Geral

Após registro, Procon de Rio Verde alerta para 'golpe do colchão'

Preço do produto, que promete auxiliar no tratamento de várias doenças, pode chegar a até R$ 10 mil quando financiado; órgão ressalta que alguns clientes sofreram golpe duplo e chegaram a pedir empréstimo consignado para adquirir o item

Modificado em 24/09/2024, 01:49

Rio Verde

Rio Verde (Reprodução)

O Procon de Rio Verde informou nesta terça-feira (26) que voltou a registrar reclamações no município "do golpe do colchão" magnético, vendido a preços exorbitantes. O produto, que promete auxiliar no tratamento de várias doenças, como artrite, artrose e doenças respiratórias, tem sido vendido por R$ 6 mil, mas, quando financiado, pode chegar a R$ 10 mil, que geralmente é divido em até 12 vezes.

"O golpe se dá quando vendedores bem apresentados, com elevado poder de persuasão e com veículos de alto valor, visitam a vítima em casa para vender um colchão magnético. Ao fechar o negócio, o vendedor faz o comprador assinar um contrato com a descrição da forma de pagamento. Quando a vítima descobre que caiu em um golpe tenta desfazer a compra, mas não consegue porque na maioria das vezes já passou o 'prazo de arrependimento', determinado pelo Código de Defesa do Consumidor, que é de sete dias. Assim, a empresa do colchão alega que o prazo já expirou e não pode cancelar a venda", relatou a coordenadora do Procon Rio Verde, Ana Carolina Martins Vieira da Silva.

A coordenador pede para que a população fique em alerta, que devido a pandemia do novo coronavirus, muitos idosos estão em suas residências, por fazerem parte do grupo de risco, para não caírem nesse golpe.

Golpe duplo
Em outros casos atendidos pelo Procon em Rio Verde, o vendedor avisou que os pagamentos seriam realizados via boleto, mas com posse de todos os dados e documentos pessoais da pessoa, levou a vítima até a agência bancária e firmaram um empréstimo consignado em seu nome.
Há ainda o fato de que o produto usa propaganda enganosa, pois segundo relatam as vítimas, o colchão não apresenta nenhum benefício para quem o usa, já que não diminui dores ou alivia qualquer outro sintoma.
Para evitar problemas como esse sempre que um produto seja oferecido com alguma vantagem, faça constar no contrato ou em um documento da empresa, para que caso não satisfaça sua expectativa possa procurar o órgão de defesa do consumidor e fazer sua reclamação.

Geral

Receita Federal emite alerta contra golpe de falso imposto sobre Pix

Em comunicado nesta quinta (9), a Receita reafirmou que não existe tributação sobre Pix e que a Constituição proíbe impostos sobre movimentação financeira

Modificado em 10/01/2025, 18:38

Receita Federal

Receita Federal (Receita Federal)

A Receita Federal emitiu alerta para um novo golpe praticado por criminosos que utiliza nome, cores e símbolos oficiais do órgão para cobrar um falso tributo sobre transações realizadas por meio de Pix.

Os criminosos informam as vítimas sobre a falsa cobrança envolvendo transações via Pix com valores acima dos R$ 5.000 e afirmam que o não pagamento do boleto levaria ao bloqueio do CPF (Cadastro de Pessoa Física).

Em comunicado nesta quinta (9), a Receita reafirmou que não existe tributação sobre Pix e que a Constituição proíbe impostos sobre movimentação financeira.

A Receita Federal, portanto, não cobra e jamais vai cobrar impostos sobre transações feitas via Pix. O que está ocorrendo é apenas uma atualização no sistema de acompanhamento financeiro para incluir novos meios de pagamento na declaração prestada por instituições financeiras e de pagamento", disse o Fisco em nota.

Desde o dia 1º, o serviço de monitoramento de transações financeiras foi ampliado para transferências Pix que somam ao menos R$ 5.000 por mês, no caso de pessoas físicas. Para pessoas jurídicas, o montante estabelecido foi de R$ 15 mil mensais.

As novas regras não criarão impostos para o Pix, esclareceu o Fisco em outro comunicado oficial, na terça-feira (7). A informação falsa tomou as redes sociais depois que a ampliação da fiscalização sobre transações digitais entrou em vigor.

A nova norma "não implica qualquer aumento de tributação" e visa apenas melhorar o "gerenciamento de riscos pela administração tributária". A Receita justificou a medida apontando que ela aumenta o controle sobre operações financeiras e facilita o combate à sonegação de impostos e à evasão fiscal.

