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Regina Duarte, crítica da Lei Rouanet, já captou R$ 1,4 mi com recurso; veja projetos

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 05:00

Regina Duarte passou apenas dois meses e meio no governo federal

Regina Duarte passou apenas dois meses e meio no governo federal (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Regina Duarte, ex-secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro que terá que devolver R$ 320 mil por projeto financiado pela Lei Rouanet, captou R$ 1,4 milhão para peças com o incentivo.

Segundo dados disponíveis no Salic, o Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura, a empresa da atriz reuniu recursos para três projetos ---"Honra", "Pedro e Vanda" e "Coração Bazar", todos de teatro.

Foi com "Honra", estrelada por ela, Gabriela Duarte, Carolina Ferraz e Marcos Caruso, que A Vida É Sonho Produções Artísticas, empresa de Duarte com seus filhos, arrecadou mais dinheiro ---foram R$ 800 mil, já com as contas aprovadas.

"Pedro e Vanda", de Jay Di Pietro, angariou R$ 288 mil e levou aos palcos Gabriela Duarte e Marcelo Serrado, numa temporada de quatro meses.

"Coração Bazar", que captou R$ 321 mil, é o mológo que teve suas contas reprovadas. Publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (21), o atual secretário, Hélio Ferraz de Oliveira, recusou o recurso da empresa e manteve a reprovação de contas da peça.

Segundo reportagem da Veja que revelou o caso, a área técnica do ainda Ministério da Cultura reprovou a prestação de contas de "Coração Bazar" em 2018.

Em entrevista à revista, André Duarte, filho de Regina Duarte e um dos sócios da empresa, afirmou que a prestação de contas foi reprovada porque não apresentaram os comprovantes de que a peça não cobrou ingressos nas apresentações entre 2004 e 2005 ---essa seria a contrapartida do projeto.

Apesar de usar o recurso para seus projetos, Regina Duarte já aplaudiu em suas redes sociais o anúncio do então secretário de fomento da Secretaria Especial da Cultura, André Porciuncula, que previa a redução do teto para cachês em projetos culturais realizados por meio da Lei Rouanet.

Em postagem no Instagram, Duarte, que chefiou a secretaria entre março e maio de 2020, definiu o corte como uma "novidade importante no setor cultural brasileiro".

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Regina Duarte leva punição do Instagram

Modificado em 19/09/2024, 00:12

Regina Duarte leva punição do Instagram

(Divulgação)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Toda vez que uma pessoa tenta seguir a atriz Regina Duarte, 76, no Instagram, recebe um alerta de que o perfil dela costuma publicar muitas fake news. "Tem certeza que deseja seguir Regina Duarte?", diz.

"Essa conta publicou repetidamente informações falsas que foram analisadas por verificadores de fatos independentes ou que eram contra nossas Diretrizes da Comunidade", é o que diz o alerta assim que um novo usuário clica em "seguir".

Não foram poucas as vezes em que Regina Duarte, que também foi secretária especial de Cultura de Jair Bolsonaro (PL), publicou inverdades. No mês passado, após postar informações falsas sobre os yanomamis, a atriz divulgou fake news sobre o processo eleitoral.

Em postagem no Instagram, ela compartilhou um vídeo de Felipe Marcelo Gimenez, procurador de Mato Grosso do Sul. Na publicação, Gimenez questionava, sem qualquer embasamento, a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições do ano passado.

A tese do procurador, com a qual Regina Duarte indicou compactuar, era de que Lula teria sido escolhido por meio de uma ação envolvendo o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.

Naquele mesmo dia, Regina fez uma postagem questionando as vacinas. "Eu me preocupo com que sejamos sujeitos à obrigatoriedade de tomar mais uma vacina. Então já não ficou provado que vacinas não impedem contágio nem consequências maléficas aos nossos organismos? Prefiro a liberdade de confiar em estimulantes e revigorantes da capacidade de minha defesa, ou seja, da capacidade imunológica do meu organismo", escreveu Regina Duarte.

