Geral

Milhares saem às ruas do país em novos protestos pelo impeachment de Bolsonaro

As manifestações ocorrem no momento em que o país se aproxima de 500 mil mortos pela Covid e menos de um mês após os atos de 29 de maio, que atraíram milhares de pessoas

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 00:59

Milhares saem às ruas do país em novos protestos pelo impeachment de Bolsonaro

(Pedro Ladeira/Folhapress)

Milhares de manifestantes se reúnem na manhã deste sábado (19) em diferentes cidades do país em protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Entre os maiores atos, estão os de Brasília, com manifestantes na Esplanada dos Ministérios, e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o protesto está marcado para as 16h, na avenida Paulista.

As manifestações ocorrem no momento em que o país se aproxima de 500 mil mortos pela Covid e menos de um mês após os atos de 29 de maio, que atraíram milhares de pessoas. Os protestos nacionais são pelo impeachment do presidente, por mais vacinas contra a Covid-19 e por auxílio emergencial.

As manifestações são convocadas e apoiadas por movimentos sociais, partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis, torcidas organizadas e grupos envolvidos em causas como feminismo e antirracismo. A organização está centralizada no fórum Campanha Nacional Fora, Bolsonaro.

A expectativa deles era de um volume maior de participantes desta vez. A quantidade de organizações que endossam a realização dos protestos e o número de cidades com atividades programadas cresceram em relação ao final de maio.

Em Brasília e no Rio, manifestantes incluíram na pauta dos atos protesto contra a privatização da Eletrobras, que deve ser aprovada na Câmara no início da próxima semana.

Na capital federal, o ato contou com uma carreata que percorreu algumas vias principais da cidade até a concentração para uma passeata. Indígenas de várias partes do país também se juntaram aos manifestantes para condenar a omissão do governo na proteção desses povos na pandemia e também em protesto contra a mudança na demarcação de terras.

Ao contrário dos atos em favor do governo, os manifestantes não foram autorizados a descer para a praça dos Três Poderes e se concentram no gramado em frente ao Congresso Nacional.

O evento no DF colocou no mesmo carro de som parlamentares de diversos partidos de esquerda.

Discursam com palavras duras contra o presidente, especialmente condenando a condução no enfrentamento da pandemia e o autoritarismo do governo, parlamentares como os deputados federais Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Pedro Uczai (PT-SC) e o deputado distrital Leandro Grass (Rede).

Também há diversas bandeiras de partidos, como PT, PSOL e PC do B, além de inúmeras camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No Recife, mesmo sob chuva, o evento foi maior do que o anterior. O ato também uniu representantes de partidos à esquerda que disputam espaço na corrida eleitoral de 2022, como PT e PDT. O estado e a cidade são governados pelo PSB, que também teve representantes no protesto.

No ato anterior, realizado no dia 29 de maio, a Polícia Militar de Pernambuco atacou violentamente as pessoas que protestavam pacificamente contra o governo federal.

Diante do desgaste político, o governo estadual escalou agentes de conciliação para evitar qualquer tipo de animosidade entre polícia e manifestantes. Poucos policiais militares acompanharam os manifestantes à distância

Os manifestantes tentaram cumprir normas de distanciamento social e se organizaram em três grandes filas. Em megafones, pessoas da organização do ato alertavam para a necessidade de manter o distanciamento e usar o equipamento de proteção.

O Ministério Público de Pernambuco, baseado em decreto estadual que proíbe a realização de eventos públicos e privados para evitar aglomerações, expediu recomendação para que o protesto não fosse realizado.

Em Maceió, a manifestação se concentrou na praça Centenário, no bairro do Farol, e seguiu pela avenida Fernandes Lima.

Também ocorreram protestos em Aracaju, Belém, João Pessoa, São Luís e Teresina.

OUTRAS CIDADES

Até sexta-feira (18), estavam confirmados atos em mais de 400 cidades de todos os estados brasileiros, incluindo as 27 capitais. No exterior, a previsão era a de concentrações em 41 cidades, em países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Portugal, Itália, Finlândia e Argentina.