COMO SE PROTEGER DE GOLPES

No exemplo de golpe demonstrado pela Receita, os criminosos utilizam um texto falso para pressionar o pagamento de um boleto de R$ 845,20. A mensagem afirma que a vítima movimentou mais de R$ 5.000 via Pix, por isso deve pagar uma taxa para evitar o bloqueio total do CPF.

Segundo a Receita Federal, os contribuintes devem desconfiar de mensagens suspeitas e não repassar informações pessoais em respostas a emails ou mensagens de origem desconhecida que solicitem dados financeiros ou pessoais.

Além disso, a pessoa deve seguir dicas básicas como evitar clicar em links desconhecidos e arquivos anexos, duas das principais portas de entrada para a instalação de programas que podem roubar informações e arquivos de celulares e computadores.

A Receita utiliza canais exclusivos e seguros para se comunicar com os contribuintes, como o Portal e-CaC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e o site oficial da instituição. São nesses canais oficiais que a pessoa pode confirmar se informações recebidas em redes sociais procedem ou não.

Outro ponto de atenção envolve a distribuição de fake news nas redes, que facilitam o trabalho dos golpistas diante do crescimento da desinformação entre a população. A sugestão é evitar o compartilhamento desse tipo de informação falsa.

Mensagens com informações alarmantes ou urgentes, com erros de gramática, sensacionalistas e com promessas milagrosas, geralmente são falsas.

A Receita Federal não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais. Sempre confirme diretamente pelos canais oficiais", diz o Fisco.

A orientação ao receber mensagens suspeitas ou duvidosas é procurar os canais oficiais da Receita Federal.

Geral

Fumar ao volante é infração de trânsito, alerta Secretaria de Mobilidade

Multas podem ser aplicadas por agentes de trânsito e câmeras de vídeo monitoramento presentes em quatro locais de Goiânia

Motorista acendendo cigarro ao volante

Motorista acendendo cigarro ao volante (Divulgação / Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM))

A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) alerta que fumar ao volante é infração de trânsito. Além disso, comer e segurar qualquer objeto enquanto dirige pode causar multa de R$ 130,16 além da perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Isso porque o motorista acaba tirando uma das mãos do volante.

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

A infração é considerada de natureza média. Conforme a SMM, está prevista no Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz que retirar uma das mãos do volante para manusear objetos que não sejam do uso exclusivo do veículo é infração.

No entanto, movimentos naturais do braço, mudar de marcha e usar equipamentos e acessórios do veículo são permitidos pelo CTB.

O hábito de fumar ao dirigir pode desviar a atenção, segundo a secretaria. Um exemplo é quando o motorista desvia os olhos para enxergar a posição correta do filtro do cigarro.

Além disso, há possibilidade do cigarro cair no interior do veículo, o condutor pode tentar apagar, podendo acontecer acidente ou ter uma reação inadequada diante de um imprevisto de trânsito, devido à distração, informou a SMM.

As multas podem ser aplicadas por agentes de trânsito e por câmeras de vídeo monitoramento. Em Goiânia, as câmeras estão presentes no Parque Vaca Brava, Aeroporto de Goiânia, Emílio Póvoa, localizada na Vila Redenção e na Rua 10, no Centro.

Geral

Cidade de Goiás está em alerta por causa de temporal

Chuvas intensas aumentam o volume do curso d’água. Medo de inundação levou a realocação de patrimônio histórico e transferência de pacientes internados em hospital

Modificado em 17/09/2024, 16:07

Rio Vermelho experimentou elevação com precipitação acumulada de 192 milímetros em intervalo de 24 horas. Ele chegou a transbordar antes

Rio Vermelho experimentou elevação com precipitação acumulada de 192 milímetros em intervalo de 24 horas. Ele chegou a transbordar antes (Fábio Lima)

Ponte danificada após ser atingida pela força das águas em Corumbá


Ponte danificada após ser atingida pela força das águas em Corumbá

 (Reprodução / Instagram)

Depois do aumento do nível do Rio Vermelho na noite desta terça-feira (20), a cidade de Goiás continua em alerta. Em 24 horas, a precipitação acumulada alcançou 192 milímetros (mm) e a previsão é de que as chuvas continuem nos próximos dias. O temor de alagamentos fez com que parte do patrimônio histórico fosse realocado. Os pacientes internados no Hospital Caridade São Pedro D'Alcântara foram regulados para outras unidades de saúde.