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Críticas de Zé Neto à Lei Rouanet e Anitta rendem pedidos de CPI do Sertanejo na internet

A hashtag não para de ganhar menções na internet. Fãs da cantora internacional passaram a pesquisar os valores pagos pelos municípios e as formas de pagamento

Modificado em 20/09/2024, 00:14

Cantor sertanejo Zé Neto, que faz dupla com Cristiano

Cantor sertanejo Zé Neto, que faz dupla com Cristiano (Reprodução/YouTube)

A hashtag CPI do Sertanejo não para de ganhar menções nas redes sociais. Internautas cobram posicionamento de políticos para apuração de suspeitas de esquemas entre prefeituras e cantores sertanejos na contratação de shows milionários para eventos municipais sem licitação.

Tudo isso começou depois que o cantor Zé Neto, que faz dupla com Cristiano, dizer em um show que não precisava da Lei Rouanet, que é uma verba pública, e tecer críticas destinadas à cantora Anitta. Os fãs da cantora internacional passaram a pesquisar os valores pagos pelos munícipios e as formas de pagamento.

O que vem sendo divulgado é que estes cantores recebem para uma apresentação, o mesmo gasto na cidade com educação em um mês inteiro. A prefeitura de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, cancelou o show com Gusttavo Lima, que estava marcado para junho deste ano.

Cancelado

O show da dupla Bruno e Marrone na mesma cidade também foi cancelado. O prefeito afirmou em nota que as notícias de que a contratação ocorreria com verbas de saúde e educação são levianas e tendenciosas e que os recursos utilizados são advindos da mineração, previstos em lei.

Esta cidade tinha previsto gastar R$ 2,3 milhões em cachês, e ainda tinham na lista dos sertanejos Simone e Simaria, Israel e Rodolffo dentro da programação da 32ª Cavalgada da cidade. A prefeitura ainda destacou que estes eventos atraem turistas e impulsionam geração de renda no comércio local.

No estado de Roraima, o Ministério Público também decidiu verificar o contrato firmado com Gusttavo Lima depois que a cidade de São Luiz, que tem cerca de 8,5 mil habitantes agendar apresentação do cantor por R$ 800 mil. A assessoria do cantor afirma que não compactua com ilegalidades.

Criticado

O cantor Zé Neto está sendo alvo de críticas entre os sertanejos e empresários do ramo. O colunista Fefito, do UOL, publicou que as falas do sertanejo abriram uma "caixa de pandora" que vem mostrando que boa parte dos shows realizados pelo Brasil teriam sido pagos com dinheiro público, muitas vezes sem licitação.

Fefito diz que teve acesso às mensagens de críticas a Zé Neto e que o "temor é que haja uma 'caça às bruxas' e a fonte seque, uma vez que já há políticos se manifestando e pedindo investigação."

No dia 17 de maio deste ano, durante um show, o cantor disse: "Estamos aqui em Sorriso, no Mato Grosso, um dos estados que sustentaram o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas e não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta e o Brasil inteiro canta com a gente".

Anitta já declarou ter feito uma tatuagem íntima.

Desculpas

O cantor que deu início à revolta dos fãs de Anitta chegou a pedir desculpas em suas redes sociais. Depois que suas falas levaram os usuários da internet a vasculhar os contratos desses shows e outros cantores foram afetados, ele pediu desculpas à Anitta e a quem se sentiu ofendido por suas declarações.

Anitta, por sua vez, fez uma postagem no Twitter, onde a hashtag tem milhares de postagens e referências. Ela comentou: "E eu achando que tava só fazendo uma tatuagem no tororó", se referindo ao fato da crítica feita por Zé Neto à sua tatuagem ter rendido debate sobre contratos de cantores com dinheiro público.

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'Sou plural', Regina Duarte lamenta críticas recebidas após homenagem a Caetano Veloso

Os internautas e seguidores da atriz criticaram a ação devido às opiniões opostas do cantor

Modificado em 21/09/2024, 00:48

Regina Duarte

Regina Duarte (Isac Nóbrega / PR)

A atriz Regina Duarte, 74, publicou um desabafo em suas redes sociais após fazer uma homenagem ao cantor Caetano Veloso, 79. Na manhã desta quarta-feira (22), Duarte fez uma publicação com a legenda #CaetanoForever (Caetano para sempre, em português) e pouco tempo depois teve que apagá-la.

