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3 mitos e 3 verdades sobre o leite de caixinha

A maior acessibilidade à informação durante a Era Digital tem seus prós e contras devido à facilidade de propagação de desinformação.

A era digital tem contribuído para a propagação de desinformação sobre os alimentos

A era digital tem contribuído para a propagação de desinformação sobre os alimentos (Freepik)

Ao mesmo tempo que nos trazem um universo quase que infinito de informações e conteúdos relevantes e construtivos, as redes sociais também são hoje a principal fonte de desinformação no mundo moderno. Esse fato ganha contornos ainda mais sérios se levarmos em conta os resultados de um estudo feito em 2023, pela Brazil Panels, uma das maiores agências de pesquisa de mercado no país, em parceria com a Vasques Marketing Digital, que revelou que mais de 90% da população brasileira considera as redes sociais fundamentais para o consumo de informações e notícias.

Uma informação errada divulgada em larga escala pode gerar situações muito graves, especialmente quando dizem respeito a medicamentos e alimentos. No campo da alimentação, o leite, por exemplo, é uma das vítimas daquelas fake news que aparecem em nossas timelines com cara de notícia séria ou como um alerta para ajudar.

De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) até o ano de 2023, o consumo de leite e seus derivados no Brasil era de 183 litros/habitante ao ano, acima da média mundial de 116 litros per capita/habitante ao ano. Com base em informações fornecidas por uma das mais tradicionais marcas de leite e derivados do Brasil, a Marajoara, cuja fábrica está localizada em Hidrolândia (GO), esclarecemos a seguir três mitos e três verdades sobre o leite.

Leite de caixinha tem agentes cancerígenos MITO - O processo de envase do leite longa vida, o "leite de caixinha", é conhecido como UHT, uma abreviação do termo em inglês ultra-high temperature, ou seja: tratamento do leite com altas temperaturas. Esse procedimento é feito do seguinte modo: o leite in natura é recolhido dos produtores rurais e armazenado em tanques com isolamento térmico, revestido por chapas de alumínio que conservam a temperatura do alimento.

Imediatamente após a chegada na indústria, uma amostra de cada caminhão é submetida à testagem de qualidade. Na fábrica da Marajoara, por exemplo, são realizadas 17 pesquisas no período de duas horas. Após esse processo, o alimento é direcionado para a sala de esterilização, onde, por meio de um processo de injeção de vapor, são eliminados os outros 15% das bactérias que permaneceram após a pasteurização. Nessa etapa, uma tubulação de vapor quente que chega a 150° C realiza a esterilização do leite por choque térmico, e logo em seguida, uma tubulação com água gelada recupera a temperatura de 26°C a 27°C do produto. Na sala de esterilização também acontece a homogeneização do leite com a regulagem do seu nível de acidez.

Leite desnatado é leite integral com água MITO- O leite desnatado ou semidesnatado passam pelos mesmos processos de pasteurização e esterilização e também pelas mesmas regras rigorosas de controle de qualidade e sanitárias previstas em lei. De acordo com as explicações de Vinícius Junqueira, gerente de marketing da Marajoara, o que diferencia esses dois tipos de leite, do chamado leite integral, é a redução da quantidade de gordura.

"O leite, em sua composição natural, já possui mais de 80% de água. Entre 12% e 13% de sua composição é de elementos sólidos como lipídios (gordura), carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Portanto, o leite desnatado ou semidesnatado, nada mais é do que um leite um percentual de gordura bem menor do que o leite chamado integral, e não um leite que recebe água", explica. Essa redução do teor de gordura acontece na sala de pasteurização, em que o leite passa pela centrífuga. Nesse maquinário acontece a regulagem do teor de lipídios, definindo se o leite será integral, semidesnatado ou desnatado.

É necessário ferver o leite de caixinha antes de consumir MITO - Após a esterilização, homogeneização e envase em embalagem asséptica, hermética e sem contato com a luz, o leite está pronto para o consumo humano, sem a necessidade de ferver. Vinícius Junqueira, da Marajoara, destaca ainda que o uso do processo UHT e das embalagens longa vida representaram uma revolução em termos de segurança alimentar para o leite. Ele lembra que é graças a esse processo e ao uso de embalagens modernas que é possível a conservação do leite (lacrado na caixa) durar por 4 meses.

