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Variante faz letalidade da Covid-19 em Goiás subir para 16% em grávidas

Estado registrou 28 mortes de gestantes com Covid-19 nos primeiros quatro meses deste ano e 21 óbitos em todo o ano de 2020. Agravamento da doença em pessoas jovens é uma das causas possíveis do fenômeno. Médicos recomendam a vacinação para reduzir riscos

Modificado em 21/09/2024, 01:04

Variante faz letalidade da Covid-19 em Goiás subir para 16% em grávidas

A letalidade da Covid-19 entre gestantes e puérperas aumentou 77% em Goiás se comparado os anos de 2020 e 21 até o momento. Ela saltou de 9,1% em 2020, quando o Estado registrou 21 óbitos, para 16,18% em 2021, que já tem 28 mortes registradas até agora. Os dados são do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19.

Especialistas apontam que uma das explicações para o crescimento é a circulação das variantes do coronavírus (Sars-CoV-2), especialmente a de Manaus, uma vez que elas têm se mostrado mais agressivas em pessoas mais jovens. Portadores de comorbidades como obesidade e diabetes possuem risco maior de desenvolver casos mais graves da doença.

Uma dessas vítimas foi a técnica em enfermagem Thammy Ferreira, de 33 anos, que trabalhava no Hospital de Queimaduras, em Goiânia, e morreu no final de fevereiro deste ano em decorrência de complicações da Covid-19. Ela estava grávida de sete meses e o bebê também não sobreviveu. Thammy era mãe de outros quatro filhos e dois dias depois que morreu, o esposo dela, André Junio, de 34 anos, também veio a óbito em decorrência da doença.

A obstetra e ginecologista Ana Tamiris Perini explica que por si só, as gestantes já são potencialmente um grupo de risco. "Elas têm um sistema imunológico alterado. Elas podem ter um pouco de anemia fisiológica e possuem mudanças no músculo responsável pela respiração, que ajuda a encher os pulmões de ar. Além disso, existe um feto e uma placenta que demandam muita energia dessa mulher", esclarece.

Em Goiás, as gestantes infectadas com a Covid-19 são tratadas principalmente em dois centros de referência em Goiânia: no Hospital e Maternidade Célia Câmara (HMCC) e no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O ginecologista e obstetra Washington Rios explica que novas variantes como, por exemplo, a de Manaus são mais infecciosas e tendem a afetar as pessoas mais jovens, sendo que as gestantes fazem parte desse grupo. Por isso, elas estão se infectando mais e, consequentemente, evoluindo muito vezes para quadro mais grave, que resulta em óbitos.

O médico, que é gerente de Ensino e Pesquisa do HC, explica que assim como a população em geral, não existe um padrão de evolução das gestantes, sendo que fatores complicadores mais associados a mulheres que chegam a precisar de hospitalização são comorbidades. "Porém, não dá para saber. Precisamos acompanhá-las todos os dias e definir quais as melhores estratégias para manter a saúde dela e do bebê", diz.

Rios diz que assim que a grávida descobrir que está infectada, ela deve avisar o obstetra que a atende e procurar um infectologista ou pneumologista. "Ele vai orientá-la sobre o que deve ser feito dependendo de que fase da Covid-19 ela estiver enfrentando", diz.

Já o obstetra vai ter que acompanhar essa mulher mais de perto, especialmente se ela estiver no final da gestação. "Isso é necessário pois, caso seja necessário fazer uma intervenção como um parto, o profissional estará preparado. Também é possível, por exemplo, antecipar a maturação do pulmão do bebê se necessário", afirma.

Pré-natal

Rios aponta ainda que apesar do risco de serem infectadas pelo coronavírus (Sars-Cov-2), é importante que elas não deixem de fazer o pré-natal. "Ele é essencial para a gente acompanhar o desenvolvimento da mãe e do bebê também de alguns fatores de risco como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia", aponta.

Independente de a gestante estiver infectada ou não, é importante que ela não abandone as medidas de distanciamento e os cuidados como, por exemplo, o uso de máscara. "Continuar se cuidando e protegendo, mesmo que já tenha sido infectada, é essnecial", finaliza.

