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Cinquenta feridos ao caírem de rampa em festival de rap já procuraram a polícia, diz delegado

Segundo a Polícia Civil, depoimentos são unânimes ao apontarem a falta de organização e estrutura do evento. Organizadores do Rap Mix Festival serão ouvidos na próxima semana

Modificado em 19/09/2024, 00:47

Imagem mostra parte de passarela sem o piso e pessoas caídas no chão após rampa ceder, em Goiânia

Imagem mostra parte de passarela sem o piso e pessoas caídas no chão após rampa ceder, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

A Polícia Civil já ouviu 50 vítimas do desabamento de uma das rampas do Rap Mix Festival, ocorrido no último dia 9 de julho, em Goiânia. Segundo o delegado Thiago Martimiano, responsável pela investigação, os depoimentos são unânimes ao apontarem a falta de organização e estrutura do evento. Entre os ouvidos, segundo o delegado, praticamente todas as vítimas possuem lesões graves, como fraturas no fêmur, pés, coluna e bacia.

Todos reclamam do atendimento, pois após a queda não haviam pessoas suficientes para fazer o resgate. Há relatos, inclusive de feridos, que ajudaram a carregar macas de seus amigos que tinham também se ferido. E relatos de que no ambulatório não havia estrutura suficiente. Pessoas com fraturas expostas, sangrando, que ficaram cerca de 1h30 no chão esperando atendimento. Não são ralados e hematomas, são lesões graves, afirma o delegado.

A estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, foi quem teve a lesão mais grave causada pelo desabamento da rampa. Ela sofreu uma fratura no crânio, precisou passar por cirurgia e continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo).

O hospital informou que, nesta quarta-feira (20), Giovanna está respirando em ar ambiente via traqueostomia e sem sedação. Mas o estado geral de saúde continua grave.

Rampa lotada

Martimiano explicou os relatos dizem que a rampa estava lotada no momento da queda. Porém, somente a partir da conclusão da perícia, será possível afirmar se o excesso de pessoas colaborou ou não com a queda da estrutura.

Em depoimento, funcionários disseram que, no começo do evento, a equipe de segurança estava conseguindo fazer o controle de pessoas que passavam pelas rampas. O objetivo era que o público subisse por um lado e descesse pelo outro.

Mas, a partir da invasão de pessoas que estavam nas arquibancadas para a área do gramado, os funcionários começaram a perder o controle do número de pessoas. Com isso, segundo os depoimentos, as rampas começaram a ficar cheias de pessoas vindo de diferentes direções.

Os relatos são unânimes no sentido de que a rampa estava lotada no momento da queda. Inclusive, algumas pessoas relatam dificuldades para transitar porque tinham pessoas subindo e descendo pelo mesmo lado. Alguns disseram ter percebido que a rampa poderia cair, mas não conseguiam sair de lá pelo número de pessoas, disse o delegado.

A conclusão do laudo da perícia está prevista para terça-feira (25). Os resultados, segundo a polícia, vão apontar não apenas a causa da queda da rampa, mas também fatores que colaboraram para que isso acontecesse. Além de também avaliar o evento como um todo.

A perícia vai analisar não só a causa da queda, mas também as concausas, o que pode ter causado em conjunto. Havia um alvará de funcionamento, mas quem vai confrontar esse alvará com o que de fato existia é a perícia, explicou o delegado.

Próximos depoimentos

A polícia identificou duas empresas responsáveis pela segurança do Rap Mix Festival. O representante de uma delas vai ser ouvido nesta quinta (20). Já os responsáveis pela outra companhia vão prestar depoimento na sexta (21). O objetivo da investigação é entender como essa segurança deveria ter sido feita, o que aconteceu e como foi feito.

Na semana que vem, está previsto o depoimento dos organizadores do Rap Mix Festival. A polícia busca descobrir quantas pessoas haviam no evento e quantos ingressos foram vendidos.

Falta de assistência após o desabamento

O delegado Martimiano informou também que, a partir dos depoimentos, é possível afirmar que a organização do evento não prestou assistência às vítimas após o desabamento da rampa.

Dizem que, inicialmente, uma assistente social ligada à organização, as procurou no hospital. Mas quando eles falavam que precisavam de apoio para medicamentos, alguma coisa nesse sentido, não receberam nenhum tipo de apoio, diz.

