Operação investiga influenciadoras digitais por crime de estelionato e envolvimento em 'jogos do tigrinho'
As investigações revelaram que as influenciadoras repassaram dados enganosos à assistência social e eram beneficiárias de programas sociais
Maiara Dal Bosco
6 de dezembro de 2024 às 13:43
Modificado em 06/12/2024, 13:44

Influenciadoras Tawane Alexandra Silva dos Anjos (à esq.), Ana Carolina de Souza (centro) e Aline Tainara Barbosa dos Reis (à dir.) (Reprodução/Redes Sociais)
Uma operação da Polícia Civil (PC) investiga o envolvimento de três influenciadoras digitais que atuavam na região de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, nos crimes de estelionato, exploração de jogos de azar, os chamados "jogos do tigrinho" e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Luziânia, Cristalina e São José dos Campos (SP), locais das residências das influenciadoras.
O POPULAR entrou em contato com as influenciadoras Ana Carolina de Souza, Aline Tainara Barbosa dos Reis e Tawane Alexandra Silva dos Anjos, por meio das redes sociais, na manhã desta sexta-feira (6), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Segundo a PC, as três suspeitas são conhecidas por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, exibindo viagens frequentes, aquisição de bens de alto valor e compras em lojas de luxo. A operação realizou o bloqueio de bens da influenciadora de São José dos Campos no valor de 7,7 milhões, além de 600 mil e 800 mil das influenciadoras de Cristalina e de Luziânia, respectivamente.
Eram carros importados, viagens ao exterior, aquisição de imóveis. Tudo isso chamou a atenção da polícia e evidenciou que elas estavam absolutamente envolvidas e incentivando pessoas com simulações de jogos e ganhos, principalmente por meio do famoso jogo do 'tigrinho'", afirmou o delegado Rony Loureiro.
Mesmo com valores expressivos, as investigações revelaram que as influenciadoras repassaram dados enganosos à assistência social, sendo beneficiárias de programas sociais como Bolsa Família e Auxílio Brasil.
"Elas faziam disso [das apostas] seu meio de vida, enganando não só essas pessoas, mas também programas sociais que elas estavam cadastradas, ao tempo em que viagens internacionais eram realizadas, elas estavam em programas como Bolsa Família, Auxílio Brasil, Auxílio Emergencial, entre outros. Elas faziam do engano seu meio de vida", ressaltou o delegado.
Ainda segundo a Polícia Civil, as influenciadoras utilizavam da presença digital para enganar seguidores e participar de atividades de jogos de azar ilegais, além de se envolver em práticas de lavagem de dinheiro para ocultar a origem ilícita dos recursos.
A PC informou que as investigações continuam em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e a extensão dos prejuízos causados.

Objetos apreendidos em operação da Polícia Civil (Divulgação/Polícia Civil)