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Com estoque baixo, Hospital da Mulher faz campanha para arrecadação de leite materno

Para garantir alimentação de prematuros ou que precisam ganhar peso, unidade de saúde precisa de 400 litros

Modificado em 20/09/2024, 04:09

Coordenadora do Banco de Leite, Renata Leles, faz apelo por doações

Coordenadora do Banco de Leite, Renata Leles, faz apelo por doações (Marilane Correntino)

O Hospital Estadual da Mulher (Hemu) está fazendo um apelo por doação de leite materno para crianças prematuras e que precisam ganhar peso. No total, as unidade precisa de aproximadamente 400 litros de leite para que o banco de leite funcione com tranquilidade, mas o estoque tem apenas 100 litros e algumas crianças começaram a ser alimentadas com fórmulas. Aproximadamente 200 bebês precisam do alimento.

No geral, o alimento é oferecido para recém-nascidos prematuros, com baixo peso ou que por algum motivo ainda não estão aptos a serem amamentados diretamente no seio materno, internados na unidade. Coordenadora do Banco de Leite do Hemu, Renata Machado Leles explica que diariamente o consumo é de no mínimo 5 litros e que as doações estão chegando a, no máximo, 2 litros. "A conta não está fechando", completa.

Quem pode doar?

Para ser doadora, as mães precisam seguir algumas exigências:

  • Apresentar exame de pré-natal que comprove ausência de doenças infecto-contagiosas
  • Não podem ser fumantes, usuárias de drogas ou consumir bebidas alcoólicas
  • Não pode ter recebido sangue nos últimos seis meses
  • Não pode fazer uso de medicamentos que contenham restrições à amamentação e consequentemente à doação.
  • Como me candidatar?

    As mães interessadas em doar leite materno podem enviar mensagem para o número (62) 3956-2921 e solicitar a coleta em domicílio.

    Doação de vidros, como fazer?

    O Hemu também está precisando de doação de vidros para o armazenamento do leite. São aptos potes com a boca larga ou sem tampa normalmente utilizados para alimentos industrializados como café solúvel, maionese, geleias, azeitona e palmito. Como a maioria dos potes são comercializados com tampas de metal, o banco de leite troca por tampas de plástico, mais apropriadas para o armazenamento.

    "Recebemos os potes, mandamos as tampas de metal para a reciclagem e compramos tampas de plástico. Os vidros são esterilizados e encaminhados às casas das doadoras. Nosso pedido é que elas tenham apenas o primeiro vidro e após a coleta, os bombeiros agendam a busca do leite e levam novos potes", completa a coordenadora do Hemu.

    Os interessados em contribuir com a doação de vidros podem fazer a entrega no próprio Banco de Leite do Hemu, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. O BLH se localiza ao lado do hospital, na Rua R-7, esq. Av. Perimetral, s/nº, no Setor Oeste.

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    Grávida de gêmeas siamesas viaja a Goiânia para fazer exames e se preparar para o parto

    Conforme médico Zacharias Zalil, o parto está previsto para fevereiro

    Valdinéia Satil Camargo Buiarski, de 23 anos e Rosiane da Paixão Satil Camargo (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)

    Valdinéia Satil Camargo Buiarski, de 23 anos e Rosiane da Paixão Satil Camargo (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)

    Uma jovem grávida de gêmeas siamesas está fazendo acompanhamento no Hospital Estadual da Mulher (Hemu) em Goiânia. Valdinéia Satil Camargo Buiarski,de 23 anos, veio acompanhada da mãe Rosiane da Paixão Satil Camargo de Buritis, em Rondônia, até a capital goiana em busca de tratamento. O médico Zacharias Calil, referência na área e que acompanhará a família com sua equipe, classificou o caso como extremamente complexo.

    Ela vai passar primeiro com a equipe de obstetrícia, é o primeiro passo. Ela está com sete meses de gestação, são gêmeas siamesas, caso extremamente complexo e ela optou por vir para cá por causa da nossa referência. Ela está aguardando e fazendo exames com programação de dar à luz aqui para avaliarmos as crianças", informou o médico Zacharias Calil.