Em nota, a empresa Winner Records, uma das organizadoras do evento, disse que "é prematura qualquer opinião sobre as causas do acidente, o qual precisa ser minuciosamente investigado". Destacou que desde o acidente têm procurado atender a todas as vítimas, e que confiam trabalho da polícia e na Justiça. Leia a nota na íntegra ao final da reportagem

Por ora, a organização do evento está sendo investigada por lesão corporal culposa. Se alguma vítima vier a óbito, passam a ser investigados também por homicídio culposo. E se a perícia e o inquérito comprovarem que havia uma previsibilidade de que aquilo poderia acontecer eles podem responder pelo crime de lesão corporal dolosa, por dolo eventual, disse o delegado.

Nota na íntegra Rap Mix Festival

A empresa WINNER RECORDS E MIDIA EIRELI é uma pessoa jurídica de direito privado, organizadora, juntamente com outros parceiros, do evento denominado RAP MIX FESTIVAL, que ocorreu no Estádio Serra Dourada, em Goiânia/GO, no dia 9 de julho de 2023.

Segundo está sendo apurado, por volta das 23 horas, uma rampa que dava acesso à frente do palco desabou, ferindo algumas pessoas. Estas vítimas foram socorridas e levadas para hospitais da região. Desde o acidente, os organizadores do evento têm procurado atender a todas as vítimas, auxiliando-as no que for necessário.

Para apurar como ocorreu tal acidente, foi instaurado Inquérito Policial no DEIC de Goiânia/GO, objetivando a produção de elementos de prova, tanto testemunhais, quanto documentais, e, especialmente, a realização dos Laudos Periciais pela Polícia Científica (Técnica), a fim de se verificar o que teria dado causa ao infortúnio.

Como Advogado, representando esta empresa organizadora do evento, compareci no DEIC, em Goiânia/GO, para protocolar petição juntando Procuração e requerendo a minha habilitação nos autos, a fim de ter acesso a tudo o que está sendo produzido neste Inquérito Policial, além, é claro, de me colocar, em nome da empresa, à disposição da Autoridade Policial que preside o Inquérito, para colaborar com as investigações.

O referido Inquérito Policial está em fase inicial, de modo que é prematura qualquer opinião sobre as causas do acidente, o qual precisa ser minuciosamente investigado. Esta empresa organizadora e este subscritor confiam no competente trabalho da Polícia Civil, da Polícia Científica (Técnica) e na Justiça, sem embargo da nossa colaboração, que vem sendo prestada às vítimas e à investigação.

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Ministério Público denuncia quatro por queda de rampa no Serra Dourada durante festival

Órgão ministerial pediu ainda o arquivamento do processo contra outros quatro profissionais responsáveis pela segurança do evento

Modificado em 17/09/2024, 16:27

Vista aérea da rampa que desabou durante o Rap Mix Festival, em julho de 2023, no Estádio Serra Dourada: Ministério Público quer responsabilizar profissionais ligados à montagem

Vista aérea da rampa que desabou durante o Rap Mix Festival, em julho de 2023, no Estádio Serra Dourada: Ministério Público quer responsabilizar profissionais ligados à montagem
 (José Washington / TV Anhanguera)

++GABRIELA BRAGA++

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) denunciou quatro profissionais ligados à montagem da rampa que desabou durante o Rap Mix Festival, em julho de 2023. O órgão ministerial requer ainda o arquivamento do processo relacionado a outros quatro trabalhadores, responsáveis pela coordenação da segurança do evento, que haviam sido indiciados no inquérito policial concluído no fim de abril. Ao todo, a investigação conduzida pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) apontou a possível responsabilidade de oito funcionários contratados para o evento.

A queda da rampa durante o festival realizado no dia 9 de julho de 2023, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, deixou ao menos 77 pessoas feridas. O total é citado na denúncia protocolada nesta quinta-feira (18) pelo promotor Rodrigo César Bolleli Faria, da 55ª Promotoria de Justiça de Goiânia. A estrutura metálica que ligava a arquibancada ao gramado, onde estava a área do front stage, desabou por volta das 23 horas de uma altura de até cinco metros. O laudo pericial do dia 24 do mesmo mês já apontava que a causa determinante para o desabamento foi a montagem improvisada da rampa. Mesmo com irregularidades, a segurança foi atestada.