Em seguida, ela compartilhou um vídeo de Caetano e, na legenda da publicação, lamentou as críticas que recebeu. "Apaguei o post anterior. Óbvio! Me deu um nervoso taquicárdico tão grande diante da reação da maioria de vocês! Aí, mais calma, decido voltar!", começou.

"Caetano forever, sim! Porque sou plural! Porque não costumo misturar alhos com bugalhos! E, porque Democracia é isso! Abaixo o fascismo de exigir que todo mundo pense igual! Não é real! Cada um tem todo o direito de ser como quiser!", continuou.

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"Respeito também vocês que não conseguem mais enxergar valores artísticos em quem pensa diferente politicamente. Polarização de m.! Já sofri muito com isso", desabafou a artista que já foi secretária especial de Cultura, tendo deixado o cargo em 2020.

"Já que não tem outro jeito, insisto ainda, não vamos esquecer: democracia é a arte de conviver com a liberdade total de expressão. Está claro? Querem vomitar? Ok! Vomitem à vontade! Eu continuo aplaudindo e me nutrindo da arte de Caetano. Pronto! Falei!", concluiu o texto.

Os internautas e seguidores da atriz criticaram a ação devido às opiniões opostas do cantor. Caetano já se posicionou contra o governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), tendo criticado o político em seu novo single "Anjos Tronchos".

Recentemente, Duarte esteve na pré-estreia do documentário "Nem Tudo se Desfaz", que mostra a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência, na segunda (20), em São Paulo. "Vi o trailer [do filme] e achei fascinante. É importante conhecer a nossa história. Respeito e dou a maior força para quem está voltado para contar um pouco da história que está acontecendo", disse a atriz.

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Lei Rouanet virou ditadura sob o comando de ex-PM e Mario Frias, diz Sá Leitão

Ao todo, 41.817 pediram patrocínio, o que representa um aumento de 338% ante os 9.546 projetos inscritos no ano passado

Modificado em 21/09/2024, 00:40

Lei Rouanet virou ditadura sob o comando de ex-PM e Mario Frias, diz Sá Leitão

(Reprodução / Instagram / @mariofriasoficial )

O secretário de Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, afirmou em entrevista que a gestão cultural do governo Bolsonaro, que ele considera ineficaz, impulsionou os pedidos de ajuda de artistas a governos estaduais.

Em São Paulo, os programas de fomento bateram recorde de inscrições neste ano. Ao todo, 41.817 pediram patrocínio, o que representa um aumento de 338% ante os 9.546 projetos inscritos no ano passado.

Sob Bolsonaro, a Cultura é gerida pelo ator Mario Frias, ex-galã teen de "Malhação", e a André Porciuncula, um ex-policial militar que, mesmo sem experiência com o setor, comanda quase que exclusivamente a Lei Rouanet.

"Bolsonaro deu ao André Porciuncula o cargo não oficial de ditador da Lei Rouanet. O que temos hoje na Lei Rouanet é uma ditadura. Existe uma pessoa que tem poder de vida ou morte sobre projetos culturais", diz Sá Leitão.

É Porciuncula que diz sim ou não aos pedidos de patrocínio para produção de peças de teatro, shows e outros projetos artísticos que chegam ao governo federal, quando o trabalho pertence à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, a Cnic.

A comissão é formada por pessoas com décadas de atuação na cultura, além de representantes do empresariado e das sete entidades vinculadas ao Ministério do Turismo, sob a qual está a Secretaria Especial da Cultura.

O colegiado, no entanto, está desativado desde março, quando terminou o mandato de seus últimos membros, que ofereciam a consultoria ao governo gratuitamente. Desde então, o governo deu a caneta das aprovações ao ex-PM.