    Rosiane encontrou menções sobre o médico pelas redes sociais. "Descobri o trabalho do doutor Zacharias Calil através de pesquisa sobre o caso no TikTok e Kwai foi aí que encontrei mãezinhas que já tiveram filhas siamesas e ele fez a cirurgia. Então conversei com essas mães e elas me passaram o contato da secretaria dele", informou a avó das gêmeas.

    O plano se concretizou. Segundo Rosiane da Paixão, as duas chegaram em Goiânia na última terça-feira (14) e estão acolhidas na casa de apoio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Neste período Valdinéia Satil e as gêmeas Nathaly e Rhadassa passarão pelo acompanhamento médico e ficarão em Goiânia até as crianças nascerem para poder fazer a cirurgia de separação.

    Ainda na espera, a família tem previsão que no dia 29 de janeiro seja realizado um ultrassom e há uma possibilidade de marcar a data do parto. Conforme o médico, o ideal é que chegue a 37 semanas. No entanto, ele informa que casos como este normalmente entram em trabalho de parto prematuro. O médico informa haver possibilidade de nascer, caso siga o cronograma normal, que as crianças nasçam no final de fevereiro.

    A equipe médica se prepara para atender Valdinéia Satil e as gêmeas com uma grande equipe. "Elas estão unidas do tórax até a bacia. Na hora de fazer o parto cerca de doze pessoas. O parto normal é geralmente o médico e um auxiliar", informou Zacharias Calil.

    Nós já atendemos vários casos, essa classificação de gêmeas siamesas é a mais grave delas, só perde para os que são unidos pela cabeça", informou o médico.

    Valdinéia Satil Camargo Buiarski, será mãe das gêmeas Nathaly e Rhadassa (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)

    Valdinéia Satil Camargo Buiarski, será mãe das gêmeas Nathaly e Rhadassa (Arquivo Pessoal/Rosiane da Paixão)

    Apesar da complexidade do caso, Roseane da Paixão informou que está lidando com a situação com gratidão devido a todas as dificuldades para percorrer um estado para o outro e encontrar tratamento em Goiânia. Além dos desafios financeiros que já enfrentam e os que podem vir pela frente.

    Eu quero agradecer primeiramente. Sempre agradeço a Deus porque sem ele não somos nada. Em segundo, agradeço as pessoas que estão orando por nós e que estão contribuindo. A gente não sabia se iria ficar na casa de apoio (OVG) e conseguimos. Graças a Deus fomos muito bem recebidas, são pessoas excelentes", agradeceu Rosiane da Paixão.

    Além da gratidão, a família também conta com uma realidade de instabilidade devido aos recursos financeiros que precisa para arcar com a estádia em Goiânia e com o futuro enxoval das crianças.

    Depois que as nenês nascerem vamos ter um custo maior porque vai precisar de completar o enxoval das bebês que não trouxemos e o enxoval completo, até porque a gente não podia trazer muita coisa e pelo jeito que elas estão. Então os gastos pessoais comigo e com a minha filha. Tem pessoas nos ajudando, contribuindo, tem o esposo dela que vai precisar vir quando as nenês nascerem, ele ficou lá no trabalho dele, mas ele vai precisar vir. Então tudo tem gasto".

    Para conseguir lidar com todos os percalços, Rosiane concluiu a situação. "É uma coisa que a gente fica assim: nossa, estou mesmo passando por isso? Estou suportando isso mesmo? Mas só com ajuda de Deus mesmo para gente conseguir passar e com o apoio das pessoas", informou a mãe de Valdinéia.

    IcMagazine

    Famosos

    Beyoncé doa R$ 15 milhões para ajudar vítimas de incêndios em Los Angeles: 'Estamos com vocês'

    Muitos anônimos e nomes conhecidos, como Paris Hilton, Adam Brody e Leighton Meester perderam suas casas. O número de mortes já atinge 24

    Modificado em 13/01/2025, 14:36

    Beyonce durante apresentacao no palco Mundo, no Rock in Rio 2013, realizado na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro

    Beyonce durante apresentacao no palco Mundo, no Rock in Rio 2013, realizado na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro (Adriano Vizoni/Folhapress)

    Atingida por um mega incêndio que começou na última semana, a cidade de Los Angeles está devastada em diversos pontos consumidos pelo fogo.