Durante o inquérito policial, comandado pela Delegacia Estadual de investigações Criminais (Deic), consta que a empresa responsável pela organização do Rap Mix, Winner Records e Mídia, contratou a empresa paulista Feel Loc Participações e Locação de Equipamentos para a instalação e montagem de toda a estrutura. Esta, por sua vez, subcontratou a empresa Reinaldo Mendes Bicudo EPP para o aluguel das estruturas e o fornecimento de mão de obra.

Os profissionais que assinaram os documentos técnicos em relação à estrutura foram o engenheiro Alex José de Rezende, responsável pelo anotação de responsabilidade técnica (ART) e ligado à Feel Loc, e o arquiteto Enio Gonçalves Lois, da empresa Reinaldo Mendes, que emitiu o registro de responsabilidade técnica (RRT). Já Deives Rogério Vono, da Feel Loc, atuou como "gestor do processo de montagem" e ficou encarregado de repassar as orientações do projetista José Miguel Miranda Gomes, contratado pela própria Winner Records, aos funcionários da Reinaldo Mendes. Os quatro foram indiciados pela PCGO e, agora, denunciados pelo MPGO.

Na denúncia, o órgão ministerial destaca que Enio fez a assinatura do RRT da estrutura provisória. Entretanto, "negligentemente, não compareceu ao local e, consequentemente, não acompanhou a execução e montagem da estrutura". Já o engenheiro Alex José também teria atuado com negligência, visto que "também não esteve no local e não acompanhou pessoalmente a montagem da estrutura, uma vez que apenas repassou virtualmente orientações para Deives".

Em relação ao gestor do processo de montagem, o documento diz que o mesmo foi responsável pela intermediação entre a Winner Records e "as subcontratadas para a execução dos serviços de montagem". Já o projetista contratado diretamente pela organizadora do evento fez a "criação do projeto arquitetônico do evento e orientava Deives sobre a localização, implantação e eventuais alterações na instalação das estruturas provisórias". Ambos teriam atuado com "inobservância de regras técnicas, especificamente do Manual de Montagens, orientou e permitiu a montagem inadequada da estrutura".

Enio e Alex José foram denunciados pela prática de lesão corporal culposa (artigo 129, § 6º) e concurso formal (na forma do artigo 70, por 77 vezes), previstos no Código Penal. O último artigo é relacionado "quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade".

Já a denúncia de Deivis Rogério e José Miguel foi pelo crime de lesão corporal culposa, concurso formal e agravada pela "inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício". O jornal entrou em contato com os quatro listados na denúncia do MPGO, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Arquivamento

Ao mesmo tempo, o órgão ministerial decidiu "arquivar parcialmente os autos do inquérito policial", em relação aos quatro profissionais ligados à segurança do evento: Leonardo Soares da Costa, Paulo César dos Santos, Lianderson Pereira Rezende e Ronaldo Pereira de Paula. Eles foram indiciados no inquérito policial pelo crime de lesão corporal culposa. A decisão do MPGO se deu por, conforme o documento, o laudo pericial já ter concluído que o desabamento foi motivado pela montagem inadequada. Na denúncia, é ponderado que a "culpa é o elemento normativo do tipo, de modo que resta configurada quando há a inobservância do dever objetivo de cuidado, produzindo-se um resultado não querido". "No caso, ainda que referida inobservância estivesse configurada em relação aos responsáveis pela segurança do evento, certo é que o fato não ocorreu em razão disso."

O promotor explica que, conforme a perícia feita pela Polícia Técnico-Científica (PTC), mesmo com falhas nos serviços de segurança do evento, "a estrutura colapsada deveria suportar a aglomeração de pessoas, já que foi projetada como saída de emergência". Dessa forma, não vê "nexo casual" nas condutas dos quatro coordenadores de equipes de segurança do evento. O arquivamento foi justificado pela "ausência de justa causa para a promoção da ação penal" contra eles.

Ainda na denúncia, o MPGO diz que deixa de oferecer acordo de não persecução penal (ANPP) por entender que o caso "além da gravidade do injusto, que acarretou lesões corporais em 77 espectadores, há cristalina repercussão social do fato criminoso, o que denota que o ajuste não é suficiente para a reprovação e prevenção do crime, que merece uma resposta estatal à altura dos graves danos físicos, patrimoniais e morais causados às inúmeras vítimas".

