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Diagnóstico precoce é essencial para cardiopatias congênitas

Em data que alerta para a doença, especialista destaca as principais informações sobre a enfermidade

Modificado em 17/09/2024, 16:25

Diagnóstico precoce é essencial para cardiopatias congênitas

(Freepik)

As cardiopatias congênitas são anomalias na estrutura ou na função do coração que surgem durante o desenvolvimento fetal. De acordo com o Ministério da Saúde, 1% dos bebês que nascem no país têm a doença. Isso significa cerca de 29 mil a 30 mil novos casos por ano, sendo a segunda maior causa de mortalidade no período neonatal, compreendidos nos 28 dias após o parto.

Para chamar atenção sobre a enfermidade, 12 de junho é considerado o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita. A cardiopediatra Mirna de Sousa, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, cita quais são as mais frequentes.

"Felizmente, as cardiopatias congênitas mais comuns não são as mais complexas, temos a comunicação interatrial, comunicação interventricular, doenças da válvula óptica, persistência de canal arterial, que é uma doença relacionada à prematuridade. E temos cardiopatias mais complexas, que têm só metade do coração, que também correspondem a uma parcela importante desse grupo, que são as cardiopatias mais graves. Mas dentro dessas cardiopatias, até mesmo de menor complexidade, elas podem ter extrema gravidade se não tratadas no momento certo".

O diagnóstico, em sua maioria, é feito ainda na gestação. "O coração do feto deve ser detalhadamente avaliado durante toda a gestação. No pré-natal existem momentos para isso. O ultrassom feito pelo obstetra, o ultrassom morfológico, é o primeiro triador desse coração. E quando alguma alteração é detectada, essa criança deve ser encaminhada para a realização do ecocardiograma fetal, um exame específico, realizado por um profissional treinado em cardiologia pediátrica, para que esse coração seja avaliado e esse diagnóstico da cardiopatia seja dado ainda na gestação", detalha a especialista.

A médica destaca ainda que o resultado do exame pode interferir até mesmo no parto. "É importante que isso aconteça para que essa família receba orientação adequada em relação ao parto, por exemplo. Dependendo da cardiopatia, o parto deve acontecer em algum serviço com estrutura para avaliar esse bebê após o nascimento, realizar o ecocardiograma pós-natal, ter uma equipe de cardiologia pediátrica para planejar o tratamento desse bebê. Porque em muitas das situações o tratamento deve acontecer através de cirurgia ou cateterismo nos primeiros dias após o nascimento".

Cirurgia
Mirna de Sousa pontua que a cirurgia não é o único tratamento disponível para os bebês com cardiopatia congênita. "Algumas cardiopatias necessitam de intervenção ao longo da vida, essa intervenção pode ser feita através de cirurgia tradicional. Mas hoje a gente tem também a possibilidade de tratar muitas delas por um procedimento percutâneo, que é o cateterismo cardíaco. E ainda tem um grupo de cardiopatias que a gente pode tratar das duas formas, com cirurgia e cateterismo ao mesmo tempo, que é o procedimento híbrido. Algumas delas não precisam de tratamento cirúrgico e devem ser acompanhadas ao longo da vida. Então, existe hoje uma nova especialidade dentro da cardiologia, que é a cardiopatia congênita do adulto, uma área de expertise do cardiopediatra ou do cardiologista de adulto com treinamento em cardiologia pediátrica".

Segundo a cardiopediatra, existe a possibilidade de cirurgias ainda na barriga da mãe, mas isso não é o mais comum. "Apesar do diagnóstico ser feito ainda intraútero, o tratamento de escolha hoje dessas cardiopatias, mesmo as mais complexas, tem sido feito após o nascimento. Existem hoje no mundo alguns centros que já ousam fazer o tratamento intraútero, mas isso ainda não é uma realidade de segurança de uma forma geral, eles são selecionados para casos muito específicos. Hoje a conduta de maior frequência, volume e segurança é o tratamento após o nascimento", afirma.

