Geral

Chile suspende abertura de fronteiras e barra viajantes de 7 países africanos devido à ômicron

Estavam previstas para reabrir na quarta (1º) as passagens de Chacalluta, na fronteira com o Peru, Pino Hachado, com a Argentina, e Colchane, com a Bolívia

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 00:20

Chile suspende abertura de fronteiras e barra viajantes de 7 países africanos devido à ômicron

(Pixabay)

O governo do Chile anunciou nesta segunda-feira (29) a suspensão da abertura de três pontos de sua fronteira terrestre e a proibição da entrada de pessoas vindas de sete países africanos. As novas restrições foram impostas devido à variante ômicron do coronavírus.

Estavam previstas para reabrir na quarta (1º) as passagens de Chacalluta, na fronteira com o Peru, Pino Hachado, com a Argentina, e Colchane, com a Bolívia. Segundo Alberto Dougnac, subsecretário de Redes Assistenciais, a situação será reavaliada em duas semanas, de acordo com a evolução epidemiológica nacional e internacional da nova cepa.

A ômicron foi identificada pela primeira vez na semana passada na África do Sul e já se expandiu para países como Reino Unido, Alemanha, Canadá, Holanda, Israel, Portugal, Áustria, Escócia e Espanha.

O Chile também anunciou que, a partir de quarta, está proibida a entrada de estrangeiros não residentes no país que tenham estado nos últimos 14 dias na África do Sul, no Zimbábue, na Namíbia, em Botsuana, no Lesoto, em Eswatini ou em Moçambique.

A mesma medida foi adotada pelo Equador. O presidente Guillermo Lasso anunciou que quem esteve na África do Sul, em Botsuana, no Egito, em Moçambique, no Lesoto, no Zimbábue, em Eswatini e na Namíbia será barrado no país.

Geral

Israel e Líbano chegam a acordo histórico sobre fronteiras marítimas

Pacto mediado pelos EUA foi aceito após 2 anos de negociação; região tem campos de gás natural

Modificado em 20/09/2024, 05:15

"É um marco histórico que fortalecerá a segurança de Israel, injetará bilhões na economia e garantirá a estabilidade de nossa fronteira norte", disse o primeiro-ministro israelense Yair Lapid.

"É um marco histórico que fortalecerá a segurança de Israel, injetará bilhões na economia e garantirá a estabilidade de nossa fronteira norte", disse o primeiro-ministro israelense Yair Lapid. (pixabay)

Israel e Líbano chegaram a um acordo histórico intermediado pelos Estados Unidos para resolver uma antiga disputa sobre fronteiras marítimas, que pode desbloquear a exploração de recursos de gás na área e abre uma nova etapa para dois países que tecnicamente ainda estão em guerra.

A negociação sobre o tema sofreu vários revezes desde que foi iniciada, em 2020, mas progrediu nas últimas semanas, pois os dois lados esperam lucrar com os depósitos de gás existentes no Mar Mediterrâneo.

O primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, anunciou o acordo, que deve ser apresentado na quarta-feira ao conselho de segurança israelense e depois a todo o governo e ao Parlamento.

"É um marco histórico que fortalecerá a segurança de Israel, injetará bilhões na economia e garantirá a estabilidade de nossa fronteira norte", disse o primeiro-ministro israelense Yair Lapid nesta terça-feira (11).

Os Estados Unidos vêm atuando como mediadores há dois anos de uma tentativa de resolver a disputa fronteiriça entre os dois vizinhos, que não têm relações diplomáticas, por uma área do Mediterrâneo rica em gás.

O enviado americano, Amos Hochstein, apresentou uma proposta no início deste mês que parecia ter sido bem recebida por ambos os lados.

O presidente libanês, Michel Aoun, afirmou que a proposta final apresentada por Hochstein era "satisfatória para o Líbano" e que esperava oficializar os limites acordados "o mais rápido possível".

O mandatário recebeu um telefonema do presidente dos EUA, Joe Biden, que lhe disse que o pacto deve "marcar um novo capítulo para o povo libanês" e que os americanos ajudarão a resolver eventuais questões que possam surgir relacionadas ao tema.