O ANPP pode ser proposto pelo MPGO nos casos em que ocorre prática de infração penal sem violência ou grave ameaça, com pena mínima inferior a quatro anos, "desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime". A medida alternativa é prevista no artigo 28-A do Código de Processo Penal.

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Montagem inadequada de rampa causou queda que deixou dezenas de feridos em festival de rap

Segundo a perícia, a estrutura foi feita com inclinações que não estavam previstas no projeto apresentado.

Modificado em 19/09/2024, 00:42

Rampa desaba em show de rap e deixa feridos em Goiânia, Goiás

Rampa desaba em show de rap e deixa feridos em Goiânia, Goiás (Reprodução/TV Anhanguera)

A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) informou que causa do desabamento de uma das rampas do Rap Mix Festival foi a "montagem precária" da estrutura, que não estava de acordo com o projeto apresentado. O caso aconteceu no dia 9 de julho, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, e deixou cerca de 60 pessoas feridas. Por enquanto, as investigações apontam um arquiteto e um engenheiro como os responsáveis pela queda da rampa.

De acordo com o delegado Thiago Martimiano, responsável pelo inquérito, a organização do evento contratou uma empresa terceirizada para fazer a montagem da rampa. O arquiteto e o engenheiro citados eram responsáveis por fiscalizar e aprovar a estrutura da rampa. A polícia ainda vai investigar o vínculo dos profissionais com a empresa responsável pela montagem, a fim de determinar com maior precisão as devidas responsabilidades.

O laudo da Polícia Técnico Científica constatou que os postes de sustentação dos pisos de madeira da rampa não foram montados conforme o parâmetro correto, que havia sido indicado no projeto. "Esses postes deveriam ter sido feitos na vertical, em um ângulo de 90º, mas estavam na horizontal, com cerca de 78º de inclinação", afirmou o perito Luiz Henrique Pereira da Costa.

Segundo a perícia, por conta dessa inclinação fora do padrão, outras estruturas da rampa precisaram fazer 'esforços' que não estavam previstos. Com isso, a estrutura entrou em colapso e desabou. A equipe de peritos disse ainda que encontrou improvisos na estrutura, como amarrações feitas com arames.

Apesar de tudo isso, a perícia afirma que superlotação da rampa não teve relação com o desabamento. Isso porque, se a montagem tivesse sido feita de acordo com o projeto, a rampa deveria suportar até mesmo mais peso do que o que havia no momento do acidente, já que a estrutura serviria também como saída de emergência.

O delegado Thiago Martimiano contou que cerca de 60 vítimas foram ouvidas e mais dez ainda devem prestar depoimento até a conclusão do inquérito. Também serão ouvidos ainda os organizadores do evento, pessoas ligadas à empresa de montagem, o engenheiro e o arquiteto.

O DAQUI entrou em contato com a assessoria responsável pelo evento, mas não obteve retorno até o momento de publicação desta matéria.

Investigação
A Polícia Civil já ouviu dezenas de vítimas do desabamento de uma das rampas do Rap Mix Festival. Segundo o delegado, os depoimentos são unânimes ao apontarem a falta de organização e estrutura do evento. Entre os ouvidos, praticamente todas as vítimas possuem lesões graves, como fraturas no fêmur, pés, coluna e bacia.

O delegado explicou também que as diligências tratam o caso, inicialmente, como lesão corporal culposa, ou seja, quando não há intenção de ferir. Mas, caso fique constatado que a queda da rampa era previsível, a responsabilização pode ser feita de forma dolosa, na modalidade de dolo eventual.

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Jovem internada após rampa desabar em festival de rap recebe alta da UTI

A jovem é considerada uma das vítimas mais graves do acidente. Segundo o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), ela apresenta quadro regular estável.

Modificado em 19/09/2024, 01:03

Estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, vítima do desabamento de uma rampa no Rap Mix Festival, em Goiânia

Estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, vítima do desabamento de uma rampa no Rap Mix Festival, em Goiânia (Arquivo/Lorena Moreira)

A estudante de biologia Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, vítima do desabamento de uma rampa no Rap Mix Festival, em Goiânia, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo). A jovem é considerada uma das vítimas mais graves do acidente. Ela está internada desde 9 de julho, quando houve o desabamento.

