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Equatorial remove 116 árvores no Macambira-Anicuns, em Goiânia

Concessionária diz que retirada visa a reduzir riscos de interrupção do fornecimento de energia com quedas de galhos e troncos na rede

Modificado em 19/09/2024, 01:16

Servidor da Equatorial Goiás corta árvore no Parque Ambiental Macambira Anicuns: serviço liberado pela Amma

Servidor da Equatorial Goiás corta árvore no Parque Ambiental Macambira Anicuns: serviço liberado pela Amma
 (Wesley Costa)

Visitantes do Parque Ambiental Macambira Anicuns, no Setor Faiçalville, região Sudoeste de Goiânia, se espantaram ao transitar pelo local nesta terça-feira (26) e ouvir barulho de motosserra e árvores cortadas na grama. A remoção de 116 exemplares é feita pela concessionária Equatorial Goiás, para limpeza da faixa de servidão de uma rede de alta tensão que corta parte da Área de Preservação Permanente (APP).

A empresa argumenta que a retirada é para a redução de riscos de interrupção do fornecimento de energia elétrica e de acidentes, "numa eventual queda dessas árvores sobre a rede". O serviço foi autorizado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), que alega interesse público. Foram exigidas 3,48 mil mudas à concessionária para compensação ambiental.

Conforme a Amma, árvores fora da faixa de servidão, com zona de segurança de oito metros, não serão afetadas. O POPULAR esteve nesta terça-feira na Rua F-38, por onde passa a linha de distribuição, e observou parte do serviço. Árvores plantadas entre a pista de caminhada e a ciclovia foram cortadas e expostas sobre a grama da área externa do parque. Na parte de dentro, o movimento era maior com a motosserra.

A advogada Fernanda Junqueira, de 40 anos, ficou assustada ao ver a remoção. Conforme ela, que passeia pelo parque por volta de 15h e 16h, o horário era o ideal visto que, mesmo com calor forte, as árvores faziam um sombreamento na pista de caminhada e um refresco. "Uma das vantagens é a questão do verde, de ser preservado. E o sombreamento na pista que permite que faça exercícios com sol puxado, e (o horário é) pela segurança, pois não preciso fazer caminhada no escuro", comenta.

Desde que voltou do Japão há dois meses, Roberto Hiroaki, de 55 anos, conta que tem a rotina de caminhar pela tarde, pouco após às 16h. O percurso era todo feito, praticamente, por trechos arborizados e sombreados. "Agora ficou sem sombra", lamenta, ao olhar as árvores na grama. Ele ainda chama atenção para um banco, que até então contava com uma árvore logo atrás. "Agora quem quiser sentar (nele) vai ter que vir à noite", brinca.

Para eles, uma poda nas árvores já seria o suficiente para evitar danos à rede de energia elétrica. Já outros visitantes também pontuaram que o serviço era necessário para evitar acidentes e, consequentemente, irregularidades na distribuição. Um morador, não identificado, mencionou ainda que as árvores eram jovens, mas foram plantadas de forma errada embaixo da linha de distribuição.

Presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (Abee) em Goiás, Petersonn Caparrosa explica que o manejo da vegetação é uma forma de "se antecipar aos problemas e minimizar" possíveis acidentes com galhos ou mesmo com troncos de árvores que causem curto-circuito ou rompimento de cabeamentos. Por ser rede de alta tensão, pontua, uma "quantidade expressiva de pessoas" seria prejudicada caso a rede fosse atingida. "Tem casos de até 48h sem energia", cita, a exemplo.

O engenheiro comenta ainda que a poda ou extirpação da árvore, nestes casos, vai depender de vários fatores. "Tecnicamente falando, sem enxergar o caso concreto, para se chegar a se cortar uma árvore lá na raiz é porque ela deve estar fornecendo risco significativo à rede. Tem que saber a espécie da árvore, condição de vida, se estava com o tronco oco, deteriorada por fungos e insetos, se era muito antiga e o fator idade já chegou. São variáveis a serem consideradas", pondera.