Segundo um comunicado da Casa Branca, Biden celebrou o acordo e disse que "é essencial que todas as partes mantenham seus compromissos e trabalhem para sua implementação."

O acordo estabelece uma fronteira entre as águas libanesas e israelenses pela primeira vez e também um mecanismo para que ambos os países obtenham royalties de um campo de gás offshore na região. Não há nenhuma menção à fronteira terrestre compartilhada, que hoje é patrulhada pelas Nações Unidas.

O pacto foi endossado pelo grupo libanês Hezbollah, fortemente armado e apoiado pelo Irã, que até recentemente ameaçou atacar instalações de gás israelenses.

Segundo a imprensa local e com os responsáveis pela negociação, a proposta prevê deixar o campo de gás de Karish sob controle israelense e ceder ao Líbano outro campo de gás, de Qana, localizado mais a nordeste, ao Líbano.

No entanto, uma parte desse depósito ultrapassará a linha de fronteira entre os dois países, com a qual Israel levaria parte dos benefícios da exploração, indicaram essas fontes.

De qualquer maneira, a exploração de gás seria um grande benefício para o Líbano, que está atolado em uma gravíssima crise financeira desde 2019.

Em um contexto de escassez de gás na Europa devido à Guerra da Ucrânia, Israel quer iniciar a exploração no campo de Karish o quanto antes para exportar para o Velho Continente. No domingo, a empresa britânica iniciou testes para conectar este campo offshore com Israel.

Embora em um determinado momento os esforços de negociação parecessem ruir depois que Israel rejeitou emendas de Beirute, as conversas continuaram até que um acordo final fosse selado.

"Todas as nossas demandas foram atendidas, as mudanças que pedimos foram corrigidas. Protegemos os interesses de segurança de Israel e estamos a caminho de um acordo histórico", disse o principal negociador de Israel, Eyal Hulata, em nota nesta terça-feira.

LINHA DO TEMPO DO CONFLITO

1948
Líbano luta ao lado de outros Estados árabes contra o nascente Estado de Israel. Cerca de 100 mil palestinos que fugiram ou foram expulsos de suas casas durante a guerra chegam ao Líbano como refugiados.

1949
Líbano e Israel concluem um acordo de armistício sob a supervisão da ONU.

1968
Comandos israelenses destroem uma dúzia de aviões de passageiros no aeroporto de Beirute, em resposta a um ataque a um avião israelense por um grupo palestino baseado no Líbano.

1978
Israel invade o sul do Líbano e monta uma zona de ocupação em uma operação contra guerrilheiros palestinos.

1982
Israel invade todo o caminho até Beirute. O Exército sírio é expulso da capital libanesa e milhares de combatentes palestinos são retirados por mar após um cerco sangrento de dez semanas.

Bashir Gemayel, aliado de Israel e chefe da milícia cristã Forças Libanesas, é eleito presidente, mas é assassinado em um atentado antes de assumir o cargo. Seu irmão, Amin Gemayel, assume. Centenas de civis nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila são massacrados por milicianos cristãos autorizados por tropas israelenses.

A Guarda Revolucionária do Irã estabelece o Hezbollah no Líbano.

1983
O governo Gemayel assina um acordo com Israel. Os termos incluem o fim das hostilidades e o reconhecimento mútuo da independência. Mas a implementação depende de uma retirada síria do Líbano. Damasco e seus aliados libaneses rejeitam o acordo.

1985
Israel estabelece uma zona de ocupação no sul do Líbano e controla a área com uma força de procuração, o Exército do Sul do Líbano.

1996
Com o Hezbollah atacando regularmente as forças israelenses no sul e disparando foguetes no norte de Israel, Israel monta a ofensiva de 17 dias da "Operação Vinhas da Ira" que mata mais de 200 pessoas no Líbano, incluindo 102 que morrem quando Israel bombardeia uma base da ONU perto do vila sul do Líbano de Qana.

