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Educação manda 10 mil alunos do ensino médio para a EJA em Goiás

Estado fez mudança após fechar turmas noturnas. Tempo na escola cairá pela metade. Pais e alunos reclamam de medida e afirmam que não foram avisados com antecedência

Modificado em 19/09/2024, 00:26

Maíra Martins, mãe do aluno Isaac Gabriel Martins: jovem trabalha no período vespertino e se diz prejudicado

Maíra Martins, mãe do aluno Isaac Gabriel Martins: jovem trabalha no período vespertino e se diz prejudicado (Wesley Costa)

A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) retirou ao menos 10 mil alunos do ensino médio regular e os remanejou para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) após o fechamento de turmas noturnas de escolas estaduais. A mudança teve início neste mês de maio, e tem sido implementada principalmente em unidades de Goiânia e Aparecida, em meio ao ano letivo.

Pais e professores ouvidos pela reportagem reclamam da medida e alegam surpresa. Conforme os relatos, alunos menores de idade, que faziam o ensino noturno, serão prejudicados devido ao tempo de permanência menor nas escolas. No ensino regular, são três anos para concluir o nível médio. O prazo é reduzido para um ano e meio na EJA, modalidade permitida apenas para maiores de 18 anos.

A pasta, por outro lado, argumenta que problemas como evasão e baixa frequência nas turmas noturnas motivaram a mudança. Conforme a Seduc, foi feita uma proposta e encaminhada às Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) visando a reduzir os pontos problemáticos e incentivar os alunos a terminarem o ensino médio mais rapidamente. No entanto, alega que a decisão de fechamento de turmas foi das próprias diretorias.

Para o coordenador do Fórum Goiano de EJA, Lucas Martins, a medida está relacionada ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que atua como indicador da política educacional de cada estado. "Goiás faz muita propaganda de que é bom no Ideb, mas é faz de conta, é fazer os números, isso é muito fácil. Vai fazer uma avaliação qualitativa para ver se estão aprendendo", aponta.

Martins explica que a Seduc encaminhou aos diretores das escolas "a meta que tem de ser alcançada no Ideb". E acrescenta: "Chegou para as escolas também a informação de que a mudança pode ser parcial, só para a 3ª série, justamente o ano que realiza a avaliação do Ideb", se referindo ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Reclamações

De acordo com ele, a situação tem causado inúmeras reclamações de gestores, que alegam que a medida foi "compulsória", ao contrário do que diz a Seduc. Para Maíra Martins, de 40 anos, mãe de Isaac Gabriel, de 17, que estuda em um colégio estadual de Aparecida de Goiânia, também foi repassado pela direção da unidade que havia sido uma "determinação".

Segundo ela, os pais e responsáveis foram chamados na escola há cerca de duas semanas e informados que a pasta adotou a medida para "extinguir o ensino médio" no período noturno. "Estamos no meio do ano letivo para a secretaria vir agora, mudar tudo, e não avisar ninguém", reclama, explicando que Isaac ingressou nos estudos à noite após arrumar um trabalho no período vespertino.

Conforme Maíra, a realidade é a mesma a de outros estudantes. "Alunos do noturno são jovens que precisam estudar e trabalhar. Se trabalha é porque precisa", acrescenta. Para ela, a solução poderia ser repassar o filho para o período diurno. "Mas tem vaga para de manhã? Não. Onde não é integral, não tem vaga, e onde é integral meu filho não pode. Na escola que ele está matriculado não tem".

Estudante de um colégio em Aparecida, Giana Emanuela Ribeiro, de 17 anos, reclama que a mudança prejudica os estudantes. "Nós, desde a nossa 1ª série tivemos nosso ensino regular e mudar isso da noite para o dia não é bom para nenhum aluno. Eu sempre fui uma ótima aluna, e tenho um sonho muito grande de passar no Enem, conseguir um emprego bom", destaca.

A adolescente explica que é do interior do Maranhão e veio para Goiânia procurando ensino de qualidade para entrar em uma boa universidade. "Sempre tive meu ensino regular e para chegar agora e mudar tudo. A gente está sendo muito desvalorizado, quem estuda à noite não é porque quer, é porque trabalha, tem curso para fazer. Não tem como estar mudando de turno", complementa.

