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Warley é o décimo que morre em enxurradas nos últimos 12 anos

Registros revelam casos quase idênticos, de pessoas arrastadas para córregos ou bueiros, em ruas alagadas. Prefeitura diz que não fará intervenção imediata no ponto onde jovem morreu e recomenda não passar no local em dia de chuva

Modificado em 19/09/2024, 00:16

Warley é o décimo que morre em enxurradas nos últimos 12 anos

Assim como a família de Warley de Melo Adorno, de 22 anos, pelo menos outras nove choraram a perda de um membro arrastado por enxurradas nos últimos 12 anos. Nove vítimas foram em Goiânia e uma em Aparecida de Goiânia. Levantamento feito pela reportagem mostram registros quase idênticos desde 2010. Com o caso deste ano, são nove acidentes com dez vítimas ao todo.

Warley foi arrastado pela enxurrada quando tentava seguir pela Avenida C-107, no Jardim América, na capital. Imagens feitas por populares mostram o jovem pouco tempo antes de ser levado pela força da água. Um vídeo feito por populares mostra ele a poucos metros do acesso para uma espécie de bueiro que liga a via ao Córrego Cascavel. Na filmagem ele cai e desaparece. O caso ocorreu nesta segunda-feira (30) ( leia mais abaixo ).

A secretária Bruna Rodrigues Pereira, de 22 anos, morreu no dia 6 de outubro de 2011, ao ser arrastada pela enxurrada na Avenida Feira de Santana para dentro do Córrego Serrinha, no Parque Amazônia. O corpo de Bruna foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros a 1,5 quilômetro do local, nos fundos de um clube no Parque Amazônia, presa a galhos de árvores, uma hora depois do acidente.

Após o acidente que acabou na morte de Bruna a gestão municipal da época instalou grades na passagem da água entre a via e o córrego.

Em janeiro de 2018 o motociclista Rodrigo Teixeira Chaves, de 42 anos, foi derrubado de sua moto pela enxurrada e arremessado para um bueiro da Avenida 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, onde foi levado pela força da água. O corpo do motociclista foi encontrado algumas horas depois pelo Corpo de Bombeiros, a 300 metros do local, preso em galhos às margens do Córrego Botafogo.

Marlon Satiro de Aguiar, em outubro de 2016, caiu na canalização do Córrego Botafogo após a motocicleta que pilotava perder o controle na pista durante forte chuva e arremessá-lo para o curso d'água. Três anos antes, o casal Ediarlei Ramos, de 40 anos, e Luz Marina Vargas Bueno, de 35, morreu quando tentava atravessar uma ponte na Rua Viela Nonato Mota, entre os bairros Vila Redenção e Setor Pedro Ludovico, em uma motocicleta ( veja detalhes no quadro ).

Warley foi localizado nesta terça-feira (31) após uma operação do Corpo de Bombeiros. O corpo dele estava a aproximadamente 4 quilômetros do ponto da queda, na altura da Avenida Padre Wendel, na Vila Abajá.

Um amigo de Warley disse à reportagem que o jovem seguia para uma entrevista de emprego no momento do acidente. Segundo o amigo, Warley estava muito feliz com a nova motocicleta, uma Honda CG 160 Titan, adquirida há pouco tempo. "Ele conseguiu deixar a moto do jeito que ele queria", diz.

O rapaz era morador de Aparecida de Goiânia e trabalhava em uma empresa que presta serviços para a Saneago. De férias, Warley estava em busca de um novo emprego. Solteiro, o jovem não deixa filhos, mas namorava e pretendia casar, um dos motivos para estar procurando um novo emprego, conforme informou um primo. Seu corpo começou a ser velado às 22 horas desta terça, no Centro, de Aparecida de Goiânia.

A área entre a C-107 e o Córrego conta com grades de proteção contra o impacto de veículos, o chamado guard rail. A estrutura foi instalada a cerca de dois meses e, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), serve para que carros não sejam arrastados para a margem, mas não foi projetada "para contenção de pedestres e motociclistas". Assim, a pasta diz em nota que o recomendado é que pedestres e motociclistas "evitem transitar em pontos de captação da água da chuva para evitar acidentes".

Morador de uma casa a cerca de 30 metros do ponto onde o motociclista desapareceu, Marcelo Lopes diz que desde que mudou para o endereço, há 39 anos, observa o local com preocupação. "Colocaram o guard rail há pouco tempo, depois de muita reclamação. Mas o que a vizinhança sempre pediu era algo que protegesse o corpo humano, uma grade mais fina que pudesse segurar", avalia o morador que diz estar com o coração doendo após a morte de Warley.

Na esquina da C-107 com a Rua C-190, ponto quase exato onde o motociclista perdeu o equilíbrio, fica a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Trabalhando no local há 10 anos, Nilton Cezar Salgado, agente da Polícia Civil, diz que o acidente foi uma tragédia anunciada. "Todos os anos quando ocorre um volume maior de chuva, algum transtorno acontece", diz ao lembrar que é comum ver carros terem problemas mecânicos quando tentam passar e enfrentam o excesso de água na pista.

A situação do local, segundo Nilton, ficou ainda mais perigosa após intervenção de trânsito realizada no ano passado. A Rua C-190, que faz esquina com a C-107, foi transformada em mão única, sendo proibido o acesso de motoristas da C-107 para a C-190. "Quando era via de mão dupla funcionava como rota de fuga durante os alagamentos", explica o agente ao detalhar que era comum ver motoristas optando por pegar a C-190 para não enfrentar a força da água.

Outro problema, conforme avalia Nilton, foi a retirada das placas que alertavam para possível alagamento no local, ação que teria sido tomada também no ano passado. "Então não existe nenhum alerta de perigo nesse local", reclama o agente enquanto cidadão. A reportagem questionou a Prefeitura sobre a retirada das placas, mas não obteve retorno.

Obras

Em nota, a Seinfra diz que realiza monitoramentos constantes nos pontos de alagamento e limpeza periódica das bocas de lobo para evitar o acúmulo de água das vias. "Porém, sempre que há chuva com grande volume, como a que ocorreu no domingo (29) e nesta segunda-feira (30), as águas levam material terroso para as bocas de lobo e galerias. Por isso, nova intervenção tem de ser realizada", diz.

As intervenções no trecho do acidente só devem ser feitas quando a gestão municipal retomar as obras da Marginal Cascavel, que seriam iniciadas em 2020, mas não prosseguiram após a empresa vencedora da licitação desistir do contrato. O chamado trecho 3, que irá incluir o ponto do acidente, será licitado novamente. No ano passado, a previsão era de início das obras neste semestre. Nesta segunda, porém, a Seinfra não informou se a previsão se mantém.

Local onde corpo de Warley foi localizado, a 4,2 quilômetros de onde ele caiu

Local onde corpo de Warley foi localizado, a 4,2 quilômetros de onde ele caiu (Wildes Barbosa)

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

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Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".

Geral

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)