"A situação piorou muito", diz médica

A rotina dentro das maternidades e hospitais que atendem gestantes mudou nos últimos devido ao aumento de casos e grávidas hospitalizadas com quadros graves da Covid-19. "Houve uma modificação muito grande no quadro clínico delas", diz a ginecologista e obstetra Ana Tamiris Perini, que atende no Hospital e Maternidade Célia Câmara (HMCC).

Ana Tamiris diz que ao longo de 2020 poucas pacientes tratadas por ela evoluíram de forma grave. "Neste ano tem sido diferente. O potencial de gravidade desses pacientes tem sido muito grande", relata a médica. De acordo com ela, na prática, não dá para saber qual grávida vai evoluir bem ou mal. "O único fator que sabemos até agora que influencia são as comorbidades", diz.

Entretanto, a obstetra relata que no dia a dia a situação tem ocorrido mais comumente com mulheres no terceiro trimestre de gestação. Ela diz ainda que os quadros graves costumam se desenvolver de maneira rápida, sendo que as complicações mais comuns dessas gestantes, assim como da população em geral, são as respiratórias.

Ana Tamiris conta que 2021 tem sido um ano difícil para os profissionais que atuam com gestantes e mulheres puérperas. "A morte materna é sempre um desespero. A maternidade é um lugar de vida e temos enfrentado muito a morte por aqui", conta.

A médica conta ainda que as equipes estão extremamente desgastadas. "Estamos tendo muitos desfechos difíceis. Estou atuando contra a cOVID-19 desde o início da pandemia e não tem sido fácil. O único lado bom é que temos descoberto vários caminhos para a humanização dos atendimentos, como por exemplo, as vídeo chamadas com familiares", pontua.

No HMCC, o tratamento de uma grávida com Covid-19 internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é feito com uma equipe multidisciplinar que conta com intensivista, obstetra, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta e equipe de enfermagem. A mesma lógica se aplica no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ambas são as unidades de referência para o tratamento da doença no Estado.

Por conta da quantidade de pacientes que tem evoluído de maneira grave e pelos próprio potencial de risco da Covid-19, Ana Tamiris recomenda que as mulheres gestantes se vacinem contra a doença se tiverem a oportunidade. "A gente tem que avaliar os riscos e benefícios. Em uma situação como essa, acredito que os benefícios são maiores", aponta.

O ginecologista e obstetra Washington Rios, que atua como gerente de Ensino e Pesquisa do HC, relembra que a vacina contra a Covid-19 é feita com base em um modelo muito parecido com a vacina contra a H1N1. "Ela se beneficia com a vacinação porque, por si só, ela já faz parte do grupo de risco", diz o médico.

Prematuro
Grávidas com infecção causada pelo coronavírus (Sars-CoV-2) têm mais chance de terem partos prematuros. Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostrou que das 4,5 mil gestantes analisadas, 13% tiveram que ser submetidas a partos prematuros.

Na prática, obstetras goianos explicam que têm percebido o aumento desses partos precoces por conta da Covid-19. Ana Tamiris diz que qualquer tipo de infecção, viral ou bacteriana, aumenta a possibilidade desse tipo de parto. "Funciona como um tipo de resposta do organismo a aquela infecção", aponta.

Ana Tamiris explica que por conta da Covid-19 as gestantes podem ficar muitos instáveis e isso pode fazer com que os partos ocorram de maneira antecipada para preservar a saúde do bebê e da mãe. Infecções secundárias também podem ser motivadores para o parto precoce.

Além disso, ela esclarece que complicações da Covid-19 podem fazer com que a placenta passe a não funcionar tão bem, o que pode levar o bebê a entrar em sofrimento fetal. O ginecologista e obstetra Washington Rios chama a atenção também para os partos prematuros terapêuticos. "Eles ocorrem quando a mãe está indo mal, mas o bebê ainda está bem. Ele é feito na tentativa de preservar a saúde de ambos", finaliza.

Família lida com sequelas

Desde março deste ano, a vida de Gláucio Divino da Silva, de 41 anos, é cuidar da esposa. Ele teve que abandonar o trabalho como vendedor em uma loja de tintas para se dedicar integralmente aos cuidados da saúde de Ana Paula Soares Amaral, de 27 anos, depois de ela ficar em estado vegetativo por conta de complicações causadas pelo coronavírus (Sars-CoV-2).

