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Jornalista é assediada ao vivo por torcedores de futebol e revida agressão com microfonada; vídeo

Profissional usou seu perfil nas redes sociais para desabafar sobre o ocorrido

Modificado em 26/09/2024, 00:46

María Fernanda Mora durante entrada ao vivo. Repórter levou apalpadas de torcedores e revidou com microfonada

María Fernanda Mora durante entrada ao vivo. Repórter levou apalpadas de torcedores e revidou com microfonada (Reprodução/Fox Sports México)

A repórter María Fernanda Mora, do canal esportivo Fox Sports no México, passou por uma situação constrangedora durante a cobertura do pós-jogo da partida entre Chivas Guadalajara e Toronto FC, válida pela final da Liga dos Campeões da Concacaf, na madrugada desta quinta-feira (26), em Zapopan, no estado mexicano de Jalisco.

Ao realizar uma entrada ao vivo perto de torcedores do Chivas, que comemoravam a vitória nos pênaltis, o título da competição continental e a vaga para o Mundial de Clubes da Fifa, Mora foi "apalpada" por trás por alguns homens que cantavam e gritavam diante da câmera. Imediatamente, a jornalista revidou a agressão com uma microfonada. O sinal da transmissão foi cortado para o estúdio da emissora em seguida.

Me llegó este video y me indignó. Hay hombres muy estúpidos, demasiados. Es una pena que a las mujeres les siga costando tanto cubrir la fuente deportiva. No conozco a María Fernanda Mora, pero vaya para ella mi solidaridad. pic.twitter.com/M5zjlT64FA --- Mari Montes ⚾️ (@porlagoma) 26 de abril de 2018

A profissional utilizou seu perfil no Twitter para desabafar após o ocorrido. "Te digo o que aconteceu, para que não fale mais estupidez. Eles me apalparam várias vezes enquanto estava ao vivo. Várias! Obrigada pela sua opinião que foi pedida", postou Mora, ao ser questionada por um usuário da rede social.

Te cuento lo que me pasó, para que no andes diciendo estupideces.

Me manosearon varias veces mientras estaba a cuadro.

Varias! Gracias por tu opinió no pedida. https://t.co/VUOY9f5C4h --- Maria Fernanda Mora (@marifermora90) 26 de abril de 2018

"Estou grata por cada mensagem, cada tweet, a todos aqueles que têm demonstrado o seu apoio e solidariedade. A verdade é que o apoio é sumariamente confortante", escreveu ainda a jornalista, para agradecer às mensagens de carinho após o assédio.

Agradezco cada mensaje, cada tweet, y cada llamada de todos aquellos que han mostrado su apoyo y solidaridad.

Abordaré el tema con la cabeza más fría y tras algunas horas de sueño.

Pero -en verdad- el apoyo ha sido sumamente reconfortante --- Maria Fernanda Mora (@marifermora90) 26 de abril de 2018

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Suspeito de espancar namorada e deixá-la em estado grave é preso após ser chamado para novo depoimento à polícia

Crime aconteceu em uma chácara de Caseara e o suspeito fugiu do local depois do espancamento. Vítima pediu ajuda em um grupo de aplicativo de mensagens

Modificado em 03/04/2025, 18:09

Gilman Rodrigues era namorado da vítima, segundo a Polícia Civil

Gilman Rodrigues era namorado da vítima, segundo a Polícia Civil (Reprodução/g1 Tocantins)

O suspeito de espancar e deixar em estado grave Delvânia Campelo, de 50 anos, em Caseara , na região oeste do estado, foi preso nesta quinta-feira (3), em Paraíso do Tocantins. Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, era namorado da vítima e o mandado de prisão foi cumprido no momento em que ele foi prestar novo depoimento sobre o caso na delegacia.

O crime aconteceu no dia 22 de março deste ano, em uma chácara da zona rural do município de Caseara. Ela sofreu diversos ferimentos e pediu socorro em um grupo de aplicativo de mensagens, mas os áudios teriam sido apagados pelo suspeito. Um caseiro a encontrou e a Polícia Militar a socorreu. A mulher precisou ser levada para o Hospital Geral de Palmas (HGP), onde ainda está internada.

