Geral

Chacina de família no DF foi planejada e execução durou quase 1 mês, diz polícia

Suspeitos previam matar 11ª vítima; crime foi motivado por dinheiro de um terreno avaliado em R$ 2 milhões, aponta apuração

Folhapress

Modificado em 19/09/2024, 00:11

10 pessoas da mesma família foram mortas em um crime que chocou o país

10 pessoas da mesma família foram mortas em um crime que chocou o país (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta sexta-feira (27) que chacina de dez pessoas de uma mesma família foi planejada e a execução durou quase um mês, desde o dia em que as primeiras vítimas foram sequestradas e levadas para um cativeiro.

"Cada vítima foi morta com diferente requinte de crueldade", afirmou o delegado Ricardo Viana, titular da 6ª Delegacia de Polícia do DF e responsável pelas investigações.

De acordo com Viana, o corpo de um dos mortos foi esquartejado. Outros foram incinerados, incluindo as seis vítimas encontradas em dois carros queimados localizados em rodovias no entorno do Distrito Federal. Três corpos foram jogados em uma cisterna.

Os autores agiram motivados por questões financeiras, segundo as apurações. Tinham interesse no dinheiro da venda de um terreno pertencente a integrantes da família e valores depositados em contas bancárias.

À Folha o advogado que representa a mãe da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, uma das vítimas, disse que o terreno visado pelos criminosos fica próximo ao condomínio Entre Lagos, em Itapoã, região administrativa do DF. "Aqui as terras são muito caras, naquela localização, um lote simples custa em torno de R$ 350 mil, R$ 400 mil", afirmou João Darc's Fernandes Costa.

Os investigadores atribuem ao grupo uma série de crimes, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, extorsão mediante sequestro com resultado morte, ocultação de cadáver e associação criminosa, além de corrupção de menor em virtude da participação de um adolescente na trama. As penas somadas variam de 190 a 340 anos.

A polícia não descarta que tenha havido violência sexual contra as mulheres mantidas em cativeiro. Duas delas ficaram 18 dias de posse dos criminosos e outras duas ficaram 14 dias.

Segundo as investigações, os eventos que culminaram na morte das dez pessoas começaram ainda no ano passado, quando houve a invasão a uma chácara onde morava parte das vítimas. Outros familiares foram atraídos ao local e assassinados.

Cinco pessoas foram presas por suspeita de participação no crime. Além deles, um adolescente de 17 anos foi ouvido e teve a sua internação provisória solicitada à Justiça pela Delegacia da Criança e do Adolescente, que investiga a sua atuação.

Os suspeitos presos são Carloman dos Santos Nogueira, 26, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, Gideon Batista de Menezes, 55, Fabrício Silva Canhedo, 34 e um homem conhecido como Galego, 25.

O crime

Os corpos da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, e dos três filhos dela, um menino de 7 anos, e um casal de gêmeos de 6, foram encontrados carbonizados no dia 13 deste mês, em Cristalina (GO), dentro do carro da família. Eles foram as primeiras vítimas a aparecer.

Um dos suspeitos chegou a afirmar à polícia que o crime tinha sido encomendado pelo marido, Thiago Gabriel Belchior, 30, e pelo sogro dela, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, para tomar o dinheiro da venda de uma casa.

Nos dias seguintes a essa versão, os corpos de Thiago e Marcos Antônio também foram encontrados. Com isso, a polícia concluiu que informação sobre os mandantes não era verdadeira e tenha tido apenas a intenção de tumultuar as investigações ou atenuar a pena em caso de uma eventual condenação.

Dois dos presos eram funcionários e moravam numa chácara com Marcos Antônio, a esposa, Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, filha de ambos.

Geral

Receita abre nesta segunda (24) consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda

Fisco informou que vai pagar R$ 253,8 milhões de restituição a cerca de 120 mil contribuintes que corrigiram pendências

Receita citou que só faz o pagamento da restituição em conta bancária no nome do contribuinte

Receita citou que só faz o pagamento da restituição em conta bancária no nome do contribuinte (Reprodução)

A Receita Federal abrirá, a partir das 10h desta segunda-feira (24), a consulta ao lote residual do Imposto de Renda do mês de março.