A preocupação é a mesma para Khetthemilher Alves, de 36 anos, mãe de Khayane, de 16, aluna da 2ª série de um colégio estadual em Goiânia. Ela conta que é professora, mas atualmente está desempregada, e a filha trabalha durante o dia para contribuir com as contas da casa. "Como vou tirar minha filha que ajuda nas despesas do trabalho?" diz, acrescentando que teria de tirar do próprio bolso "direto para pagar um cursinho pré-vestibular" para que a menina não tivesse prejuízo no desempenho do Enem.

A mulher aponta ainda que não há motivo para a filha ser colocada na modalidade de ensino para jovens e adultos. "Se ela tivesse atrasada com o ensino, aí sim entenderia. Mas ela está na fase regular do ensino médio, não tem porque ser acelerada para terminar um ano mais cedo". E acrescenta: "Eu matriculei ela no início do ano para o ensino regular, não para a EJA".

Professora de uma escola de Aparecida, Wilma Ferreira, de 62 anos, explica que ainda não há informação de como será feita a modulação dos servidores efetivos das instituições de ensino, mas já adianta que vai causar prejuízo também aos profissionais, professores e administrativos. Para ela, há diferença na carga horária e os perderiam conteúdo.

Conforme ela, das 32 horas/aula que precisa cumprir, 24h são no ensino noturno, e o restante no matutino. No entanto, com a alteração, ela reclama que poderia ter de cumprir parte do período em outra unidade de ensino, o que geraria mais desgaste. "Mexe com a vida da gente. Todo mundo perde", aponta.

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Professores paralisam parcialmente atividades para reivindicar piso salarial e redução de carga horária

Manifestação contou com profissionais de Goiânia e de Aparecida. Ação foi uma adesão ao ato nacional por melhorias salariais e condições de trabalho na educação

Paralisação da Educação em Goiânia

Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

Professores e os funcionários administrativos de cerca de 100 instituições de ensino de Goiânia aderiram à paralisação nacional das atividades nesta quarta-feira (23). Eles reivindicam o pagamento de piso nacional para o administrativo e a redução da carga horária para cerca de 26h semanais.

Divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e confirmado pela Secretaria Municipal de Educação (SME), o número de instituições que pararam as atividades é referente a escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) da capital. A paralisação acontece apenas nesta quarta-feira.

A SME, por meio de nota, informou que a "gestão atual é sensível às demandas apresentadas e tem compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais da Educação" (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).

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A presidente do Sintego, deputada Bia de Lima, disse que a manifestação foi uma adesão à mobilização organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). O ato é referente à 26ª Semana Nacional em Defesa da Promoção da Educação Pública, que tem como tema "Escola pública não é negócio.

Dentre as reivindicações da categoria estão:

  • Realização de concurso público;
  • Aprovação do projeto de lei que institui o Novo Plano Nacional de Educação;
  • Gestão democrática das escolas;
  • Valorização para todos os profissionais da educação;
  • Piso e carreira do magistério.
  • Em Goiânia, segundo Bia de Lima, além das pautas nacionais há reivindicações especificas.

    No caso do município de Goiânia, até agora não foi pago o piso, que deferia ser pago desde janeiro, não pagou e nem garantiu o novo plano de carreira, que é uma luta de três anos que a gente vem batalhando para ver se o município construiu um plano de carreira", destacou.

    O Sindicato reivindicou também do governo estadual melhorias para a classe.

    Redução da jornada de trabalho dos professores, que está em confluência com a legislação nacional. Já que aqui em Goiás mudou a lei e colocou os professores para trabalhar mais do que no Brasil inteiro", disse.

    À reportagem, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que as atividades nas escolas estaduais foram normais nesta quarta.

    Durante o ato, os professores aprovaram ainda uma assembleia geral para avaliar a possiblidade de greve.