O casal descobriu que estava com Covid-19 no início de fevereiro. Ele quase não teve sintomas, mas ela precisou ser encaminhada para o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiânia (UFG) para que fosse feita a cesariana. No dia 17 de fevereiro, Ana Paula sofreu a primeira parada cardiorrespiratória sendo encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Há 15 dias, depois de praticamente dois meses internada, Gláucia recebeu alta do HC. Entretanto, ela não consegue falar e nem se alimentar sozinha. "Tenho que dar os remédios, águas, comida e fazer todas as outras coisas nos horários certos. No meio disso tudo, sinto muito medo e cansaço também", relata ele.

O pequeno Nicolas, agora com um mês de vida, fica aos cuidados da mãe de Gláucio para que ele possa se dedicar integralmente aos cuidados da esposa. Ana Paula possui ainda outros quatro filhos e Gláucio três. A família, que morava em Itapuranga, teve que mudar de cidade e atualmente mora em Ceres, junto a família dele.

Logo depois de receber alta do HC e se instalar em Ceres, a família viveu um novo desafio: Ana Paula precisou ser hospitalizada novamente por conta de uma verminose. "Ela tinha dores horríveis na barriga. Recebeu alta essa semana e está um pouco melhor", conta Gláucio.

O esposo de Ana Paula relata que nunca imaginou viver uma situação como essa. "Ela se cuidava muito. Saía de casa só para fazer o pré-natal. Jamais esperei que as coisas fossem ficar nessa gravidade. A verdade é que ainda não assimilei tudo que aconteceu. Não consigo entender que ela está desse jeito", conta Gláucio

Apesar das sequelas assustadoras, Gláucio tem esperanças de que a esposa melhore. Ele conta que sempre que pode coloca Nicolas, o filho do casal, junto da esposa. "Ela dá sorrisos e esboça muita felicidade. Isso já é uma vitória gigante perto do que jeito que ela estava. Tenho fé que Deus vai curá-la", diz.

Para o futuro, Gláucio espera ver a esposa saudável. "Somos um casal unido e cheio de amor e respeito. Quero ela bem e junto comigo", afirma. Ele deseja também que a pandemia da Covid-19 acabe o mais rápido possível. "Só queria que todos nós pudéssemos ter uma vida normal. Chega de sofrimento", finaliza.

Quem quiser colaborar, a conta de Ana Paula Soares Amaral é da Caixa Econômica Federal, Agência: 1252, Conta Corrente: 19500-1, Operação: 013, CPF: 700455971-89.

Recém-nascido merece atenção

A saúde e os cuidados com bebês recém-nascidos merecem atenção no que diz respeito a Covid-19. Em relação ao desenvolvimento da doença si, eles não possuem um potencial de gravidade maior do que outras crianças, mas é preciso ter atenção e evitar o contato com eles devido ao fato de que eles ainda estão desenvolvendo o sistema imunológico. "É preciso ficar de olho em qualquer febre em bebês com até um mês de vida. Eles precisam ser levados ao pediatra", explica o infectologista pediátrico Fernando Mateus. "Por isso, a visita para recém nascidos não é recomendada. Mesmo com cuidados, isso pode afetar a saúde da mãe e do bebê."

O infectologista pediátrico aponta ainda que na maternidade é necessário que as mães e pais tomem os cuidados necessários. "É preciso usar máscara, manter o distanciamento se possível e fazer a higienização adequada durante o tempo que permanecerem lá", esclarece.

Caso a mãe puérpera acabe se infectando com a Covid-19, Mateus não recomenda o distanciamento da criança, mas é necessário que o pediatra responsável seja avisado da situação para que possa fazer o acompanhamento necessário. "Eles estarem juntos é muito benéfico. Essa mãe pode continuar amamentando e tendo contato com esse bebê contanto que use máscara e tenha todos os cuidados necessários", finaliza.

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Fotógrafa goiana obtém remédio fora da lista do SUS após batalha na Justiça

Convivendo com esclerose múltipla recorrente, uma doença neurológica progressiva, Maria Francisca da Silva Santos conquista direito a medicamento de alto custo considerado um dos mais eficazes para sua condição

Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla

Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla (Wildes Barbosa / O Popular)

A fotojornalista Maria Francisca da Silva Santos, a Chica Fotógrafa, lida há cerca de 18 anos com os percalços provocados pela esclerose múltipla (EM), doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central e que tornou-se recorrente nos últimos anos. Este mês ela ganhou na Justiça Federal uma ação que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a liberar o medicamento ofatumubabe, considerado um dos mais eficazes para sua condição. O remédio não integra a lista de remédios de alto custo fornecidos pelo SUS.