De acordo com a especialista, algumas crianças podem ter uma vida normal após a operação, outras não. "Algumas cardiopatias têm cura espontânea. A criança nasce com uma condição e isso se cura completamente ao longo da vida. Quando isso não acontece, esse paciente é submetido a algum procedimento, cirurgia ou cateterismo, que promovem uma cura anatômica, ou seja, o defeito é corrigido, e esse paciente ganha aí uma cicatriz ou uma prótese dentro do coração, mas o coração passa a funcionar de uma forma semelhante à de um coração normal. Mas existe um grupo de cardiopatias onde não há possibilidade de cura anatômica, o tratamento não é curativo, ele é paliativo e os pacientes devem ser acompanhados pelo resto da vida. Eles têm muitas vezes reintervenções com mais de uma cirurgia, mais de um cateterismo, muitas vezes a necessidade do uso de medicação. Para esse grupo não existe a possibilidade de cura anatômica e nem funcional".

Na maioria dos casos, segundo Mirna de Sousa, não há como prever a possibilidade da doença, mas existem pontos de atenção. "90% não tem nenhum fator de risco. Não tem recorrência familiar, não tem síndrome genética, não tem uso de medicação na gestação. Agora, 10% das vezes a gente acha esses fatores de risco, como o uso de algumas medicações que estão relacionadas à malformação do coração, doenças infecciosas durante a gravidez, por exemplo, a rubéola na mãe durante a gestação. Alguns fatores como radiação, algumas síndromes genéticas, consanguinidade entre os pais, doença familiar recorrente, algumas cardiopatias têm recorrência familiar. Contudo, todo coração de feto deve ser avaliado de uma maneira muito adequada, pormenorizada, detalhada durante a gestação. De toda gestante, independente de haver fator de risco ou não".

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Exames de rotina são importantes para manter a saúde

Neste Dia do Cardiologista, especialista explica sobre o check up, citando as doenças que podem ser detectadas e precisam de acompanhamento

Modificado em 17/09/2024, 17:24

Exames de rotina são importantes para manter a saúde

(Freepik)

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a julho de 2021, 70,6% dos brasileiros não realizam check-ups regularmente, uma prática que envolve uma série de testes e exames para avaliar a saúde e detectar possíveis problemas de forma antecipada, o que aumenta as possibilidades de tratamentos menos complexos. Além de acompanhar a evolução de doenças já existentes.

Nesta quarta-feira, 14 de agosto, é o Dia do Cardiologista, e o especialista da área, Vinícius Marques Rodrigues, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca a importância de se cuidar preventivamente da saúde. "Através do check up buscamos o controle dos fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes mellitus e o colesterol. Realizamos exames com objetivo de identificar algumas doenças chamadas silenciosas, cardiológicas e não cardiológicas", destaca.

O cardiologista pontua que o histórico familiar do paciente deve ser observado. "A genética é um fator importante, chamado não modificável e tem sua importância na história clínica do paciente", salienta ele, explicando a regularidade do check up. "Pessoas acima de 45 anos devem fazer anualmente e aqueles que têm história de doenças cardiológicas na família precisam começar a fazer os exames de forma anual a partir dos 40 anos", completa.

Vinícius Marques Rodrigues ressalta quais os principais exames e doenças que o check up regular pode identificar na área cardiológica. "As enfermidades mais frequentes que encontramos são a hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças coronarianas, aterosclerose, entre outras. Já os exames que mais pedimos são o eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, raio X do tórax, além dos de sangue", detalha.

Contudo, o cardiologista lembra que, além do check up regular, outras atitudes também são necessárias para que as pessoas possam adquirir uma boa saúde. "É preciso ter hábitos de vida saudáveis, com atividades físicas regulares, alimentação com baixo teor de açúcar e de gorduras saturadas, além de cessar o tabaco e diminuir o uso de álcool", afirma o médico.