    De acordo com a organização do evento na capital, houve adesão de professores também de Aparecida de Goiânia. Ao POPULAR, a Secretaria Municipal de Educação informou que não tinha o número de escolas sem aula durante a manhã (veja íntegra da nota ao final do texto).

    Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

    Paralisação da Educação em Goiânia (Fábio Lima/O Popular )

    Íntegra da nota da SMS de Goiânia

    Paralisação Nacional da Educação -- 23 de abril de 2025

    A Secretaria Municipal de Educação de Goiânia respeita o movimento de paralisação nacional dos profissionais da educação realizado nesta terça-feira (23).

    A gestão atual é sensível às demandas apresentadas e tem compromisso com o diálogo e a valorização dos profissionais da Educação.

    Secretaria Municipal de Educação

    Íntegra da nota da SME de Aparecida de Goiânia

    A Prefeitura de Aparecida, por meio da Secretaria de Educação, mesmo diante das dificuldades financeiras herdadas da administração anterior. - R$ 500 milhões em dívidas - tem dialogado com o sindicato que representa a categoria e tratado os pleitos dentro das condição financeiras atuais do município, como a folha de dezembro, que não foi paga pela administração anterior, e quitada pela nova gestão, que também está pagando os salários dos servidores em dia e dentro do mês trabalhado.

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    Empresária que morreu após embarcação afundar auxiliava com ensino religioso para crianças em igreja

    Ana Flávia foi arrastada por correnteza e teve o corpo encontrado dois dias depois a 1,5 km do local do naufrágio

    Modificado em 23/04/2025, 13:18

    Empresária e pedagoga Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos (Reprodução/ Redes Sociais)

    Empresária e pedagoga Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos (Reprodução/ Redes Sociais)

    A empresária Ana Flávia de Abreu Santos Rosa, de 26 anos, que morreu após a embarcação em que ela estava afundar no Rio Claro, no município de Montes Claros de Goiás, era formada em pedagogia e auxiliava com ensino religioso para crianças e adolescentes na igreja que frequentava em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia. Nas redes sociais, Ana Flávia fez diversas publicações em que mostrava parte das atividades na comunidade cristã.

    Ainda nas redes sociais, o marido dela, o conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento, republicou homenagens feitas por amigos e familiares. Em uma das mensagens, uma mulher afirma que Ana Flávia "foi um exemplo de serva de Deus" e destaca: "Nunca vou esquecer nossa última conversa e o quanto ela era meiga, doce e uma mulher virtuosa", escreveu.

    Em uma outra publicação, um primo da empresária escreveu: "Você foi uma pessoa verdadeiramente alcançada por Cristo e deixou um lindo legado para todos nós. Minhas lembranças com você são sempre maravilhosas, desde a nossa infância. Estou com nó na garganta constante, mas o que me consola é saber que você está com Jesus e que isso não foi um adeus, mas sim um até logo. Te amo prima, minha irmãzinha querida!", declarou.

    O marido da empresária também fez uma emocionante homenagem à esposa. O casal completaria dois anos de casamento em junho.

    Meu eterno amor. O sorriso mais lindo do mundo", escreveu Ramon Lucas na legenda das publicações.

    Conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento publicou homenagem à esposa que morreu após embarcação afundar (Reprodução/Redes Sociais )

    Conselheiro tutelar Ramon Lucas Oliveira Nascimento publicou homenagem à esposa que morreu após embarcação afundar (Reprodução/Redes Sociais )

    Entenda o caso:

    Segundo o Corpo de Bombeiros, Ana Flávia estava com outras seis pessoas em uma canoa que afundou no Rio Claro, na última sexta-feira (18).

    "A primeira informação que chegou até nós foi de que uma pessoa do sexo feminino caiu de uma embarcação. No local, os militares descobriram que tinha acontecido um naufrágio", detalhou o sargento Fernando Augusto.

    Ana Flávia desapareceu após o naufrágio e o corpo dela foi encontrado pelos bombeiros no domingo (20). Testemunhas afirmaram que Ana Flávia não sabia nadar e foi levada pela correnteza.

