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Lixo invade Goiânia no feriadão e causa revolta

Alegando dificuldades com caminhões quebrados, Comurg deixa de recolher o lixo em quase toda capital durante dias

Modificado em 19/09/2024, 01:18

Na Avenida Pedro Paulo de Souza, no Goiânia 2, o lixo de edifícios residenciais impacta o cenário da região

Na Avenida Pedro Paulo de Souza, no Goiânia 2, o lixo de edifícios residenciais impacta o cenário da região
 (Wesley Costa)

No feriadão dedicado à Nossa Senhora Aparecida, às crianças e aos professores, Goiânia foi tomada pelo lixo. Pelas redes sociais foram intensas as manifestações de indignação de moradores da capital com o descaso da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), responsável pela limpeza da cidade. Em diversos bairros, a combinação do calor escaldante com o acúmulo dos dejetos provocou mau cheiro, atraiu insetos e levou à formação de larvas, numa evidente ameaça à saúde pública.

A Comurg, que nos últimos meses vem sendo alvo de denúncias de má gestão e de acúmulo de comissionados, enviou uma nota sucinta ao jornal, na sexta-feira, explicando que "constantes quebras dos caminhões compactadores têm motivado atrasos na coleta de lixo na cidade, no entanto, a companhia trabalha para normalizar esse serviço nos próximos dias". A nota não explica porque vêm ocorrendo as "constantes quebras" dos veículos e o que a empresa tem feito para evitar que o problema volte a ocorrer.

A reportagem percorreu vários locais da capital nesse domingo e fez registros impressionantes. Na Avenida Pedro Paulo de Souza, acima da Avenida Perimetral, no Goiânia 2, o lixo de três torres de edifícios residenciais impacta o cenário da região. Foi nessa mesma avenida, abaixo da Perimetral, que três coletores, lidavam, sob o sol escaldante, com o lixo acumulado há dias. Ao colocar os sacos no velho caminhão compactador, não tinham como evitar o chorume, o líquido de odor nauseante formado no lixo. "Estamos trabalhando direto, sem folga, sem feriado. Precisamos do emprego, não podemos parar", contou um deles.

O supervisor da coleta na região, Luiz Carlos, contou que dos 12 caminhões compactadores à disposição de sua garagem, somente 3 foram para a rua na última semana. "Esta semana será melhor, vamos colocar 9. Síndico de um prédio com 52 apartamentos na Praça da T-23, no Setor Bueno, João Zanini preferiu não esperar a coleta porque o lixo acumulado já estava incomodando os moradores por causa do mau cheiro. "Eu contratei uma empresa especializada e paguei 400 reais para recolher o lixo na quarta-feira (11)".

Na Praça Santa Cruz, no coração do Setor Jaó, moradores com suas lixeiras abarrotadas, passaram a usar o espaço da pequena lixeira no logradouro público para depositar seus dejetos. Uma solução encontrada em muitos pontos de Goiânia: ilhas de avenidas e praças repletas de lixo, um movimento de aparente "retaliação" à administração pública. Em áreas residenciais em vias internas, que recebem menor fluxo de veículos, portanto com menor visibilidade, o lixo está acumulado há dias.

No Lago das Rosas, lotado no feriadão por causa do acesso ao Zoológico, e também pela área verde cobiçada em dias quentes, há dois grandes montes de lixo. "Há dias que a Comurg não retira", disse uma permissionária de quiosque. A aposentada Benta Cardoso, que estava no parque, contou que em sua rua, no Bairro Capuava, as larvas do lixo acumulado já estão entrando dentro de casa. "Há mais de semana que não passa o caminhão. De dia os passarinhos comem as larvas, mas à noite estou sofrendo, além do mau cheiro".

No dia 8 deste mês, reportagem do Jornal O Popular revelou que o número de servidores comissionados continua subindo na Comurg, uma empresa pública de capital misto, que tem a Prefeitura de Goiânia como sócia majoritária. Uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi criada pela Câmara de Vereadores para investigar possíveis irregularidades na companhia. Durante o tumultuado funcionamento da CEI havia entre 350 e 357 comissionados, mas a partir de agosto, com a entrega do relatório final, o número subiu para 393. O plenário da Câmara Municipal ainda não apreciou o relatório.

À frente da Comurg desde abril de 2022, Alisson Borges tem reconhecido a incapacidade da companhia em prestar os serviços de coleta de lixo. Ele defende a terceirização dos serviços. "Estão querendo vender toda a empresa. Já vimos essa história antes. Quando deixam de prestar o serviço adequado, alegando dificuldades financeiras, é porque tentam negociar o bem público a preço irrisório", comentou um professor universitário que reside no Goiânia 2, região norte da capital. A dívida da Comurg, segundo seu presidente, chega a R$ 1,5 bilhão.

A última vez que a Comurg renovou sua frota, incluindo 49 caminhões compactadores, foi em agosto de 2020. Em depoimento à CEI, em junho deste ano, o gerente de manutenção dos caminhões de coleta de lixo, Valter Manoel dos Santos comentou que a companhia possui 109 caminhões compactadores, mas somente 44 estavam executando o serviço. Entre os 65 parados, estavam os 49 comprados por último. O gerente alegou que a maioria dos caminhões possui caixa de câmbio automática e que as peças precisam ser importadas.

VIDA ÚTIL MENOR

Valter Manoel dos Santos disse ainda que a natureza do serviço é responsável pela menor vida útil dos veículos. "Para esse trabalho, o tempo de um caminhão é mínimo. A embreagem é uma das peças que mais quebra. Em um carro comum, a embreagem é prevista para durar até 70 mil quilômetros rodados. No nosso serviço, ela roda no máximo 12 mil quilômetros", disse ele à CEI.

Tratores e pás carregadeiras estão sendo utilizados pela Comurg para recolher o lixo que está muito acumulado, tanto em regiões nobres, quanto na periferia. Neste domingo, a reportagem se deparou com a revolta até mesmo de um servidor da Comurg. "Estamos nos desdobrando para coletar o lixo. Se a Prefeitura não tem dinheiro para resolver o problema, por que estão pagando esses shows para comemorar o aniversário de Goiânia? Esses cantores cobram muito caro", disse ele.

Amado Batista se apresentou no sábado (14), na Praça da Feira, na Avenida Mangalô, no Setor Morada do Sol. Seu cachê é estimado em R$ 170 mil. Leonardo, que cobra em torno de R$ 350 mil, vai cantar na Praça do Trabalhador, no dia 24, no aniversário de 90 anos de Goiânia. Também estão na programação nomes como De Paulo e Paulino, Léo Magalhães, Gian e Giovani, Rio Negro e Solimões, entre outros.

Na Avenida Pedro Paulo de Souza, no Goiânia 2, o lixo de edifícios residenciais impacta o cenário da região

Na Avenida Pedro Paulo de Souza, no Goiânia 2, o lixo de edifícios residenciais impacta o cenário da região
 (Wesley Costa)

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Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".

Geral

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

Segundo Polícia Militar, vítima foi agredida por cinco homens que utilizaram um taco de beisebol envolto por arame farpado

Modificado em 18/04/2025, 19:14

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.

O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)