Para saber se está neste lote, o contribuinte deve acessar o site do órgão, neste link. É preciso informar CPF e data de nascimento. Também é possível fazer a consulta no site ou aplicativo Meu Imposto de Renda.

Serão pagos R$ 253,8 milhões a cerca de 120 mil segurados que saíram da malha fina do IR. O depósito da restituição será feito no dia 31 de março (segunda-feira seguinte), na conta informada pelo contribuinte ao declarar o IR.

Do total, R$ 168,8 milhões serão destinados a contribuintes que possuem prioridade legal, sendo:

3.163 idosos acima de 80 anos 16.215 contribuintes entre 60 e 79 anos 2.405 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou doença grave 4.013 cuja maior fonte de renda seja o magistério 75.790 contribuintes que não possuem prioridade legal, mas que receberam prioridade por terem utilizado a declaração pré-preenchida ou optado por receber a restituição via Pix. O restante do valor será para pagar restituições a 18.453 contribuintes que não têm prioridade legal.

Outra forma de checar informações sobre a situação fiscal é por meio do e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita Federal), que exige senha do portal Gov.br nível prata ou ouro.

A Receita diz que só faz o pagamento da restituição em conta bancária no nome do contribuinte. Dessa forma, as rotinas de segurança impedem o pagamento caso ocorra erro nos dados informados ou algum problema na conta de destino.

Se o contribuinte identificar alguma pendência na declaração, é possível retificá-la, corrigindo as informações que estejam equivocadas.

A Receita também disponibiliza aplicativo para tablets e smartphones que possibilita consultar diretamente informações sobre liberação das restituições do IR e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.

Geral

'Operação Asfixia' prende mais um suspeito por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo no Tocantins

Jovem de 18 anos tinha tambor enterrado dentro do quarto para armazenar drogas, segundo a Polícia Civil. Operação investiga atuação da facção PCC no Tocantins

Modificado em 05/02/2025, 18:37

Pistola, munições e drogas apreendidas com suspeito preso em flagrante (Polícia Civil / Divulgação)

Pistola, munições e drogas apreendidas com suspeito preso em flagrante (Polícia Civil / Divulgação)

Um jovem de 18 anos foi preso em flagrante durante a Operação Asfixia, da Polícia Civil. Ele foi abordado na porta de casa e os agentes encontraram mais de três quilos de cocaína, além de uma arma de fogo escondida no forro do quarto dele.

Durante a operação realizada nesta terça-feira (4), 16 pessoas foram presas, sendo 11 no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Foram expedidos 17 mandados de prisão contra traficantes do PCC que atuam no Tocantins e em outros cinco estados. Dois suspeitos estão foragidos.

Um dos principais alvos da operação é a mulher, de 25 anos, conhecida como Dama do Crime. Foi apurado que ela estava no topo da hierarquia do PCC no estado. O grupo é suspeito de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e também de lavagem de dinheiro, movimentando mais de R$ 20 milhões nos últimos dois anos.

O jovem, que não teve o nome divulgado, foi preso durante a tarde no Jardim Bela Vista, região sul de Palmas. Ele vai responder pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ele teve o celular apreendido, além de crack, munição e uma pistola calibre 380.

A casa do suspeito foi identificada pelos agentes da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas) como um possível local de armazenamento de drogas do PCC em Palmas.

Segundo o delegado Thyago Busttorf, o local estava sendo monitorado e o suspeito foi abordado quando chamou um carro de aplicativo para sair da casa. Antes de entrar no veículo, os policiais detiveram o rapaz.

Além da arma escondida no forro, os policiais encontraram um tambor enterrado no chão do quarto. O recipiente era utilizado para armazenar drogas.

O suspeito foi levado para a 2ª Central de Atendimento da Polícia Civil e posteriormente encaminhado para a Unidade Penal de Palmas, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Célula do PCC no Tocantins

A operação aconteceu de forma simultânea em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). O grupo criminoso que atuava no Tocantins é suspeito de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e também usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas. Armas que também teriam sido enviadas a outros estados pela facção criminosa para alimentar a guerra entre facções.

Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também teve 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.

A investigação contra o grupo começou em fevereiro de 2024 após a prisão de traficantes no Tocantins. Um dos principais alvos da operação é a mulher conhecida como Dama do Crime. Ela está presa desde dezembro, quando foi alvo de outra operação da Polícia Civil, mas teve uma nova ordem de prisão preventiva cumprida nesta terça-feira (4).

Conforme apurado pela investigação, o grupo criminoso também atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes da facção têm sede em São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa enviava armas para esses estados, alimentando guerras entre facções rivais.

As armas seriam as mesmas que foram usadas por facções em vários homicídios registrados na capital no primeiro semestre de 2023.

A operação foi nomeada de 'Asfixia' e é conduzida pela Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas). O objetivo principal da ação é enfraquecer os ganhos financeiros da organização, segundo o delegado Alexander Costa.

Nos últimos dois anos foi identificada uma movimentação financeira de R$ 20 milhões. Ao bloquear as contas dos principais laranjas, vamos interromper o fluxo financeiro decorrente da lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas dessa célula que é vinculada à uma facção paulista com atuação em vários estados da federação", disse.

Dama do Crime fazia 'elo' entre traficantes e o PCC

Dama do Crime é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins (Reprodução / g1 Tocantins e TV Anhanguera)

Dama do Crime é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins (Reprodução / g1 Tocantins e TV Anhanguera)

Lúcia Gabriela Rodrigues, conhecida como 'Dama do Crime', é investigada por ser responsável pela administração da venda e armazenamento de drogas em cidades do Tocantins. O inquérito policial aponta que a jovem de 25 anos estava no topo da hierarquia do PCC no estado. Dentro da facção ela liderava outros membros, dividia as funções e organizava a distribuições das drogas entre traficantes.

Mensagens trocadas em grupos de Whatsapp encontradas pela polícia, mostram que a Dama tinha uma lista com o nome de todos os pontos de comercialização das drogas, as chamadas "lojas". Dessa forma, ela fazia um controle financeiro dos locais ao cobrar dos traficantes um relatório sobre vendas e estoque.

A defesa de Lúcia Gabriela disse que está apurando as informações sobre as novas acusações e que em breve irá se pronunciar sobre o caso.

O grupo liderado por Lúcia tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa.

A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes 'Dama' e 'Larissa'. Ela seria a responsável por coordenar o setor gerencial e o setor financeiro dentro da organização.

Conforme o inquérito, no grupo ela fazia o "fechamento", como um balanço do que foi comercializado no dia. As bocas que conseguiam vender avisavam que a loja estava "sem nada". Essa função posteriormente foi passada para uma mulher chamada de 'Tempestade', que também é investigada pela polícia.

Geral

Mandante de ataques, logística e gerenciamento de drogas: Dama do Crime comandava PCC no Tocantins, aponta investigação

Jovem está presa desde dezembro, e é uma das investigadas na operação da Polícia Civil que investiga a atuação da facção no Tocantins. Durante a ação nesta terça-feira (4), 15 pessoas foram presas

Modificado em 05/02/2025, 12:51

Dama do Crime é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins (Reprodução / g1 Tocantins e TV Anhanguera)

Dama do Crime é investigada por gerenciar tráfico de drogas em cidades do Tocantins (Reprodução / g1 Tocantins e TV Anhanguera)

Lúcia Gabriela Rodrigues, conhecida como 'Dama do Crime', é investigada por ser responsável pela administração da venda e armazenamento de drogas em cidades do Tocantins. O inquérito policial aponta que a jovem de 25 anos estava no topo da hierarquia do PCC no estado . Dentro da facção ela liderava outros membros, dividia as funções e organizava a distribuições das drogas entre traficantes.

Ela foi um dos alvos da Operação Asfixia, da Polícia Civil. Durante a ação realizada nesta terça-feira (4), 15 pessoas foram presas, sendo dez no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Segundo a polícia, traficantes são suspeitos de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas.

A investigação contra o grupo começou em fevereiro de 2024. Lúcia está presa desde dezembro, quando foi alvo de outra operação da Polícia Civil. Ela também mas teve uma nova ordem de prisão preventiva cumprida nesta terça-feira.

