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Morre Olivia Newton-John, estrela de 'Grease' e voz de hits como 'Physical', aos 73

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 03:59

Morre Olivia Newton-John, estrela de 'Grease' e voz de hits como 'Physical', aos 73

(Reprodução)

A atriz e cantora Olivia Newton-John, estrela do filme "Grease: Nos Tempos da Brilhantina", morreu na manhã desta segunda-feira (8), aos 73 anos, anunciou seu marido, John Easterling, numa publicação feita em sua página no Facebook. A causa da morte não foi confirmada, mas ela tratava um câncer nos últimos anos.

"A dama Olivia Newton-John morreu em paz em seu rancho na Califórnia nesta manhã, cercada pela família e por amigos. Nós pedimos a todos que por favor respeitem a privacidade da família neste momento difícil", escreveu Easterling, mencionando o título que ela recebeu da Coroa britânica.

"A Olivia foi um símbolo de triunfos e esperança pelos cerca de 30 anos em que compartilhou sua jornada com o câncer de mama. Sua inspiração para uma cura e sua experiência pioneira com medicina vegetal continuam com a Fundação Olivia Newton-John, dedicada à pesquisa na área. No lugar de flores, a família pede que doações sejam feitas em sua memória."

A atriz e cantora foi inicialmente diagnosticada com câncer de mama em 1992. Em maio de 2017, ela anunciou que após 25 anos de remissão a doença havia retornado e se espalhado para a região lombar. Em 2013, ela ainda havia descoberto um tumor no ombro. Desde então, Newton-John fazia tratamentos com radioterapia e ervas medicinais, incluindo o uso de óleo de cannabis.​

Seu par romântico em "Grease", John Travolta usou as redes sociais para lamentar a morte. "Minha querida Olivia, você deixou todas as nossas vidas muito melhores. Seu impacto foi incrível. Eu te amo muito. Nós te veremos na estrada, onde estaremos juntos novamente. Seu Danny, seu John", escreveu o ator, citando o nome de seu personagem no longa.

O icônico musical de 1978, uma adaptação do espetáculo homônimo criado por Jim Jacobs e Warren Casey para a Broadway, marcou época e até hoje é celebrado como um dos clássicos do cinema americano. Nele, Newton-John vivia Sandy, adolescente australiana recém-chegada a um colégio americano, onde reencontra um amor de verão.

A trilha sonora reuniu sucessos como "Summer Nights", "You're the One That I Want" e "Hopelessly Devoted To You", criada especialmente para ela cantar na versão cinematográfica da trama. A química foi tanta que ela e Travolta voltaram a contracenar em "Embalos a Dois", de 1983, que não decolou entre público e crítica, mas foi celebrado pela trilha sonora, encabeçada por "Twist of Fate".

Newton-John nasceu em Cambridge, no Reino Unido, em 1948, mas foi criada em em Melbourne, na Austrália. Aos 14 anos, ela deu início à vida como cantora, depois de montar um grupo feminino ao lado de amigas.

Ela, então, começou a se apresentar em diversos programas da televisão australiana, até ser descoberta por produtores que a levaram de volta para o Reino Unido, onde gravou seu primeiro single, "Till You Say You'll Be Mine". Mas o sucesso só viria mesmo em 1973, com "Let Me Be There", que alcançou o top dez das paradas americanas.

No ano seguinte, ela foi escolhida para representar o Reino Unido no Festival Eurovisão da Canção, com a música "Long Live Love". Ela terminou em quarto lugar, no mesmo ano em que a banda sueca Abba venceu a competição com "Waterloo".

Daí em diante, Newton-John lançou uma série de sucessos musicais, impulsionados por sua voz angelical e o jeito doce. Entre eles estiveram "I Honestly Love You", "Have You Never Been Mellow", "Please Mr. Please", "Something Better to Do", "Let It Shine", "Come on Over", "Don't Stop Believin'" e a incomparável "Physical", que causou furor com sua letra sugestiva e um videoclipe excepcionalmente sexy, em 1981.