"Um milagre de Deus!! Não só pra mim mas para toda equipe médica", afirmou a mãe da estudante, Lorena Moreira. De acordo com o hospital, Giovanna foi transferida para a enfermaria na segunda-feira (24). Atualmente ela apresenta quadro regular estável.

"Ela está respondendo muito bem aos medicamentos, está lutando pela vida. Está dando tudo certo. Agradeço as orações de todos", celebrou o pai da jovem, Tércio Jullian Salerno.

A estudante foi ao festival acompanhada do namorado e amigos. No momento em que estavam indo embora do evento, a estrutura de uma das rampas que ligava o gramado à arquibancada desabou. A estudante sofreu uma fratura no crânio e precisou passar por cirurgia de urgência.

Desabamento é investigado
A Polícia Civil já ouviu 50 vítimas do desabamento de uma das rampas do Rap Mix Festival. Segundo o delegado Thiago Martimiano, responsável pela investigação, os depoimentos são unânimes ao apontarem a falta de organização e estrutura do evento. Entre os ouvidos, segundo o delegado, praticamente todas as vítimas possuem lesões graves, como fraturas no fêmur, pés, coluna e bacia.

"Todos reclamam do atendimento, pois após a queda não haviam pessoas suficientes para fazer o resgate. Há relatos, inclusive de feridos, que ajudaram a carregar macas de seus amigos que tinham também se ferido. E relatos de que no ambulatório não havia estrutura suficiente. Pessoas com fraturas expostas, sangrando, que ficaram cerca de 1h30 no chão esperando atendimento. Não são ralados e hematomas, são lesões graves", afirma o delegado.

Martimiano explicou os relatos dizem que a rampa estava lotada no momento da queda. Porém, somente a partir da conclusão da perícia, será possível afirmar se o excesso de pessoas colaborou ou não com a queda da estrutura.

Em nota, a empresa Winner Records, uma das organizadoras do evento, disse que "é prematura qualquer opinião sobre as causas do acidente, o qual precisa ser minuciosamente investigado". Destacou que desde o acidente têm procurado atender a todas as vítimas, e que confia no trabalho da polícia e na Justiça.

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Jovem em estado grave após desabamento de rampa em festival de rap precisa de doações de sangue

Giovanna Moreira Salerno passou por cirurgia no crânio após a queda e segue na UTI desde então

Modificado em 19/09/2024, 00:42

Na imagem, Giovanna está ao lado da mãe, Lorena.

Na imagem, Giovanna está ao lado da mãe, Lorena. (Reprodução / TV Anhanguera)

Uma das jovens que foi vítima do desabamento de uma rampa no festival Rap Mix está em estado grave e precisa de doações de sangue com urgência. Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), desde o dia do acidente, no último domingo (9).

Para doar sangue para Giovanna é preciso ir ao hemocentro, na avenida Anhanguera, número 5195, e apresentar o nome da paciente na recepção. Qualquer tipo sanguíneo é bem-vindo e pode ajudar a jovem. Saiba os critérios específicos para realizar doação de sangue, acessando o site do hemocentro.

De acordo com o último boletim médico, a jovem segue em estado grave, sedada, respirando com auxílio de aparelhos, se alimentando por sonda e com pressão arterial baixa. Giovanna passou por uma cirurgia no crânio logo após o acidente e segue na UTI desde então.

A mãe da estudante de Biologia de 20 anos, Lorena, afirmou que a organização do evento não entrou em contato com a família em momento algum. A reportagem solicitou posicionamento do evento após as declarações da família, mas não obteve retorno até o momento de publicação da matéria.

Entenda o caso

Giovanna Moreira Salerno, de 20 anos, estava com o namorado e alguns amigos no festival Rap Mix, que aconteceu no último domingo (9), no estádio Serra Dourada, em Goiânia. Por volta das 23h, a jovem ligou para a mãe para avisar que estava voltando para casa e, poucos minutos depois, o namorado da estudante liga novamente para informar sobre o acidente.

O grupo, que se direcionava para saída, foi surpreendido pelo desabamento da rampa de acesso, que deixou quarenta feridos. Giovanna sofreu fratura no crânio e precisou passar por cirurgia de urgência. Agora, a estudante segue em estado urgente e precisa de doações de sangue.