Alergia é diferente de intolerância à lactose VERDADE - A alergia é uma reação do sistema imunológico da pessoa a determinados alimentos ou alguns de seus componentes. Para algumas pessoas o leite pode ser um deles alimentos alérgicos, e nessa situação o seu consumo deve ser totalmente restringido. Vale lembrar que os sintomas de alergia costumam ser bem mais intensos e graves do que a intolerância alimentar, que em geral se restringem a um desconforto intestinal.

No caso da intolerância à lactose, trata-se, não de uma alergia, mas sim uma dificuldade maior de digerir esse açúcar existente no leite. Essa é uma reação que pode ou não ocorrer e varia de pessoa para para pessoa e pode ocorrer que intolerância, inclusive, não se manifeste numa determinada fase de vida, mas ocorra em outro momento. Isso ocorre porque há uma deficiência do organismo na produção da enzima lactase, responsável por sua digestão. Porém, hoje em dia, além de medicamentos que auxiliam na produção na digestão da lactose, a moderna indústria da alimentação já fabrica em larga o leite e derivados livres de lactose.

Nossa capacidade de digerir a lactose muda quando ficamos um tempo sem tomar leite VERDADE - A lactose é digerida facilmente quando o organismo tem a enzima lactase. Porém, quando ficamos longos períodos (meses ou anos) sem consumir leite, o nosso corpo entende que não é preciso mais produzir essa enzima. Se voltamos a consumir o leite, há então um período de readaptação, que pode sim traduzir em algum desconforto intestinal, um sintoma típico da intolerância à lactose, conforme explica a nutricionista Yumi Kuramoto, que atende no centro clínico Órion Complex, em Goiânia,.

Ela, inclusive, explica qual o papel que o leite ocupa no nosso esquema alimentar e na busca por nutrientes essenciais à vida. "O leite tem um papel importantíssimo na nossa rotina porque ele é nossa principal fonte de cálcio, além de ser rico em minerais, vitaminas, proteínas e lipídios. Ele deve ser consumido corretamente e regularmente, independentemente da faixa etária que a pessoa está", orienta a nutricionista.

Considerando isso, a interrupção do consumo desse alimento incentivada por qualquer desinformação pode causar prejuízos à saúde. "Com muito tempo consumindo alimentos sem lactose, a pessoa sem intolerância a esse carboidrato abundante no leite deixa de produzir a enzima lactase, responsável pela catalização da lactose, e pode desenvolver a intolerância que antes não tinha", explica Yumi.

Tomar leite depois de praticar exercícios físicos é uma boa opção VERDADE - Um estudo realizado na Inglaterra pela Universidade de Newcastle e publicado no Medicine and Science in Sports and Exercise revelou como positiva a eficiência do leite para ser consumido como pós-treino. É recomendada sua ingestão nos primeiros 30 minutos após o final da atividade. A mistura de proteína, carboidrato, água e micronutrientes presentes no leite tornam a bebida um isotônico para o pós exercício, visto que ele aumenta a síntese proteica muscular após as atividades, reidrata e contribui para a ressíntese do glicogênio e ameniza dores e perdas de funções musculares.

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Consumidor ainda é vítima de fake news sobre o leite longa vida

Ações de esclarecimento são importantes para trazer mais segurança ao público.

Modificado em 17/09/2024, 17:23

Consumidor ainda é vítima de fake news sobre o leite longa vida

(Divulgação)

De acordo com uma pesquisa realizada pela Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em média, 116,5 kg de leite são consumidos por habitante a cada ano no país, e essa quantidade tem aumentado a taxas de 1,2% ao ano. Segundo a instituição, a maior parte deste consumo se dá através do leite longa vida, que passa por pasteurização, esterilização e recebe uma embalagem asséptica e sem contato com a luz.

Graças a este processo, ele tem um prazo de validade de cerca de quatro meses antes de aberto, o que torna seu acesso mais prático para as famílias. Contudo, a falta de conhecimento sobre este processo de envase gera dúvidas acerca da pureza do leite longa vida. Um exemplo aconteceu ano passado, quando uma fake news sobre sua composição, publicada no Instagram, viralizou.

Substâncias tóxicas como soda cáustica, água oxigenada e formol foram apontadas pelo autor do vídeo como responsáveis pelo leite permanecer válido por mais de uma semana na caixinha. Na época, diante da problematização, grandes veículos precisaram pautar o assunto para levar a informação verdadeira.