No mês passado, segundo a coordenação, houve no total movimentações em 210 cidades no Brasil ---algumas, assim como agora, tiveram mais de uma atividade. No exterior, o número também foi menor: 14 cidades. No total, foram 227 atos.

A recomendação é que os manifestantes usem máscara (preferencialmente do tipo PFF2), se possível levem máscaras para doação, carreguem álcool em gel e mantenham o distanciamento social. Nos protestos de maio, as orientações foram seguidas, mas houve registros de aglomerações.

No sábado passado (12), Bolsonaro participou na capital paulista de um passeio de moto com apoiadores, depois de eventos semelhantes em Brasília e no Rio.

O presidente e auxiliares foram multados pelo governo João Doria (PSDB) por não usarem máscara contra a Covid-19 no evento. Motociclistas simpatizantes do governo também deixaram de usar a proteção facial ---item que os protestos da oposição dizem diferenciá-los em relação aos dos bolsonaristas.

A Campanha Fora, Bolsonaro é composta por frentes como a Povo sem Medo, a Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades, entre elas MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), UNE (União Nacional dos Estudantes), CMP (Central de Movimentos Populares) e Uneafro Brasil.

Partidos de esquerda como PT, PSOL e PC do B também integram a campanha. O PT, que apoiou com mais afinco na véspera o ato anterior, desta vez decidiu entrar para valer na mobilização.

O ex-presidente Lula anunciou que avalia comparecer, mas a tendência é que ele não vá. O envolvimento dele no assunto tinha sido discreto em maio e assim continuou até meados desta semana, quando se pronunciou em suas redes sociais sobre a possibilidade de ir.

PSOL, PC do B, PCB, UP, PCO e PSTU, que já estavam participando ativamente da articulação, continuam envolvidas. Além disso, outros partidos anunciaram apoio à iniciativa.

O Cidadania, que se apresenta como um partido de centro, comunicou nesta semana sua adesão às manifestações, em nota assinada pelo presidente nacional, Roberto Freire. Ele também afirmou que irá comparecer.

Siglas como PSB, PDT e Rede Sustentabilidade adotaram, institucionalmente, posição mais cautelosa ---dizendo que não estimulam a formação de aglomerações---, mas sem proibir a presença de seus quadros. Com isso, núcleos e seções regionais desses três partidos decidiram se juntar às manifestações.

Partidos de oposição a Bolsonaro mais à direita ignoraram o tema ou simplesmente deixaram a decisão a critério de cada filiado ou corrente interna.

Bolsonaro minimizou o impacto das marchas contra ele em maio e lançou mão de uma estratégia para tachar a iniciativa como evento de campanha de Lula. O adversário, que não esteve presente, lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022.

Fora do ambiente partidário, a mobilização somou a adesão das dez principais centrais sindicais, que ficaram reticentes da outra vez, muito pela pressão de categorias profissionais que demonstraram preocupação com a incoerência de se juntar às multidões e defender o distanciamento social.

Na semana passada, o apoio às manifestações foi deliberado em um fórum das centrais, que inclui CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), entre outras.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que em maio preferiu manter discrição na fase de preparação dos atos, desta vez incentiva a participação de seus integrantes.

O movimento Acredito, que prega renovação política e está posicionado mais ao centro, também se integrou à organização dos protestos. Já MBL (Movimento Brasil Livre) e VPR (Vem Pra Rua), que levaram a direita às ruas contra governos do PT e hoje se opõem a Bolsonaro, mantiveram distância.

Ativistas envolvidos na convocação deste sábado dizem que a chegada de novas forças e a esperada adesão de mais manifestantes se devem à crescente insatisfação com o governo Bolsonaro, mas também ao clima pacífico e organizado e às precauções sanitárias do protesto anterior.

As principais bandeiras são o impeachment de Bolsonaro, a vacinação ampla contra a Covid e o pagamento de auxílio emergencial de R$ 600. As pautas foram definidas por centenas de organizações, que têm buscado unidade de discurso e se blindado contra atritos que comprometam a coesão.

