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Cine Ritz reabre as portas após ficar 24h interditado por falta de alvará

Tradicional cinema de rua ficou quase 24 horas fechado. O espaço foi interditado pela Prefeitura de Goiânia por falta de alvará de localização

Modificado em 19/09/2024, 01:04

Cine Ritz, no centro da capital, foi interditado pela Prefeitura por falta de alvará

Cine Ritz, no centro da capital, foi interditado pela Prefeitura por falta de alvará (Wildes Barbosa)

Após uma breve interdição, o Cine Ritz, cinema de rua localizado no Centro de Goiânia, anunciou a sua reabertura nesta sexta-feira (4), através de uma postagem nas redes sociais. O anúncio veio após a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitacional (Seplanh), ter interditado o local na quinta-feira (3), por falta de alvará de funcionamento.

A interdição havia movimentado as redes sociais pelo fato do estabelecimento ser o último cinema comercial de rua em atividade na capital. Inaugurado em 1989, o Ritz marcou a vida de diferentes gerações de goianienses, muitas das quais tiveram sua primeira experiência com a sétima arte através das salas de exibição.

É o caso do arquiteto e urbanista Leandro Augusto Ferreira França, que presenciou sua primeira sessão de cinema no Cine Ritz. "Lembro que era 1 ou 2 reais o ingresso para ver um filme, e foi lá no Ritz que minha mãe me levou para a minha primeira vez", relata Leandro. A memória afetiva do arquiteto com o local é grande, com várias de suas lembranças de infância sendo atribuídas ao Cine Ritz. "Na porta do cinema, minha mãe comprou uma pipoca e me perguntou o que eu queria assistir. Salvo engano, uma das opções era Power Rangers e a outra era um filme de cachorro", conta.

Leandro argumenta que o centro de uma cidade possui uma base social representante de uma época. "Isso carimba ali uma identidade histórica, arquitetônica no começo da cidade. Cada edificação é importante para o todo", diz. Ele acrescenta que, quanto menos espaços de encontro sobrarem na cidade, ela só terá a perder. "Através destes espaços é possível trazer mais segurança e mais visão para um poder público levar benfeitorias", afirma.

O professor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rodrigo Cássio Oliveira, de 39 anos, considera o Cine Ritz um patrimônio dos goianos. "Eu costumava ir às salas, levado pela minha mãe, para assistir filmes infantis nos anos 1980, como Os Trapalhões, que foram a minha descoberta do cinema. Tinha 5, 6 anos de idade", relata. Para ele, as memórias afetivas imprimem um valor simbólico nas pessoas que frequentam o local. "Os goianos da minha geração certamente devem se lembrar do lugar no mesmo sentido que eu, de ter ido lá durante a infância", diz.

Além disso, Rodrigo destaca a importância histórica do Cine Ritz. "Ele ainda tem um papel de representar um tipo de experiência cinematográfica que caiu em desuso, desde que os shoppings passaram a ser os espaços principais para assistir filmes", afirma. Comparando com os cinemas de rede, Rodrigo os vê como um processo natural. "As salas sempre foram se adaptando juntamente com a maneira de se fazer cinema ao longo dos anos. Por isso, os cinemas de rua comerciais ficaram para trás, historicamente, mas isso não significa que eles deveriam deixar de existir."

Interdição

O Cine Ritz foi interditado pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Seplanh, na quinta-feira (3). Em nota, a pasta explica que a ação ocorreu por uma recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que requisitou cópias dos alvarás de funcionamento "de cada uma das empresas de salas de cinema" na capital, além de esclarecimentos sobre a acessibilidade das mesmas.

De acordo com a pasta, o Cine Ritz foi autuado em 2019, por exercer atividade comercial sem a devida autorização do poder público. No mesmo ano, foi aberto um processo junto à Prefeitura de Goiânia para licenciamento. Entretanto, o processo foi arquivado, pois os responsáveis não sanaram nenhuma das pendências apontadas nos autos.

Durante uma visita técnica em janeiro de 2023, auditores fiscais constataram que o estabelecimento não possuía um Alvará de Funcionamento e Localização. Além disso, a recomendação do MP-GO diz respeito a um Inquérito Civil Público instaurado para "investigar as condições de acessibilidade nos cinemas da capital, sobretudo no que se refere à falta de recursos audiovisuais adequados, piso tátil e demais condições para atender às pessoas com deficiência auditiva", e também garantir a segurança dos cidadãos.

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) afirma que uniu forças com a Seplanh para promover a desinterdição imediata do Cine Ritz. "As providências foram tomadas como medida emergencial dada a importância cultural do espaço, bem como o atual trabalho da Prefeitura de Goiânia pela requalificação do centro da capital."

A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pelo cinema. Por meio das redes sociais, a administração agradeceu a prontidão das secretarias municipais em ajudar a resolver a questão. No entanto, a postagem não diz quando as exigências cobradas seriam resolvidas.

Na postagem, a administração aprecia o afeto que os clientes têm com o lugar. "O Cine Ritz não morrerá. Este fato revelou apenas uma certeza para nós: que é um dos cinemas mais queridos e importantes do Brasil. Não somente de Goiânia."

A publicação lembra os percalços enfrentados durante a pandemia, que forçou a suspensão do funcionamento do local por mais de dois anos. "Estamos agradecidos e agraciados por essa rede de apoio que se formou nesses 34 anos de existência."

Geral

Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

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Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".