Para apresentar os protocolos de segurança alimentar do leite longa vida, Marajoara Laticínios lançou a primeira edição do projeto de visitas guiadas pela fábrica, começando pelos nutricionistas. "São profissionais importantes no processo de educação alimentar da população, por isso iniciamos esse projeto de relacionamento com este importante segmento, destacou Vinícius Junqueira, diretor de marketing da indústria de laticínios sediada em Hidrolândia (GO), que conduziu toda a apresentação do caminho do leite, desde a chegada das fazendas até a embalagem.

Segundo ele, "a ação foi realizada para que as convidadas pudessem conhecer melhor nossos processos de segurança alimentar", disse o anfitrião do encontro.

Dos pastos até a mesa
O processo de envase do leite longa vida também é conhecido como UHT, uma abreviação do inglês para ultra-high temperature, ou seja: tratamento do leite com altas temperaturas. Durante a visita guiada, as convidadas puderam conhecer como se dá este processo na prática.

O leite in natura é recolhido de produtores rurais parceiros e armazenado em tanques com isolamento térmico, revestido por chapas de alumínio que conservam a temperatura. "O transporte do alimento é realizado por caminhões, e entre a ordenha até o leite chegar na fábrica, o prazo máximo é de 12 horas. Esse prazo deve ser respeitado pois o leite tem um período máximo de 24 horas até estar envasado, para que o consumo possa ser feito com segurança", explicou Vinícius.

Imediatamente após a chegada do leite, uma amostra do carregamento é submetida à testagem de qualidade, e são realizadas 17 pesquisas no período de 2 horas. Caso o produto esteja dentro dos padrões, a descarga do leite a partir do caminhão é feita num tanque de resfriamento físico, e depois é encaminhado para a sala de pasteurização.

Esse é um procedimento térmico de tratamento do leite, em que ele é resfriado e aquecido simultaneamente por meio de um sistema de tubulações. Por um lado, a tubulação de água quente chega a 140°C; por outro, a de água gelada chega a 1°C, e esse processo elimina 85% das bactérias presentes no leite.

Também, na sala de pasteurização, o leite passa pela centrífuga, um maquinário que regula o teor de gordura e define se aquele leite será integral, semidesnatado ou desnatado. Após esse processo, o alimento é direcionado para a sala de esterilização, onde são eliminados os outros 15% das bactérias que permaneceram após a pasteurização por meio de um processo de injeção de vapor.

Nessa etapa, uma tubulação de vapor quente que chega a 150° realiza a esterilização do leite por choque térmico, e logo em seguida, uma tubulação com água gelada recupera a temperatura de 26°C a 27°C do produto.

Na sala de esterilização também acontece a homogeneização do leite com a regulagem do seu nível de acidez. O leite UHT produzido na Marajoara é adicionado de 0,07g por litro para a regulagem da acidez. "Não há conservantes", esclareceu Vinícius Junqueira.

Após essa etapa, o leite já é direcionado para o envase na caixa asséptica e sem contato com a luz. De acordo com o diretor de marketing da Marajoara Laticínios esse é o motivo de o leite durar quatro meses dentro da embalagem. "Como no envase são eliminadas 99,9% das bactérias, aquele leite só será contaminado depois que a embalagem for aberta. Após a violação do lacre, aquele produto tem validade de dois dias, já que teve contato com o ar e com as bactérias do ambiente", diz Vinícius.

Informação alimenta saúde
Para a nutricionista Jocielle Fernandes, conhecer esse processo de envase é essencial para combater os modismos que circundam o consumo de leite. "Na visita pudemos atestar em cada etapa e entender que a durabilidade do leite está muito mais relacionada ao processo de esterilização do que com a adição de qualquer conservante. É importante que as pessoas saibam disso também para que não tomem decisões infundadas que podem prejudicar a saúde", disse ela.

"Por conta da falta de conhecimento sobre a procedência do leite de caixinha, que é o tipo leite mais acessível para o consumo hoje, acreditar que o alimento não é seguro para o consumo ou possui muitos aditivos químicos é um caminho que muitas pessoas escolhem, mas essa crença não condiz com a realidade", disse nutricionista Laura Biella, também presente na visita.

Já a nutricionista Maria Lemes ressalta os pontos que mais chamaram a atenção ao conhecer a indústria. "Foi muito interessante conhecer a fábrica de laticínios, e ainda mais ver a preocupação com a qualidade do produto, desde os testes em laboratório até o envase".