Entre os objetivos, está ainda expressar apoio à CPI da Covid, vista como caminho que pode levar à responsabilização do presidente pelo agravamento da pandemia e servir de impulso para a Câmara dos Deputados abrir o processo de deposição dele, possibilidade tratada hoje com ceticismo.

Promover atos de rua em um cenário de descontrole da Covid foi um dilema que provocou debate em setores da esquerda nos últimos meses, mas a divergência de opiniões foi superada com as convocações para o dia 29 que atraíram milhares de pessoas em cidades do Brasil e de outros países.

O racha foi contornado diante do diagnóstico, feito por líderes do chamado campo progressista, de que solucionar as crises sanitária, econômica, institucional e política é inviável com Bolsonaro no poder.

*

O CAMINHO DO IMPEACHMENT

  • O presidente da Câmara dos Deputados é o responsável por analisar pedidos de impeachment do presidente da República e encaminhá-los;
  • O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é aliado de Jair Bolsonaro. Ele pode decidir sozinho o destino dos pedidos e não tem prazo para fazê-lo;
  • Nos casos encaminhados, o mérito da denúncia deve ser analisado por uma comissão especial e depois pelo plenário da Câmara. São necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados para autorizar o Senado a abrir o processo;
  • Iniciado o processo pelo Senado, o presidente é afastado do cargo até a conclusão do julgamento e é substituído pelo vice. Se for condenado por pelo menos 54 dos 81 senadores, perde o mandato;
  • Os sete presidentes eleitos após a redemocratização do país foram alvo de pedidos de impeachment. Dois foram processados e afastados: Fernando Collor (1992), que renunciou antes da decisão final do Senado, e Dilma Rousseff (2016).
  • (Pedro Ladeira/Folhapress)

    Geral

    Bolsonaro diz que vai processar Haddad após fala sobre crise do Pix

    Bolsonaro diz que ministro da Fazenda o acusou de comprar imóveis sem declarar a origem do dinheiro

    Bolsonaro diz que vai processar Haddad após fala sobre crise do Pix

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18) que vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ter dito que ele estaria por trás da crise em torno da medida da Receita Federal que ampliaria a fiscalização sobre transações via Pix.

    "Vou processar o Haddad. Ele não tem o que fazer, sempre me acusa de alguma coisa", disse a jornalistas no aeroporto em Brasília, ao levar Michelle Bolsonaro para embarcar para a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Ele foi impedido por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de viajar.

    "[Haddad] Falou inclusive que eu comprei 101 imóveis sem origem de dinheiro. Pegou meia dúzia de familiares meus do Vale do Ribeira. O que essa meia dúzia de Bolsonaro de 1990 para cá e está pago em moeda nacional corrente. Natural. Naquela época comprava até telefone em dólar", completou.

    Ele comparou ainda Haddad com Paulo Guedes, seu ex-ministro da Fazenda. E disse que o governo Lula não pode dar certo, comparando a gestão a um "bebum dirigindo um carro".

    "Recuou porque é fraco ou porque é incompetente ou os dois? Recuaram. Agora querem processar o Nikolas [Ferreira], o Eduardo Bolsonaro o [Gustavo] Gayer por fake news", disse.

    Após decidir revogar a medida da Receita Federal, o governo acionou a PF (Polícia Federal) para investigar quem poderia estar por trás da divulgação de notícias falsas, além de criminosos que tenham aplicados golpes utilizando logomarca e nome do Fisco.

    Não foram citados nomes de parlamentares, mas a oposição foi atuante nas críticas à norma nos últimos dias.

    Haddad, em entrevista à CNN na véspera, declarou que a família Bolsonaro é pessoalmente focada na Receita Federal em decorrências de investigações feitas sobre o clã.

    "Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. O Duda Lima foi quem fez o vídeo", disse, em referência ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e ao marqueteiro que fez a campanha à reeleição de Bolsonaro.