2000
Israel se retira do sul do Líbano, encerrando 22 anos de ocupação.

2006
Em julho, o Hezbollah cruza a fronteira com Israel, sequestra dois soldados israelenses e mata outros, provocando uma guerra de cinco semanas.

2020
Os EUA, que já haviam mediado, sem sucesso, conversas entre os dois países relativas à disputa pela fronteira marítima, retoma as negociações, com o objetivo de facilitar a exploração de petróleo e gás.

2022
Os dois países chegam a um acordo com a mediação os EUA

Geral

Cientistas falam em uma nova onda da Covid-19 a cada 6 meses

Incremento de casos atual pode estar relacionado à variante Ômicron, do coronavírus, e suas sub variantes que circulam com predominância

Modificado em 20/09/2024, 00:52

Testagem de Covid-19 em Goiânia: reinfecção tem um protocolo complexo para confirmação de casos

Testagem de Covid-19 em Goiânia: reinfecção tem um protocolo complexo para confirmação de casos (Wesley Costa)

Em todo o mundo, especialistas estão atentos à possibilidade de reinfecção da Covid-19 provocada pela Ômicron, variante do Sars-CoV-2 (coronavírus) e suas sub variantes. Em Goiás, aumentou muito nos últimos dias os índices de positividade para a doença em todo o estado, como mostra o mapa de calor divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Especialistas acreditam que a Ômicron escapa dos anticorpos criados por infecção natural ou pela vacina, mas não provocam danos tão graves como as variantes anteriores.

Detectada pela primeira vez em novembro do ano passado na África do Sul, a variante Ômicron se tornou dominante em todos os países. Os últimos estudos do comportamento do coronavírus têm revelado que a reinfecção de Covid-19 ficou mais comum em comparação às que circulavam anteriormente, como Beta, Delta e Gama, a última a mais mortal. Em média, num prazo de 120 dias, uma pessoa de qualquer idade, que já tenha pego a doença ou que tenha se vacinado, pode se reinfectar, segundo especialistas. "As vacinas não protegem contra o vírus, mas contra doenças graves provocadas por eles", explica a infectologista Christiane Kobal.

Professora e pesquisadora da área de Virologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), da Universidade Federal de Goiás (UFG), a doutora Menira Souza explica que o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), referente ao período de 27 de maio a 27 de junho, mostra uma predominância de 94% de sub variantes Ômicron em circulação. Além da BA.1, a original, surgiram BA.2, BA.3, BA.4, BA.5 e uma série de recombinantes. A maior presença, segundo a OMS é a BA.5 (43%), vindo em seguida a BA.2 (25%), BA.4 (12%) e a BA.2.12.1 (11%).

"As sub variantes Ômicron possuem mutações que estão relacionadas a uma maior capacidade de replicação, como algumas que modificaram a proteína de superfície spike da sub variante BA.2. Os estudos sugerem que isso pode estar associado a uma maior transmissibilidade. O risco de reinfecção com as sub variantes Ômicron está sendo estudado e casos de reinfecção com a BA.2 após a BA.1 têm sido documentados", ressalta a pesquisadora.

O goianiense Eduardo Antonio de Camargo Franco, 33 anos, enfrentou a Covid-19 três vezes, em outubro de 2020, em fevereiro de 2021 e em janeiro de 2022. Ele não sabe dizer quais as variantes foram detectadas nos testes de positividade e precisou de uma internação, rápida, na segunda vez. Há poucos dias, mesmo com três doses da vacina, ele precisou de ajuda médica hospitalar com sintomas da doença, mas preferiu não fazer o teste. E também reconhece que não tem se protegido porque "a doença não se agravou".

A professora da Universidade Federal de Goiás, Flávia Aparecida de Oliveira, mesmo com o esquema de vacinação completo, confirmou em janeiro deste ano que estava com Covid-19 quando já circulava no Brasil a Ômicron (BA.1). Ela não teve sintomas graves e a mesma coisa ocorreu na segunda quinzena de junho quando novamente apresentou sintomas e o exame foi positivo para a doença. Ela também não fez o sequenciamento genético dos vírus.