Ao todo, 30 membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) estão na cidade para monitorar a situação. A população vilaboense tem um histórico de trauma com chuvas fortes. Em 2001, poucos dias depois de ter recebido o título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cidade foi atingida por uma das enchentes do Rio Vermelho, o que gerou perda de grande parte do patrimônio.

De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cihmego), a chuva esperada para fevereiro na cidade de Goiás é de 262 mm. Entretanto, é esperado entre 334 mm a 478 mm no município em fevereiro de 2024. Nesta quarta-feira (21), foram registrados 62 mm de chuva na jusante (saída da cidade). A precipitação acumulada em 24 horas foi de 192 mm. "Para os próximos dias ainda temos pancadas de chuvas, mas não estamos vislumbrando altos volumes e sim volumes mais próximos da normalidade", esclarece André Amorim, gerente do Cihmego.

O prefeito da cidade de Goiás, Aderson Liberato Gouvea (PT), conta que o aumento das chuvas e do nível do rio fez com que a prefeitura dialogasse com a gestão do Hospital Caridade São Pedro D'Alcântara para que os 22 pacientes que estavam internados na unidade fossem transferidos, já que o hospital fica às margens do rio. Em parceria com o governo estadual, os pacientes foram regulados para unidades de Goiânia, Trindade e Nerópolis. Dois deles são bebês e outros dois estão em estado grave de saúde.

O hospital continua atendendo casos de emergência, mas a prefeitura também tem preparado uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Centro de Especialidades Médicas Municipal para receber pacientes. "Em caso de alagamento, cada unidade fica de um lado do rio", explica Gouvea. Na terça, também visando a minimizar riscos, o expediente da prefeitura, que também é próxima ao rio, foi encurtado. "Todos foram liberados às 16 horas. Atualmente, tudo segue funcionando normalmente", pondera Gouvea.

O aumento do nível do rio fez com que a água inundasse a rua da prefeitura e do hospital, mas ela não chegou a invadir os prédios. Até o fim da tarde desta quarta, nenhum imóvel da cidade tinha sido inundado. "Mas pedimos que as pessoas fiquem atentas às informações veiculadas nas rádios e nos canais oficiais da prefeitura. Caso a sirene toque e as autoridades sinalizem uma evacuação, todos devem seguir as orientações", frisa o prefeito da cidade.

Patrimônio

No Museu Casa de Cora Coralina, que fica às margens do Rio Vermelho, os materiais do acervo que ficam na parte inferior da casa foram retirados e levados para o prédio do Museu Dominicano Frei Nazareno Confaloni, nas proximidades da Igreja do Rosário. Itens maiores foram reorganizados na parte superior do museu, que está fechado até segunda ordem.

Na manhã desta quarta, o Instituto Biapó, associação de promoção à assistência social, cultural e educacional, de meio ambiente e de promoção ao turismo com sede em frente ao Museu Casa de Cora Coralina, desmontou as três exposições que estavam na galeria de forma preventiva. "Os nossos dois pianos foram realocados para a parte mais alta da sede. A previsão é que reabriremos as galerias neste sábado (24), às 13 horas", explica Px Silveira, curador do Instituto Biapó.

Cuidados

O capitão do CBM-GO especialista em salvamento e desastre, Thiago Wening, afirma que é importante que a população fique alerta aos avisos emitidos pelo poder público. "É importante evitar, se possível, trafegar junto ao curso d'água", diz Wening, chamando a atenção para o risco das trombas d'água. Ele também destaca que pessoas a pé, de moto ou carro não devem atravessar vias, pavimentadas ou não, que estejam alagadas. "A correnteza tem muita força. O ideal é procurar um ponto mais elevado", finaliza.

Ponte histórica de Corumbá caiu

Uma das construções históricas de Corumbá de Goiás, conhecida como Ponte de Madeira, caiu na manhã desta quarta-feira (21). O acidente ocorreu após uma grande quantidade de restos de um bambuzal colidir com uma das vigas de sustentação da ponte, o que levou uma parte dela a desmoronar. O local já foi isolado. O bambu foi arrastado pelo curso do Rio Corumbá, que ficou extremamente cheio e com uma forte correnteza depois das chuvas intensas ocorridas nos últimos dias no município.