Conforme ele, enquanto trabalhava na Celg D Energia, antiga concessionária do serviço em Goiás, a poda ou extirpação da árvore era feita apenas em casos de "necessidade". Ele complementa ainda que há situações que justificam a remoção pela segurança da rede. "Às vezes a gente fica indignado, mas é necessidade pública", pontua Caparrosa.

A Equatorial, em nota, justificou que a "limpeza da faixa de servidão sob a rede de distribuição será fundamental para minimizar os riscos de interrupção do fornecimento de energia para milhares de clientes da capital" e para evitar acidentes, que poderiam ocasionar "incêndio na vegetação, colocando em risco tanto a população como os animais que vivem na reserva."

Além disso, a concessionária destacou que a supressão das árvores "é mais necessária ainda porque a vegetação está em contato com uma rede de distribuição de alta tensão construída e em operação desde 1974."

Em comunicado à imprensa divulgado pela Amma, a engenheira agrônoma da pasta, Jarina Padial, apontou que a retirada de árvores, por meio de solicitação, pode ser autorizada em "casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental."

Parque recebeu plantio de 33,9 mil mudas em 2021

Localizado no Setor Faiçalville, o Parque Ambiental Macambira Anicuns, que integra o Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama), recebeu o lançamento do ArborizaGyn, evento realizado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) com ação de plantio de mudas nativas do Cerrado em áreas degradadas da capital goiana.

Realizado em novembro de 2021, a primeira edição do programa, de três já feitas até este ano, contou com o plantio de 50 mil mudas, sendo que, destas, 33,9 mil foram plantadas na Área de Preservação Permanente (APP), especificamente na Alameda Andrelino de Morais.

Além deste, o Parque Cascavel, no Jardim Atlântico, recebeu a ação com plantio de 7,6 mil exemplares. Outros 8,5 mil foram espalhadas pelo Parque Três Marias, localizado no Setor Três Marias.

A assessoria de imprensa da Amma apontou que as 3,4 mil mudas doadas pela Equatorial Goiás, por meio de compensação ambiental pela supressão das 116 árvores, não serão plantadas no Parque Macambira Anicuns pela falta de espaço, pois o local recebeu o plantio da primeira edição do AborizaGyn. Os exemplares serão plantados durante ações da pasta, mas ainda não há cronograma detalhado. Dentre os serviços de arborização da pasta, está o Disque-Árvore. Qualquer morador pode solicitar a doação de uma muda, por meio do WhatsApp (62) 9 9330-7995, e com plantio realizado pela equipe da Amma.

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Moradores descartam resíduos indevidos em pontos

Desde 6ª-feira, 8 espaços temporários recebem entulho, recicláveis, restos de poda e móveis, mas resíduos não permitidos ainda são depositados

Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada

Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada (Gabriella Braga)

Inaugurados na manhã da sexta-feira (21), os oito pontos provisórios para descarte de resíduos têm tido adesão da população e, passados dois dias, ao menos dois já se encontravam lotados. Mas, apesar da tentativa da Prefeitura de Goiânia de regularizar os locais antes utilizados para descarte ilegal, por desinformação e desrespeito, rejeitos proibidos ou em quantidade acima do permitido seguem sendo despejados nesses locais, como é o caso de pneus e lixo orgânico. O descarte é permitido apenas para entulho, recicláveis, galhos e móveis, limitado a uma carreta, ou carroceria, por pessoa.

A instalação de pontos provisórios em locais onde havia descarte irregular de resíduos foi anunciada no início de janeiro pelo prefeito Sandro Mabel (UB). À época, a reportagem mostrou que mais de 20 seriam criados para destinação temporária de lixo por cem dias. Passados quase três meses, os oito primeiros foram implantados, com prazo ainda indefinido de funcionamento. Na sexta-feira, o chefe do Executivo destacou que deseja chegar a 30 locais provisórios, onde há maior quantitativo de materiais descartados irregularmente. Os demais ainda são estudados pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma).