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Catador de recicláveis é preso suspeito de matar três pessoas, arrancar o coração e beber o sangue

De acordo com a Polícia Civil, crimes aconteceram em Goiânia nos meses de dezembro e fevereiro

Modificado em 17/09/2024, 15:54

Catador de recicláveis é preso suspeito de matar três pessoas, arrancar o coração e beber o sangue

(Divulgação/Polícia Civil)

Um catador de recicláveis foi preso suspeito de matar três pessoas em Goiânia. A Polícia Civil detalhou que recebeu uma denúncia anônima que informava que o homem chegou a arrancar o coração e beber o sangue das vítimas.

"A denúncia diz que ele é uma pessoa perigosa, gostava de matar, beber o sangue e em algumas situações até tirar o coração das vítimas. As investigações estão em andamento para poder confirmar ou não essas questões", afirmou o delegado responsável pelo caso, Marcus Cardoso.

Por não ter o nome divulgado, a reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito para que se posicionasse até a última atualização desta matéria.

De acordo com a Polícia Civil, os crimes aconteceram em dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mas o suspeito foi preso no último domingo (25). "No dia 16 de dezembro encontramos o primeiro corpo. No dia 23 de dezembro encontramos o segundo corpo e no dia 11 de fevereiro encontramos o terceiro", informou o delegado.

Segundo Marcus Cardoso, o suspeito confessou apenas um dos homicídios, mas denúncias anônimas apontam que ele teria uma lista com cinco nomes de pessoas que iria matar.

"Ele usa a vulnerabilidade das pessoas por serem moradores de rua e o fato delas serem usuárias de drogas para atraí-las e matá-las. Após matar as vítimas, ele as transportava no carrinho de reciclagem, enroladas em lençóis, e depois desovava esses corpos em região de mata ", pontuou o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, pelas vítimas se tratarem de moradores em situação de rua, as mesmas ainda não foram identificadas. As investigações seguem, também no sentido de identificar se existem outras possíveis vítimas.

Segundo o delegado, em um dos endereços do suspeito, a Polícia Científica usou a substância luminol e encontrou uma grande quantidade de sangue. O material foi coletado e será confrontado com o DNA das vítimas, a fim de verificar qual delas foi morta dentro da residência dele.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito, que já responde por homicídio, abandono material e tortura, se confirmados os três homicídios, poderá responder por triplo homicídio qualificado, que se dá por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

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Goiás faz primeira impressão 3D de coração de bebê

Ferramenta é últil para simular casos e ajudar médicos na preparação de procedimentos complexos. Precisão em diagnósticos é uma das vantagens

Modificado em 17/09/2024, 15:48

Mayra Barreto e Mirna de Sousa mostram impressões em 3D em tamanho real de coração de bebê: caso raro de síndrome de hipoplasia

Mayra Barreto e Mirna de Sousa mostram impressões em 3D em tamanho real de coração de bebê: caso raro de síndrome de hipoplasia (Diomício Gomes)

Este mês, a equipe de cardiologia pediátrica do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) se deparou com um caso inédito de cardiopatia em um recém-nascido. Foi a impressão em 3D em tamanho real que jogou luz sobre o que ocorria com o órgão da criança e ajudou na abordagem cirúrgica. Diante da gravidade do caso, o bebê não sobreviveu, mas para os profissionais, o episódio revelou o quanto a tecnologia é fundamental para avançar no tratamento dos pequenos pacientes portadores de cardiopatia congênita.

Responsável pelo Setor de Imagem da Cardiologia Pediátrica do Hugol, a médica Mayra Barreto se esforçou muito para entender o caso do bebê de 20 dias, filho de um casal de caseiros de Jataí, no Sudoeste goiano. Ela já sabia que o primeiro filho do casal teve morte súbita no colo da mãe aos oito dias de vida.

Como ela se especializou no renomado Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na capital paulista, sabia que imprimir o coração da criança em 3D poderia dar respostas que ela não conseguia obter nos exames tradicionais. O problema é que não havia histórico nesse sentido em Goiás.