O ofatumumabe ou Kesimpta (nome comercial) é também indicado para leucemia linfocítica crônica. O remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a Comissão Nacional de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não recomendou a sua inclusão na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS alegando alto impacto orçamentário e sob a justificativa de que não faria muita diferença em relação ao progresso da doença. Anticorpo monoclonal, o remédio ataca alvos específicos do sistema imunológico e podem reduzir em até 59% as taxas de recidiva da EM recorrente, segundo especialistas.

Convivendo com fadiga, fraqueza muscular, dificuldade para respirar e dores articulares, Chica e a médica Denise Sisteroli Diniz, que a acompanha no tratamento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, viram no ofatumumabe a única possibilidade de uma melhor qualidade de vida e interrupção do progresso da doença. O pedido inicial para obter o remédio foi apresentado ao Ministério Público de Goiás que o encaminhou à Defensoria Pública da União. No final de 2023, o pedido de urgência para o caso foi negado pela Justiça Federal.

Sem conhecer a fotojornalista, a advogada Janaina Mathias Guilherme Soares, especialista em Direito da Saúde, se ofereceu para ajudá-la. E deu certo. A urgência foi reconhecida judicialmente e o Estado foi obrigado a fornecer o medicamento até que houvesse uma sentença a respeito. A advogada lembra que o Supremo Tribunal Federal criou regras limitando o suprimento de remédios não disponibilizados pelo SUS, cabendo à parte autora o ônus de demonstrar a segurança e a eficácia do fármaco e a inexistência de um substituto terapêutico.

"Eu melhorei muito com o ofatumubabe, cheguei a andar 4 km num dia, mas como há interrupções no fornecimento, tudo piora nas minhas funções neurológicas. É uma doença progressiva", lamenta Chica. Ela diz que a última vez que o Estado cumpriu a liminar foi em maio de 2024. "Depois, passei a pedir o bloqueio da conta para que a compra do remédio fosse providenciada. Eles compram três ampolas e entregam, mas cada vez que peço o bloqueio há um intervalo de tempo até que o pedido seja apreciado e a compra efetivada."

A ação protocolada por Janaina Guilherme na Justiça Federal tem como réus o Município de Goiânia, o Estado de Goiás e a União que sistematicamente vêm recorrendo. No dia 2 deste mês, o juiz federal Leonardo Buissa Freitas julgou procedente o pedido da Chica Fotógrafa e determinou que o medicamento seja fornecido a ela em quantidade suficiente para três meses de tratamento. Antes do término, a fotojornalista deve apresentar relatório médico atualizado para justificar a renovação da aquisição. "No próximo dia 24 tenho de tomar o remédio, mas não tenho convicção de que irão cumprir a sentença", afirma Chica. Os réus ainda podem recorrer.

Fornecimentos

Para obter uma sentença favorável ao uso do ofatumumabe (Kesimpta) 20 mg, que custa cerca de R$ 10 mil cada ampola e fora das condições financeiras da fotojornalista, a advogada Janaina Guilherme se dedicou a uma árdua tarefa, segundo ela. "À medida que os meses foram passando fui anexando relatórios e exames médicos demonstrando o quão positivo estava sendo o tratamento. Também fiz uma pesquisa científica e anexei estudos que demonstram a superioridade do medicamento em relação a outros", detalha

A advogada, que soube pelas redes sociais do caso de Chica Fotógrafa, lembra que a prática tem demonstrado a eficácia de medicamentos não disponibilizados pelo SUS. "Pelo país afora existem muitas pessoas vivas, com saúde e dignidade graças a liminares e muito trabalho por parte de seus procuradores. E estão assim por fazerem uso de medicamentos que a Conitec disse não serem eficientes o suficiente para o aumento da sobrevida global, ou seja, o tempo entre o diagnóstico e a morte do paciente."