Os oito pontos inaugurados na última semana estão nos bairros Parque Amazônia, Jardim Europa, Vale do Araguaia, Residencial Anicuns, Jardim das Hortências, Solar Ville, Brisas do Cerrado e Recanto do Bosque e foram limpos antes de serem regularizados. A reportagem esteve nos dois primeiros e observou grande quantidade de resíduos amontoados. No Parque Amazônia, o local está sinalizado com cartaz determinando o que é permitido ser descartado. Não havia caçambas no local. Não tinha também, a exemplo, lixo orgânico, mas havia resíduos têxteis, como roupas e malas de pano. Já a pilha de lixo era composta majoritariamente por galhadas e entulho, além de sofás. Até mesmo um capacete foi depositado no ponto. Logo atrás, está o Córrego Serrinha.

Por outro lado, no Jardim Europa não havia placa de sinalização e lixo orgânico ocupava um dos cantos da área. Havia também restos de automóveis, pneus e ripas de madeira. Parte dos resíduos foram queimados, como o tronco de uma árvore cortada. O fogo chegou até mesmo nas três caçambas disponibilizadas no local. O ponto provisório também está instalado ao lado de um córrego. Contudo, vale lembrar que o local já era alvo de descarte irregular. A Amma diz ainda que todos os oito foram devidamente sinalizados.

No dia seguinte à inauguração dos oito pontos, a Prefeitura divulgou que iria atuar para "coibir a ação de vândalos" que têm provocado danos ao patrimônio público. Em um deles, no Jardim das Hortências, a placa de sinalização foi cortada. Por isso, anunciou, a fiscalização seria intensificada. A Amma também apontou que estuda manter "um servidor operacional em cada um dos pontos, para orientar sobre o descarte correto e também para evitar atitudes que possam causar danos ao patrimônio público e ao meio ambiente, além de buscar fazer uso de câmeras de vigilância". Tais medidas fiscalizatórias ainda não foram implantadas.

À reportagem, a pasta aponta que tem ocorrido dificuldades no respeito ao que pode ou não ser descartado. "Apesar da existência da placa indicando, verificou-se que está sendo feito o descarte de (a exemplo) pneus, além da depredação de algumas placas, o que motivou a Prefeitura a estudar novas medidas a serem implementadas", cita. "A fiscalização é integrada, envolvendo a Amma e Guarda Civil Metropolitana (GCM), quando necessário. O recolhimento está sendo feito tanto pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) quanto pelo Consórcio Limpa Gyn", complementa.

Quando foi divulgada a inauguração dos espaços temporários, a Prefeitura disse que a limpeza seria feita diariamente. A reportagem questionou tanto ao consórcio quanto à Comurg qual será a periodicidade do recolhimento. Conforme o Limpa Gyn, será semanal e, em caso de necessidade, mais de uma vez por semana. A companhia não respondeu.

Moradora do Parque Amazônia, a vendedora Daiane Albuquerque, de 43 anos, vê positivamente a medida. "Sempre teve muito entulho. Agora ajudou, porque não fica muito tempo (o lixo). Mas tem de tomar cuidado para não virar uma cratera", pondera. No tempo que a reportagem permaneceu no trecho, quatro pessoas depositaram resíduos no local. Um deles, que preferiu não se identificar, trabalha com limpeza de lote há cerca de três anos e conta que levava os resíduos aos ecopontos ou para locais privados.

Mais pontos

Os oito pontos provisórios se somam aos cinco ecopontos geridos pela Comurg na capital, situados nos setores Faiçalville, São José, Guanabara 2, Campos Dourados e Eldorado Oeste. Funcionando de forma definitiva, eles recebem, além dos materiais que podem ser descartados nos temporários, também pneus, óleo de cozinha usado e eletroeletrônicos. Em ambos, há limite do quantitativo que pode ser disposto. "São destinados para os pequenos geradores de resíduos, uma vez que os grandes geradores devem realizar o cadastro na Prefeitura e se responsabilizar por seu próprio descarte", explica a Amma.