Depois de enviar dezenas de mensagens, a médica recebeu a indicação do Laboratório de Ideias, Prototipagem e Empreendedorismo da Universidade Federal de Goiás (Ipe-Lab/UFG). O coordenador da unidade, Pedro Henrique Gonçalves, aceitou o desafio proposto por Mayra e em tempo recorde imprimiu o pequeno órgão. "Quando recebi, eu chorei. Há dois anos tento isso", contou ela ao jornal.

A equipe do Hugol sabia que estava diante de um caso raro de síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, que ocorre em 1 para cada 11 mil nascimentos, mas a condição do bebê era mais rara ainda.

"Ele tinha dois arcos aórticos associados a uma má-formação cardíaca. Ou seja, tinha problemas dentro e fora do coração", explicou Mayra. O coração em 3D permitiu visualizar o dano externo e quando o bebê entrou no centro cirúrgico, a família já estava ciente de que o procedimento poderia não ter sucesso. Em condições semelhantes, em países europeus e na América do Norte, conforme a médica, os cardiopediatras costumam indicar a interrupção da gravidez ou paliativizar, ou seja, deixar que a criança viva até quando for possível. A equipe tentou a cirurgia na esperança de manter o bebê vivo.

"Toda a estratégia do procedimento cirúrgico se baseou no sentido de manter a circulação fetal. No útero, o bebê tem uma placenta que faz o trabalho de respiração e de promover a circulação. Nosso planejamento era tentar fazer o mais parecido possível com essa realidade, mas falhamos porque ainda não existe uma tecnologia capaz de garantir essa condição intra-uterina", detalhou a médica Mirna de Sousa, coordenadora do Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hugol e diretora da Sociedade Goiana de Pediatria.

Apesar do insucesso, Mayra e Mirna apontam a importância do coração 3D e lutam para que em futuros casos complexos ele esteja ao alcance nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás. "O que essa tecnologia propõe é um diagnóstico com alto grau de precisão. Quando o cirurgião entrar no tórax no centro cirúrgico, não terá surpresa. Ele só vai executar o que foi previamente planejado, reduzindo o tempo de cirurgia, de anestesia e de risco para o paciente. Se o bebê vai a óbito, como ocorreu nesse caso, com o órgão em 3D na mão, conseguimos dar uma resposta à família", enfatiza Mirna de Sousa.

Órgão artificial reduz riscos para o paciente

A coordenadora do Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hugol, Mirna de Sousa, estima que, em média, são realizados mensalmente na unidade mais de 22 procedimentos cardíacos em sua área, desses 40% são de alta complexidade, mas desse total apenas 1% precisaria da impressão em 3D do órgão cardíaco.

"Quando nos deparamos com um caso de alta complexidade, o diagnóstico não é perfeito. A margem de dúvida no centro cirúrgico oferece maior risco", ressalta Mirna. Ela entende que investir em tecnologia traz eficiência e, por consequência, menor custo para os cofres públicos.

Todas as respostas trazidas pelo primeiro coração em 3D impresso em Goiás, na opinião de Mirna e da responsável pelo Setor de Imagem da Cardiologia Pediátrica do Hugol, Mayra Barreto, justificam o investimento para beneficiar também outras especialidades. "Nossa expectativa é sensibilizar o Governo de Goiás e nossos parlamentares para a importância de adquirir uma impressora em 3D para atender as demandas do SUS" explica Mirna.

Ela defende um convênio com o Ipe-Lab/UFG, onde atuam técnicos preparados, capazes de dar respostas céleres, como aconteceu na semana passada.

O arquiteto Pedro Henrique, mestre e doutor em Engenharia, relata que uma impressora de última geração tem custo aproximado de R$ 1 milhão, equipamento que não existe no Ipe-Lab/UFG. "A ciência não descansa. As pessoas podem perguntar o que significa esse nosso movimento se a criança não sobreviveu. Significa conhecimento, nos ajuda a entender o problema, a planejar os próximos casos e a justificar para família o que aconteceu de forma palpável", afirma Mirna. Ela lembra que o equipamento pode ajudar até mesmo pacientes no interior do estado. "Nós orientamos os médicos da ponta."