Com a carreira no auge, ela foi convidada para estrelar, então, a adaptação cinematográfica de "Grease". A jornada pelo cinema foi breve, mas incluiu ainda outro marco dos musicais americanos ---"Xanadu", de1980, despedida de Gene Kelly das telonas que marcou a década.

Sua música-título, bem como o resto da trilha sonora, feita em parceria com a Electric Light Orchestra e que incluía "Magic", contrastou com o fiasco crítico com o qual "Xanadu" foi recebido.

Apesar de ter sido indicado a seis prêmios Framboesa de Ouro, destinado aos piores do ano, o longa se tornou cult e, hoje, é lembrado como uma fantasia divertida e despretensiosa, além de um retrato do que viria a ser a juventude oitentista americana, lembrada muitas vezes com patins nos pés.

Ao todo, Newton-John venceu quatro Grammys ---performance country feminina, por "Let Me Be There", gravação do ano e performance pop feminina, ambas por "I Honestly Love You", e vídeo do ano, por "Physical". Ela foi indicada a outros oito gramofones dourados e emplacou cinco canções no topo das paradas americanas.

Olivia Newton-John deixa, além do marido, a filha Chloe Lattanzi.

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Morre Quincy Jones, lendário produtor musical, aos 91 anos

Jones deixou sua marca em trabalhos que vão do jazz ao hip hop

Modificado em 05/11/2024, 16:57

Quincy Jones, morreu aos 91 anos

Quincy Jones, morreu aos 91 anos (Reprodução / Redes Sociais)

O músico, arranjador e produtor Quincy Jones, um dos principais nomes da música americana, morreu neste domingo (3), aos 91 anos. Ele foi reconhecido por trabalhos que vão de Count Basie a Frank Sinatra e pela reformulação da música pop, ao colaborar com Michael Jackson.

Jones deixou sua marca em trabalhos que vão do jazz ao hip hop. Em seis décadas de carreira, foi ainda trompetista e líder de banda. Uma de suas produções mais celebradas é o disco "Thriller", de Michael Jackson, que entrou para a história como um dos mais vendidos de todos os tempos.

O assessor de Jones, Arnold Robinson, informou que ele morreu em sua casa, na região de Bel Air, em Los Angeles, ao lado da família. A causa da morte não foi informada.

"Esta noite, com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones", disse a família, em um comunicado. "Embora esta seja uma perda imensa para nossa família, celebramos a grande vida que ele teve e sabemos que nunca haverá outro como ele."

Um workaholic de estúdio e virtuoso em lidar com egos delicados, Jones moldou gravações de grandes nomes do jazz, como Miles Davis, produziu Sinatra e reuniu o conjunto de superestrelas que gravou o projeto beneficente "We Are the World", de 1985, a música de maior sucesso na época, com nomes como Bob Dylan e Lionel Richie.

Jones ainda escreveu trilhas sonoras de filmes e coproduziu "A Cor Púrpura", assim como o programa de televisão dos anos 1990 "Um Maluco no Pedaço", que lançou a carreira de Will Smith.

O produtor recebeu 80 indicações ao Grammy e venceu 28. Foi o primeiro compositor negro a assumir um alto cargo em uma grande gravadora, a Mercury, e foi pioneiro também no cinema hollywoodiano. Além disso, recebeu títulos honorários de Harvard, da Berklee School of Music e de outras instituições de renome.

Nascido em Chicago, Jones trabalhou com Ray Charles na adolescência e, como músico, viajou com as big bands de Lionel Hampton e de Dizzy Gillespie.

O interesse pela música surgiu quando ele e alguns amigos de infância encontraram um piano após entrarem escondidos em um centro comunitário.

"A música era a única coisa que eu podia controlar", escreveu em sua autobiografia. "Era o único mundo que me oferecia liberdade. Eu não precisava procurar por respostas. As respostas estavam ali, não mais longe do que o bocal do meu trompete e das minhas partituras rabiscadas a lápis. A música me tornava completo, forte, popular e autossuficiente."