O Consórcio Limpa Gyn também está construindo o primeiro ponto temporário de transferência de resíduos (PTTR), no Residencial Português. A previsão é de que esteja concluído até abril. O espaço receberá materiais recicláveis e inservíveis, mas também não terá pneus nem lixo domiciliar. Haverá duas caçambas para volumosos e quatro baias para recicláveis. A construção e operação serão conduzidas pela terceirizada.

Além dos oito temporários, dos cinco definitivos e do que está sendo inaugurado pelo consórcio, a Amma estuda outros espaços a serem regularizados "em que haja alto índice de descarte irregular". A pasta diz que também tem intensificado projetos de educação ambiental. "A implementação dos pontos provisórios está em fase inicial e, com base nos resultados que forem se apresentando, os órgãos competentes terão condições de definir seu tempo de duração. Como há áreas particulares e públicas utilizadas para esse fim, os pontos terão diferentes destinações após o projeto", pontua.

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Marginal: Acesso deve ficar pronto esta semana

Obra que muda trecho próximo a córrego deve ser finalizada nesta quarta-feira (26), a depender de condições meteorológicas

Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel

Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel (Wildes Barbosa / O Popular)

Os motoristas que trafegam na Avenida Castelo Branco no sentido Praça Walter Santos para o Terminal Padre Pelágio devem poder acessar a Marginal Cascavel ainda nesta semana. A faixa adicional, com a retirada do canteiro central, começou a ser implantada ainda no sábado (22) e a previsão é que as obras sejam finalizadas em uma semana. No entanto, há a expectativa de que o serviço fique pronto já na quarta-feira (26), a depender do período chuvoso. Com a obra, que é a implantação do chamado taper, o motorista vai conseguir fazer a conversão à esquerda e acessar a via marginal. Porém, esse acesso será semaforizado. Os veículos que quiserem seguir pela Avenida Castelo Branco terão o trânsito livre.

O acesso está sendo construído na faixa mais à esquerda da via, em um trecho logo abaixo da ponte sobre o Córrego Cascavel e é semelhante ao que se tem atualmente na Avenida 85 com a Avenida Mutirão, mas com um menor número de faixas. A medida faz parte de um pacote de alterações na Avenida Castelo Branco com a ideia de dar maior fluidez aos veículos automotores. A previsão é que todas as mudanças sejam finalizadas no final deste mês. Conforme explicou a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) na última semana, "um estudo realizado na via revelou que, entre 6h e 20h, cerca de 45 mil veículos equivalentes trafegam na região próxima à Marginal Cascavel, evidenciando a necessidade de intervenções para otimizar a mobilidade".

O movimento de acesso à Marginal Cascavel vai também substituir a conversão à esquerda que passará a ser proibida no cruzamento com a Rua Jaraguá, no Setor Campinas. Ou seja, o condutor que quiser acessar a rua, onde fica a sede da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), por exemplo, poderá fazer via o novo acesso que está sendo feito. Quem estiver na Rua Jaraguá e quiser ter acesso à avenida, terá de fazer o looping de quadra, utilizando a Avenida Mato Grosso e a Rua Quintino Bocaiúva, conforme explicado pela reportagem na última semana. Outra medida a ser feita na Avenida Castelo Branco é a criação de uma terceira faixa no trecho que vai da Praça do Cigano, no Setor Oeste, até a Praça Walter Santos, no Setor Coimbra, sendo de um quilômetro.

Na semana passada, o trabalho foi realizado entre a Praça Ciro Lisita e a Praça Walter Santos, que corresponde a 400 metros. Não havia a informação de que o mesmo seria feito no trecho anterior de quem vai no sentido Avenida 85 a Praça Walter Santos, que é de 600 metros. Ambos eram as únicas extensões da Avenida Castelo Branco que tinham duas pistas para os veículos e passarão a ter três com a retirada do canteiro central e redimensionamento das faixas. Para tal, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) está executando o serviço projetado pela SET, e retirou, praticamente, todo o canteiro central, deixando apenas o espaço do tronco das palmeiras.