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Meu Bichinho

4 mitos e verdades sobre os hábitos alimentares dos gatos

O paladar exigente é apenas uma das peculiaridades dos felinos, que já correspondem a mais de 30 milhões dos pets brasileiros

Modificado em 17/09/2024, 17:29

Gatos não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais

Gatos não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais (Gustavo Araújo)

Com hábitos alimentares próprios e paladares um tanto sofisticados, os gatos ganham fama e incontáveis memes na internet. Quem nunca viu uma publicação de um gato reclamando que está passando fome em frente ao comedouro cheio, por exemplo? Embora seja divertido rir desses comportamentos, compreender as peculiaridades da espécie facilita a vida do tutor e colabora com a qualidade de vida dos bichanos.

A médica-veterinária e consultora da DrogaVET, Farah de Andrade, revela alguns mitos e verdades sobre os felinos.

Os felinos são carnívoros -- VERDADE
Assim como os felinos de grande porte (tigres, onças, entre outros), os gatos domésticos também são carnívoros obrigatórios, o que significa que sua dieta natural é composta principalmente de carne. Na natureza, a ingestão de folhas, grãos e vegetais é feita em menor proporção e por meio dos alimentos contidos no estômago das presas. Por isso, a alimentação natural e as rações incluem também legumes, verduras e até mesmo carboidratos, em menor proporção.

Algumas características do organismo dos gatos são exclusivas de carnívoros, como ter menos dentes molares e pré-molares, se comparados aos cães, e dentes caninos maiores para perfurar e rasgar a carne das presas. O sistema digestório é mais simples, pois há baixa ingestão de fibras e carboidratos, tendo o estômago menor e o intestino mais curto que outras espécies. Além disso, o gato não possui a enzima que dá início à digestão dos carboidratos na boca, a amilase salivar.

Os gatos não sentem o sabor doce - VERDADE
Outra característica curiosa é não conseguirem detectar o sabor doce devido à ausência de um receptor específico e ao número de papilas gustativas reduzidas, cerca de 500, enquanto os humanos possuem mais de 9 mil. No entanto, os sabores amargo, salgado e ácido são percebidos pelos felinos.

Embora o paladar não seja como o nosso, o olfato é o sentido mais utilizado: os gatos têm três vezes mais células olfativas do que os humanos. Por isso, a alimentação deve ser bem cheirosa e a interferência de outros odores junto aos comedouros deve ser evitada, como o uso de produtos de limpeza e essências para o ambiente.

Os bichanos são seletivos para comer porque são mimados -- MITO
O que parece frescura, na verdade é o instinto de proteção dos felinos. A ração que fica exposta por muito tempo perde o frescor, o odor e pode até proliferar microrganismos, o que é interpretado pelo gato como um alerta de perigo. Além disso, eles não gostam de encostar os bigodes nos potes e podem se recusar a comer os grãos de ração que ficam nos cantos.

A veterinária lembra também que o ideal é disponibilizar a alimentação mais vezes ao dia e na quantidade necessária para o período. Os gatos preferem fazer várias pequenas refeições, em vez de consumir grandes quantidades de uma só vez, assim como seus ancestrais selvagens, que capturavam pequenas presas diversas vezes ao dia.

Considerando ainda a ancestralidade, a preferência por alimentos úmidos e suaves vem da semelhança com carne fresca. "Esse fator também pode ser considerado quando o gato precisa de um tratamento. Eles não costumam aceitar a ingestão de comprimidos, mas podem se adaptar facilmente com medicamentos manipulados em formas úmidas, como molhos e pastas orais, e se sentirem atraídos pelos flavorizantes de peixe, frango, carne e queijo, por exemplo", ressalta a veterinária. A DrogaVET é pioneira em manipulação veterinária, oferecendo cerca de 20 formas farmacêuticas e 30 flavorizantes que facilitam a adesão ao tratamento de diversas espécies.

Os hábitos alimentares adquiridos nos primeiros 6 meses de vida também influenciam as escolhas quando adultos. Se experimentarem texturas e sabores variados quando filhotes, se adaptarão mais facilmente a dietas diversificadas.