O impacto financeiro mencionado pela Conitec para não incorporar o ofatumumabe (Kesimpta) no rol de medicamentos fornecidos pelo SUS à população é, na visão da advogada, um ponto importante, no entanto é necessário observar outro aspecto. "Sob a ótica individualista é doloroso pensar que o fator econômico pesou nessa decisão. O fármaco poderia estar sendo fornecido a tantas outras pessoas que trabalharam a vida toda e que agora, sem condições de pagar um plano de saúde, se veem diante de um fim lento e doloroso ou da morte iminente."

A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que 40 mil brasileiros sofram com a condição. Em setembro de 2023, por decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ofatumumabe (Kesimpta) foi incluído na lista obrigatória a ser garantida pelos planos de saúde privados.

Chica Fotógrafa possui uma longa trajetória como ativista dos direitos humanos, das causas feminista e indígena. Ela trabalhou por muito tempo ao lado de Dom Tomás Balduíno na Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil. Ela assina seus trabalhos fotográficos e videodocumentários como Antonieta de Sant'Ana.

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Homem usa criança como escudo durante perseguição policial, diz PM

Criança foi resgatada em segurança e suspeito preso em flagrante por tráfico de drogas

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Um homem foi preso suspeito de usar uma criança como escudo para se proteger após uma perseguição policial ocorrida nesta sexta-feira (18), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem ainda teria apontado uma arma falsa para a equipe. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

A polícia não divulgou o nome do suspeito e o grau de parentesco dele com a criança. A criança foi resgatada em segurança.

Conforme a Polícia Militar, o caso ocorreu no Bairro Adriana Parque, após a equipe tentar abordar o carro do suspeito, que não obedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade.

Durante a perseguição, o suspeito teria batido o carro e, neste instante, saiu do veículo usando uma criança de aproximadamente quatro anos como escudo, enquanto um outro homem que também estava no carro, tentou fugir a pé por uma região de mata.

Ainda segundo a PM, o homem usava a criança como escudo para se proteger ao mesmo tempo em que apontava uma arma de fogo para os policiais, arma esta que após verificação a equipe constatou se tratar de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Ele foi contido e a criança resgatada em segurança.

A polícia informou que com os suspeitos foram apreendidas porções de drogas, dinheiro em espécie e um aparelho celular. Na casa de um dos suspeitos, os policiais encontraram mais droga, balanças de precisão e materiais usados para o tráfico de drogas.

Ainda segundo a PM, o suspeito de usar a criança com escudo estava em descumprimento de medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Os dois foram presos por tráfico de drogas.

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

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Idosa morre e outras três pessoas ficam feridas após capotamento na GO-080

Segundo os bombeiros, o motorista perdeu o controle do veículo e capotou por várias vezes até parar no canteiro central da pista

Idosa de 93 anos morreu em acidente na GO-080, em Goiás (Reprodução/Corpo de Bombeiros)

Idosa de 93 anos morreu em acidente na GO-080, em Goiás (Reprodução/Corpo de Bombeiros)

Uma idosa de 93 anos morreu e outras três pessoas ficaram feridas após o carro em que estavam capotar várias vezes na GO-080, entre Goiânia e Nerópolis. Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista perdeu o controle do veículo, que só parou no canteiro central da rodovia.

O acidente aconteceu nesta sexta-feira (18), na altura do km 46. De acordo com os bombeiros, a idosa foi encontrada fora do veículo e teve a morte constatada ainda no local. As outras três vítimas foram socorridas e encaminhadas ao hospital.

Como os nomes dos feridos não foram divulgados, a reportagem não conseguiu obter informações atualizadas sobre o estado de saúde deles.

Segundo os bombeiros, o motorista estava agitado, mas não apresentava lesões visíveis. A passageira do banco da frente estava consciente e sofreu ferimentos no braço, além de uma fratura no punho direito.