    Duas das regiões mais atingidas são Altadena e Pasadena, bairros das celebridades de Hollywood. Uma organização fundada por Beyoncé anunciou a doação de mais de R$ 15 milhões de reais de um fundo para ajudar àqueles prejudicados nessas áreas.

    "O fundo é destinado a ajudar as famílias que perderam suas casas, e igrejas e centros comunitários para atender às necessidades imediatas das pessoas afetadas pelos incêndios florestais", diz o comunicado.

    Muitos anônimos e nomes conhecidos, como Paris Hilton, Adam Brody e Leighton Meester perderam suas casas. O número de mortes já atinge 24.

    Gisele Bündchen também prestou solidariedade e pediu doações aos afetados.

    "Meu coração está partido por toda essa devastação que está acontecendo na Califórnia. Vamos ajudar esses heróis da vida real a parar com essa catástrofe. Por favor, ajude da forma que você puder."

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    Exame de DNA cruzado confirma que os bebês foram trocados após o parto, diz advogado

    Segundo o advogado das famílias, exame atestou o que era esperado

    Modificado em 13/12/2024, 12:56

    Yasmin Kessia da Silva e Claudio Alves, e o casal Guilherme Luiz de Souz e Isamara Cristina Mendanha

    Yasmin Kessia da Silva e Claudio Alves, e o casal Guilherme Luiz de Souz e Isamara Cristina Mendanha (Rodrigo Melo/O Popular)

    Um exame de DNA confirmou, nesta sexta-feira (13), que os bebês de duas famílias de fato foram trocados após o nascimento em uma maternidade em Ihumas, na Região Metropolitana de Goiânia. A informação foi confirmada pelo advogado das famílias, e, de acordo com a nota emitida à imprensa, o resultado do exame apontou que o filho do casal Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza foi trocado com o filho de Yasmin Kessia da Silva e Cláudio Alves, o que já era esperado.

    "Recepcionamos na data de hoje (13), o resultado do Exame de DNA requerido pelo delegado de Polícia responsável pelo inquérito sobre a troca de bebês em Inhumas, o resultado foi conclusivo atestando o que se esperava", diz um trecho do comunicado.

    O POPULAR solicitou um posicionamento ao Hospital da Mulher sobre a confirmação da troca dos bebês, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Anteriormente, o Hospital informou que não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas (leia nota na íntegra ao final da reportagem) .

    Possibilidade de destroca

    Crianças foram trocados após o parto, denunciam famílias (Arquivo pessoal)

    Crianças foram trocados após o parto, denunciam famílias (Arquivo pessoal)

    A mãe de um dos meninos trocados após o nascimento no Hospital da Mulher em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, afirmou que não sabe se as crianças serão destrocadas. Nascidos em 15 de outubro de 2021, hoje os meninos estão com 3 anos e 1 mês.

    "Acho assim que não tem como ter troca. Foram três anos amamentando, cuidando, zelando, educando e assim, é claro que nós temos um filho biológico. O que eu sempre falo é que nós queremos aproximação, pegar esse momento e ser uma grande família. É difícil e está sendo porque ele [a criança], para mim, não tem explicação", afirmou Isamara Cristina Mendanha, em entrevista à TV Anhanguera.

    Para Isamara, o impacto de destrocar os meninos pode ser maior para eles mesmos. "Por mais que a outra família seja incrível, ele [a criança] ver assim 'minha mãe que me amamentou, que cuidou e zelou de mim não é minha mãe', acho que é um choque maior para a criança do que para nós mesmos", ressaltou.

    Isamara afirmou ainda que quando soube da troca das crianças, acreditou que poderia se tratar de um engano. "Vemos muito no jornal, novela, mas sinceramente eu nunca acreditei que ia acontecer comigo", completou.

    Depoimentos

    Na quarta-feira (12), Guilherme Luís de Souza e Isamara Cristina Mendanha, dois dos pais que tiveram os bebês trocados, prestaram depoimento na delegacia. Eles foram os últimos das duas famílias a serem ouvidos. Uma enfermeira do hospital também compareceu à Polícia Civil (PC), mas não falou com a imprensa.

    Conforme o representante das duas famílias, mais de 12 funcionários do hospital estiveram diretamente envolvidos nos partos, sendo ao menos seis pessoas compondo cada equipe.