O advogado de defesa de Gilman informou que vai se manifestar no processo.

De acordo com o delegado José Lucas Melo, no momento da prisão ele se manteve em silêncio. Posteriormente foi levado para a Unidade Penal de Paraíso do Tocantins e está à disposição do Poder Judiciário.

Durante a investigação do caso, a polícia ouviu pessoas que eram ligadas ao casal e descobriu que o namoro começou no segundo semestre de 2024. Foi relatado que eles tinham muitos conflitos causados por ciúmes e que a violência era recorrente. Inclusive, recentemente, houve um episódio de violência durante uma viagem de Gilman e Delvânia ao Maranhão, segundo a polícia.

No sábado em que aconteceu o crime eles teriam discutido, momento em que as agressões começaram. Ela recebeu diversos golpes na cabeça. Depois ele fugiu da chácara e não voltou à Caseara. Familiares de Palmas teriam o abrigado após a fuga, segundo a polícia.

Na terça-feira, de 25 de março, Gilman se apresentou na delegacia de Paraíso com um advogado. Em depoimento, alegou que ela deu início às agressões com uma arma branca e que ele agiu em legítima defesa, inclusive mostrou ao delegado pequenos ferimentos nos braços e nas mãos. Nesse momento ele não foi preso por não estar mais em situação de flagrante.

Entretanto, diante da gravidade dos ferimentos causados em Delvânia, houve divergência no relato dele. "O perigo que ele alegava sentir nesse momento cessou-se. O que ele faz daqui para frente já pode ser considerado excesso", informou o delegado.

A polícia também considerou a quantidade de golpes recebidos pela vítima e a fuga do suspeito após o espancamento, situações que levaram ao pedido de prisão cumprido nesta quinta-feira (3).

Outro ponto considerado pela investigação foi sobre um registro de ocorrência por violência doméstica contra a ex-mulher do suspeito, o que significa que ele é reincidente na prática e reforçou a necessidade do pedido de prisão.

Nos próximos dias o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público para a adoção das medidas legais cabíveis", afirmou o delegado.

Por causa das inconsistências em seu depoimento, ele foi intimado a prestar novo depoimento na delegacia de Paraíso. Como o mandado de prisão preventiva foi deferido pela Justiça, a ordem foi cumprida nesta quinta-feira.

Geral

Quem era o jornalista brasileiro morto a tiros no México

Natural de Araucária, no Paraná, Adriano Bachega, 53, morava no México havia mais de dez anos

Jornalista Adriano Bachega

Jornalista Adriano Bachega (Reprodução/Redes sociais)

O jornalista brasileiro Adriano Bachega, 53, foi morto a tiros em Monterrey, no México, na terça-feira (3).

Natural de Araucária, no Paraná, o jornalista morava no México havia mais de dez anos. Segundo o perfil de Adriano no LinkedIn, ele foi até o país latino em 2012 para trabalhar com a implementação de tecnologia no Complexo Petroquímico Etileno 21, da Odebrecht, ficando na companhia até 2015.

Após deixar a construtora, Adriano passou a ministrar consultorias de administração de empresas e aulas como "coach" para empresários.

Bachega se apresentava como diretor do jornal Diario Digital Online. O jornal, que não faz publicações desde o dia anterior à morte do brasileiro, se apresenta como "comprometido com a verdade, imparcialidade e qualidade de informação".

O brasileiro também tinha um site de notícias com o próprio nome. Ele fazia publicações sobre economia e tecnologia na plataforma.

Casado há cinco anos. Poucos dias antes de morrer, ele publicou uma foto comemorando bodas com a esposa. "Muito obrigado por generosamente compartilhar os últimos 1.825 dias comigo", afirmou.

Além da esposa, Adriano deixa três filhos, dois deles do primeiro casamento. O corpo dele vai ser enterrado em San Jose de Arriba, no estado de Nuevo León, nesta quinta-feira (5).