Ressalta-se, porém, que as faixas da direita dos dois lados da avenida serão destinadas a um corredor preferencial de ônibus e motocicletas, tal qual ocorre nos demais corredores que antes eram destinados apenas ao transporte coletivo, como das avenidas 85, T-63, Universitária e T-7. Com isso, haverá duas faixas (a central e a da direita) destinada aos demais veículos particulares. O estacionamento ao longo de todo o trecho do corredor Castelo Branco/Mutirão será proibido, dando espaço à via preferencial, assim como a instalação de caçambas e demais equipamentos que dificultam a fluidez. Porém, por se tratar de uma via comercial, a SET avalia "a possibilidade de autorização para carga e descarga por um período do dia, entre 9h e 15h".

"O corredor da Avenida Castelo Branco está passando por uma série de melhorias para otimizar o fluxo de tráfego. Entre as ações em andamento, estão a abertura da terceira faixa, a remoção do semáforo de três tempos com a construção de um novo acesso para conversão à esquerda na Marginal Cascavel e a modernização do parque semafórico", resume a SET. A secretaria informa ainda que, com essa modernização, "será possível implementar a gestão inteligente dos semáforos, garantindo a sincronização dos corredores e a criação da onda verde, reduzindo o tempo de deslocamento dos motoristas".

A SET estima ainda que todas essas melhorias serão entregues de forma integral dentro do prazo previsto de 100 dias, sendo que a sincronização estará presente em todo o corredor, contemplando a Avenida Mutirão, desde o cruzamento com a Avenida 85, até o final da Avenida Castelo Branco, no cruzamento com o viaduto da GO-070. "Estima-se que, com a implementação da sincronização semafórica, conhecida como 'onda verde', os motoristas e motociclistas terão uma redução de aproximadamente 30% no tempo de percurso ao longo do corredor Castelo Branco/Mutirão", informa a secretaria.

A pasta explica que essa estimativa baseia-se em estudos nacionais que apontam ganhos semelhantes com a adoção dessa tecnologia. "A sincronização dos semáforos diminui o tempo de espera nos cruzamentos, melhora a fluidez do tráfego e reduz os congestionamentos, permitindo deslocamentos mais rápidos e eficientes." As medidas, por outro lado, têm recebido críticas pela maior parte dos urbanistas e engenheiros de tráfego por não considerarem todo o sistema de mobilidade da cidade, como a falta de espaço seguro para ciclistas e, especialmente, pedestres, já que a tendência é aumentar a velocidade dos demais veículos, dificultando as travessias.

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Mulher que extorquiu quase R$ 50 mil de amigo para não revelar traição trocou de número para continuar ameaças, diz PC

De acordo com a polícia, a jovem mudava de linha telefônica sempre que era bloqueada pela vítima. Ela foi presa e responderá pelo crime de extorsão

Mulher ameaça revelar traição caso não receba dinheiro da vítima, em Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

Mulher ameaça revelar traição caso não receba dinheiro da vítima, em Goiás (Divulgação/Polícia Civil)

Uma jovem de 22 anos, que foi presa suspeita de extorquir quase R$ 50 mil de um amigo casado para não revelar sua traição, trocou de número de telefone para continuar fazendo ameaças. Nas mensagens enviadas, ela exigia dinheiro para apagar arquivos que comprovavam a relação extraconjugal.

Estou te dando a oportunidade de eu apagar tudo. Mas se não tiver, vou enviando aos poucos. Tenho muitos números", escreveu a suspeita em uma das mensagens.

Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados, a reportagem não obteve contato com a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

As investigações apontam que as ameaças começaram em setembro de 2024. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Oliveira, a jovem mudava de linha telefônica sempre que era bloqueada pela vítima. Apesar de pagar as quantias solicitadas pela mulher, as ameaças não cessaram, levando a vítima a registrar um boletim de ocorrência por chantagem.