Seu círculo de amigos incluía algumas das figuras mais conhecidas do século 20. Ele jantou com Pablo Picasso, conheceu o Papa João Paulo 2º, ajudou Nelson Mandela a celebrar seu 90º aniversário e uma vez se refugiou na ilha de Marlon Brando no Pacífico Sul para se recuperar de um colapso.

Era fã da música brasileira e chegou a desfilar na Portela em 2006, no alto de um carro alegórico, em defesa do enredo "Brasil, marca a tua cara e mostra para o mundo". Na década de 1960, compôs "Soul Bossa Nova", uma canção instrumental de jazz, após voltar de uma turnê no Brasil com Gillespie.

Em fevereiro de 2018, o artista pediu desculpas após entrevistas polêmicas em que acusou Michael Jackson de roubar canções e dizer que os Beatles eram os piores músicos do mundo. Com Jackson, além de "Thriller", em 1982, ele fez "Off the Wall", de 1979, e "Bad", de 1987.

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Morre Emiliano Queiroz, o Dirceu Borboleta de 'O Bem-Amado', aos 88

Modificado em 04/11/2024, 08:57

Morre Emiliano Queiroz, o Dirceu Borboleta de 'O Bem-Amado', aos 88

(Divulgação)

O ator Emiliano Queiroz morreu, aos 88 anos, na manhã desta sexta-feira (04), no Rio de Janeiro. Participou do elenco de inúmeras novelas –inclusive a primeira exibida pela TV Globo, "Ilusões perdidas" de 1965– e atuou para o teatro.

Segundo um comunicado do produtor teatral Eduardo Barata, a causa da morte foi uma parada cardíaca. Queiroz internado há 10 dias na Clínica São Vicente da Gávea, na Zona Sul da capital fluminense, para tratar problemas do coração.

Queiroz interpretou o personagem Dirceu Borboleta, um dos mais conhecidos de sua carreira, em "O bem-amado", de 1973. Em "Alma gêmea" –que é a reprisada atual da Globo no "Vale a pena ver de novo" –, viveu Tio Nardo. Também atuou, entre várias outras produções, "Senhora do destino" de 2004 e "Éramos seis", de 2020.

Na esfera do teatro, Queiroz também colecionava papéis. Atuou na primeira montagem de "O pagador de promessas", texto de Alfredo Dias Gomes, que ocorreu no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em 1960. Em 1978, viveu Geni na primeira montagem de "Ópera do malandro", de Chico Buarque e Ruy Guerra.

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Morre Cid Moreira, jornalista que marcou a TV, aos 97 anos

Modificado em 04/11/2024, 08:52

Morre Cid Moreira, jornalista que marcou a TV, aos 97 anos

(Divulgação)

Ícone do jornalismo e dono de voz inconfundível, Cid Moreira morreu na manhã desta quinta-feira (3), aos 97 anos. A notícia foi dada ao vivo na TV Globo por sua mulher, Fátima Sampaio, durante o programa Encontro com Patrícia Poeta. O apresentador estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia. Ele sofreu uma falência de múltiplos órgãos.

O corpo do jornalista será enterrado em Taubaté, sua cidade natal. Estão previstos dois velórios: um na quinta em Itaipava, na Região Serrana, e outro na sexta (4) no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.

Nascido em 1927, em Taubaté, no interior paulista, Moreira escutava rádio até tarde da noite durante a infância e escondido dos pais, a dona de casa Elza e o bibliotecário Isauro Moreira.

Carreira

O jornalista iniciou a carreira no rádio em 1944, depois de ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.

Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga - pela qual passaram estrelas como Carmen Miranda. Lá, apresentou o programa da jovem cantora Maysa e conviveu com astros como Orlando Silva, Dorival Caymmi e Cauby Peixoto. A cantora Elizeth Cardoso ensinou a ele o truque de chupar cravo para melhorar a voz. Foi na Rádio Mayrink Veiga, entre 1951 e 1956, que ele começou a ter suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como "Além da Imaginação" e "Noite de Gala", na TV Rio. Além das locuções de programas, atuou como galã de radionovela.

Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no "Jornal de Vanguarda", da TV Rio, o que marcou o início de sua carreira no jornalismo televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão.