Para a doutora Menira Souza, embora não se tenha falado em outro tipo de variante do coronavírus depois do Ômicron e suas sub variantes, é praticamente certo que outros virão. "O coronavírus é um vírus que tem genoma RNA que possui elevada variabilidade genética. Como estamos vivendo uma pandemia e em um contexto de um número elevado de pessoas ainda sendo infectadas em um mesmo período de tempo, com a utilização de diferentes vacinas e medicamentos, o vírus sofre mais pressão para continuar evoluindo e modificando o seu genoma, o que pode resultar em novas variantes."

Novas ondas

Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), tem reafirmado que haverá várias ondas da Covid, com tendência de uma a cada seis meses, fato revelado em publicação da revista científica Nature. A expectativa, segundo ele, é que sejam ondas de menor impacto, tanto em número de pessoas afetadas, quanto em casos graves e mortes, desde que os esquemas propostos de vacinação estejam completos. "Vamos viver assim por algum tempo até que a gente tenha uma vacina que consiga bloquear a infecção e reduzir a disseminação dessas variantes."

Para o presidente da SBI a expectativa está numa vacina futura, chamada pelos cientistas de pan coronavírus, ou seja, capaz de proteger contra todos os vírus, independente das variações. Por enquanto, é preciso fazer reforços de imunização. "Temos perspectiva de no segundo semestre ter vacina com a cepa da Ômicron, que mais se assemelha às variantes que estão circulando, levando a uma melhor proteção." Christiane Kobal concorda que as novas plataformas a serem lançadas por empresas como Pfizer e Moderna, vão definir a periodicidade necessária para o reforço de imunização contra a Covid-19.

Na semana passada, Denise Garret, vice-presidente de Epidemiologia Aplicada, do Sabin Vaccine Institute, disse numa rede social que a variante Delta produzia anticorpos por até três meses, mas com a Ômicron e as sub variantes a reinfecção pode ocorrer em até duas semanas. Christiane Kobal não acredita nessa possibilidade. "Nesse período o vírus não deixou o organismo. O problema é que os testes de antígenos encontrados em farmácias ou feitos em casa são menos sensíveis. A pessoa adoece, faz o teste e dá positivo. Como ninguém quer ficar isolado ou usar medidas de proteção, no quarto dia fazem um teste de antígeno que vai dar negativo. O ideal é fazer um teste de boa qualidade, como um PCR."

Para autoridades, há subnotificação

A SES considera que há subnotificação de casos de reinfecção. "No sistema oficial do Ministério da Saúde (MS) há o registro de 19 casos de reinfecção por Covid-19 referentes aos anos de 2020 e 2021 em Goiás. Em 2022, não há notificação de reinfecção", diz a pasta em nota. Segundo o comunicado, para confirmar a reinfecção é necessário ter as amostras de RT-PCR da primeira infecção, segunda, terceira ou mais para comparar se foi uma infecção por variantes diferentes ou pela mesma variante.

De acordo com a SES, pelos critérios do MS para considerar casos de reinfecção por Sars-CoV-2 a pessoa precisa ter dois resultados positivos de RT-PCR em tempo real; o intervalo tem de ser igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios; e se há disponibilidade de amostras biológicas, com conservação adequada, para investigação em laboratório oficial que em Goiás é o Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros que faz o sequenciamento genômico.

O que ocorre, de acordo com a SES, é que muitos pacientes que apresentaram sintomas de Covid em mais de uma ocasião, não realizaram exames de RT-PCR, portanto não há amostras para fazer o sequenciamento genômico. Laboratórios particulares não armazenam as amostras por muito tempo. Superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Yves Mauro Ternes confirma as informações e também acredita que a subnotificação é grande.