Os gatos preferem o sabor de peixe - MITO
A clássica cena dos desenhos animados com gatos enfeitiçados pelo sabor de peixe não é tão verdadeira. Na natureza, os felinos caçam mais aves e roedores. Por isso, rações e alimentação natural com carne bovina, de cordeiro e, especialmente, frango costumam fazer muito sucesso.

"Devemos observar o apetite do pet com a ração ou alimentação. Se ele não parecer tão motivado ao se alimentar é importante testar um novo sabor, lembrando que a troca de ração deve ser gradativa para não afetar o sistema digestório do animal. Além disso, gatos não devem ficar longos períodos sem se alimentar. Então, nada de experimentar deixar o gato sem comer na tentativa de que ele aceite o sabor disponível", alerta Farah.

A veterinária também revela que na rotina da farmácia o sabor frango é o mais pedido, seguido por salmão e atum. "Conhecer o paladar e o que estimula o olfato do pet é crucial, não somente para a dieta do animal, mas também para quando ele precisa de um tratamento".

Além das peculiaridades alimentares dos bichanos, é importante considerar os cuidados com a higiene para garantir a aceitação dos alimentos e a saúde do pet. É recomendável manter um local fixo para os comedouros, sempre longe da caixa de areia, e lavá-los após a alimentação para evitar a proliferação de microrganismos.

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Entenda quais são as indicações para os diferente tipos de leite

Integral, semi-desnatado, desnatado e zero lactose. Você sabe a diferença de cada um deles?

Modificado em 17/09/2024, 17:19

Entenda quais são as indicações para os diferente tipos de leite

(Divulgação)

Fonte de gordura, carboidratos, proteínas, sais minerais e gorduras, o leite é essencial para a nutrição e desenvolvimento humano desde os primeiros momentos de sua vida: afinal, essa é a base da alimentação dos mamíferos. Importante não somente na infância, ele continua a compor as dietas da fase adulta.

De acordo com uma pesquisa de 2019 publicada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, "em média, 116,5 quilos de leite (o que equivale a 113,11 litros) são consumidos por cada habitante por ano, e essa quantidade tem aumentado a taxas de 1,2% ao ano".

Porém, por mais que ele seja uma fonte vital de nutrição, existem pessoas com restrições alimentares ou ao próprio leite. Segundo um estudo realizado pelo laboratório Genera, 51% da população brasileira tem tendência a desenvolver intolerância à lactose, o principal açúcar presente no leite.

Uma pessoa com esse diagnóstico tem uma incapacidade de digerir a lactose devido a deficiência ou ausência da enzima lactase, responsável pela digestão desse nutriente. Outro caso particular seria o de uma pessoa em fase de emagrecimento.

Segundo Karine Lima, nutricionista que atende no centro clínico do Órion Complex, "uma pessoa em fase de emagrecimento tende a perder massa muscular. Por isso, é muito importante que ela atinja a quantidade recomendada de proteínas diárias para manter esse tecido muscular. É interessante saber que essa meta pode ser atingida ao mesmo tempo que evita-se o consumo das calorias que vêm do açúcar e da gordura presentes no leite integral, por exemplo", diz.

Para atender estas situações, a indústria de laticínios desenvolveu alternativas ao leite integral, como o zero lactose, semidesnatado e desnatado. E estes subtipos têm garantido a muita gente esta fonte importante de alimentação. Na Marajoara Laticínios, eles já correspondem a 40% da produção. Conheça mais sobre os tipos de leite disponíveis para o consumo.

Leite integral
Esse leite não passou por nenhum processo de remoção de gordura, sendo consumido, então com grande parte das suas características nutricionais originais. Geralmente, são comercializados após um processo de pasteurização, que ajuda a garantir maior tempo de validade do produto e segurança ao consumir esse alimento. Segundo a Marajoara Laticínios, esse tipo de leite tem 3% de gordura e também conta com alta concentração de proteínas e cálcio. Ele é indicado para crianças em fase de crescimento, pessoas que não possuem restrições alimentares ou que desejam ganhar peso.

Leite semidesnatado
O leite passou por um processo de remoção de pelo menos 50% do volume de gordura total do alimento, tendo em sua composição de 1,5% a 0,7% desse componente. É importante ressaltar que essa diminuição na concentração de gordura não afeta o volume de proteínas e de cálcio encontrados. Por esse motivo, o semidesnatado é muito valorizado por quem quer controlar a ingestão de calorias e está em processo de transição entre o consumo do integral e o consumo desnatado.