Familiares lamentaram a morte. O irmão de Adriano, Weslen Bachega, usou as redes sociais para publicar uma nota de pesar sobre a perda do irmão. "Perdi um cara que mais acreditou em mim, no meu potencial, estou sem chão", disse.

A mãe do jornalista também manifestou pesar. "Deus, dai-me forças", comentou na última foto postada pelo filho nas redes sociais.

O QUE SE SABE SOBRE O CRIME

Adriano foi assassinado enquanto dirigia em uma rodovia entre Monterrey e San Pedro Garza García. Segundo o jornal La Opinión, um veículo com homens armados emparelhou ao lado do dele, disparando em seguida.

Ninguém foi preso por envolvimento com o crime até o momento. O local passou por perícia e cartuchos de bala foram encontrados.

Segundo ataque a jornalistas em uma semana. Dias antes da morte de Adriano, a jornalista Victoria García Álvarez foi ferida a tiros no braço após homens em uma caminhonete dispararem contra o carro no qual ela estava. Ela recebeu alta após passar por atendimento médico.

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Maioria das brasileiras sofreu ou conhece alguma vítima de violência doméstica

No Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres advogado destaca a importância da Lei Maria da Penha

O Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres é em 25 de novembro

O Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres é em 25 de novembro (Freepik)

Dados da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, realizada a cada dois anos pelo Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) e pelo Instituto DataSenado, e divulgada em fevereiro, apontam que 68% das brasileiras têm uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica.

A percepção feminina majoritária (62%) é a de que o Brasil é um país muito machista e 74% das entrevistadas acreditam que a violência doméstica aumentou nos últimos 12 meses. Para chamar atenção para essa questão 25 de novembro é o Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres. No Brasil, um instrumento que as auxilia nessa luta é a Lei Federal nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, e que completou 18 anos em agosto.

"Essa legislação busca equidade, visto que em regra, o homem possui maior força física, poder aquisitivo e, culturalmente, tem voz mais ativa no âmbito familiar. A intenção da lei é proteger a mulher quando violências e abusos são cometidos e a tendência é que haja sempre atualizações em conformidade com a evolução da sociedade", analisa o advogado criminalista Gabriel Fonseca.

O especialista, que integra o escritório Celso Cândido de Souza Advogados, lembra que não são apenas os companheiros que podem ser enquadrados nessa legislação. "A pessoa acusada de cometer violência doméstica, não deve ser, necessariamente, homem. Pode ser entre mulheres, em relação materna/paterna e filial, entre avós, irmãos, amigos e demais variadas situações", detalha. "Para ser enquadrada na Lei Maria da Penha, a vítima deve ser mulher, independente de sua orientação sexual e o delito ocorrer no âmbito da unidade doméstica, familiar e existir qualquer relação íntima de afeto entre as partes", completa.

Várias formas de violência
Gabriel Fonseca explica que, ao contrário do que muitos pensam, a abrangência da legislação vai além da violência física. "Existem outros tipos de violência que podem ser cometidos contra a mulher e que são amparados pela Lei Maria da Penha, dentre eles a violência psicológica, quando causa danos emocionais e diminuição da autoestima, mediante ameaças, humilhações, manipulações; violência sexual que é qualquer conduta relacionada a sexualidade não desejada; violência patrimonial e violência moral, condutas caracterizadas como calúnia, difamação e injúria".

Muitas mulheres deixam de registrar ocorrência por pensarem que não terão crédito, mas o advogado destaca que é ao contrário. "A palavra da mulher, nesses casos, possui maior relevância quando comparada às demais judicializações penais. Isso porque a grande maioria dos delitos são cometidos quando não há testemunhas ou outras provas que podem ser produzidas. Entretanto, a palavra da vítima deve estar sempre acompanhada de outros indícios, tal como o exame de corpo de delito".

