MPF cobra medidas de segurança de passageiros no Aeroporto de Goiânia após troca de etiquetas
Duas goianas ficaram mais de um mês presas na Alemanha após terem malas trocadas. Situação levantou questionamentos
Ton Paulo
19 de abril de 2023 às 18:41
Modificado em 19/09/2024, 00:23

Duas goianas ficaram mais de um mês presas na Alemanha após terem malas trocadas. Situação levantou questionamentos (Wildes Barbosa/O Popular)
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento com o objetivo de apurar as medidas que o Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e as companhias aéreas estão adotando para garantir a segurança dos passageiros que passam pelo local. O procedimento, que abrange expedição de ofício às companhias e pedido de informações ao aeroporto, foi aberto em decorrência da prisão injusta de duas goianas na Alemanha após elas terem suas malas trocadas por bagagem com cocaína.
De acordo com o MPF, a "reincidência das irregularidades em voos de conexão oriundos de Goiânia" pode colocar em risco a atividade aeroviária goiana, uma vez que essas situações geram "insegurança nos passageiros e clientes, afetando a credibilidade dos serviços prestados."
Além do caso das goianas Jeanne e Kátyna, que ficaram mais de um mês presas após terem a identificação de suas malas trocadas por bagagem que continha 40 quilos de cocaína, o MPF lembrou de um outro, divulgado pela Polícia Federal, em que uma passageira com voo saindo originalmente de Goiânia, com destino a Paris e com conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, também teve a etiqueta de sua bagagem trocada durante a conexão.
Providências
No procedimento instaurado, o MPF informou ter expedido ofício às companhias aéreas, com pedido de resposta em até 15 dias, para que informem os procedimentos adotados para as seguintes situações:
Por fim, o órgão solicitou informações ao Aeroporto Santa Genoveva sobre o procedimento de fiscalização das bagagens despachadas, inclusive indicando se a área comum do aeroporto e o trajeto das malas, desde o despacho, nas esteiras, até a efetiva acomodação nos aviões, são monitorados por câmeras.
O outro lado
Em nota enviada ao POPULAR, a CCR Aeroportos, responsável pelas operações do Aeroporto Santa Genoveva, declarou que "vai colaborar com a apuração do Ministério Público Federal (MPF) assim que for notificada e reitera que as companhias aéreas são responsáveis pela bagagem do passageiro, desde o momento em que ela é despachada até seu recebimento no destino final."
A reportagem também entrou em contato com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) sobre o caso e aguarda retorno.