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Anvisa reforça que ivermectina não é recomendada contra o coronavírus

Medicamento vem sendo sugerido em postagens em redes sociais; remédio é um antiparasitário, usado no combate a vermes, parasitas e ácaros; é mais utilizada no Brasil contra piolhos.

Modificado em 24/09/2024, 01:17

Anvisa reforça que ivermectina não é recomendada contra o coronavírus

(Secom)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou que o uso de ivermectina não é recomendado para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus . O medicamento antiparasitário não tem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Nas últimas semanas, postagens em redes sociais vêm sugerindo que o uso de ivermectina tem curado pessoas com coronavírus . No entanto, os conteúdos são enganosos, como já publicou o Estadão Verifica no mês passado. Em nota publicada em seu site, a Anvisa alerta:

" Diante das notícias veiculadas sobre medicamentos que contêm ivermectina para o tratamento da Covid-19, a Anvisa esclarece:

Inicialmente, é preciso deixar claro que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da Covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso.

Até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil.

Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento.

Cabe ressaltar que o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor."

Estudos recentes mostraram que o medicamento mostrou resultados positivos contra o coronavírus, mas os testes foram feitos in vitro . Em humanos, a dosagem não daria conta de ser efetiva para a Covid-19.

A invermectina é um medicamento antiparasitário, usado no combate a vermes, parasitas e ácaros. É mais utilizada no Brasil contra piolho s.

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Remédios como Ozempic podem aumentar risco de lesão renal aguda e pancreatite, aponta estudo

Classe de medicamentos inicialmente foi desenvolvida para tratamento de diabetes, mas seus benefícios também foram documentados para perda e controle de peso

Modificado em 06/02/2025, 16:37

Imagem ilustrativa de teste de diabetes

Imagem ilustrativa de teste de diabetes (Reproduçãp/Freepik)

Uma pesquisa recém-publicada que analisou dados de cerca de 2 milhões de pessoas observou uma associação entre antagonistas de GLP-1, tipo de remédio que inclui o Ozempic e o Wegovy, e o aparecimento de complicações no pâncreas e nos rins, além de problemas gastrointestinais potencialmente graves. Ao mesmo tempo, os medicamentos também levaram a efeitos colaterais benéficos, como melhoria nas atividades cognitivas de usuários.

O estudo, publicado na revista Nature em janeiro, incluiu informações de saúde de veteranos de guerras dos Estados Unidos diagnosticados com diabetes tipo 2. Dos quase 2 milhões de indivíduos que tiveram seus dados incluídos no estudo, 252 mil faziam uso de algum antagonista de GLP-1. Essa classe de medicamentos inicialmente foi desenvolvida para tratamento de diabetes, mas seus benefícios também foram documentados para perda e controle de peso.

Na pesquisa, quatro medicamentos desse tipo foram incluídos: Ozempic e Wegovy, ambos da Novo Nordisk e já em comercialização no Brasil; e Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, e somente o primeiro com autorização já emitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratamento de diabetes.

A Folha contatou as duas farmacêuticas. A Eli Lilly afirmou à reportagem que os medicamentos podem levar a efeitos colaterais gastrointestinais, como náusea e vômito, lesão renal aguda e pancreatite. "Esses riscos foram comunicados e são amplamente conhecidos pelos profissionais de saúde", continua a empresa, que também diz estar "comprometida em monitorar, avaliar e relatar continuamente os dados de segurança".

Por outro lado, a Novo Nordisk informou que apoia estudos independentes sobre seus remédios, mas também chamou atenção que diferentes pesquisas e iniciativas, como o acompanhamento pós-comercialização de mais de 22 milhões de pacientes, fornecem evidências de que seus remédios são seguros.

O posicionamento da empresa é uma resposta a conclusão do novo estudo que levantou a possibilidade dos remédios produzidos pela Novo Nordisk e pela Eli Lilly estarem ligados ao desenvolvimento de complicações como pancreatite, problemas nos rins, hipotensão e incômodos gastrointestinais, entre outros.

Para chegar a essa conclusão, o estudo acessou os dados dos cerca de 2 milhões de veteranos de guerra com informações compiladas em bancos de dados americanos. Eles foram divididos entre aqueles que utilizavam antagonistas da GLP-1 e outros que não faziam uso desse tipo de remédio. Os pesquisadores acompanharam as informações dos pacientes por mais de três anos, prestando atenção a 175 doenças e condições de saúde.

Esse rastreamento tornou possível comparar diferentes efeitos que esse tipo de medicamento causa. Além dos malefícios, o estudo também observou que as drogas levaram a benefícios para a saúde humana para além do tratamento da diabetes e obesidade. Diminuição do risco de doenças cognitivas, como demência, combate ao consumo excessivo de álcool e desfecho positivos em casos de condições respiratórias são alguns exemplos.

O resultado do estudo é preliminar e só compilou dados de pessoas que utilizam os antagonistas da GLP-1 para tratar diabetes tipo 2. No entanto, Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da WashU Medicine (Escola de Medicina da Universidade Washington em Saint-Louis) e um dos autores do artigo, afirmou à Folha que "não vemos nenhuma razão [...] para pensar que os benefícios e riscos seriam diferentes em pessoas com diabetes em comparação a pessoas sem".