A defesa de Lúcia Gabriela disse que está apurando as informações sobre as novas acusações e que em breve irá se pronunciar sobre o caso.

Como a 'Dama' comandava?

Mensagens trocadas em grupos de Whatsapp encontradas pela polícia, mostram que Dama tinha uma lista com o nome de todos os pontos de comercialização das drogas, as chamadas "lojas". Dessa forma, ela fazia um controle financeiro dos locais ao cobrar dos traficantes um relatório sobre vendas e estoque.

Conforme o inquérito, no grupo ela fazia o "fechamento", como um balanço do que foi comercializado no dia. As bocas que conseguiam vender avisavam que a loja estava "sem nada". Essa função posteriormente foi passada para uma mulher chamada de 'Tempestade', que também é investigada pela polícia.

A Dama do Crime também era responsável por receber as drogas e reabastecer os pontos de venda. Em uma conversa em janeiro do ano passado, ela avisa aos outros membros que está procurando uma casa para que as "formigas que vêm de longe" possam dormir, ou seja, os responsáveis pelo transporte das drogas.

Durante a investigação, a polícia teve acesso a um áudio em que Lúcia dá ordens aos membros da facção para criar um grupo restrito com objetivo de organizar ataques e "eliminar" membros de uma organização rival. No arquivo ela chama "os irmãos" para juntar forças, com armamento e dinheiro, para "fazer o bagulho acontecer". Ao final dos avisos e pedidos, ela se colocava à disposição para tratar de outras demandas.

O 'elo' entro os traficantes e o PCC

<br />

Conforme o inquérito, Dama do Crime também fazia o 'elo' entre os traficantes locais e os líderes da facção paulista . O grupo liderado por Lúcia tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa.

A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes 'Dama' e 'Larissa'. Ela seria a responsável por coordenar o setor gerencial e o setor financeiro dentro da organização.

Lúcia já havia sido presa em julho de 2024 com mais R$ 300 mil em drogas, mas conseguiu habeas corpus para responder em liberdade alegando ser a única responsável por cuidar do filho de quatro anos. Após ser solta, ela teria debochado da situação nas redes sociais, segundo a polícia. Pouco tempo depois, ela foi presa novamente em outra operação da Polícia Civil no mês de dezembro. Desde então está na Unidade Prisional Feminina de Palmas.

Operação Asfixia

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia (Divulgação/PCTO)

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia (Divulgação/PCTO)

A ação aconteceu na manhã desta terça-feira (4) em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). A Polícia Civil cumpriu 15 mandados de prisão contra traficantes do PCC, dois suspeitos estão foragidos. Segundo a polícia, o grupo teria movimentado R$ 20 milhões nos últimos dois anos.

Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também tem 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.

O grupo é suspeito de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e também de lavagem de dinheiro. Conforme apurado pela investigação, o grupo criminoso também atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes da facção têm sede em São Paulo.

Geral

Dama do Crime ocupava 'topo da pirâmide' e fazia 'elo' entre traficantes do Tocantins e o PCC em SP, diz Polícia Civil

Investigação aponta que a suspeita gerenciava operações e o setor financeiro do grupo criminoso no estado. Operação 'Asfixia' prendeu 15 pessoas suspeitas de ligação com a facção paulista

Modificado em 04/02/2025, 14:36

Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira foi presa suspeita de tráfico de drogas e organização criminosa (Reprodução)

Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira foi presa suspeita de tráfico de drogas e organização criminosa (Reprodução)

Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, alvo da Operação Asfixia nesta terça-feira (4), estava no topo da pirâmide da célula do PCC no Tocantins, segundo a investigação da Polícia Civil. O grupo foi alvo da Operação Asfixia nesta terça-feira (4). Conforme a decisão, ela fazia o 'elo' entre os traficantes locais e os líderes da facção paulista.

O grupo é suspeito de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e também de lavagem de dinheiro. Armas que também teriam sido enviadas para outros estados para alimentar a guerra entre facções.

Segundo a polícia, o grupo teria movimentado R$ 20 milhões nos últimos dois anos.