    Na terça (14), o parlamentar mineiro fez a publicação na qual afirma que o governo "só está pensando em arrecadar, sem oferecer nada" e fala em "quebra de sigilo mascarado de transparência". O post ultrapassou 300 milhões de visualizações.

    O vídeo foi o estopim para o recuo do governo no caso. Embora Haddad tenha defendido o mérito da medida até a manhã de quarta (15), quando teve a primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pesou o argumento de que uma campanha publicitária já não seria mais suficiente para deter a onda críticas à medida, fake news e a prática de crimes contra a economia popular, com aplicação de golpes.

    Em outro momento de sua entrevista neste sábado, Bolsonaro elogiou a decisão da Meta de pôr fim ao seu programa de checagem de fatos. O governo Lula (PT) vê com preocupação a medida, e a AGU (Advocacia-Geral da União) está questionando a empresa no Brasil por maiores detalhes sobre a nova política.

    "Agora estamos vendo aí, Elon Musk, [Mark] Zuckerberg, entre outros, acabando com as agências de checagem, que a informação tem que ser livre. Você não pode garrotear as mídias sociais. Essa mídia social foi que me elegeu em 2018. E não foi com mentira não, seu Haddad, foi com verdade", disse Bolsonaro.

    "E não existe fake news para atacar o PT do que a própria verdade. Então ninguém precisa mentir para atacar o PT, atacar essa política falida do Haddad aqui no Brasil. Os números estão aí. O ministro, um dos mais importantes, é o da economia. Esse que está aí é um fiasco, uma piada", completou.

    O ex-presidente disse ainda que Haddad "fez um cursinho de economia por três meses". O ministro da Fazenda é bacharel em direito, mas tem mestrado em economia pela USP (Universidade de São Paulo), e doutorado em filosofia na mesma instituição.

    Geral

    Veja o que se sabe sobre operação contra golpe de Estado e plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

    Polícia Federal descreve em relatório como grupo planejou assassinatos. Mais de 36 pessoas foram indiciadas e cinco foram presas

    Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal

    Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal (Agência Brasil)

    Cinco pessoas foram presas suspeitas de planejarem matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos suspeitos, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, que é militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás. O inquérito narra uma tentativa de golpe de Estado que seria executada em dezembro 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula após a eleição.

    As prisões foram realizadas pela Polícia Federal durante a 'Operação Contragolpe" na última terça-feira (19). No entanto, nesta quinta-feira (21), foi divulgada uma lista com 37 pessoas indiciadas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa (veja lista ao final da matéria).

    Entre os indiciados, 25 são militares das Forças Armadas. A lista inclui sete oficiais-generais - um da Marinha e seis do Exército. A investigação reuniu troca de mensagens, áudios, registro de entradas nos prédios dos Poderes em Brasília, geolocalização de aparelhos celulares e outras provas foram inseridas no inquérito. O relatório final com cerca de 800 páginas foi enviado para o ministro Alexandre de Moraes.

    Quem são os presos

    Mario Fernandes - ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro
    Wladimir Matos Soares - policial federal que fazia a segurança no hotel de Lula durante a transição de governo.
    Rafael Martins de Oliveira - major do Exército
    Hélio Ferreira Lima - major de Exército
    Rodrigo Bezerra de Azevedo - major do Exército

    Qual era o plano

    A investigação aponta que Fernandes elaborou um plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos. Os suspeitos teriam discutido a investida golpista na casa do general da reserva Braga Netto. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou uma delação premiada sobre o caso, teria participado da reunião.

    Bolsonaro indiciado

    Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de militares e de aliados deve ocorrer no primeiro semestre de 2025 para evitar que os casos se arrastem até as eleições presidenciais de 2026.

    O relatório final da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro participou de uma trama para impedir a posse de Lula (PT). Os indícios já são conhecidos desde o início do ano, quando a PF revelou - com base em provas e na delação do tenente-coronel Mauro Cid - que o ex-presidente teria apresentado aos chefes das Forças Armadas uma proposta de golpe de Estado.