O cientista também acredita que, embora mais dados sejam importantes, é importante estar atento aos efeitos colaterais observados na pesquisa. Ele e os outros autores do estudo escreveram no artigo que os resultados "podem ajudar a orientar a prática clínica e informar futuras direções de pesquisa clínica e mecanicista".

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Em Goiás, 845 mil ainda não tomaram nenhuma dose da vacina contra Covid-19

Quase três anos e meio após início da vacinação, SES-GO ainda trabalha para aumentar cobertura vacinal. Neste mês, Estado recebeu cerca de 86,4 mil doses do imunizante atualizado contra a doença

Modificado em 17/09/2024, 16:14

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.
 (Wesley Costa)

Quase três anos e meio após o início da vacinação contra a Covid-19, Goiás ainda possui 845,8 mil pessoas que não tomaram nenhuma dose do imunizante contra a doença. Neste mês, o governo estadual recebeu cerca de 86,4 mil doses da nova vacina atualizada contra a Covid-19, a monovalente XBB, da farmacêutica americana Moderna, que protege contra as principais cepas em circulação hoje. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) ainda enfrenta desafios para aumentar a cobertura vacinal de alguns grupos, especialmente crianças.

A nova vacina está incluída no Calendário Nacional de Vacinação (para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias), além de ser indicada para grupos prioritários e pessoas que ainda não tomaram nenhuma dose do imunizante. Atualmente, a recomendação é de que pessoas que nunca se vacinaram contra a doença recebam apenas uma dose da vacina contra a Covid-19, sendo ela a monovalente XBB.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, acredita que notícias falsas relacionadas à vacinação, especialmente de crianças, ajudam a explicar o cenário de pessoas ainda desprotegidas. "Para superar esses obstáculos, nosso trabalho tem sido o de repassar a informação correta", esclarece.

Em Goiás, 6,3 milhões de pessoas acima de 5 anos tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 até o primeiro trimestre de 2023. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos que mais aderiram foram as mulheres e os idosos.

Flúvia chama atenção para o fato de que uma parte considerável dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente os que culminam em internações, ainda são causados por Covid-19. Neste ano, dos 3,2 mil casos de SRAG em Goiás, 15,5% são por Covid-19, enquanto a influenza é responsável por 9,5% até agora. "Não é uma doença do passado, é uma doença do presente", pondera.

Durante o lançamento da campanha Vacina Brasil, ocorrida nesta terça-feira (29), a imunologista e diretora médica de Vacinas da América Latina da Adium/Moderna, Glaucia Vespa, compartilhou do mesmo ponto de vista de Flúvia. "A emergência em saúde pública acabou, mas o vírus continua presente", avaliou. Glaucia também chamou atenção para a tecnologia da vacina, que é baseada no mRNA mensageiro. "Destaque pela eficácia e segurança", disse.

O infectologista e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, pontua que a vacinação contra a Covid-19 não é benéfica só para prevenir quadros graves e mortes, mas também para evitar casos de Covid longa. "É quando o indivíduo permanece inflamado após o episódio agudo (da doença)", explica. Alguns dos principais sintomas são a fadiga e a confusão mental. Mulheres, idosos e portadores de comorbidades fazem parte do grupo de risco. "Como não estamos mais em emergência, é preciso entender que a fisiopatologia da doença está mudando. A melhor forma de se proteger é pela vacina."

Vacina

Na visão da superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, ter uma vacina como a monovalente XBB disponível representa um ganho para a população em termos de proteção. "É a que está mais atualizada no que diz respeito às cepas em circulação." O imunizante é conhecido como monovalente XBB por oferecer proteção contra a subvariante ômicron XBB 1.5, que circulou de forma intensa em Goiás em 2023. "Foi a que mais identificamos nos sequenciamento que fizemos", aponta Flúvia.

De acordo com a SES-GO, as mais de 80 mil doses de monovalente XBB recebidas do Ministério da Saúde já estão nos postos de saúde, que estão abastecidos e orientados sobre a aplicação do imunizante. "Temos a expertise. A forma de armazenamento é a mesma da Pfizer, de ultracongelamento", detalha Flúvia.

Idosos

Os idosos representam 65,1% das 28,5 mil mortes por Covid-19 ocorridas em Goiás até agora. Apesar de a cobertura vacinal do grupo ser mais satisfatória, Flúvia reforça que é importante que as pessoas com mais de 60 anos não se esqueçam de tomar o reforço de seis em seis meses. "Nunca deixou de ser um grupo de atenção da doença. Eles têm maior chance de agravamento e morte", avalia Flúvia.

A geriatra e presidente do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, lembra que mesmo com boa saúde, os idosos sofrem com a imunossenescência, um processo de deterioração gradual do sistema imunológico que ocorre com o envelhecimento natural do organismo. Nesse contexto, ainda existem os idosos que possuem quadros agravados por condições crônicas ou uso de medicamentos. "Para envelhecer com saúde, um dos pilares fundamentais é a vacinação", comenta.