A operação ocorre de forma simultânea em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP). 15 pessoas foram presas, segundo a polícia, sendo dez no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Outros dois suspeitos estão foragidos.

Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também tem 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.

'Dama do Crime' foi alvo de outras operações

Lúcia já havia sido presa com mais R$ 300 mil em drogas em julho de 2024, mas conseguiu habeas corpus para responder em liberdade alegando ser a única responsável por cuidar do filho de quatro anos. Após ser solta ela teria debochado da situação nas redes sociais, segundo a polícia.

Pouco tempo depois, a Dama foi presa novamente em outra operação da Polícia Civil no mês de dezembro. Desde então está em uma penitenciária do Tocantins e foi alvo de mais dois mandados de prisão preventiva.

A defesa de Lúcia Gabriela disse que está apurando as informações sobre as novas acusações e que em breve irá se pronunciar sobre o caso.

De acordo com a decisão da 4ª Vara Criminal e da Justiça Militar, que autorizou a operação desta terça-feira, o grupo liderado por Lúcia tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa. Os agentes identificaram os setores de direção, gerencial, setor de transporte, setor financeiro e setor de vendas.

A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes 'Dama' e 'Larissa'. Ela seria a responsável por coordenar o setor gerencial e o setor financeiro dentro da organização.

'Lojistas Tocantins'

A polícia encontrou vários grupos de mensagens dos quais a Dama participava. Entre eles o 'Lojistas Tocantins', onde Lúcia cobrava relatórios diários das vendas das lojas espalhadas pelo estado e marcava auditorias entre os participantes.

Conforme apurado, 'lojistas' corresponde a um consórcio de traficantes locais. Eles se organizam para adquirir drogas de forma coletiva diretamente dos líderes da organização, que possuem vínculos diretos com o PCC em São Paulo.

Esses 'lojistas' eram responsáveis pela distribuição e comercialização das drogas no varejo. Além disso, desempenham funções essenciais, como a prestação de contas e o repasse dos valores arrecadados aos líderes da facção.

Acerto de contas

Através do grupo 'Lojistas Tocantins', segundo a decisão, Lúcia também organizava a logística de distribuição das drogas e dava ordens para organizar ataques e eliminar membros de uma facção rival que estariam "embaçando a quebrada".

Em conversas do dia 7 de maio, a Dama fez mais uma auditoria entre os membros do grupo de mensagens e informou aos integrantes das 'lojinhas' sobre a existência de pendências financeiras. Em seguida, outro 'lojista' compartilhou os dados bancários de um laranja para receber o dinheiro.

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia (Divulgação/PCTO)

Suspeito de participar de organização crimonosa é preso pela polícia na Operação Asfixia (Divulgação/PCTO)

Operação Asfixia

Nesta terça-feira (4), além dos mandados de prisão preventiva, são cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e 20 ordens de bloqueio de contas bancárias. A decisão é assinada pelo juiz José Ribamar Mendes Júnior, da 4ª Vara Criminal e da Justiça Militar.

15 pessoas foram presas, segundo a polícia, sendo dez no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Outros dois suspeitos estão foragidos. Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro.

A operação foi nomeada de 'Asfixia' e é conduzida pela Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas). O objetivo principal da ação é enfraquecer os ganhos financeiros da organização, segundo o delegado Alexander Costa.

Nos últimos dois anos foi identificada uma movimentação financeira de R$ 20 milhões. Ao bloquear as contas dos principais laranjas, vamos interromper o fluxo financeiro decorrente da lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas dessa célula que é vinculada à uma facção paulista com atuação em vários estados da federação", disse.

Conforme apurado pela investigação, o grupo criminoso também atua nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, mas os líderes da facção têm sede em São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa enviava armas para esses estados, alimentando guerras entre facções rivais.

A polícia descobriu também a existência de uma espécie de consórcio de traficantes locais em várias cidades destes estados. Eles compravam drogas de forma coletiva diretamente dos líderes da facção paulista.

As investigações apontaram que diversas pistolas de origem turca apreendidas em Palmas foram trazidas pela organização. As armas seriam as mesmas que foram usadas por facções em vários homicídios registrados na capital no primeiro semestre de 2023.