    Veja a cronologia do plano:

    9 de novembro de 2022 - O general Mário Fernandes cria o planejamento "Punhal Verde e Amarelo" em um arquivo Word, inicialmente denominado "Fox_2017.docx". O documento detalha um plano para sequestrar ou assassinar Moraes, Lula e Alckmin;

    12 de novembro de 2022 - Acontece uma reunião na casa do general e vice de chapa à Presidência com Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto. Segundo a Polícia Federal, nessa data foi apresentado e aprovado o planejamento chamado "kids pretos";

    21 a 24 de novembro de 2022 - Entre esses quatro dias, a Polícia Federal identificou registros de geolocalização de dois suspeitos em locais onde estaria o ministro Alexandre de Moraes. Também é citado o aluguel de carros usados por eles com registros de pedágio que mostram que eles se deslocaram entre Goiânia e Brasília neste período.

    6 e 7 de dezembro de 2022 - Mensagens trocadas entre Oliveira e Cid indicam que os dois estavam juntos no Palácio do Planalto no dia 6. Nas datas também foi registrada conversas entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Marcelo Câmara, então assessor do mandatário. Neste mesmo dia e horário, Fernandes, então Secretário-executivo da Presidência, estava no Palácio do Planalto e imprimiu o planejamento operacional denominado "Punhal Verde e Amarelo".

    8 e 9 de dezembro de 2022 - Nessas datas, as linhas telefônicas utilizadas no evento "Copa 2022″ foram ativadas. O codinome, que também originou um grupo no aplicativo de troca de mensagens "Signal", foi usado para se referir ao crime. Os suspeitos receberam codinomes associados a países -- Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana -- para não revelarem suas verdadeiras identidades.

    10 de dezembro de 2022 - Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, encaminhou quatro mensagens para Cid, com informações detalhadas sobre a cerimônia de diplomação do presidente eleito, a ser realizada dia 12, incluindo a rota que seria usada por Moraes. Durante a cerimônia, os dois também trocam mensagens.

    13 de dezembro de 2022 - O prefixo telefônico associado ao codinome "Gana" se desloca de Goiânia para Brasília. Os registros de geolocalização mostram que ele esteve em locais relevantes para a ação que seria realizada no dia 15 de dezembro, como a residência funcional de Moraes.

    15 de dezembro de 2022 - Segundo o relatório, neste dia é "Áustria" quem se desloca para Brasília, também partindo de Goiânia. "Neste dia, também são observados registros de deslocamento do veículo particular de Oliveira e pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos", diz o relatório.

    Quem é o militar preso em Goiás

    Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

    Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

    O major Rodrigo Bezerra Azevedo, militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás suspeito de participar da tentativa de golpe de Estado e de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Alexandre de Moraes.

    Rodrigo Bezerra de Azevedo informou em seu currículo Lattes que tem experiência e interesse em "Defesa, Operações Especiais, Relações Internacionais, Organizações Internacionais e Terrorismo Internacional". O documento foi atualizado no dia 4 deste mês. O histórico de cargos inclui as funções de major, tenente-coronel e capitão, todas no comando do Exército.

    Na plataforma, o militar informou as seguintes formações acadêmicas:

    Doutorado em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme)
    Mestrado em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao)
    Especialização em Ciências Militares com ênfase em Defesa - Eceme
    Especialização em Bases Geo-Históricas para a Formulação Estratégica - Eceme
    Graduação em Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)

    Militar usou dado de motorista para tramar contra Moraes

    A Polícia Federal afirma que um dos militares envolvidos no plano usou dados de outra pessoa para habilitar um celular usado na comunicação do grupo. De acordo com relatório policial que respaldou a Operação Contragolpe, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, então major, cadastrou o aparelho em nome do dono de um carro com quem se envolveu em acidente de trânsito na rodovia que liga Brasília a Goiânia.

    Os investidores afirmam que a conduta "converge com o processo de 'anonimização', técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico".