Durante o avanço das investigações, a polícia também decretou a prisão do irmão da suspeita. Um amigo dela foi preso, mas recebeu liberdade provisória. O pai da jovem ainda é considerado foragido pela Justiça. De acordo com o delegado, parte dos valores extorquidos foi enviada aos outros envolvidos.

Além das ameaças de divulgar os arquivos, a jovem também tentou intimidar a vítima com a ameaça de criar um grupo com seus familiares para revelar o caso.

Se realmente quer que conte tudo, vou fazer um grupo às 9h45 com todos eles se não me mandar o dinheiro", enviou.

Mulher ameaça revelar traição para família de amigo (Divulgação/Polícia Civil)

Mulher ameaça revelar traição para família de amigo (Divulgação/Polícia Civil)

Durante a abordagem, ela confessou o crime aos policiais, mas segundo o delegado, a mulher optou por ficar em silêncio durante seu depoimento.

A jovem foi presa em flagrante pelo crime de extorsão no dia 13 de março, em Goiânia. Durante a abordagem, a suspeita confessou o crime aos policiais, mas optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento. Após audiência de custódia, sua prisão foi mantida. Ela responderá pelo crime de extorsão, cuja pena pode variar de quatro a dez anos de reclusão, além de multa.

(Colaborou Yanca Cristina)

Mulher dizia que iria contar sobre traição para a esposa e outros parentes da vítima (Reprodução/ Polícia Civil)

Mulher dizia que iria contar sobre traição para a esposa e outros parentes da vítima (Reprodução/ Polícia Civil)

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Viaduto terá novo trajeto

Estrutura será erguida por construtora, mas obra tem início indefinido após reclamações e pedido para revisão de projeto

Local na GO-020 onde inicialmente seria construído novo viaduto: novo projeto fica pronto em 3 meses

Local na GO-020 onde inicialmente seria construído novo viaduto: novo projeto fica pronto em 3 meses (Wildes Barbosa / O Popular)

Um viaduto deve ser erguido nas proximidades do Autódromo de Goiânia, com recursos da FGR Urbanismo, para acesso ao Residencial Jardins Amsterdã que está sendo construído às margens da GO-020. A obra que já havia sido autorizada pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) foi suspensa em acordo feito junto ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) após reclamações no início do ano realizadas por uma associação de moradores e por representantes de um posto de combustível local. Um novo projeto deve ser apresentado em três meses.

A aprovação para o loteamento do Jardins Amsterdã, situado ao lado leste do autódromo, foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) em novembro de 2021. O viaduto que será de acesso ao condomínio teve a aprovação condicionada a um termo de doação firmado em março de 2023 entre a Prefeitura e a incorporadora para que a empresa privada fique responsável pela doação do projeto e execução da obra. No documento, é considerado que "estima-se para região um aumento demográfico significativo" com os loteamentos implementados.

A expansão no número de condomínios horizontais nas proximidades da rodovia que liga a capital a Senador Canedo e que já conta com grandes empreendimentos, como Alphaville, Portal do Sol e Jardins -- Atenas, Milão, Muni que, Paris, Valência -- tem feito com que a região tenha um aumento significativo no fluxo de automóveis. A reportagem já havia mostrado em agosto de 2022 que a região da GO-020 receberia 30 novos condomínios horizontais entre aquele e os próximos anos, que se somariam aos grandes já instalados.

Somente o novo condomínio Jardins Amsterdã dispõe de 255 lotes em uma área de 295 mil metros quadrados (m²). A construção do viaduto, aprovada pela Goinfra ainda em março de 2021, está prevista no projeto apresentado pela incorporadora com uma alça de acesso ao condomínio, saindo da GO-020 à Alameda Contorno Sul, via que será implementada entre o empreendimento e o autódromo. Para isso, contudo, seria preciso fazer a desapropriação de 5,1 mil m² de uma área pertencente à Flamboyant Urbanismo Ltda.

