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Fechamento de bibliotecas em Goiânia revolta educadores e provoca reação da comunidade

Agentes de unidades de ensino afirmam ter sido pegos de surpresa com medida e que locais cumpre função importante dentro das escolas

Modificado em 20/09/2024, 06:18

Sala de leitura da Escola Municipal Laurindo Sobreira do Amaral em registro feito pela secretaria

Sala de leitura da Escola Municipal Laurindo Sobreira do Amaral em registro feito pela secretaria (Secretaria Municipal de Educação)

O fechamento de salas de leituras de escolas municipais de Goiânia é alvo de protestos de educadores. A medida também é objeto de duas representações: uma no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e outra no Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO). Na próxima quinta-feira (17), uma audiência pública vai discutir o assunto na Câmara de Vereadores. Além disto, especialistas em educação também fazem críticas à ação.

A Secretaria Municipal de Educação (SME) anunciou o fechamento de 50 salas de leitura para que estas deem lugar a salas de aula para alunos. Os estudantes, com idades de 4 a 5 anos, serão de Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis). Com isto, a pasta espera abrir cerca de 5 mil novas vagas nestas estruturas e reduzir o déficit, que hoje está em aproximadamente 8 mil.

Diretores e professores da rede municipal protestam contra o fechamento das salas de leitura e também contra o argumento da SME de que estes espaços estavam ociosos.

Profissionais de seis unidades que estão na lista das que terão as salas transformadas rebatem a informação e contam que ao contrário do que diz a pasta os espaços são bastante utilizados.

Os diretores ouvidos contam que ficaram sabendo da mudança a partir de sábado (5). Nesta semana, todos precisam entregar assinado o estudo de rede, documento com o planejamento da unidade e informações como o número de salas e de turmas para o próximo ano. Na hora de assinar, pelo menos 50 diretores foram informados pelos respectivos profissionais de apoio -- que faz uma ponte entre a pasta e a escola, acompanhando o trabalho de cada diretor -- de que as salas de leitura seriam fechadas.

"A sala de leitura é o coração da escola, fechar é tirar esse coração. Teve uma pessoa que disse que se quiser conhecer uma escola como ela é visite a sua biblioteca", revoltou-se uma diretora. "Muitos dos alunos da rede só têm acesso a material literário dentro da escola, não tem espaços assim fora da escola, não existem bibliotecas públicas na região, então você acaba dificultando o acesso das crianças aos livros."

Após a imprensa ter tornado pública a mudança em reportagens nesta terça-feira (9), a comunidade escolar tem se manifestado em grupos de WhatsApp específicos e nas redes sociais para protestar e tentar reverter a decisão.

Proposta foi rechaçada

A proposta da SME de ampliar o projeto Tenda da Leitura nas escolas que perderão as salas de leitura foi rechaçada pelos diretores ouvidos. O projeto é basicamente uma sala de leitura improvisada, com uma tenda tipo as de feira livre, só que um pouco maior, com duas ou três mesas de plástico e cadeiras em volta e caixas com livros, e o material é ofertado no pátio da unidade. Após o fim do turno escolar, a tenda e as mesas ficam na área externa e a caixa com livros é colocada dentro do prédio escolar.

As tendas, afirma a SME, foram distribuídas para cerca de 130 escolas das 178 até o momento. As demais ainda serão contempladas. Conforme a pasta, cada unidade recebeu um acervo de aproximadamente 2 mil livros.

"A tenda como um complemento é okay, mas não substitui uma sala de leitura, que é um espaço fechado, organizado, com maior controle, que funciona independentemente se está sol ou não, e onde professores desenvolvem vários projetos, é um espaço mais adequado para o aluno se concentrar na leitura e nos projetos", comentou outra diretora.

Inicialmente, a SME não divulgou que o reordenamento se daria exclusivamente nas salas de leitura. A informação veio nesta quarta-feira (9) por meio da chefe de gabinete da SME, Débora da Silva Quixabeira.

A chefe de gabinete da SME afirmou que os livros e mobiliários atuais devem poderão ser remanejados dentro das escolas, quando possível. Os materiais poderiam servir para a implantação de cantinhos de leitura. "O que não tiver interesse pode devolver para o almoxarifado da SME."

A chefe de gabinete da SME foi perguntada se não seria mais adequado promover ações para melhorar o uso das salas de leitura em vez de fechá-las. "Desde o ano passado, temos um levantamento dentro das instituições sobre o funcionamento dos ambientes de leitura. Detectamos em várias escolas que estas salas estavam servindo de depósito. Por causa disto, a secretaria encaminhou as tendas literárias para incentivar a leitura. A gente entendeu que não é justo haver fila de alunos enquanto há salas ociosas", respondeu.