"Cresceram os pedidos de ajuda aos estados. O problema é que são poucos os estados que anunciaram programas de fomento, e os que anunciaram tem valores pequenos. São Paulo é exceção da exceção", diz o secretário.

As declarações surgem em meio à polêmica em que Sá Leitão se envolveu nesta segunda-feira ao dizer que havia recebido uma "carta de alforria temporária" do governador João Doria, do PSDB, para participar da cerimônia de posse da nova secretária municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres.

A fala gerou constrangimento entre os presentes, que trocaram olhares de reprovação, segundo relatos feitos à reportagem, já que carta de alforria era um documento por meio do qual um senhor de escravos abria mão dos direitos de propriedade sobre eles.

Sá Leitão também critica a gestão de Mario Frias em relação ao patrimônio público. Ele diz que não obteve resposta para o pedido de transferência da administração da Cinemateca, que pegou fogo no fim de julho, ao governo paulista.

"É muito mais difícil lidar com Mario Frias. Ele é um militante do bolsonarismo que pauta sua atuação pelo desejo de agradar ao chefe. Não tem diálogo. É muito mais difícil do que foi com Regina Duarte e com Roberto Alvim", afirma.

O incêndio, que destruiu filmes e documentos, é apontado por Sá Leitão como uma tragédia anunciada, já que a Cinemateca vinha perdendo funcionários e vendo suas contas atrasarem desde 2019, quando a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, que administrava a entidade, não teve seu contrato renovado.

Um dia após o incêndio, o governo federal decidiu agir, anunciando um edital para contratar uma nova administradora, que receberá R$ 10 milhões anuais --metade do valor que havia sido previsto pelo próprio Ministério do Turismo.

"A perda é significativa, porque é um acervo documental, e a história é contada não só por relatos orais, mas sobretudo por documentos. Com este incêndio, a gente perdeu parte da nossa história", diz Sá Leitão.

Procurada, a Secretaria Especial de Cultura não informou à reportagem se vai transferir a gestão da Cinemateca ao governo paulista.

As críticas do secretário surgem em meio a polêmicas da gestão de Mario Frias, que barrou, por exemplo, a captação de verba via Lei Rouanet pelo Festival de Jazz do Capão, autodeclarado antifascista, com um parecer técnico que cita Deus.

A decisão foi suspensa pela Justiça Federal da Bahia, estado onde o festival ocorre desde 2010. O judiciário mandou a Funarte, a Fundação Nacional das Artes, órgão que havia barrado o pedido, fazer uma nova análise.

O parecer técnico, que ainda cita outras referências religiosas, também é alvo de um inquérito civil do Ministério Público Federal, que já investigava, desde o ano retrasado, suspeitas de impessoalidade em decisões da Funarte.

Em São Paulo, a gestão Doria prometeu investir R$ 200 milhões no fomento cultural --um aumento de 13% ante à verba do ano passado, de R$ 177,2 milhões. Do montante, 9,8% --ou seja, R$ 19,6 milhões-- vieram do governo federal a partir do que restou da Lei Aldir Blanc, criada para socorrer o setor durante a pandemia.

Os pedidos de ajuda ocorreram entre duas modalidades do ProAC, o Programa de Ação Cultural. São eles o ProAC Expresso Editais e o ProAC Expresso Direto, que este ano substituiu as doações empresariais por recursos do governo estadual.

As inscrições para ambas as modalidades terminaram em julho. Agora, o governo avalia quais projetos terão direito ao patrocínio. Enquanto isso, as inscrições para o ProAC Lab, que distribuirá os R$ 19,6 milhões federais, vão até 28 de setembro.

Em paralelo, a gestão paulista conduz a reforma do Museu do Ipiranga, um dos mais importantes do país. O museu, que foi fechado às pressas em 2013 sob risco de queda do forro, será reinaugurado em setembro do próximo ano.

"Atingimos um índice de realização da obra de 70%. O restauro do edifício está quase pronto. O que falta é a obra de ampliação, que é subterrânea, mas tudo está no cronograma. Espero que o governo federal não atrapalhe", diz Sá Leitão.