    A médica pediatra que fez o atendimento após os partos dos bebês também prestou depoimento e afirmou ao POPULAR que recebeu os meninos com as pulseiras de identificação e que os entregou para as enfermeiras: "as duas crianças já estavam identificadas". Para a reportagem, a médica explicou que não participou do ato das cirurgias, mas foi ela quem pegou os bebês quando foram tirados das duas mães

    A advogada da pediatra, Luciana de Castro, disse que a profissional não se lembra se houve apenas os dois partos naquela manhã. Segundo ela, durante o depoimento da médica, foi relatado ao delegado o papel dela no dia dos cirurgias e que "nada aconteceu de diferente".

    "Foi esclarecido a conduta da doutora como pediatra dos bebês, a conduta que ela adotou durante os dois partos, mas não aconteceu nada de diferente. Ela não sabe precisar o que aconteceu de fato, onde houve essa troca. No momento do atendimento dela, não tem nada de diferente. Tudo dentro do normal. [...] Ela pega o neném quando ele nasce. Isso aí foi tudo dentro do normal. E depois que passa para a equipe de enfermagem, ela não sabe precisar", disse a advogada.

    Investigação

    O delegado Miguel Mota informou que não vai se manifestar sobre o caso, pois está sob sigilo. Em nota, a Polícia Civil informou que "os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria" (confira a nota da Polícia Civil ao final da matéria) .

    Entenda o caso

    undefined / Reprodução

    Os partos aconteceram no Hospital da Mulher de Inhumas. Segundo as famílias, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos e Isamara Cristina Mendanha, de 26, chegaram a ficar juntas na enfermaria antes dos partos, mas depois que foram submetidas a cesarianas por equipes médicas diferentes e não se viram mais.

    As famílias afirmam que depois das cirurgias, os pais não puderam acompanhar o processo de limpeza e preparo dos bebês e também não ficaram juntos no mesmo quarto devido aos protocolos adotados em razão da pandemia de Covid-19.

    A descoberta da troca dos bebês só aconteceu três anos depois, no dia 31 de outubro deste ano. A suspeita da troca de duas crianças veio à tona após o então marido de Yasmim, em processo de separação, pedir o exame de DNA da criança . Cláudio Alves, de 30 anos, e Yasmin, terminavam um relacionamento de cinco anos quando ele solicitou o teste.

    "Muito nervosa, eu falei pra ele: 'eu aceito fazer o DNA, mas desde que faça nós três, porque se você acha que esse filho não é seu, ele também não é meu'. E fiquei tranquila esperando o resultado", contou Yasmim emocionada.

    Ao receber o resultado do exame de DNA, Yasmin afirma que ficou desesperada e foi buscar esclarecimento sobre o caso. Ela afirma que se lembrou da família que também fez o parto no mesmo dia e conseguiu contato. Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos e Guilherme Luiz de Souza, de 27, fizeram o exame de DNA com o filho, que também apresentou resultado incompatível.

    (Colaborou Rodrigo Melo)

    Nota do do Hospital da Mulher

    "No momento o hospital não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas.

    Como o caso está sob investigação policial e tramita em sigilo por envolver menores de idade, o hospital está legalmente impedido de fornecer informações acerca do caso à imprensa, em obediência a Lei Geral de Proteção de Dados."

    Nota da Polícia Civil

    "A Polícia Civil de Goiás informa que a Delegacia de Inhumas - 16ª DRP investiga possível crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto), em que dois bebês teriam sido trocados no hospital da cidade. O fato foi descoberto após um dos casais envolvidos resolver se separar, tendo feito exames de DNA que comprovaram que o filho não era biologicamente compatível com nenhum dos dois. Os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria.

    Goiânia, 05 de dezembro de 2024. Gerência de Comunicação e Cerimonial/PCGO"

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    Meninos trocados: Famílias passam por acompanhamento psicológico, diz advogado

    Apoio dos profissionais ajudará na decisão dos pais em relação ao futuro dos meninos, segundo o advogado

    undefined / Reprodução

    As famílias que tiveram os bebês trocados no hospital de Inhumas passam por acompanhamento psicológico após a descoberta que ocorreu depois de três anos, segundo o advogado Márcio Rocha. O apoio dos profissionais também ajudará na decisão dos pais em relação ao futuro dos meninos, disse o representante da família.