Na capital, conforme Yves Mauro, desde o início da pandemia até 30 de junho último foram confirmados 268.679 de pacientes com Covid na rede SUS. Desses, 4.799 apresentaram dois exames positivos com intervalo maior que 90 dias, 1,78% do total. O que reforça o fato de que esse número não reflete a realidade é que no início de 2022 houve testagem maciça na rede privada, com maior pico de casos confirmados, cerca de 46 mil, mas não foram feitas as notificações. O mesmo ocorreu com pessoas que se testaram em farmácias, fizeram o auto-teste, além de casos de positividade em família. "Aliado a tudo isso, é preciso levar em conta a instabilidade do sistema".

Yves Mauro explica que no início do ano circulava a variante BA.1, da Ômicron. Nas últimas quatro semanas o sequenciamento genético mostrou que a BA.2 está predominando. "Ambas são mais transmissíveis, mas menos virulentas e não impactaram tanto a rede assistencial, com internações, ou mortes." Para interromper a cadeia de transmissão, a SMS de Goiânia decidiu ampliar a testagem. Na última semana de janeiro 30 mil pessoas fizeram o teste de Covid na rede pública, em maio, foram 17.700, mas na última semana de junho foram aplicados 46.400 testes. "Goiânia é uma das cidades do País que mais testam e a positividade acompanhou."

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Geral

Aparecida de Goiânia identifica duas novas sublinhagens da ômicron

Confirmação foi feita pelo Programa de Vigilância Genômica e envolvem três casos leves de pessoas infectadas com a variante BA.4 e BA.5 da ômicron. Não há indicativo de que surgimento destas novas mutações impactem nas internações e óbitos por Covid-19

Modificado em 20/09/2024, 00:12

Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia tem trabalho na identificação das mutações do coronavírus

Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia tem trabalho na identificação das mutações do coronavírus (Ascom/SMS de Aparecida de Goiânia)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, por meio do Programa de Vigilância Genômica, confirmou nesta segunda-feira (23) a identificação de duas novas sublinhagens da ômicron, variante do coronavírus: dois casos da BA.4 e um da BA.5. Segundo a pasta, são os primeiros registros destas sublinhagens no Centro-Oeste.

Em todo o mundo, já teriam sido identificados 2.317 casos da BA.4, sendo apenas 3 no Brasil. Números semelhantes foram registrados de BA.5, cerca de 2 mil no mundo, sendo 7 no Brasil. O impacto destas sublinhagens no organismo das pessoas ainda está sendo estudado. De acordo com a SMS, não é possível afirmar o alcance delas e se elas vão predominar em Aparecida.

"Neste ano, a variante ômicron foi a que predominou em Aparecida. 100% das amostras sequenciadas pelo nosso programa em 2022 são referentes a ela. Agora, observamos o surgimento dessas sublinhagens, que já foram relacionadas ao aumento de casos de Covid-19 em outros locais. Contudo, ainda não se pode falar em crescimento de hospitalizações e óbitos", afirma o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.

Os primeiros registros da BA.4 e BA.5 no mundo foi em meados de abril, na África do Sul, Alemanha, Botswana, Bélgica, Dinamarca e Reino Unido. Elas apresentam semelhanças com a BA.2, atualmente a linhagem que tem prevalecidos nos casos mapeados de infecção. Por enquanto, a orientação da SMS de Aparecida é manter os cuidados já recomendados pelos órgãos de saúde.

"Enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Para analisar as consequências é necessário monitorar", comentou diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico.

A sublinhagem BA.4 foi encontrada em um casal -- uma mulher de 38 anos e o marido, de 39 - que está em isolamento domiciliar. Ambos apresentaram sintomas leves, como tosse seca, dor de cabeça e mialgia e estavam vacinados com três doses.

Já a BA.5 foi identificada em um homem de 20 anos em isolamento domiciliar e com dispneia, mialgia, dor de garganta e sintomas gripais. Ele está vacinado com duas doses.

A SMS de Aparecida já considera que já existe transmissão comunitária destas sublinhagens, uma vez que não foi possível identificar como os três moradores da cidade foram contaminados.

Reportagens publicadas pela imprensa nacional informam que a variante BA.5 pode estar sendo responsável pelo aumento de casos na África do Sul desde abril, dois meses após terem sido identificadas por lá, e na Europa. Na África do Sul, esta sublinhagem é, junto com a BA.4, predominante.