Com a vaidade aflorada, foi levado, por sugestão de amigos da publicidade, a se submeter a aplicações de silicone líquido na região entre os olhos, acima do nariz, com a intenção de minimizar um suposto vinco. A substância se espalhou pelo rosto e formou calombos, levando Cid a uma série de cirurgias corretivas.

A vaidade ainda estava por trás de outro arrependimento, esse de muitos anos depois, em 1993. Sexagenário e uma celebridade ligada à sobriedade, posou para a capa da revista Caras em uma banheira, com as pernas jogadas para cima, cheias de espuma, sob a manchete "o Jornal Nacional na banheira". Quase foi demitido.

Nos quase 27 anos de bancada, noticiou de tudo. Nos primeiros anos, com a TV em preto e branco, e lendo o roteiro em um papel na bancada, não no teleprompter. A chegada das cores, em 1972, deu o que falar. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, diretor da Globo, trouxe de casa suas melhores gravatas para emprestar a Moreira.

Sua saída do "Jornal Nacional", em 1996, causou comoção, com cartas e mais cartas de telespectadores inconformados. Segundo o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o telejornal cerca de 8 mil vezes.

Vida pessoal

Aos 73 anos, ele se casou com Fátima Sampaio, sua quarta mulher, 36 anos mais jovem do que ele. Já com mais de 90, gostava de falar nas entrevistas sobre a sua vivacidade e a vida sexual.

As manchetes, nessa fase, também deram espaço ao lado difícil de sua vida pessoal. Sua única filha morreu de enfisema pulmonar. Seus dois filhos, um deles adotado, travaram uma batalha judicial com o apresentador e o tentaram interditar.

Profissionalmente, seu sonho era trabalhar até o último dia, e ele se tornou influencer aos 92, em parceria com a sua mulher, que é jornalista. Seus vídeos iam de lives sobre a Bíblia a cenas de seu cotidiano e lembranças do tempo do "Jornal Nacional".

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Morre Maggie Smith, que marcou gerações no cinema, no teatro e na televisão

Modificado em 04/11/2024, 08:53

A atriz Maggie Smith, dona de uma carreira prolífica no cinema, na televisão e no teatro, morreu aos 89 anos, nesta sexta-feira.
Entre seus trabalhos mais marcantes, estão "A Primavera de uma Solteirona", lançado na década de 1960 nos cinemas, "Harry Potter", que fez sucesso nos anos 2000, também nas telonas, e "Downton Abbey", feita para televisão na década de 2010.

A informação foi confirmada por seus filhos, Chris Larkin e Toby Stephens, em uma declaração enviada à imprensa britânica. "Ela morreu em paz, no hospital, na manhã desta sexta-feira. Era uma pessoa muito privada e esteve com a família e os amigos em seus últimos dias", escreveram os herdeiros, que ainda agradeceram à equipe dos hospitais de Chelsea e Westminster pelo "cuidado e gentileza incansáveis".

PRÊMIOS

Durante sua trajetória, que começou nos anos 1950, Smith ganhou duas estatuetas do Oscar —um por melhor atriz em "A Primavera de uma Solteirona", e outro por melhor atriz coadjuvante em "California Suite - Um Apartamento na Califórnia".

No Tony, a principal láurea do teatro, Smith venceu uma estatueta de melhor atriz em 1990, por "Lettice and Lovage", uma comédia satírica que foi uma das peças que ficou por mais tempo em cartaz em Londres.

Smith também brilhou no Emmy, a premiação mais importante da televisão. Ganhou sua primeira estatueta em 2003, como melhor atriz em "Minha Casa na Úmbria", e outras três vezes, nos anos de 2011, 2012 e 2016, como atriz coadjuvante em "Downtown Abbey".

TRAJETÓRIA

Smith nasceu em Ilford, uma pequena cidade próxima a Londres, em 1934, filha de uma escocesa e de um inglês. A carreira daquela que seria uma das maiores atrizes britânicas de todos os tempos começou aos 16 anos, quando ela decidiu estudar atuação em Oxford, onde estreou nos palcos, na década de 1950.