A área a ser desapropriada, situada ao lado de um posto de combustível e do Jardins Munique, teve o processo autorizado por parte da Prefeitura e da proprietária. Conforme o projeto inicial, a alça de acesso sairia da GO-020 (sentido leste), até a Avenida Gyn 2, que ainda deve ser implementada entre o condomínio já em funcionamento e o posto. O viaduto, portanto, teria a parte elevada acima da rodovia até a Alameda Contorno Sul. Mas é justamente estes dois impactados que têm feito reclamações sobre a nova estrutura a ser erguida no local.

Em janeiro deste ano, a Associação Jardins Munique e o Auto Posto Millenium Pit Stop Ltda encaminharam um requerimento conjunto solicitando a suspensão e revisão do projeto viário à Procuradoria-Geral do Município (PGM), ao MP-GO e à Goinfra. Conforme o documento, ambos foram surpreendidos no fim de 2024 "com a notícia de que a FGR estaria dando início à construção de uma alça de acesso e um viaduto na GO-020", e alegam que tomaram ciência apenas por meio de uma empresa de engenharia que teria solicitado acesso às casas para avaliação do estado dos imóveis.

Ao fazerem uma visita ao local onde seria erguida a estrutura, a associação e dono do posto teriam constatado que "o viaduto está projetado para passar entre os muros de ambos, em um espaço que não chega a 15 metros". "A obra encontra-se lado a lado, encostada, dividindo muro com à associação e com o posto, em acintosa afronta à segurança de todos. (...) chama-se atenção aos riscos de explosões e contaminações ambientais, ruído excessivo aos moradores, poluição do ar, impactos à segurança viária e riscos de desmoronamento do muro e de casas."

O requerimento aponta ainda que o projeto inicial previa que o viaduto tivesse "mãos de ida e vinda, o que se tornou impossível pela existência do posto e da associação, não cabendo sua alocação". "Segundo informações obtidas junto à municipalidade e o Estado, existem inúmeras vias a serem implantadas em locais com amplo espaço, que podem dar vazão ao trânsito que se quer alocar em local onde nitidamente não existem condições técnicas para tanto."

Após a manifestação da associação e do posto, o MP-GO realizou uma reunião no dia 10 de março uma reunião com as partes. Mediante a discussão, o promotor Juliano de Barros Araújo teria questionado a aprovação do projeto apenas com uma via de direção no viaduto. "Como vai resolver a questão do tráfego em uma pista só? Não resolve o problema, vai desaguar no viaduto (do Alphaville). Tem que ser duas pistas", cita, à reportagem. Ele pondera que a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET), presente na reunião, apontou não haver estudo de impacto de trânsito na região.

Após as considerações do MP-GO, dos reclamantes, da Prefeitura e da Goinfra, se chegou a uma definição de que a FGR apresentaria novos projetos alternativos para avaliação e aprovação dos órgãos competentes. "Foi feito um acordo para não começar as obras antes de um novo estudo. A construtora irá apresentar em três meses alternativas para o projeto", complementa o promotor.

Conforme a Goinfra, em nota, a autorização "após a análise do projeto de engenharia à luz de aspectos técnicos que estão dentro de sua atribuição institucional, levando em conta a segurança viária na rodovia e a ocupação regular da faixa de domínio da via". "A construção do viaduto está suspensa até que seja apresentada pela FGR alternativa de localização. Atualmente está autorizada apenas a implantação na rodovia de uma alça, uma via de acesso ao condomínio", explica.

A SET diz, também em nota, que durante o período de três meses para o novo projeto a realização de "estudos de impacto de trânsito poderão ser avaliados, caso necessário". "No entanto, como o local anteriormente definido está em revisão e a construção do viaduto ainda não é uma certeza, não há necessidade de realização de estudo de impacto de trânsito neste momento." Já a FGR alega apenas que, com a revisão do projeto, "ainda não há data definida para o início da obra."

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