De acordo com a presidente da Associação de Cultura e Defesa do Patrimônio Histórico de Corumbá de Goiás (ACDPH), Christiane Pavelkonski, a ponte em questão leva o nome de seu projetista: General João José de Campos Curado, um engenheiro corumbaense. Ela foi construída entre 1897 e 1900 em regime de mutirão pela população do município sob a liderança de Antônio Félix Curado. Na década de 1950, passou pela ponte o material, maquinário e mão de obra destinados à construção de Brasília, capital federal.

"Uma das mais antigas de Goiás. Reivindicamos às autoridades que façam esforços para a reconstrução desse símbolo histórico de Corumbá", clama Christiane. Como a ponte é patrimônio histórico, a prefeitura da cidade está fazendo uma análise preliminar dos danos e pretende acionar o governo estadual e federal para fazer um estudo e promover a restauração da construção no menor tempo possível.

Geral

91 cidades goianas estão em alerta para dengue

Número cresce rapidamente em cenário que combina três fatores que favorecem piora da situação: chuvas, mudança de vírus predominante e mais calor por causa do El Niño

Modificado em 17/09/2024, 15:42

Agentes de endemias fazem vistoria na no Residencial Eldorado: pneus são apenas uma das preocupações

Agentes de endemias fazem vistoria na no Residencial Eldorado: pneus são apenas uma das preocupações
 (Wildes Barbosa)

++GABRIELLA BRAGA++

Goiás tem 91 municípios em estado de alerta para a dengue. O número, atualizado diariamente, causa preocupação à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) diante de uma possível nova epidemia neste ano. Inversão do sorotipo predominante em circulação, e a irregularidade nas chuvas e nas temperaturas são os fatores para o cenário. Poder público chama atenção para eliminação de focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença.

O alerta para a dengue é calculado com base na média de casos esperado para cada município, e o total de notificações confirmadas. Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Flúvia Amorim aponta que ainda não dá para ter certeza como será o cenário em 2024, mas já aponta que, no verão, pode ser tão crítico como em 2022. "A pior epidemia que já tivemos no estado", pondera. Alertas para o aumento na disseminação dos vírus transmitidas pelo mosquito já foram emitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por conta do fenômeno climático El Niño.

Além da dengue, o Aedes aegypti pode transmitir zika e chicungunha. Entretanto, a maior circulação é a dengue. São quatro sorotipos do vírus causador desta última. Em Goiás, explica Flúvia, a incidência é do tipo 1 e 2. "O 2 ficou três anos sem circular", relata, ao acrescentar que agora o vírus voltou a ser mais predominante, a chamada inversão viral. Com isso, o risco de uma nova epidemia é maior. "Não tem uma resposta única. As pesquisas falam que quando tem uma grande epidemia para cada sorotipo que pega fica permanentemente protegido contra ele, e para os outros fica protegido por um tempo menor. Dificilmente se ficar o mesmo sorotipo tem dois anos epidêmicos pelo mesmo. Mas quando tem a mudança do vírus, muda o cenário", explica.

Ainda conforme Flúvia, o estado conseguiu se manter abaixo da média nacional no ano passado, com 68.574 ocorrências da doença confirmadas. "O sorotipo 1 era predominante, como não teve mudança em 2023, não teve problema", explica. No entanto, 2022 este foi o pior da série histórica. Naquele ano, foram 194.608 casos confirmados de dengue, um aumento de 212% em relação a 2021, quando 62.221 infecções foram apontadas no estado.

Para se ter ideia do motivo da preocupação com a situação atual, a superintendente já havia apontado, em entrevista à TV Anhanguera nesta quarta-feira (17), que 64 municípios goianos estavam em alerta. Um dia após, nesta quinta-feira (18), Flúvia informou que são 91 cidades, um aumento de 29 localidades. Nos primeiros 18 dias do mês já foram confirmados 3.339 casos de dengue em Goiás. Destes, um óbito já foi confirmado, em Uruaçu, no Norte goiano, e outros três suspeitos estão em investigação.

Diante do aumento, a SES-GO tem orientado aos municípios na preparação para a assistência de saúde rápida em relação aos quadros graves. A exemplo, o painel da pasta, chamado de diagrama de controle, também permite que os "gestores municipais possam monitorar diariamente se está com tendência de subida, para que se preparem para atender o aumento de demanda". A secretaria também monitora o avanço do sorotipo 3, que até o momento não chegou ao estado.