Leite desnatado
O leite passou pelo processo de remoção total das gorduras encontradas nesse alimento, sendo considerado a versão menos calórica dos três tipos apresentados. Após a remoção da gordura, ainda mantém a mesma quantidade de proteínas, seus micro e macronutrientes, e é recomendado para quem deseja controlar a ingestão de gordura e para quem está em processo de emagrecimento.

Leite sem lactose
Esse leite foi acrescido da enzima lactase, responsável pelo processamento da lactose presente no alimento originalmente. Ele foi adaptado para intolerantes à lactose que possuem dificuldade em digeri-la, e garante os benefícios do leite sem o desconforto digestivo.

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Preço do leite dispara 21,3% este ano em Goiás

Item já acumula alta de quase 25% em 12 meses e continua subindo por causa de aumento dos custos e queda na produção

Modificado em 20/09/2024, 00:55

Preço do leite dispara 21,3% este ano em Goiás

A alta no preço do leite longa vida tem assustado o consumidor nas últimas semanas. Nesta quinta-feira (9), o litro do produto já era encontrado por até R$ 5,99 no comércio da capital. O reajuste acumulado de janeiro a maio deste ano chega aos 21,3% e, em 12 meses, a alta no varejo já é de 24,5%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo IBGE. Entre os motivos para esta alta, está o recuo da produção no campo, por causa da saída de muitos produtores da atividade.

De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária Leiteira da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Vinícius Correia, a estimativa é que cerca de 10 mil produtores tenham abandonado a atividade nos últimos dois anos. Com a oferta reduzida, os preços para o produtor subiram. O resultado tem sido uma queda na produção goiana, estimada em mais de 3% para este ano.

Com a oferta reduzida, os preços para o produtor reagiram nos últimos meses e estão cerca de 20% maiores. Segundo Vinícius Correia, atualmente os valores recebidos variam de R$ 2,50 a R$ 3. Neste mesmo período do ano passado, a cotação média era de R$ 2,07, segundo o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag). Já o preço chamado leite spot, que é mais caro por ser comercializado em maior volume das cooperativas para os laticínios goianos ou entre as próprias indústrias do setor, já varia de R$ 3,35 a R$ 3,55.

"Este cenário é resultado do abandono da atividade por muitos produtores e de uma política, muitas vezes, leonina por parte dos laticínios, que pressionam pela queda nos valores pagos ao produtor", avalia Vinícius. Outra forte pressão, segundo ele, veio da alta nos custos de produção, que praticamente triplicaram nos últimos dois anos.

Para o pecuarista, os valores atuais remuneram o produtor, mas não se sabe por quanto tempo eles continuarão nestes patamares mais elevados, já que há sempre uma pressão por quedas. Porém, desta vez, ele não acredita num recuo a curto prazo. "Está faltando leite no mundo todo. Os valores atuais são os maiores já alcançados no leilão internacional", destaca.

Margens

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) confirma que o avanço do preço do leite ao produtor é consequência da diminuição da produção no campo, principalmente por causa do aumento dos custos de produção e da entressafra. Com isso, os preços dos derivados do leite também subiram no mercado, como os iogurtes e bebidas lácteas, que hoje estão 18,3% mais caros que no mesmo período do ano passado em Goiânia.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, lembra que a produção mundial de leite vem caindo, assim como a brasileira. Outro impacto vem da seca no Sul do País e do início da entressafra no Centro-Oeste. "A pecuária leiteira também viveu um período de muitos abates de vacas e muitos produtores migraram para o plantio de grãos. O parque industrial não pode ficar sem leite, com a menor oferta, prevalece a lei da oferta e procura, que aumenta os preços", explica o executivo.

O resultado imediato da alta nos preços, segundo Alfredo, é o recuo das vendas, pois o consumidor já está com o orçamento muito pressionado pela inflação. Para ele, também há uma margem de lucro elevada no varejo, que é estimada entre 20% e 30% no caso dos derivados do leite, segundo os valores no atacado e os preços médios praticados nas gôndolas. "Hoje, a indústria vende o quilo do queijo muçarela por uma média de R$ 33 a R$ 35. Já no supermercado, todos vemos que o preço atual oscila numa faixa entre R$ 45 e R$ 50 para o consumidor", diz o diretor do Sindileite. Segundo ele, o leite longa vida é vendido por R$ 4,20 a R$ 4,50 no atacado.