Atlético-GO x Vila Nova: onde assistir, horários e escalações
Após vitória na ida, no OBA, por 2 a 0, Dragão deu passo importante rumo ao inédito tri. Tigre terá que vencer, no mínimo pela mesma diferença, para seguir na busca pelo fim do jejum do Estadual
Jânio José da Silva
6 de abril de 2024 às 15:58
Modificado em 17/09/2024, 15:50

Gabriel Baralhas e Rhaldney, do Atlético-GO, e Alesson, do Vila Nova, em lance durante o primeiro jogo da final do Goianão, que o Dragão venceu por 2 a 0 (Diomício Gomes)
Há razões de sobra para que Atlético-GO e Vila Nova se entreguem, de corpo e alma e naquilo que estiver ao alcance, durante a tarde deste domingo (7), no Estádio Antônio Accioly, atrás do título do Campeonato Goiano 2024. Pela primeira vez na história do Goianão, os dois clubes disputam a final direta. Vale taça, significa prestígio e será estabelecida uma marca importante em qualquer lado que receber o troféu.
No caso do Dragão, vale o inédito tricampeonato. Para a comunidade vilanovense, será o encerramento do incômodo jejum de conquistas do Estadual que perdura há 19 anos, desde 2005. Há um espaço generoso, na sala de troféus das duas agremiações, à espera do taça do Goianão 2024. Na partida de volta da final, a vantagem é atleticana, pois vem de uma vitória, no reduto adversário, o OBA, por 2 a 0, no último fim de semana.
A vantagem é considerável, mas há exemplos que mostram que o Dragão não pode se deitar nela, à espera do apito final do árbitro, Wilton Pereira Sampaio. O Atlético-GO viveu situação muito embaraçosa ano passado, pois venceu o Goiás por 2 a 0, no Accioly, abriu 1 a 0 no Estádio da Serrinha, mas não soube usar a diferença, levando a virada de 3 a 1 e sofrendo para garantir o título nos pênaltis.
No meio da semana passada, o Vila Nova havia perdido de 2 a 0 da Aparecidense, fora. Em casa, o Tigre foi impecável no primeiro tempo e goleou o adversário por 3 a 0, garantindo vaga na final. Os argumentos, neste domingo (7), serão postos à prova. O Dragão terá sabedoria para usar a vantagem, a torcida e o melhor momento para ser tricampeão ou o Vila Nova mostrará, uma vez mais, que é capaz de buscar viradas improváveis? É esperar para ver.
O rubro-negro tem variáveis favoráveis para se consagrar tricampeão do Goianão. Pode ser derrotado por até um gol de diferença. Caso perca por diferença de dois gols, a definição do título será nos pênaltis. Para o time colorado, para evitar penalidades, será preciso golear a equipe do Bairro de Campinas por três ou mais gols de diferença. Anfitrião, o Atlético-GO terá o Vila Nova como convidado, mas não quer deixá-lo tomar conta da casa e da festa no Accioly.
Para o Atlético-GO, se tornar tricampeão é dar um salto de qualidade na história do clube, que fez 87 anos na terça-feira (2). O Dragão nunca foi tri -- foi bi em 2010 e 2011, 2019 e 2020 e 2022 e 2023. Entre os quatro principais clubes da capital, só o Dragão nunca foi tri. O Goiânia ganhou três vezes seguidas em 1958, 59 e 60, o Vila Nova explodiu na sequência com o tri de 1961, 62 e 63 (os primeiros títulos do clube, fundado em 1943), enquanto o Goiás virou a década de 1980 para 1990 com três conquistas, em 1989, 90 e 91.
No Accioly, o rubro-negro foi uma vez campeão, em fevereiro de 2021 (válido pelo Goianão 2020), ao empatar (1 a 1) e bater nos pênaltis (5 a 3) o Goianésia. Mas o estádio estava vazio, por causa dos protocolos de saúde da pandemia. Em 1967, com festa encomendada no Bairro de Campinas, o Dragão foi surpreendido pelo Crac (1 a 0), naquela que é uma das derrotas, ou a principal, do clube dentro da sua casa. Como em 1967, o Accioly estará lotado -- os ingressos se esgotaram na terça-feira (2), com menos de um dia de vendas.
O Vila Nova convive com a ansiedade pela conquista de um título que ganhou, pela última vez, no dia 17 de abril de 2005. Contados os anos, desde então, o clube vai completar 19 caso não reverta a situação neste domingo (7). Será o maior jejum do Goianão desde a fundação. De 1943 (fundação) até 1961, ano do primeiro título colorado, foram 18 anos. Depois, o clube passou nove anos distante da conquista do Estadual (1984 a 1993). Agora, entrará nas casas dos 19 anos se não for campeão. No atual jejum, foi, no máximo, vice em 2017 (o Goiás foi campeão) e 2021 (perdeu no OBA, nos pênaltis, do Grêmio Anápolis).
Desde 2005, último título do Vila Nova, o Atlético-GO ganhou oito vezes o Estadual (2007, 10, 11, 14, 19, 2020, 22, 23).
A rivalidade entre atleticanos e vilanovenses, nos últimos anos, se deu nas semifinais do Goianão: em 2019 e 2022. O Dragão se deu melhor nas duas. Os dois também disputaram clássicos de peso na Série C de 2007. No Goianão, as lembranças de ambos na disputa pelo título foram nas edições de 1970 (o Dragão foi campeão com empate de 0 a 0 diante do Vila) e em 1979 (outro 0 a 0, mas desta vez o time colorado chegou ao tricampeonato), mas nenhuma foi final direta.
Padecer dos hiatos sem títulos do Goianão é algo que une os dois clubes, pois o Dragão ficou de 21 de agosto de 1998 a 6 de maio de 2007 à espera da taça do Estadual. Por muito pouco, não chegou aos 19 anos. Além disso, passou também 15 anos, entre 1970 e 1985, com fome e sede de uma conquista local. Nesse intervalo, o Vila Nova ganhou em 1973, 1977, 78, 79, 80, 82 e 84, ou seja, foi sete vezes campeão do Estadual. As lacunas de títulos do Goianão nos dois clubes não significam que os dois não venceram outros torneios.
Ao contrário. O Dragão foi campeão do Torneio da Integração Nacional (1971) na primeira seca duradoura, da Série C (1990), da Copa Goiânia (1998) e da Divisão de Acesso do Goiano (2005). O Tigre festejou a Divisão de Acesso (2015) e a Série C (2015 e 2020), além de alguns acessos em nível nacional, como em 2007 e 2013, da Série C à Série B. Nesses períodos, as duas torcidas festejaram, mas não mataram a fome de conquista da elite do Estadual.
Os finalistas desta temporada são agremiações que assumem a popularidade na construção da capital. O Vila Nova é o time do povo, dos operários e dos migrantes que construíram Goiânia. O Atlético-GO se assume como o representante de Campinas, o município que virou bairro assim que Goiânia foi concebida. Neste domingo (7), um povo vai sorrir, enquanto o outro vai chorar, recolher as bandeiras e lamentar.