Além do remanejamento, a Prefeitura tem obras de Cmeis em andamento e anunciou no mês passado a construção de mais 20 estruturas do tipo, com previsão de término até o fim de 2024.

Reversão

Ao menos dois diretores já teriam sido informados nesta quarta-feira (9) que a SME decidiu nestes dois casos manter a sala de leitura funcionando. Profissionais de apoio estiveram também nesta quarta em algumas das escolas que teriam o espaço fechado para conhecê-lo e verificar se estavam ou não ociosos. O prazo para fechar os estudos de rede vence nesta quinta-feira (10), para que a partir daí se possa calcular o número de vagas disponíveis para o período de matrículas para o ano letivo de 2023.

Diretores afirmam que a informação sobre o fechamento das salas os pegou de surpresa, que só foram avisados na hora de assinar o estudo de rede ou quando foram chamados para assinar o documento. E que os professores de Português e aulas afins ficaram indignados, pois o espaço era usado para diversos projetos.

Além dos projetos que são sugeridos pela SME, cada professor tem propostas de ensino envolvendo leitura, além de algumas escolas que premiam e estimulam os alunos por livros lidos. Por falta de bibliotecários, as escolas não contam com bibliotecas, mas de certa forma isso é adaptado nas salas de leitura, que têm servidores públicos capacitados pela secretaria para que alunos também possam pegar emprestados os livros.

"Não tem isso de espaço ocioso, é um absurdo. As salas são muito bem utilizadas, sempre tem algum projeto sendo trabalhado, alunos lendo ou fazendo alguma produção em cima do que leu, crianças que vão no recreio para ficar lendo algum livro, tem sempre movimento. Não dá para pegar um caso isolado, se é que tem alguma sala ociosa e dizer que é assim em todas as escolas", comentou uma terceira diretora.

MP e TCM são acionados por fechamento

O fechamento dos espaços de leitura por parte da administração municipal motivaram o acionamento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pelo vereador Mauro Rubem (PT). Na representação, ele afirma que a medida fere o direito à educação de qualidade e à lei 12.244 de 2010.

O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) também foi provocado por Rubem. O pedido às duas instituições é para que a medida da secretaria seja vetada. Na próxima quinta-feira (17), às 14h, uma audiência pública vai discutir o assunto na Câmara de Goiânia. "Nós acionamos o TCM-GO do ponto de vista que a administração municipal tem a responsabilidade de fazer novas salas, novos Cmeis. A gente quer que o TCM-GO nos ajude nesta mesma ação, não só de manter o padrão de ensino atual, que vai diminuir com a mudança, mas forçar a Prefeitura a ter um calendário de novas construções", diz o vereador.

A Lei federal 12.244 de 2010 estabelece a obrigatoriedade de bibliotecas nas escolas, inclusive, com quantidade mínima de títulos no acervo com base na quantidade de alunos. O prazo venceu em 2020 e há uma nova discussão sobre o assunto na Câmara Federal (veja quadro).

Doutora em educação e coordenadora do Laboratório do Livro, Leitura. Literatura e Biblioteca (Libris) da UFG, Maria das Graças Monteiro Castro se posiciona contra a retirada das bibliotecas nas escolas. "A biblioteca é um equipamento social e o processo de atuação dela junto ao indivíduo começa na educação infantil. Vai se desenvolver na escrita e oralidade, vai complementar os diferentes tipos de texto que você tem de ter domínio", explica.

Maria das Graças afirma ainda que a biblioteca é uma importante ferramenta para os profissionais e alunos. "Biblioteca é um acervo vivo, que precisa ser pensado a partir de atividades desenvolvidas pelos professores da sala de aula junto com a coordenação e que atenda ao projeto pedagógico e às necessidade do aluno, conforme a etapa do ensino."

A doutora em educação relatou ainda que atuou no projeto Leia Goiânia, ainda na gestão de Pedro Wilson (PT), que implantou bibliotecas volantes e físicas em 196 unidades de ensino. "Amanhã (quinta-feira, 10) vamos fazer reunião no Libris com uma série de pessoas para tirarmos um documento que vamos levar na audiência pública do dia 17. Nós não vamos dar arrego, não dá mais para aguentar este tipo de ataque e falta de política pública na área educacional e cultural."

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".

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Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)