Uma das passageiras que estava no banco traseiro teve fratura no ombro direito, relatou dormência nos pés e queixava-se de dores de cabeça. A idosa que morreu também estava no banco de trás, mas foi encontrada fora do veículo.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista perdeu o controle do veículo. (Reprodução/Corpo de Bombeiros)

Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista perdeu o controle do veículo. (Reprodução/Corpo de Bombeiros)

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Três motociclistas morrem a cada 2 dias

De 1.775 mortos no trânsito em 2024, 589 estavam em moto, mostram dados da SES-GO

Modificado em 19/04/2025, 07:08

Trecho urbano da BR-153 é o local com a maior registro de mortes de motociclistas em Goiânia em 2024

Trecho urbano da BR-153 é o local com a maior registro de mortes de motociclistas em Goiânia em 2024 (Wildes Barbosa / O Popular)

No ano passado, a cada dois dias em Goiás, três motociclistas ou passageiros de motos vieram a óbito nas vias do Estado ou em decorrência de sinistros de trânsito, quando foram registrados 1.775 vítimas fatais do trânsito, sendo 589 que estavam em motos, de acordo com os registros de óbitos da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), dentro do Programa Vida no Trânsito (PVT).

Para se ter uma ideia, há 20 anos, em 2005, o número de óbitos de motociclistas em Goiás era um quinto do total. Naquele ano, a SES-GO, segundo o sistema Datasus do Ministério da Saúde, registrou 1.612 óbitos no trânsito do Estado, sendo 324 vítimas fatais ocupantes de motocicletas. O aumento proporcional dos acidentes em duas décadas se deu ao mesmo tempo em que tivemos uma redução na proporção da quantidade de motocicletas no Estado. Em 2005 eram 1.444.165 veículos, sendo 308.259 motos, sendo 21,34%. Já neste ano, os números são de 4.880.873 veículos no Estado, com 904.389 motos, uma relação de 18,32%.

O perito criminal de trânsito e membro da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Antenor Pinheiro, explica que o problema não é o número de motocicletas, mas como elas transitam nos sistemas viários das cidades. "A ausência de uma política pública rigorosa de fiscalização de trânsito justifica essa assustadora letalidade, pois as infrações de excesso de velocidade, avanço de semáforo, uso de celular e trânsito sobre calçadas são a regra prevalente dos motociclistas urbanos em geral. Se essas infrações não são coibidas, a tendência é a ocorrência de sinistros crescer, pois tecnicamente todo sinistro a ele precede uma ou mais infrações simultâneas cometidas", esclarece.

Diretor-executivo do Instituto Co.Urbano e membro do Mova-se Fórum de Mobilidade, Marcos Villas Boas acredita que, no geral, a frota teve aumento vegetativo, mas os óbitos dos motociclistas é um aumento exponencial. "É um meio mais barato e não tem investimento no transporte coletivo, não temos infraestrutura de corredores para os ônibus, por exemplo, e as pessoas sofrem pressão dos patrões para chegar no horário, acabam indo para as motos. Depois, é uma tragédia anunciada a partir do advento do serviço de entrega, que atinge uma massa social relevante, que são remunerados para correr o quanto puderem e fazer infrações."

Pinheiro entende que o problema imediato é nacional e "está vinculado aos fatores já mencionados, mas também associado aos tradicionais e falhos critérios de formação de condutores de motociclistas no Brasil". O perito afirma ser preocupante os exames de prática para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). "Há muito se faz necessário a revisão desses processos, mas nada acontece."

Proporção se mantém em 2025

A estatística da proporção de óbitos dos motociclistas permanece idêntica nos primeiros meses deste ano, em que, até março, já haviam sido registrados 53 óbitos de motociclistas ou passageiros de um total de 158 registros de todos os meios somados. Nos primeiros 15 dias deste mês, ao menos oito óbitos de motociclistas foram registrados no Estado. No último dia 6, um motociclista de 29 anos faleceu ao atingir um cavalo e, em seguida, ser atropelado por uma caminhonete, cujo motorista não prestou socorro, na GO-060, em Trindade. Dois dias depois, uma mulher de 20 anos atingiu com uma motocicleta a traseira de um caminhão na GO-080, no município de Petrolina, e morreu ainda no local.

Em Goiânia, os dados da SES-GO de mortes em decorrência de sinistros de trânsito ao final de 2024 apontam para 267 vítimas fatais, sendo 123 que estavam acima de uma moto, ou seja, uma representatividade de 46% do total de 2024. Na capital, ocorre uma morte de motociclista ou passageiro do veículo a cada três dias e a cidade lidera a estatística no Estado.

O perímetro urbano da BR-153 de Goiânia é o local com a maior quantidade de registros de óbitos de motociclistas. Em todo 2024, oito pessoas morreram em ao percorrer o trecho, de acordo com o relatório do Programa Vida no Trânsito (PVT).

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