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Área de transbordo de lixo da Comurg é embargada em Goiânia

Medida foi tomada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Com isto, a companhia fica proibida de fazer transição de resíduos no espaço. Multa em caso de descumprimento é de R$ 4 mil por dia

Modificado em 17/09/2024, 15:53

Caminhão de lixo em depósito: reportagem esteve no local e observou que volume de resíduos diminuiu na comparação com o início da semana, quando problema veio a público

Caminhão de lixo em depósito: reportagem esteve no local e observou que volume de resíduos diminuiu na comparação com o início da semana, quando problema veio a público
 (Wildes Barbosa)

++Gabriella Braga++

A central de transbordo da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), nas proximidades da GO-020, foi embargada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) diante do uso da área como "depósito temporário de resíduos sólidos, em desconformidade com a lei". O DAQUI mostrou na quinta-feira (1º) que, nas últimas semanas, o espaço se transformou em um lixão a céu aberto. Fiscais da pasta estiveram no local no mesmo dia, e constataram a irregularidade.

A área é utilizada pela companhia para fazer a migração dos resíduos coletados pelos caminhões compactadores, em parte da capital, para as carretas. Em seguida, os materiais são levados ao aterro sanitário, localizado próximo à GO-060, na saída para Trindade. A medida serve para facilitar a coleta de lixo, visto que os veículos coletores não precisam ir até o aterro para descarregar. Entretanto, ao menos nas últimas duas semanas, após problemas em equipamentos utilizados para o transbordo, os resíduos passaram a se acumular no espaço.

Com o embargo feito na quinta-feira, a Comurg fica proibida de utilizar a área de transbordo "para a finalidade de depósito temporário, nas condições que estava sendo utilizado". A notada Semad explica ainda que as intervenções para correção dos problemas existentes não estão impedidas, como a limpeza e o reparo dos equipamentos danificados. Também foi fixada multa diária de R$ 4 mil em caso de descumprimento.

A companhia alegou, ainda na quarta-feira, que o acúmulo de lixo teve início após "um rompimento no suporte localizado no final da rampa de carga e descarga". A rampa serve para transferir os resíduos dos caminhões compactadores para as carretas, que fazem o descarte no aterro. Em justificativa apresentada durante reunião entre a Semad, Comurg, Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) e Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), nesta sexta-feira (2), o município apontou que a situação "aconteceu em razão de problemas estruturais em uma das bicas."

Após a denúncia, os caminhões começaram a ir diretamente ao aterro sanitário, e a área de transbordo começou a ser limpa. Em nota encaminhada ao jornal nesta quinta-feira, a Comurg informou que o serviço de limpeza tinha previsão de término para esta sexta. A reportagem esteve no local e observou grande redução no volume, mas ainda havia acúmulo no terreno.

O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano de Carvalho, investiga o caso e também esteve no a área nesta quinta. Na ocasião, foi informado a ele por gestores locais que a retirada seria finalizada até domingo (4).

A companhia informou à Semad que a "operação de coleta de lixo em Goiânia pode ficar prejudicada caso o embargo seja mantido". Por isso, a pasta estadual determinou uma nova vistoria no dia 14 de fevereiro. "Caso a situação de dano ambiental tenha sido sanada, promover a suspensão do embargo", informa, em nota. Há duas condições para a retirada da restrição: a total remoção dos resíduos, e que a área volte a ser utilizada apenas após a reforma da estrutura danificada. "Em outras palavras, o Estado quer garantias de que a Comurg observou todas as considerações técnicas concernentes ao funcionamento daquele espaço."

Funciona sem licença

O DAQUI mostrou na edição desta sexta-feira que a estação de transbordo funciona sem licença ambiental. A informação repassada pelo delegado Luziano de Carvalho mostra que o local nunca contou com o licenciamento, e apenas um protocolo de 2012, solicitando a autorização à Amma, foi feito. Com isso, a Semad informou que "o termo de suspensão do embargo também estabelecerá prazo para que o município proceda com o licenciamento ambiental da área de transbordo."

Conforme a secretaria estadual, "o município informou que está em curso uma licitação que alterará a responsabilidade pelo serviço de coleta de lixo de Goiânia, e que a Comurg só tem interesse de usar a área de transbordo no período entre o fim da reforma e a conclusão do processo licitatório". "Depois disso, caberá à empresa licitante dar solução às questões de logística da operação", continua.

O processo licitatório para terceirização dos serviços de coleta de resíduos sólidos e seletiva, remoção de entulhos, e varrição mecanizada, teve um único consórcio classificado, conforme o DAQUI mostrou no final de janeiro. A reportagem mostrou ainda, na terça-feira (30), que a Procuradoria Geral do Município (PGM) tenta convencer o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) a não suspender a licitação, novamente, sob alegação de que ainda há risco de colapso no serviço, mesmo após a locação de até 30 caminhões compactadores.

A Comurg diz, em nota, que durante a reunião com a Semad "ficou acordado que na próxima semana todas as exigências legais serão atendidas para que o desembargo seja realizado." A reportagem também questionou a respeito da limpeza na área de transbordo, mas a companhia não retornou até o fechamento desta matéria.

O jornal também questionou à Semad quais as leis infringidas. No entanto, não obteve resposta.

Geral

Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

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Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

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Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".