Sistema BRT, que engloba o Eixo Anhanguera e o Corredor BRT Norte-Sul. Dez deles são elétricos e têm uma velocidade máxima de 60 km/h, com capacidade para transportar até 94 passageiros, sendo 40 sentados e 54, em pé. Os veículos a diesel comportam até 103 pessoas, com 38 assentos disponíveis. Os ônibus têm 23 metros de comprimento e são considerados pela gestão “altamente tecnológicos” – são equipados com ar-condicionado, wi-fi e sistema de reconhecimento facial. Além disso, todos possuem sistemas modernos de segurança e conforto, incluindo climatização, revestimento antiderrapante no assoalho, bloqueador de portas, tomadas USB, campainha sem fio e monitoramento por câmeras internas. Também possuem um sistema de sonorização que anuncia a próxima parada, garantindo uma experiência mais segura e agradável para os usuários. Durante a entrega, o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, disse que, com os novos ônibus, a frota do transporte coletivo “está sendo aumentada em cerca de 30% em relação ao que tem circulando”, declarou. A nova frota já havia sido anunciada pelo secretário em maio, quando ele disse que haveria a substituição dos ônibus da Metrobus, com a aquisição de 230 novos veículos, 80 deles elétricos. A expectativa é de que a frota do Eixo Anhanguera seja completamente substituída até dezembro.À época, o secretário ainda explicou que não só os ônibus, mais outros veículos que atendem as demandas governamentais seriam substituídos por aqueles que funcionam à base de biocombustível, de forma elétrica híbrida com etanol ou biodiesel, ou completamente elétricos. A medida foi determinada na Política Estadual de Combustíveis de Goiás, sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (UB). Rocha Lima esclareceu que a medida visa garantir a redução de emissão de carbono e estimular a produção desses veículos e utilização.A nova frota integra uma das etapas de execução do projeto Nova Rede Metropolitana do Transporte Coletivo (Nova RMTC), com investimentos de R$ 1,7 bilhão por parte do governo de Goiás, em parceria com as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo e Trindade – por meio do subsídio à tarifa do transporte – e com contrapartida do consórcio das empresas que operam o sistema.A aquisição dos ônibus elétricos, a infraestrutura e o custo operacional é entre 25% e 30% mais caro do que os veículos a combustão para o uso no sistema de transporte coletivo urbano na região metropolitana de Goiânia. Essa relação foi calculada após cinco meses de testes de dois ônibus elétricos que operaram na linha 025, que liga os terminais Isidória e Bandeiras, na capital. Mesmo assim, a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) aposta no uso da eletromobilidade para atrair passageiros ao transporte coletivo, sob as vantagens de ter veículos de menor desgaste ao meio ambiente e que proporcionam maior conforto ao usuário, sem aumento na tarifa, com os custos absorvidos pelo subsídio pago por governo e prefeituras.