    Todos os demais ocupantes foram resgatados com vida por populares momentos após a embarcação afundar. Nenhum deles usava colete salva-vidas, segundo os bombeiros.

    De acordo com os bombeiros, o rio estava com águas turvas, cheio e com correnteza forte devido às chuvas recentes. Por conta das condições, as buscas só puderam ser iniciadas no dia seguinte.

    O corpo de Ana foi localizado por mergulhadores a aproximadamente 1,5 km do local do acidente. A Polícia Científica confirmou liberação à família na noite de domingo (20) para os procedimentos de despedida.

    Empresária Ana Flávia de Abreu morreu após ser arrastada por correnteza de rio (Reprodução/Redes Sociais/Corpo de Bombeiros)

    Empresária Ana Flávia de Abreu morreu após ser arrastada por correnteza de rio (Reprodução/Redes Sociais/Corpo de Bombeiros)

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    Fotógrafa goiana obtém remédio fora da lista do SUS após batalha na Justiça

    Convivendo com esclerose múltipla recorrente, uma doença neurológica progressiva, Maria Francisca da Silva Santos conquista direito a medicamento de alto custo considerado um dos mais eficazes para sua condição

    Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla

    Chica Fotógrafa lida há 18 anos com percalços da esclerose múltipla (Wildes Barbosa / O Popular)

    A fotojornalista Maria Francisca da Silva Santos, a Chica Fotógrafa, lida há cerca de 18 anos com os percalços provocados pela esclerose múltipla (EM), doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central e que tornou-se recorrente nos últimos anos. Este mês ela ganhou na Justiça Federal uma ação que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a liberar o medicamento ofatumubabe, considerado um dos mais eficazes para sua condição. O remédio não integra a lista de remédios de alto custo fornecidos pelo SUS.

    O ofatumumabe ou Kesimpta (nome comercial) é também indicado para leucemia linfocítica crônica. O remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a Comissão Nacional de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) não recomendou a sua inclusão na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS alegando alto impacto orçamentário e sob a justificativa de que não faria muita diferença em relação ao progresso da doença. Anticorpo monoclonal, o remédio ataca alvos específicos do sistema imunológico e podem reduzir em até 59% as taxas de recidiva da EM recorrente, segundo especialistas.

    Convivendo com fadiga, fraqueza muscular, dificuldade para respirar e dores articulares, Chica e a médica Denise Sisteroli Diniz, que a acompanha no tratamento no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, viram no ofatumumabe a única possibilidade de uma melhor qualidade de vida e interrupção do progresso da doença. O pedido inicial para obter o remédio foi apresentado ao Ministério Público de Goiás que o encaminhou à Defensoria Pública da União. No final de 2023, o pedido de urgência para o caso foi negado pela Justiça Federal.

    Sem conhecer a fotojornalista, a advogada Janaina Mathias Guilherme Soares, especialista em Direito da Saúde, se ofereceu para ajudá-la. E deu certo. A urgência foi reconhecida judicialmente e o Estado foi obrigado a fornecer o medicamento até que houvesse uma sentença a respeito. A advogada lembra que o Supremo Tribunal Federal criou regras limitando o suprimento de remédios não disponibilizados pelo SUS, cabendo à parte autora o ônus de demonstrar a segurança e a eficácia do fármaco e a inexistência de um substituto terapêutico.

    "Eu melhorei muito com o ofatumubabe, cheguei a andar 4 km num dia, mas como há interrupções no fornecimento, tudo piora nas minhas funções neurológicas. É uma doença progressiva", lamenta Chica. Ela diz que a última vez que o Estado cumpriu a liminar foi em maio de 2024. "Depois, passei a pedir o bloqueio da conta para que a compra do remédio fosse providenciada. Eles compram três ampolas e entregam, mas cada vez que peço o bloqueio há um intervalo de tempo até que o pedido seja apreciado e a compra efetivada."