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    No primeiro momento, nós estamos aguardando uma decisão liminar para que as famílias possam fazer o exame de DNA trocados para confirmar, via de regra, quem realmente são os pais biológicos dessas crianças. E após isso, as famílias já estão orientadas, já iniciaram alguns tratamentos psicológicos com profissionais da área, e acredito que só depois deste tratamento, elas poderão fazer juízo com relação à decisão do que realmente vão fazer", afirmou o advogado.

    Yasmin Kessia da Silva e Claudio Alves, e o casal Guilherme Luiz de Souz e Isamara Cristina Mendanha (Rodrigo Melo/O Popular)

    Yasmin Kessia da Silva e Claudio Alves, e o casal Guilherme Luiz de Souz e Isamara Cristina Mendanha (Rodrigo Melo/O Popular)

    A dona de casa Silvania Hilário dos Santos Silva, de 42 anos, mãe da Yasmin Kessia da Silva, que teve o filho trocado, foi a primeira pessoa da família a prestar depoimento à Polícia Civil (PC) sobre o caso, nesta segunda-feira (9). Ao POPULAR, ela disse que, após a filha contar que o menino não era o filho biológico dela, se escondeu no guarda-roupa com o neto temendo que a criança fosse tomada.

    A avó foi chamada para depor porque esteve com a filha no dia do parto no dia 15 de outubro de 2021, época em que havia restrições de pessoas devido à Covid-19. De acordo com o advogado Márcio Rocha, durante o depoimento de Silvânia, foi dada "uma riqueza de detalhes" sobre o dia da cirurgia, como o nome dos profissionais de saúde.

    "Silvana foi quem acompanhou a filha no dia do parto. Ela, inclusive, teve uma atitude de desobediência da orientação do protocolo da Covid-19 naquele dia, que era para ficar dentro do quarto aguardando a filha voltar do centro cirúrgico. E nesse ato de desobediência dela, ela foi capaz de poder estar no corredor observando todo o entre e sai, sabendo quem de fato eram os profissionais que estavam envolvidos no dia do procedimento do parto no centro cirúrgico", disse o advogado.

    Horas depois da Silvania prestar depoimento, foi a vez de Isabel Cristina Flores, de 56 anos, mãe de Isamara Cristina Mendanha. O próprio advogado também prestou depoimento nesta segunda-feira, pois exerce a função de pastor na igreja evangélica frequentada por Isamara e Guilherme e foi ele quem intermediou a informação da troca dos bebês no hospital entre os casais.

    Quando o caso foi divulgado, o Hospital da Mulher disse em nota que medidas imediatas foram adotadas para garantir a apuração completa e transparente do ocorrido e está colaborando com as investigações.

    Crianças foram trocados após o parto, denunciam famílias (Arquivo pessoal)

    Crianças foram trocados após o parto, denunciam famílias (Arquivo pessoal)

    Entenda o caso

    A descoberta da troca dos garotos ocorreu durante o processo de separação de Cláudio Alves, de 30 anos, e Yasmin. Ele conta que havia percebido que alguns traços da criança não pareciam ser dele e, no momento da separação, pediu o teste de DNA. Contudo, a esposa retrucou dizendo que se não fosse dele, também não seria dela. O casal viveu conviveu por cinco anos.

    O resultado do exame de DNA saiu no dia 31 de outubro e apontou que o menino criado pelo casal não era compatível nem com o pai nem com a mãe. Nesse momento, Yasmin ficou desesperada e foi buscar esclarecimento sobre o caso e lembrou da família que também fez o parto no mesmo dia.

    Yasmin afirmou que conseguiu contato com outra família por meio de um pastor. Segundo ela, o pai da outra família é um professor conhecido na cidade, mas foi aconselhada a buscar o contato por intermédio do pastor desse segundo casal, que também é advogado.

    Foi quando Isamara e o professor Guilherme Luiz de Souza, de 27, também fizeram o exame de DNA com o filho, que se apresentou incompatível. O exame de DNA cruzado entre as duas famílias ainda não foi realizado e depende de autorização judicial, segundo os advogados que representam as famílias.