Outros fatores de alerta elencados por Flúvia, além da irregularidade nas chuvas decorrentes do El Niño, incluem o controle dos vetores. Conforme ela, levantamentos municipais apontaram que o principal criadouro de mosquitos está no lixo. Em outras situações, em barris e tonéis que moradores utilizam para guardar água. Por isso, aponta, também tem sido feita uma orientação aos municípios sobre a "importância do controle do vetor e manejo ambiental, tirando o lixo no tempo correto."

Combate

Gerente de Controle de Animais Sinantrópicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Wellington Tristão explica que a equipe de combate a endemias tem reforçado as visitas em casas, comércios e demais áreas, como lote baldios, para prevenir focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti. As inspeções feitas bimestralmente por agentes de combate a endemias visam localizar possíveis pontos de acúmulo de água, e os eliminando.

"Com o início do período chuvoso aumentamos a intensidade do nosso trabalho. Isso significa que vamos fazer mais eliminação de criadouros, e trabalho de saúde ambiental para evitar o nascimento do mosquito. Agora também tem um agravante que as pessoas viajaram para vários locais e estão voltando para suas casas e também podem estar trazendo os vírus. Então estamos atentos", pondera. Na capital, são sete distritos sanitários com mais de 800 profissionais que fazem as visitas domiciliares periódicas.

Dentre os pontos de intensificação do trabalho, estão visitas em pontos de alto risco de proliferação, tais como ferros velhos e borracharias. O jornal acompanhou nesta quinta-feira (18) a visita de agentes a um imóvel onde é feita laminação de pneu, um serviço que transforma pneus inservíveis em outros produtos. O local é considerado de maior risco por conta dos pneus, que podem acumular água. O proprietário Arlindo Eustáquio, de 69 anos, entretanto, segue as orientações sobre o manejo correto. "Estão sempre orientando aqui junto com a gente. Ajuda muito", conta.

A agente de combate a endemia Vera Lúcia Cândida, de 63 anos, explica que na prática profissional há ainda moradores que recusam a entrada dos profissionais. "Alguns são mais resistentes, falam 'na minha casa não tem nada'. Às vezes não tem nada que dá para a pessoa ver, mas o agente chega e vê", explica. Conforme ela, são vários locais inusitados que os ovos larvais podem ser colocados. Um desses, por exemplo, pode existir por mais de um ano em um local seco. Quando entra água novamente, ele pode eclodir. "A questão é muito séria. Os moradores deveriam se conscientizar mais a respeito."

Vacina será ofertada no SUS

A nova vacina contra a dengue, chamada de Qdenga, será incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde (MS). Entretanto, ainda não há previsão de quando isso deve ocorrer. A expectativa é que seja divulgada a quantidade de doses para cada estado durante a reunião do Comissão Intergestores Tripartite (CIT), no início de fevereiro, que engloba secretarias de estado e conselhos de saúde. A informação foi repassada pela superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Flúvia Amorim.

Indicada para pessoas com idade dee 4 a 60 anos, a vacina é a segunda contra a doença a ser produzida no mundo, e a primeira a ser ofertada pelo SUS. No Brasil, num primeiro momento, a aplicação só estará disponível para a faixa etária de 6 a 16 anos. Conforme o MS, a farmacêutica japonesa Takeda Pharma ainda não consegue produzir em larga escala para fornecimento a toda a população brasileira.

A infectologista Marília Turchi, do Laboratório Padrão, explica que, diferentemente da primeira vacina da dengue, a Dengvaxia, a Qdenga pode ser aplicada em indivíduos que já tenham sido infectados, e também naqueles que ainda não foram. A primeira exige infecção natural prévia para a aplicação. No entanto, há contraindicações, como grávidas, lactantes, e pessoas imunodeprimidas. Nos demais casos, a rede privada já oferta o imunizante, que é aplicado em duas doses. O valor médio é de cerca de 400 reais.

"Dá proteção para os quatro tipos, sobretudo nas formas graves. Entretanto, não protege igualmente para todos os tipos", pondera. A médica destaca ainda que a vacinação é uma forma de garantir a proteção individual, e também coletiva, visto que a dengue tem uma forma de transmissão vertical, ou seja, o mosquito e o ser humano podem infectar um ao outro. E acrescenta: "sozinha não vai resolver tudo, tem que ter medidas de prevenção, como eliminar criadouros de vetores e fazer a proteção individual, a exemplo dos repelentes."