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Feiras especiais crescem 41% em Goiânia

Foram emitidas 3,2 mil novas autorizações em pouco mais de dez anos na capital; maior desemprego faz com que muitos aguardem vaga em espaços mais disputados

Modificado em 21/09/2024, 01:08

Na mesma banca: Odilia Pereira de Souza (avó), Vânia de Fátima Souza Silva (mãe) e Letícia Mariane Pereira Silva, na feira na Avenida Goiás

Na mesma banca: Odilia Pereira de Souza (avó), Vânia de Fátima Souza Silva (mãe) e Letícia Mariane Pereira Silva, na feira na Avenida Goiás (Diomício Gomes / O Popular)

As crises econômicas que o Brasil enfrentou anos aumentaram o desemprego e fizeram com que muita gente partisse para o trabalho por conta própria. Um dos reflexos foi o crescimento das feiras especiais em Goiânia: entre janeiro de 2010 e o último dia 30 de abril, a Prefeitura da capital emitiu 3.203 autorizações para novos feirantes ingressarem em uma das 39 feiras especiais da capital. Como a estimativa é de que existam, hoje, cerca de 11 mil feirantes nestas feiras, houve um crescimento de 41% neste período. Porém, muitas bancas pertence à mesma família há décadas e passam de geração para geração como uma herança

É o caso da bacharel em Direito Letícia Mariane Pereira da Silva, cuja família possui uma banca na Feira Hippie desde ela começou a ser realizada. A mãe dela, Vânia de Fátima Souza Silva, recebeu a banca da avó de Letícia, que começou a trabalhar na feira quando ela ainda era na Praça Cívica. "Minha mãe não tinha com quem me deixar e me levava junto. Fui criada aqui, trabalhando com elas. Aprendi quase tudo que sei aqui. Foi muito bom", orgulha-se Letícia, que tem outros parentes na feira. Hoje, a produção de moda feminina da família continua sendo vendida na banca, que completa as vendas on-line.

Porém, nos últimos dez anos, com a expansão do polo atacadista de moda na capital e o aumento do desemprego, muita gente foi em busca de novos espaços para trabalhar por conta própria nas feiras especiais. Vale lembrar que a taxa de desocupação saltou de 8,2% no 4º trimestre de 2018 para 12,4% no último trimestre do ano passado. Hoje, existem 834 mil trabalhadores por conta própria em Goiás, sendo 173 mil com CNPJ.

O presidente do Sindicato de Feirantes e Vendedores Ambulantes do Estado de Goiás (Sindifeirantes-GO), Wellington Mendanha, lembra que a Feira Hippie, que começou ainda na Praça Cívica e hoje está na Praça do Trabalhador, foi a pioneira entre as especiais na capital. "Lá, muitas bancas passaram de geração em geração na família", destaca. Para solicitar um espaço, hoje, é preciso procurar a Prefeitura e se cadastrar para abrir um processo. Porém, ficou difícil conseguir vaga nas feiras mais disputadas.

É o caso da Feira Hippie, a mais tradicional de Goiânia, que hoje tem 5.700 feirantes distribuídos em 19 grandes quadras. O presidente da Associação de Feirantes da Feira Hippie, Waldivino da Silva, informa que os feirantes de lá pagam entre R$ 30 e R$ 60 pela montagem das bancas, além da taxa anual de cerca de R$ 300 para a Prefeitura. Em alguns casos, o feirante é o proprietário das ferragens. Em outros, o dono é o montador. "Se alguém não quiser mais, precisa dar baixa na Prefeitura, pois ela continuará gerando débitos", alerta.

Espera

O diretor de Habilitação de Atividades Econômicas da Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa da Prefeitura (Sedec), André Macalé, confirma que existem muitos processos abertos à espera de vagas nas feiras especiais mais movimentadas da capital, como as Feiras Hippie e da Lua. "Nestes últimos dez anos, com certeza todos os dias tivemos processos abertos", acredita. Segundo ele, alguns pedidos aguardam desde 2018. "É um bom negócio, caso contrário a disputa por espaços não seria tão grande", acredita Macalé.

Ele lembra que os pontos não podem ser comercializados. Quem desistir, precisa devolver à Prefeitura. Porém, já surgiram algumas denúncias de vendas e locação de pontos nas feiras especiais. André Macalé disse que a atual gestão municipal vai investir num projeto de organização das feiras de Goiânia, principalmente a Feira Hippie, assim que as obras da Praça do Trabalhador forem concluídas, o que pode resultar na abertura de novos espaços.

O feirante paga a taxa de sua atividade e a de uso do solo, segundo o presidente do Sindifeirante. Mas ele lembra que, nas feiras especiais, os feirantes ainda pagam pela locação das bancas, que são instaladas por montadores. O preço varia de R$ 25 a R$ 35 por feira, um valor considerado alto demais. "Isso é errado. O feirante deveria ter a opção de ser dono de sua banca e montá-la. Acho que falta fiscalização da Prefeitura". O mesmo grupo cobra a taxa de energia.

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Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

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Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

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Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".