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Caso Escola Base é tema de documentário do Globoplay

Na produção, o jornalista Valmir Salaro revisita a cobertura sobre a acusação de abuso sexual contra crianças em uma escola de São Paulo sem que nada tenho sido provado

Modificado em 20/09/2024, 06:18

Valmir Salaro foi o primeio a noiticar a acusação, que nunca foi provada

Valmir Salaro foi o primeio a noiticar a acusação, que nunca foi provada (Globo/Divulgação)

O país é o Brasil. O ano era 1994. Uma denúncia de assédio a crianças de 4 anos dentro da própria escola. A comoção popular provocada pela cobertura na imprensa fez a vida dos denunciados virar do avesso antes mesmo de o inquérito policial ser encerrado. Apesar das acusações dos pais dos alunos e do primeiro delegado responsável pela investigação, o aprofundamento da apuração mostrou que os denunciados eram inocentes e o caso virou um escândalo nacional.

Com uma reportagem no Jornal Nacional, Valmir Salaro foi o primeiro repórter a noticiar a acusação. Vinte e oito anos depois, ele procura as vítimas da injustiça e fica frente a frente com elas, seus descendentes e outros personagens dessa história revisitada no documentário Escola Base -- Um Repórter Enfrenta o Passado, dirigido por Eliane Scardovelli e Caio Cavechini, que acaba de esrear no Globoplay.

"Vou voltar para uma história que há 27 anos me atormenta", declara o jornalista no documentário, um projeto do próprio Valmir Salaro e do jornalista Alan Graça Ferreira, seu amigo e colega em pautas no Fantástico. "Desde que eu soube que aquelas pessoas eram realmente inocentes, eu passei a falar sobre o caso e era uma voz solitária. Sempre sou convidado para falar sobre o assunto em faculdades de jornalismo. E, em viagens, o Alan foi me convencendo que isso podia ser transformar num documentário", explica Valmir, com 42 anos de experiência.

"Eu vejo nesse documentário um tributo ao jornalismo. Num momento em que a imprensa é tão atacada, ter um jornalista consagrado que abre o peito para discutir um episódio dessa relevância sem filtros, o aproxima das pessoas", completa Alan.

Eliane Scardovelli e Caio Cavechini foram convidados para dirigir a produção, aprovada em plena pandemia. Valmir revelou que guardava há 27 anos e que nunca tinha lido uma dedicatória escrita em um livro que recebeu de Maria Aparecida Shimada, uma das proprietárias da Escola Base, junto de uma carta escrita por ela de próprio punho. E que estava disposto a ler, diante das câmeras, estas palavras pela primeira vez.

Jovens jornalistas, os dois diretores se viram no desafio de fazer um documentário que ouvisse os personagens centrais dessa história sem julgamentos. "Quando a gente discute Escola Base na faculdade, a gente pensa: 'Olha, como a imprensa pode impactar a vida das pessoas'. Mas quando você está ao lado do repórter que fez a primeira matéria percebe o desafio que é compreender todas as circunstâncias que resultaram no erro", diz Eliane.

Além das discussões sobre o exercício do jornalismo, Caio explica que procurou exercitar a empatia na produção. "A discussão não é tão simplista. Existe uma frase que é meio clichê que diz 'se coloca no meu lugar' e fazer jornalismo requer esse exercício de se colocar no lugar das pessoas que a gente está retratando. Ao se colocar no lugar do Valmir, a gente se fazia essa pergunta em várias ocasiões. Com os elementos que ele tinha, será que não era pra dar aquela história? O que exatamente ele poderia ter feito naquela situação? É uma discussão mais complexa do que dizer 'era uma acusação falsa e a imprensa levou essas pessoas à tragédia", diz Caio.

Roteirista do documentário ao lado de Eliane Scardovelli, Bruno Della Latta entrou no projeto a partir do sim de Valmir Salaro para Alan Graça. E ele celebra ter acompanhado a transformação do colega para o antes e depois da produção. "O objetivo, que acredito ter sido alcançado, é mostrar que o Valmir da primeira imagem do filme não é o mesmo Valmir que aparece antes de subirem os créditos finais", atesta Bruno.

Original Globoplay, o documentário Escola Base -- Um Repórter Enfrenta o Passado tem roteiro de Bruno Della Latta e Eliane Scardovelli, que também dirige o dirige a produção ao lado de Caio Cavechini, e reportagem de Alan Graça Ferreira e Valmir Salaro.