    O uso dos dados, segundo afirmou a PF, foi identificado após a apreensão de celular em poder de Oliveira em fevereiro passado, quando foi realizada a Operação Tempus Veritatis, fase anterior da investigação que tem o objetivo de identificar os responsáveis pela trama golpista.Os peritos identificaram no telefone duas imagens, fotos da carteira de habilitação de Lafaiete Teixeira Caitano e de um certificado de licenciamento de veículo.

    Lista dos indiciados

    1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
    2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
    3. Alexandre Rodrigues Ramagem
    4. Almir Garnier Santos
    5. Amauri Feres Saad
    6. Anderson Gustavo Torres
    7. Anderson Lima de Moura
    8. Angelo Martins Denicoli
    9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
    10. Bernardo Romao Correa Netto
    11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
    12. Carlos Giovani Delevati Pasini
    13. Cleverson Ney Magalhães
    14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
    15. Fabrício Moreira de Bastos
    16. Filipe Garcia Martins
    17. Fernando Cerimedo
    18. Giancarlo Gomes Rodrigues
    19. Guilherme Marques de Almeida
    20. Hélio Ferreira Lima
    21. Jair Messias Bolsonaro
    22. José Eduardo de Oliveira e Silva
    23. Laercio Vergilio
    24. Marcelo Bormevet
    25. Marcelo Costa Câmara
    26. Mario Fernandes
    27. Mauro Cesar Barbosa Cid
    28. Nilton Diniz Rodrigues
    29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
    30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
    31. Rafael Martins de Oliveira
    32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
    33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
    34. Tércio Arnaud Tomaz
    35. Valdemar Costa Neto
    36. Walter Souza Braga Netto
    37. Wladimir Matos Soares

    Geral

    Convidado por Bolsonaro, Caiado vai à posse de Milei na Argentina

    Ronaldo Caiado deve integrar comitiva que inclui outros governadores de direita

    Modificado em 19/09/2024, 01:25

    Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia

    Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia (Diomício Gomes)

    O governador Ronaldo Caiado (UB) vai à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, no dia 10 de dezembro, em Buenos Aires. Caiado foi convidado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e deve integrar comitiva que inclui outros governadores de direita como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Jorginho Mello (PL), de Santa, Catarina, .

    A informação foi confirmada pelo próprio Caiado. O governadro, aliás, usou sua conta no X (antigo Twitter), no domingo (19), para parabenizar Milei pela vitória. "Numa bela festa democrática, os argentinos votaram, com maioria robusta, em um projeto de mudança, cansados que estão de uma sucessão de governos populistas que levaram o país a uma crise profunda, atolado numa inflação que já passa dos 140%", afirmou na rede social.

    Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Jair Bolsonaro também convidou os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

    Geral

    Dentista divulga foto de Bolsonaro após colocar em Goiânia lentes de contato nos dentes

    Procedimento foi realizado no último dia 21 de julho

    Modificado em 19/09/2024, 01:06

    Dentista divulga antes e depois de Bolsonaro após realização de procedimento

    Dentista divulga antes e depois de Bolsonaro após realização de procedimento
 (Reprodução/Redes Sociais rildolasmar)

    O dentista responsável por colocar lentes de contato no ex-presidente Jair Bolsonaro, em Goiânia, divulgou em suas redes sociais nesta terça-feira (22), o antes e depois do procedimento, realizado no último dia 21 de julho.

    "Um sorriso para cada história... As proporções ideais e o estudo da face são primordiais para o resultado harmônico entre o sorriso e o rosto...", escreveu Rildo Lasmar ao compartilhar o registro.

    Em um vídeo, publicado no dia em que o procedimento foi concluído, o ex-presidente falou sobre o resultado alcançado.

    "Realmente superou a expectativa. Um pouco de vaidade não faz mal a ninguém. Então estou muito feliz", afirmou Jair Bolsonaro.

    Nas imagens, Bolsonaro ainda aparece cumprimentando apoiadores, que foram até a clínica para ver o ex-presidente.