Crianças

Em Goiás, as crianças e adolescentes possuem a pior cobertura vacinal contra a Covid-19. A cobertura com duas doses entre aqueles de seis meses a quatro anos de idade é de apenas 12,7%. Apesar de as crianças não estarem entre aqueles que mais morrem, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás destaca que é importante considerar que uma parcela delas tiveram pouco contato com o vírus e ainda não se vacinaram. "Principalmente aquelas que nasceram no pós-pandemia. Um aumento de casos não está descartado", esclarece Flúvia.

A pediatra e membro do departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Flavia Almeida, corrobora as ideias de Flúvia e reforça que do ponto de vista de internação, aqueles com menos de um ano de idade ainda são um grupo importante. O cenário é preocupante, já que, em Goiás, apenas 10,3% daqueles com idade entre seis meses e dois anos tomaram duas doses da vacina contra a doença. Nesse sentido, Flavia explica que é imprescindível que o poder público continue fazendo um trabalho de comunicação e combate às notícias falsas junto aos pais e médicos. "Um trabalho de formiguinha", finaliza.

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Suspeito de matar casal em oficina mecânica por acreditar que eles passaram Covid é preso

O crime ocorreu após o pai e o irmão do suspeito morrerem por complicações causadas pela doença

Modificado em 19/09/2024, 01:18

Vanderli dos Reis Santana, 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano

Vanderli dos Reis Santana, 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano (Polícia Civil/Divulgação)

Dois anos após o crime, a Polícia Militar (PM) prendeu, na noite de terça-feira (26), o homem indiciado pela morte de um casal e por ferir um jovem em Itumbiara, foragido desde 17 de outubro de 2021, quando ele se tornou o único suspeito do assassinato. Vanderli dos Reis Santana, de 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid-19 para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano. Como vingança, atirou pelo menos 19 vezes contra a família.

De acordo com o delegado do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Felipe Sala, responsável pelo caso, Vanderli foi encontrado em um posto de gasolina em Uberaba, onde foi identificado, abordado e capturado pelo 4º batalhão da Polícia Militar.

"O inquérito já havia sido relatado quando ele havia sido indiciado pelos crimes de duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Então, ele já virou réu em ação penal. Já foi denunciado pelo Ministério Público", explica o delegado.

Quando o caso aconteceu, em 2021, o investigador relatou que a perícia encontrou no local do crime aproximadamente 19 cápsulas deflagradas, possivelmente de uma pistola calibre 380.

Já o carro que Vanderli dos Reis Santana utilizou no momento do crime, um GM/Corsa de cor cinza chumbo, identificado por câmeras de segurança, foi abandonado na cidade de Panamá, de acordo com o delegado Felipe Sala.

As vítimas, Flanklaber Silva e Silva, de 40 anos, e Marilia Silva e Silva, de 37, foram baleadas em uma oficina instalada em um galpão próximo do Estádio JK, em Itumbiara, onde a família trabalhava. O homem morreu no local, enquanto a mulher foi socorrida com vida, mas morreu a caminho do hospital.

O filho de Flanklaber, na ocasião com 21 anos, presenciou a cena e foi atingido na perna. O jovem passou por cirurgia no fêmur e, atualmente, está bem e voltou a morar em Itumbiara. A reportagem tentou contato, mas ele preferiu se manter anônimo por receio de represália.

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Goiás está entre os 5 estados com aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave

Médico infectologista explica que o tempo seco e baixa umidade que prevalecem no estado favorecem o aumento de problemas respiratórios

Modificado em 19/09/2024, 01:04

Médico infectologista recomenda que vacinas sejam mantidas em dia

Médico infectologista recomenda que vacinas sejam mantidas em dia
 (Fábio Lima)

Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram sinais de aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Goiás. Segundo a Fiocruz, a tendência para o número de casos, a longo prazo, é de crescimento.

O médico infectologista Boaventura Braz explica que a chamada SRAG compreende várias doenças e possibilidades de diagnósticos. Segundo ele, o tempo seco e baixa umidade que prevalecem no estado favorecem o aumento de problemas respiratórios.

"Quando estamos em momento em que temos ambiente muito seco, isso, de modo geral, já leva as pessoas a terem problemas respiratórios e facilita que sejam adquiridas doenças transmissíveis. Há vários vírus que são facilitados por esse processo de irritação que é provocado nas vias respiratórias. Podemos ter tanto aumento da própria influenza quanto de outros vírus

O especialista destaca que, neste período do ano, é imprescindível que os cuidados com a saúde sejam redobrados, principalmente com relação à hidratação e à vacinação. Segundo ele, no caso de idosos, o risco de doenças como a pneumonia aumenta.

"Tanto do ponto de vista de pessoas de mais idade, é importante redobrar os cuidados do ponto de vista das vacinas, ver se não está faltando vacina da gripe, pneumonia, contra a Covid. Tanto para essa faixa etária (60+), quanto para as demais, é essencial se hidratar de forma persistente e usar máscara sempre que possível, sobretudo em ambientes fechados", afirmou.