A vontade de ser atriz existia desde a infância. "Não é nem que você particularmente queira ser ator", ela disse uma vez. "Você tem que ser. Não há nada que você possa fazer para impedir isso."
Pouco depois de se formar, Smith se juntaria à Old Vic Company, companhia de teatro centenária que fez sucesso no começo do século 20 por suas adaptações das peças de William Shakespeare. Em 1963, ela entrou para o National Theatre e fez peças como "Otelo", "Muito Barulho por Nada", "Black Comedy" e "The Country Wife".
Em 1969, a atriz saltaria do estrelato nos palcos britânicos para a fama mundial, por seu papel em "Primavera de Uma Solteirona", que lhe rendeu um Oscar. No filme, ela interpreta Jean, uma professora progressista em uma escola para meninas na década de 1930.

Em "California Suite", de 1978, ela chamou a atenção ao interpretar uma atriz britânica que vai à cerimônia do Oscar com o marido bissexual e tem uma noite decepcionante. Na vida real, no entanto, a noite de Smith na cerimônia daquela premiação foi longe de ser negativa. Ela foi aclamada por Hollywood mais uma vez, ganhando sua segunda estatueta.

Smith ainda foi celebrada por "Viagens Com Minha Tia", de George Cukor, e "Morte no Nilo", de John Guillermin, baseado no romance homônimo de Agatha Christie, além de "O Jogo da Verdade", "Vidas Privadas", "Noite e Dia", "O Clube das Desquitadas" e "Chá com Mussolini".
Mesmo com o sucesso nos cinemas, a atriz nunca deixou de se apresentar no teatro, onde continuou sendo aclamada em peças como "Hedda Gabler", dirigida por Ingmar Bergman, e "Virginia", de Edna O'Biren, em que viveu a escritora Virginia Woolf.

Em 1990, Smith recebeu o título de Dama pelo Império Britânico, e na virada do milênio já acumulava prêmios no Oscar, no Tonys, no Globo de Ouro e no Bafta, com outras dezenas de indicações. No entanto, ela diz que ainda podia ir a qualquer lugar sem ser reconhecida.

Em 2001, Smith virou um símbolo da cultura pop e conquistou o imaginário de uma nova geração ao viver a professora Minerva McGonagall, da franquia de "Harry Potter". Em 2009, ela gravou "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", o sexto filme da saga, em tratamento contra um câncer de mama.

McGonagall usava vestidos de gola alta, um broche distintivo e o cabelo preso sob um chapéu preto de cone. Era uma presença marcante na tela.

"Muitas crianças costumavam me cumprimentar, e isso era agradável", disse Smith em 2015, quando contou que um menino perguntou se ela era realmente um gato, lembrando que sua personagem na série se transformava em um felino.

A televisão foi, para Smith, mais um palco a ser conquistado. Estreou a série "Downton Abbey", que se tornou a produção de época britânica de maior sucesso, com seis temporadas, na qual viveu Violet Crawley, a viúva do lorde Grantham, que teimava em seguir os costumes vitorianos —detestava a luz elétrica e ridicularizava todos ao redor.

Se já era um ícone para o cinema e o teatro, depois de "Harry Potter" e "Downton Abbey", Smith se tornou uma superestrela aos 70 anos —motivo de incomodo para uma atriz que sempre preferiu a atenção voltada ao seu trabalho, e não à sua vida pessoal.

"É ridículo. Eu levava uma vida perfeitamente normal até 'Downton Abbey'", ela disse à radio Times em 2017. "Ninguém sabia quem eu era." Mais tarde, Smith expôs seu descontentamento também com assédios que sofria na rua. "Opto por não ir a lado nenhum e, nas ocasiões em que saio, tenho sempre um amigo comigo. É muito difícil quando estou sozinha, porque não há por onde escapar."

"Sou profundamente grata pelo trabalho em 'Harry Potter' e 'Downton Abbey', mas não é o que chamaria de satisfatório. Eu realmente não sentia que estava atuando nessas coisas", afirmou ela à ES Magazine, em 2019.