Maior programa no Brasil

O Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia é considerado o maior do gênero no Brasil administrado por uma prefeitura e tem analisado amostras colhidas em pacientes testados positivamente com Covid-19 na cidade desde abril de 2021, quando foi instaurado. Ao todo, já foram verificadas 2,6 mil amostras. Os sequenciamentos são feitos de forma terceirizada por um laboratório e ajudam o poder público na elaboração de estratégias no combate ao coronavírus.

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Aparecida de Goiânia identifica duas novas sublinhagens da ômicron

Confirmação foi feita pelo Programa de Vigilância Genômica e envolvem três casos leves de pessoas infectadas com a variante BA.4 e BA.5 da ômicron. Não há indicativo de que surgimento destas novas mutações impactem nas internações e óbitos por Covid-19

Modificado em 20/09/2024, 00:12

Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia tem trabalho na identificação das mutações do coronavírus

Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia tem trabalho na identificação das mutações do coronavírus (Ascom/SMS de Aparecida de Goiânia)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, por meio do Programa de Vigilância Genômica, confirmou nesta segunda-feira (23) a identificação de duas novas sublinhagens da ômicron, variante do coronavírus: dois casos da BA.4 e um da BA.5. Segundo a pasta, são os primeiros registros destas sublinhagens no Centro-Oeste.

Em todo o mundo, já teriam sido identificados 2.317 casos da BA.4, sendo apenas 3 no Brasil. Números semelhantes foram registrados de BA.5, cerca de 2 mil no mundo, sendo 7 no Brasil. O impacto destas sublinhagens no organismo das pessoas ainda está sendo estudado. De acordo com a SMS, não é possível afirmar o alcance delas e se elas vão predominar em Aparecida.

"Neste ano, a variante ômicron foi a que predominou em Aparecida. 100% das amostras sequenciadas pelo nosso programa em 2022 são referentes a ela. Agora, observamos o surgimento dessas sublinhagens, que já foram relacionadas ao aumento de casos de Covid-19 em outros locais. Contudo, ainda não se pode falar em crescimento de hospitalizações e óbitos", afirma o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.

Os primeiros registros da BA.4 e BA.5 no mundo foi em meados de abril, na África do Sul, Alemanha, Botswana, Bélgica, Dinamarca e Reino Unido. Elas apresentam semelhanças com a BA.2, atualmente a linhagem que tem prevalecidos nos casos mapeados de infecção. Por enquanto, a orientação da SMS de Aparecida é manter os cuidados já recomendados pelos órgãos de saúde.

"Enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Para analisar as consequências é necessário monitorar", comentou diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico.

A sublinhagem BA.4 foi encontrada em um casal -- uma mulher de 38 anos e o marido, de 39 - que está em isolamento domiciliar. Ambos apresentaram sintomas leves, como tosse seca, dor de cabeça e mialgia e estavam vacinados com três doses.

Já a BA.5 foi identificada em um homem de 20 anos em isolamento domiciliar e com dispneia, mialgia, dor de garganta e sintomas gripais. Ele está vacinado com duas doses.

A SMS de Aparecida já considera que já existe transmissão comunitária destas sublinhagens, uma vez que não foi possível identificar como os três moradores da cidade foram contaminados.

Reportagens publicadas pela imprensa nacional informam que a variante BA.5 pode estar sendo responsável pelo aumento de casos na África do Sul desde abril, dois meses após terem sido identificadas por lá, e na Europa. Na África do Sul, esta sublinhagem é, junto com a BA.4, predominante.

Maior programa no Brasil

O Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia é considerado o maior do gênero no Brasil administrado por uma prefeitura e tem analisado amostras colhidas em pacientes testados positivamente com Covid-19 na cidade desde abril de 2021, quando foi instaurado. Ao todo, já foram verificadas 2,6 mil amostras. Os sequenciamentos são feitos de forma terceirizada por um laboratório e ajudam o poder público na elaboração de estratégias no combate ao coronavírus.