    A ação protocolada por Janaina Guilherme na Justiça Federal tem como réus o Município de Goiânia, o Estado de Goiás e a União que sistematicamente vêm recorrendo. No dia 2 deste mês, o juiz federal Leonardo Buissa Freitas julgou procedente o pedido da Chica Fotógrafa e determinou que o medicamento seja fornecido a ela em quantidade suficiente para três meses de tratamento. Antes do término, a fotojornalista deve apresentar relatório médico atualizado para justificar a renovação da aquisição. "No próximo dia 24 tenho de tomar o remédio, mas não tenho convicção de que irão cumprir a sentença", afirma Chica. Os réus ainda podem recorrer.

    Fornecimentos

    Para obter uma sentença favorável ao uso do ofatumumabe (Kesimpta) 20 mg, que custa cerca de R$ 10 mil cada ampola e fora das condições financeiras da fotojornalista, a advogada Janaina Guilherme se dedicou a uma árdua tarefa, segundo ela. "À medida que os meses foram passando fui anexando relatórios e exames médicos demonstrando o quão positivo estava sendo o tratamento. Também fiz uma pesquisa científica e anexei estudos que demonstram a superioridade do medicamento em relação a outros", detalha

    A advogada, que soube pelas redes sociais do caso de Chica Fotógrafa, lembra que a prática tem demonstrado a eficácia de medicamentos não disponibilizados pelo SUS. "Pelo país afora existem muitas pessoas vivas, com saúde e dignidade graças a liminares e muito trabalho por parte de seus procuradores. E estão assim por fazerem uso de medicamentos que a Conitec disse não serem eficientes o suficiente para o aumento da sobrevida global, ou seja, o tempo entre o diagnóstico e a morte do paciente."

    O impacto financeiro mencionado pela Conitec para não incorporar o ofatumumabe (Kesimpta) no rol de medicamentos fornecidos pelo SUS à população é, na visão da advogada, um ponto importante, no entanto é necessário observar outro aspecto. "Sob a ótica individualista é doloroso pensar que o fator econômico pesou nessa decisão. O fármaco poderia estar sendo fornecido a tantas outras pessoas que trabalharam a vida toda e que agora, sem condições de pagar um plano de saúde, se veem diante de um fim lento e doloroso ou da morte iminente."

    A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla estima que 40 mil brasileiros sofram com a condição. Em setembro de 2023, por decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ofatumumabe (Kesimpta) foi incluído na lista obrigatória a ser garantida pelos planos de saúde privados.

    Chica Fotógrafa possui uma longa trajetória como ativista dos direitos humanos, das causas feminista e indígena. Ela trabalhou por muito tempo ao lado de Dom Tomás Balduíno na Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil. Ela assina seus trabalhos fotográficos e videodocumentários como Antonieta de Sant'Ana.

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    Homem usa criança como escudo durante perseguição policial, diz PM

    Criança foi resgatada em segurança e suspeito preso em flagrante por tráfico de drogas

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    Um homem foi preso suspeito de usar uma criança como escudo para se proteger após uma perseguição policial ocorrida nesta sexta-feira (18), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem ainda teria apontado uma arma falsa para a equipe. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

    A polícia não divulgou o nome do suspeito e o grau de parentesco dele com a criança. A criança foi resgatada em segurança.

    Conforme a Polícia Militar, o caso ocorreu no Bairro Adriana Parque, após a equipe tentar abordar o carro do suspeito, que não obedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade.

    Durante a perseguição, o suspeito teria batido o carro e, neste instante, saiu do veículo usando uma criança de aproximadamente quatro anos como escudo, enquanto um outro homem que também estava no carro, tentou fugir a pé por uma região de mata.

    Ainda segundo a PM, o homem usava a criança como escudo para se proteger ao mesmo tempo em que apontava uma arma de fogo para os policiais, arma esta que após verificação a equipe constatou se tratar de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Ele foi contido e a criança resgatada em segurança.

    A polícia informou que com os suspeitos foram apreendidas porções de drogas, dinheiro em espécie e um aparelho celular. Na casa de um dos suspeitos, os policiais encontraram mais droga, balanças de precisão e materiais usados para o tráfico de drogas.

    Ainda segundo a PM, o suspeito de usar a criança com escudo estava em descumprimento de medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Os dois foram presos por tráfico de drogas.

    Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

    Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)