Mayra lembra que em São Paulo uma empresa privada costuma cobrar em torno de R$ 15 mil para imprimir uma peça como a que ela conseguiu junto ao Ipe-Lab/UFG. "Só queremos que toda criança tenha a oportunidade de melhorar o seu tratamento, que tenha um diagnóstico correto. Essa família veio para Goiânia sem ter meios de se alimentar e quando a criança foi transferida para o Hugol, a preocupação era se eles teriam refeições. Se não fosse o SUS jamais teriam condições de acesso ao tratamento de qualidade europeu, como o que pudemos oferecer."

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Faustão é extubado e conversa normalmente, diz hospital

Modificado em 19/09/2024, 01:04

Faustão é extubado e conversa normalmente, diz hospital

(Reprodução/Band)

O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, foi extubado na manhã desta terça-feira (29) e respira sem auxílio de aparelhos, segundo boletim divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Ele passou por um transplante de coração no domingo (27), uma cirurgia que durou cerca de duas horas e meia.

Segundo o hospital, Faustão está consciente, conversa normalmente e apresenta boa função do coração. Ele continua na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O boletim é assinado por Fernando Bacal, cardiologista, Fábio Antônio Gaiotto, cirurgião cardiovascular, e Miguel Cendoroglo Neto, diretor médico e Serviços Hospitalares do Einstein.

Na segunda-feira (28), ele estava sedado e respirando com auxílio de ventilação mecânica.

A equipe médica afirmou no domingo que o "procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição".

O apresentador contou com uma combinação de fatores técnicos para receber o novo coração, de acordo com a explicação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo sobre o procedimento.

Ainda na madrugada de domingo, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo realizou a oferta de um coração à equipe transplantadora responsável por Faustão. Após avaliação, os médicos aceitaram o órgão e iniciaram a captação e implante.

A seleção gerada para esse coração, por meio do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos.

Entre os potenciais receptores, quatro tinham prioridade devido à gravidade das suas condições de saúde. O apresentador ocupava a segunda posição nesta seleção.

A equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente, que era Faustão. Recusas podem ocorrer devido a potenciais incompatibilidades entre receptor e doador.

O tempo de espera por um transplante de coração, para possíveis receptores do grupo sanguíneo B, é de um a três meses, mas em casos prioritários esse tempo é reduzido devido à iminente condição de morte do potencial receptor.

PRIMEIRAS 48 SÃO AS MAIS CRÍTICAS

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, Faustão ainda deve passar cerca de um mês internado. Este é o tempo médio de recuperação pós-operatória, que inclui medicamentos e exames para controlar uma possível rejeição ao novo órgão.

"Esse coração que ele recebeu é um corpo estranho, e por isso o corpo vai rejeitar. Então ele vai ter que tomar uma série de medicamentos imunossupressores, que atuam no sistema imunológico e abaixam a resistência do indivíduo", afirma o médico cardiologista João Vicente, que trabalha no hospital Sírio Libanês.

O uso dessa medicação, contudo, eleva o risco de infecções, uma vez que diminui a imunidade do paciente. Por isso, a fase inicial pós-transplante é a mais preocupante, em especial as primeiras 48 horas.

De acordo com o cirurgião Paulo Pego Fernandes, do Hcor, o paciente costuma ter vida "muito próxima do normal" após um transplante de coração, mas precisa visitar o cardiologista com mais frequência.

"Ele consegue fazer exercícios e outras atividades físicas normalmente, mas precisa de acompanhamento periódico para controle de infecções", disse o médico, que recomenda consultas a cada quatro meses.

No primeiro ano depois da cirurgia, a taxa de sobrevida dos pacientes é de 80%. Segundo os cardiologistas entrevistados, transplantados cardíacos ganham em média dez anos de vida após a operação.

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